quarta-feira, 7 de setembro de 2016

2 Rs 5.20-27 A Anatomia da Cobiça


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Introdução:
Este texto nos conta a história de um jovem que nunca enfrentou grandes crises existenciais, até o dia em que se deparou com a mágica realidade de pessoas poderosas. Geazi viu seu mestre Eliseu recusar ofertas em dinheiro, depois da cura que aquele poderoso comandante sírio obteve de sua lepra. As cifras eram tão grandes que ele jamais poderia contabilizar. Apesar de admirar seu mestre e saber que ele era um homem de Deus, Geazi não podia entender a recusa. Justamente eles que viviam num estilo de vida tão pobre que as vezes não tinham sequer dinheiro para comer, nem para comprar um machado.
Este texto nos fala do perigo da cobiça, de querer ter coisas indevidas. Aurélio define cobiça como: “Desejo sôfrego, veemente, de bens materiais; avidez, cupidez. Ambição desmedida de riquezas”. Cobiça é uma obsessão por possuir coisas e a tentativa de dar valores a alma através de coisas externas: Reconhecimento público, admiração, respeito. Barão de Montesquieu afirmou que “um homem não é infeliz porque tem ambições, mas porque elas o devoram”, Sêneca, também afirmou que “pobre não é aquele que tem pouco, mas antes aquele que muito deseja”.

Geazi exemplifica bem a humanidade ávida em ter, possuir, adquirir.  
Ele era um rapaz simples, crente, seminarista anônimo, mas abrigava profundas ambições interiores: Projeção, status, conforto! Toda vez que via alguém com vestes festivais, roupas caras, dava um nó na sua garganta. Sua obsessão oculta foi alimentada, pelas fantasias e sonhos de sair daquela condição de carência. O vazio da alma, pensava ele, seria preenchido quando andasse como os nobres andavam.
Isto parece uma parábola clássica de muitos ainda hoje: Sonho do carrão, roupas de etiqueta, viagens caras, bons restaurantes, carros luxuosos, ambições secretas…
Geazi, rapaz crente e pobre, tinha o sonho de riqueza, e sendo pobre, achava que ter um talento de prata (15 Kg) seria a glória, a solução de todos as suas ambições, para os padrões de Naamã, acostumado com a riqueza, era até baixo, tanto que insistiu que ele levasse o dobro.
O problema de Geazi não era o desejo de querer crescer, seu problema e o nosso, é a cobiça. Se fosse preciso sacrificar valores da alma, mentir, usar artifícios para atingir as fantasias, sacrificaria, e foi isto que ele fez. Mentiu e sua ambição o domina tanto que transforma Deus em aliado na sua falcatrua. Sua cobiça não lhe possibilita ver sua loucura. Ele brinca com princípios, negocia valores, mente em nome de Deus.  Quão facilmente podemos enveredar por este caminho.
Ele foi, recebeu mais do que havia pedido, volta para casa tentando recuperar sua vida normal. No entanto, aquilo que ele fizera fora algo grave aos olhos de Deus. Ao se reencontrar com o profeta Eliseu, depois de todo artificio empregado, Este lhe pergunta:  Donde vens Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma. Porém ele lhe disse: Porventura, não fui contigo em espirito quando aquele homem voltou do seu carro, a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata e para tomares vestes, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?” (2 Rs 5.25-26). Eliseu questiona suas ambições, e pelos bens listados podemos entender que era uma soma impressionante em dinheiro.

