sábado, 31 de dezembro de 2016

Tg 4.13 A Falibilidade dos projetos humanos




Introdução:

Estamos na virada do ano, data esta sempre carregada de expectativas.
Boa parte da mídia voltada para as retrospectivas e outras tanto querendo desvendar o futuro. São astrólogos, futuristas, futurólogos, mágicos e profetas, todos tentando predizer o próximo ano. Acho desonesto mostrarem apenas as previsões, para ser integro, deveriam mostrar as “profetadas” do ano passado e as previsões, para saber o que de fato aconteceu. Naturalmente ninguém quer fazer este tipo de avaliação, por uma razão simples: Isto vai revelar o fracasso das predições, e assim se perderia o público que se deseja alcançar.
Toquinho estava certo: 

...E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar

Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença

Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Jesus ensinou aos discípulos a absoluta realidade de que não se pode controlar os eventos: “Qual de vós, por ansioso que esteja; pode acrescentar um côvado ao curso de sua vida?”

Neste texto das Escrituras Sagradas, o apóstolo Tiago vai demonstrar a falibilidade dos projetos humanos. Como os prognósticos são falhos, como os planos são falíveis, e como a vida é frágil.
Três lições podemos aprender sobre a falibilidade humana:

Primeiro,
Todo prognóstico é arriscado – “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante, e logo se dissipa” (Tg 4.13,14). Tiago procura demonstrar como nossos planos são frágil e a vida é imprevisível.
Não há segurança.
Procuramos nos organizar, fazer seguros, fazemos planejamentos, mas  alguém aqui pode fazer seguro de vida? Bem... isto é o que achamos que temos, mas a realidade é que fazemos seguro de morte... se morrermos, nossos familiares estarão protegidos. Não há seguro contra o infortúnio, o inesperado, o imprevisível. Nós não sabemos o dia de amanhã. A vida é como uma neblina da madrugada.
Diante destas situações algumas coisas engraçadas acontecem:
Minha cunhada estava conversando com seu marido e disse, sem perceber a tolice: “Quando um de nós dois morrer, eu vou comprar um apartamento pequeno, e vou morar sozinha...”, então, ele se voltou para ela e disse: “Quem te disse que eu vou morrer primeiro?”

Porque o prognóstico é arriscado, por causa de duas coisas:
A.     O futuro é imprevisível – Quem pode dizer: “iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã”.
B.     A vida é frágil – “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante, e logo se dissipa”.

A Bíblia usa várias figuras para demonstrar a fragilidade da vida:
...Breve pensamento...
...Conto ligeiro...
...Como a erva... de madrugada viceja e floresce, à tarde murcha e seca...

Somos uma bomba relógio, em contagem regressiva. Corpo frágil, estrutura frágil, pó.

Segundo,
A falta de controle sobre o futuro, não exclui planejamento – “Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg 4.15).
Muitos dizem: “Planejamento é tolice. Se não sabemos o que virá, então porque nos preocupar”. Preocupar não, mas planejar, sim.

Três razões:
A.     A sabedoria judaica nos ensina isto – Basta ler com atenção o livro de Provérbios para ver quantas vezes ele nos fala sobre a necessidade de planejamento, provisão, prudência. Em Pv 20.18 lemos: “Os planos mediante os conselhos tem bom êxito. Faze a guerra com prudência”. Não dá para ir a luta sem planos, sem análises, sem estudar as reais condições. Em Pv 6 há uma exortação para considerar como vivem os insetos. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; considera os seus caminhos e sê sábio” (Pv 6.6), a lição mais importante que aprendemos delas é a seguinte: “Na colheita ajunta seu mantimento e na época da seca prepara o seu pão” (Pv 6.8). Sem estudar logística, planejamento, liderança, elas sabem instintivamente que é necessário ter planos, fazer provisões.

B.     O Povo de Deus praticou isto – Há muitos exemplos na Bíblia do povo de Deus se prepara para alguma atividade que exigia planos. Quando Davi decidiu construir o templo, ele reuniu homens experts em áreas distintas para ver o que seria necessário para a obra. Quando o povo de Deus entrou na terra prometida, precisavam dividir as terras para as diferentes tribos, e a instrução de Josué foi interessante: “Façam dela um gráfico relativamente à herança” (Js 18.4,6,9). A insistência em fazer um gráfico mostra como é importante fazer planejamento.

C.     Jesus demonstrou isto – Nos seus ensinamentos chamou a atenção dos discípulos para isto: “Pois, qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele dizendo: este homem começou a construir e não pode acabar” (Lc 14.28-31).

Aristóteles afirmou que “As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã”. Não custa nada fazer planos sábios e exequíveis.