Colocando em perspectiva
Cobiça, nunca é positiva, contudo, a ambição pode ter um elemento positivo. A base do sistema capitalista encontra-se no desejo do ser humano em melhorar suas condições pessoais de vida. Esta é a base do calvinismo, que Marx Weber chamou de “O espírito protestante do capitalismo”. Nações com fundamento protestante são ricas, porque estudar e trabalhar, melhorar as condições sociais sempre foram encorajadas. Ao lermos o livro de Provérbios vemos que, em todo tempo, encoraja as ações do trabalho e produção e questiona a indolência e preguiça. Um dos fatores motivadores do trabalho é a ambição, o desejo de avançar, isto nos leva a entender que é possível atingir alvos e metas se nos esforçarmos.
Precisamos, porém, estabelecer diferença entre os termos ambição e cobiça. A ambição possui um lado positivo, quando nos esforçamos para ganhar mais, produzir mais, crescer na vida. O desejo de vida melhor, acesso a bens de consumo e conforto, estimula a produção. Talvez esta seja a causa do fracasso do comunismo: acreditar romanticamente que as pessoas produziriam sem o estímulo do salário, da competitividade. O capitalismo, por sua vez, facilmente desemboca em outros riscos, como a obsessão por acúmulos de bens, arrogância e pouca sensibilidade social. É bom lembrar que qualquer que seja o sistema, capitalista ou comunista, por terem sido elaborados por homens pecaminosos e caídos, estarão sempre reproduzindo as fraquezas de caráter do ser humano. Nunca é repetitivo lembrar o velho slogan de Schaeffer: “A diferença entre o capitalismo e o comunismo é uma só. No primeiro, o homem oprime o homem; no segundo, é o contrário”. Não existe sistema divino construído com bases humanistas.
Então, para que se coloque no devido lugar, a cobiça é a ambição deturpada, que se torna voraz e tende a consumir o coração. Por isto provérbios 1.19 afirma: “Tal é a sorte de todo ganancioso, e este espírito de ganancia tira a vida de quem o possui”.
Zuenir Ventura ainda faz outras diferenças de termos: “Ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é querer que o outro não tenha”.  
Ganância e cobiça são os lados escuros da ambição, e nem sempre é fácil fazer diferença entre elas. A pessoa eventualmente está sendo consumida pela sua cobiça, justificando-se na necessidade de ser mais proativa, diligente e trabalhadora. Esta capa de bons motivos pode ser profundamente traiçoeira.
Cobiça é obsessiva, desejo de ter mais, insaciabilidade, incapaz de se satisfazer. A cobiça escraviza: Não deixa o homem viver fora da relação com os desejos de amontoar e possuir.

Qual a base da cobiça?

Dois elementos são visíveis: Insatisfação interior e comparação com outros.

1. Insatisfação interior
Se o coração estiver vazio, certamente tentará preenchê-lo com coisas que julga poder dar significado. Podem ser bens, coisas materiais ou reconhecimento público. A pessoa passa a acreditar que é possível se encher com fama, popularidade ou aceitação dos outros. Isto porém é vicioso, torna-se uma droga, e vai precisar aumentar cada vez mais a dose para encontrar satisfação. A alma torna-se cada vez mais frustrada: Nem sempre você terá as coisas com as quais sonha, nem sempre terá o reconhecimento que espera, e nem mesmo a aceitação da qual se julga merecedor. Estas coisas são profundamente ilusórias.
Veja dois textos bíblicos que falam sobre a insaciabilidade da alma – “A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: Basta! Elas são a sepultura, a madre estéril, a terra, que se não farta de água, e o fogo, que nunca diz: Basta!” (Pv 30.15). “Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade Onde os bens se multiplicam, também se multiplicam os que deles comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que os verem com seus olhos?” (Ec 5.10-11)

O problema da alma humana é profundo e antigo. A Bíblia diz que “Deus pôs a eternidade no coração dos homem” (Ec 3.11).  Nada poderá encher o desejo pelo infinito a não ser com coisas eternas e infinitas. Nada pode preencher e dar sentido a alma, exceto o único que pode fazer isto. A sede humana, em ultima instância, não é por coisas, mas por valor, significado e sentido.
As ilusões da alma estarão sempre presentes, mas a verdade é que “Deus fez as coisas para a gente usar, as pessoas para a gente amar e ele mesmo para ser adorado. O problema é que amamos coisas, adoramos pessoas e instrumentalizamos Deus”. Rockfeller, que já chegou a ser considerado o homem mais rico de toda história humana, certa vez foi indagado por um repórter quanto dinheiro ele queria e, meio embaraçado respondeu: “Só um pouquinho a mais!”

2. Comparações
Outro aspecto que facilmente nos transforma em seres cobiçosos são as comparações. Nossa cultura é muito competitiva, e normalmente a cobiça acontece porque nos comparamos e nos sentimos inferiores. Cobiçamos coisas que dão status, porque os outros adquirem status através delas. Se você não tivesse parâmetros de comparação social, não sentiria falta das coisas. Além do mais pecaminosamente estimulamos competição entre os filhos. Sutilmente valorizamos virtudes e fracassos em relação ao outro. Isto acontece em relação a familiares, vizinhos e entre membros da Igreja. Por isto, “compramos coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar gente que não gostamos.

Perigos da cobiça

  1. Cobiça é condenada por Deus

É interessante observar que o décimo mandamento dado por Deus aos homens seja exatamente: “Não cobiçarás” (Ex  20.17). Simples e direto, não? Teria algum significado maior ser este o último dos mandamentos? Talvez possamos encontrar uma relação nisto. Observe que o ponto de partida de todos os mandamentos é “Não terás outros deuses diante de mim”. Este é o primeiro mandamento. Lutero afirma que se quebrarmos o primeiro mandamento, estaremos inclinados a quebrar todos os demais. Colocar Deus no centro nos livra dos outros pecados. Imagino que o resultado final, de quebrarmos o primeiro mandamento, será sempre uma vida sem sentido, cobiçando e desejando cada vez mais, porque Deus não se encontra no centro de nossas aspirações, desejos e motivos. Nos tornamos escravizados pelas ambições, ganâncias e cobiça da alma.

  1. Cobiça relativiza valores

Quando João Batista estava realizando seu ministério no Rio Jordão, muitas pessoas se dirigiram a ele para serem batizadas. Elas percebiam que faltava algo em seus corações e estavam buscando a Deus. Entre eles, vieram os cobradores de impostos: “Mestre, que havemos de fazer?” e João lhes respondeu: Não cobreis mais do que o estipulado” (Lc 3.13). Qual era a tentação central destes funcionários públicos? Ganância. A seguir, um grupo de soldados, perguntou “E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denuncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo” (Lc 3.14). Os soldados também tinham que lidar com a cobiça dos seus corações, que era a grande acusação que existia contra eles naqueles dias. Veja como a cobiça é um pecado recorrente nestes dois diferentes grupos.
Quem não está contente cria o “olho gordo”, e passa facilmente a negociar valores espirituais e morais para resolver o vazio do coração e ter mais. Moças se vendem por cobiça (incluindo aqui a necessidade de serem aceitas e apreciadas pelo seu corpo sensual, uma forma sutil de cobiça); homens sacrificam valores aprendidos e cultivados no altar da cobiça. Homens, por dinheiro e propina vendem sua moral, sacrificam o coração dos filhos e esposas, e perdem o respeito e a moral para satisfazer o vazio do coração que só Deus pode preencher.
Um clássico exemplo disto é o filme “proposta Indecente”, quando uma mulher decide vender seu corpo, com o apoio do marido, para resolver um problema financeiro que estavam enfrentando. A equação do homem que faz a aposta de que seria capaz de levar aquela mulher casada para uma aventura sexual pela bagatela de 1 milhão de dólares,  é bem simples e perversa: “Cada pessoa tem o seu valor”. Se tal afirmação possui alguma vertente verdadeira, permanece uma questão no ar: “qual é o meu preço? Por quanto me venderia?”. Não é cruel pensar nisto?

  1. Cobiça sacrifica a alma

Geazi tinha compulsão por poder e influência. Infelizmente suas tentações são para lá de atuais.
São constantes os casos de pessoas se vendendo. Jovens deslumbrados com o glamour, com o sucesso, dinheiro, sexo, poder. Empresários, se envolvendo em escandalosos negócios, maracutaias,  Políticos obcecados por dinheiro fácil, vivendo de forma insaciável, num frenesi por ter mais um pouco, receber mais.
O cobiçoso sacrifica lazer, família, saúde, igreja, espiritualidade, Deus, ignorando o custo de tudo isto. Comprometendo sua vida. Olha o que fez Geazi. Podemos até achar que estamos resolvendo o problema do coração, mas a cobiça traz graves consequências e tragédias.

Geazi adoeceu

Quando confrontado pelo profeta, Geazi tenta negar o fato. Uma mentira sempre atrai outras mentiras. É preciso manter a farsa que vai exigir uma sofisticação e aprofundamento no mal. Mas Deus não se impressiona com as manipulações e dramas que fazemos, e a confrontação é dura: “Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência, para sempre. Então, saiu de diante dele, leproso, branco com a neve”(2 Rs 5.27). O mal tem o poder de se apegar em nós, como uma nódoa, que lavanda alguma é capaz de limpar. Ele adoece. Quais os sintomas desta perversa enfermidade na geração atual?