Terceiro,
Considere Deus em todo tempo – Se a realidade humana é esta, como viver ainda com arrogância e tentando viver de forma alienada de Deus?
É uma grande tolice, tentar viver sem Deus, ou ignorando sua realidade.

Três princípios sobre isto pode ser extraído do texto:
A.     Deus é quem controla a vida – “Se o Senhor quiser... viveremos” (Tg 4.15). No Salmo 146, a Palavra de Deus nos exorta a não confiar em sistemas, pessoas ou autoridades, mas confiar no Senhor, pois os homens são frágeis e transitórios. “Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios” (Sl 146.4).

B.     Deus é quem controla a agenda dos homens – “em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg 4.15).

Algumas vezes em que fui sondado sobre outros campos para pastoreio, a resposta sempre foi: “Se o Departamento de recursos humanos, lá de cima, liberar... o chefe é quem manda, e ele é temperamental”... Na minha vida, jamais planejei com antecedência de anos que seria pastor nesta ou naquela igreja, mas de forma sobrenatural Deus ia conduzindo minha vida da forma como sempre quis fazer.
Você acham que na profissão de vocês é diferente?
Vocês acham que estão na posição que ocupam, fazendo o que fazem, por acaso? Ou creem que Deus os colocou onde ele mesmo quis colocar?

C.     Qualquer tentativa ou ideia de que “somos donos do nosso próprio destino é, não apenas utópica, mas pretenciosa”. “Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a esta é maligna” (Tg 4.16).

Conclusão:
A verdade direta deste texto é: Não caminhe sem Deus!
No seu livro “Do temor à fé”, Dr. M.L.Jones faz três afirmações fantásticas sobre Deus:
1.     A história está sob controle divino. Este é o tema da Bíblia. Este é o tema central de Apocalipse. A história caminha para um fim planejado por Deus, e nem as forcas históricas, politicas ou espirituais, podem impedir seu plano. “Porque os dons e vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.35). O Cordeiro é vitorioso desde o principio, o cavalo branco “saiu vencendo e para vencer” (Ap 6.2).

2.     A história segue um plano divino – Os eventos não acontecem por acaso. Deus vê o fim desde o principio.

A Bíblia possui uma estrutura orgânica e harmônica, fincada em quatro pilares:
Criação
Queda
Redenção
Consumação

Deus está no inicio da história, transita dentro dela e encontra-se no seu fim. Ele não apenas age na história, mas é Senhor da história.

3.     A história segue um horário divino – Muitas vezes achamos os processos de Deus demorados ou tardios, mas Deus está construindo seu plano dentro de uma agenda especifica. Quando badalar a hora de Deus, Jesus Cristo volta, em glória, para construir um novo tempo.
O ministério de Jesus mostra como ele entende isto.
O nascimento de Jesus não se deu num vácuo, mas dentro de um claro kairos divino: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, nascido de mulher” (Gl 4.4). Seu nascimento segue um tempo de Deus.
Quando Maria pede a Jesus para intervir no casamento em Caná da Galileia ele responde: “Mulher, ainda não é chegada a minha hora”. Ele sabia o momento certo de agir, quais seriam as condições para isto acontecer.
Quando chegou sua hora de ir para a cruz e morrer pelos pecados dos homens, ele afirmou: “Pai, é chegada a hora. Glorifica a teu Filho, para que teu Filho te glorifique” (Jo 17.1).
Tudo revela a gloriosa verdade de que Jesus entendia sua vida dentro de um plano, uma agenda, um horário e um propósito divino.

Nossos planos são frágeis.
Nossa vida é frágil.
Mas podemos confiar na ação de Deus.

“É um erro tentar ver muito longe no futuro. A corrente do destino somente pode ser puxada um elo por vez”.  Winston Churchill

7 comentários:

  1. Obrigada por compartilhar. Acabei de ler Eclesiastes 3 e após refletir sobre a brevidade da vida me deparei com o seu texto. É Deus curando minhas ansiedades.

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  2. Reflexão maravilhosa da palavra de Deus, muitas vezes, fazemos sim planos e as vezes esquecemos que todas as coisas e nossos planos vão acontecer se for da vontade de Deus. Glórias a Deus por me dar essa oportunidade de estar aqui meditando nessa mensagem.final de semana passado, Deus me tocou nessa palavra de Tiago 4;13 ao 17. Estou preparando uma mensagem pra eu prega sobre essa passagem bíblica. Obrigado por compartilhar essa mensagem. Deus é bom... Que o Senhor Jesus continue te abençoando grandemente. Deus abençoe.

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  3. Bom dia eu um dia desses li essa passagem e meditei,e 21/02/2021 faleceu meu cunhado q estava planejando uma viagem,e vou pregar no sábado,muitos se preparam p viagem terrenas mais esquecemos de se preparar p uma viagem melhor q e para o céu

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