Geazi adoeceu sua família
Esta foi a segunda consequência, que me parece ainda pior que a primeira, embora a segunda seja a consequência. “Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência, para sempre”. Não apenas ele sentiria os efeitos na sua pele, mas sua família também sofreria as consequências. A cobiça tem o poder de adoecer gerações inteiras, de atingir o coração dos filhos de tal forma que Deus se torna secundário e descartável.  Determinadas ambições, hoje tão caras a nós, se alcançadas, podem determinar a ruína dos netos que teremos. Muitas vezes a perda da referência de Deus e o distanciamento espiritual dos filhos estão ligados à sôfrega ambição e descomedida cobiça que tirou o nosso coração do centro do desejo de Deus. A cobiça de Geazi trouxe a lepra, curiosamente uma deformação grave no sistema nervoso, que impede as pessoas de terem sensibilidade sensorial e deforma a pessoa.

Como lidar com a cobiça?

  1. Pare de cobiçar e descubra o que Deus lhe deu – A verdade sobre a vida é que nascemos sem saber nada e morremos sem saber o que precisamos. Cobiça tira o contentamento, mantém o coração preso em coisas que não possuímos ao invés de celebrarmos aquilo que temos. Desenvolva gratidão.
Elizeu tinha a possibilidade de resolver o problema financeiro e de sua pobre escola de profeta com a quantia que lhe fora ofertada por Naamã, mas preferiu manter sua vida de dependência de Deus, de confiar na provisão do Eterno. Geazi, ao contrário, pensa que o vazio de sua alma seria preenchido com roupas caras, caso contrário, porque pediria as “vestes festivais” que só eram usadas em cerimônias de palácios? Tinha sonhos grandes, porque no ambiente no qual vivia, nunca poderia usar tais roupas.

  1. Aprenda a viver com contentamento: Somos uma geração insatisfeita. Reclamar, desdizer, murmurar, questionar a Deus é sempre algo que o coração tem propensão, mas o grande segredo da vida é “Aprender a viver contente em toda e qualquer situação”.
Como é importante refletir sobre este texto Bíblico, que Paulo escreve ao jovem Timóteo:
De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores (1 Tm 6.8-10). Anote este texto, leve para sua casa, considere estas verdades.

Conclusão:
Como Jesus lidou com as ofertas do diabo?

Satanás tentou a Jesus criando desejos, necessidades e tentando gerar cobiça em seu coração, como foi que nosso Senhor lidou com isto?

 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;  antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,  a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.5-11).

A vida de Jesus foi uma vida de esvaziamento, de desapego. Satanás ofereceu vaidade, poder, influência, conforto, mas nada disto o atraiu. Ele sabia que as ofertas do diabo são todas provocativas, mas todas levam à morte. Ele sabia onde se encontrava o embrião da queda: A solução rápida, projeção, reconhecimento humano, aclamação pública, mas para ele, o amor e a obediência ao Pai eram as coisas mais importantes. Jesus sabia que no dia do juízo, muitos olhos se encheriam de lágrimas ao considerar como sua vida poderia ter sido melhor se agisse de forma diferente.
Elizeu pergunta a Geazi: “Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma.  Porém ele lhe disse: Porventura, não fui contigo em espírito quando aquele homem voltou do seu carro, a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata e para tomares vestes, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?” (2 Rs 5.25-26).
Geazi é agora chamado a prestar contas. Confessar. Ser honesto!
Jesus terminou sua história numa cruz, mas “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.10-11).
As ofertas do diabo não podem ser o nosso cardápio, porque sempre terminam em morte. Estar no caminho do Pai é muito mais eficiente e é neste caminho que devemos ser norteados.
certa vez afirmou:
Bertrand Russell escreveu: “É a ambição de possuir, mais do que qualquer outra coisa, que impede os homens de viverem de uma maneira livre e nobre.




Samuel Vieira
Anápolis, março 2010.

Refeito em Setembro 2016

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