A vida no Espírito é a forma normal
de vivermos a vida cristã. Fora disto temos representações da vida cristã, não
o real. A Bíblia nos demonstra que pessoas nascidas do Espírito, visitadas pelo
Espírito Santo, correm o risco de eventualmente se esvaziarem, e perderem a
dimensão do ministério e de sua vocação cristã.
Neste texto, A palavra de Deus está
descrevendo a realidade do novo homem criado e Cristo Jesus, para andar em
verdade e na justiça procedente da verdade.
Em Ef. 4.25-5.2 ele nos fala do
estilo de vida que aqueles que vivem no Espírito deve ter.
Em Ef. 5.1,8 ele descreve duas
identidade presentes naqueles que são alcançados pela graça de Cristo.
Eles são filhos amados – Ef 5.1
Eles são filhos da luz – Ef 5.8
Ef 5.18 é um texto central para
entendermos toda a obra do Espírito Santo, descrita na carta aos Efésios e em
toda palavra de Deus:
- Ele nos foi dado como selo e penhor quando
recebemos a Cristo – Ef 1.13,14
- Corremos o risco de entristece-lo com uma
vida de peado – Ef 4.30
- Devemos nos encher do Espírito – EF 5.18
Três
atitudes negativas
Apesar de sermos o povo de Deus,
podemos desenvolver três atitudes negativas sobre o Espírito Santo:
1.
Entristecê-lo – “Não entristeçais o Espírito Santo, no qual
fostes selados para o dia da salvação (Ef. 4:30. Roy Hession comentando este
texto afirma: “Nossos pecados não irritam o Espírito, antes o entristece”.
2.
Resistência - “Vós sempre resistis ao Espírito de Deus” (At
7.51). Foi o que Estevão, o primeiro mártir do cristianismo, disse aos
religiosos de seus dias na hora da morte.
3.
Apagá-lo – “Não extinguais o Espírito Santo” (1 Ts 5.19). Apagamos
o fogo do Espírito quando jogamos água fria sobre ele.
Enchei-vos
do Espírito
Este texto nos fala qual deve ser a
atitude do povo de Deus em relação ao Espírito. Ao invés de entristecê-lo,
resisti-lo ou extinguir sua obra em nossa vida, devemos permitir que ele nos
enche, até que sejamos tomados de sua plena graça e influência.
Este texto nos revela algumas lições
interessantes:
1)
Enchei-vos é Imperativo: Isto não é opção de vida, é ordem de Deus. Deus
quer sua Igreja cheia do Espírito;
2)
Não é apenas para um grupo da Igreja: A ordem está no plural : “Enchei-vos”. Não é só
para a liderança ou para pessoas especiais. É para todos. A aplicação deve ser
comunitária, é igual ao mandato para a sobriedade e para o domínio próprio.
3)
Não é algo esporádico, antes contínuo: O tempo verbal está no presente. Deve ser algo
constante. O livro de Atos nos ensina que aqueles que foram impactados com o enchimento
do Espírito em Atos 2, passaram por outras experiências semelhantes. Isto não é
algo que acontece e não precisa se dar novamente.
4)
Está na voz passiva: Esta é uma observação interessante. Existe no
grego algo que não existe na língua portuguesa que é o “imperativo passivo”. O
que o texto está dizendo é mais ou menos o seguinte: “Enchei-vos do Espírito, deixando
que o Espírito os encha”. Não basta dizer encha-me, é necessário deixar-se
encher.
Como ser cheio do Espírito? Sinais
da Plenitude do Espírito:
Esta
passagem, é a única passagem na qual Paulo descreve os resultados de uma vida
plena do Espírito, todas são qualidades morais. O texto fala de dois
imperativos: “Não vos embriagueis”, e “enchei-vos do Espírito”. O termo
“embriagar” revela a consequência daqueles que se entregam à bebida: dissolução,
desequilíbrio, desordem. Há um contraste explicito sobre a consequência de ser
cheio do Espírito e de estar sobre o efeito do álcool. O primeiro traz
equilibro e estabilidade, o outro traz distúrbio e desequilíbrio.
A
estes dois imperativos estão subordinados quatro verbos, que demonstram quatro
consequências da Plenitude:
a)
Falando com Salmos – (Ef 5.19) Tem a ver com a linguagem que empregamos. Uma
pessoa se enche do Espírito pelos sinais sobrenaturais que recebe, mas na
medida em desenvolve doçura na forma de falar, comunica com graça. Problemas
malignos são resolvidos não dizendo “Tá amarrado!”, mas com atitudes de uma
nova linguagem, uma nova forma de dizer as coisas. Conhece-se alguém cheio do
Espírito pela forma como ela emprega sua linguagem. Mas enche-se do Espírito
Santo quando se decide falar de forma amorosa.
Os
textos anteriores mostram que podemos usar a palavra como forma de trazer graça
ou maldição àqueles que nos ouvem (Ef 4.29). A palavra ainda pode ser objeto de
louvor a Deus ou de murmuração, de encorajamento ou desencorajamento. Portanto,
enchei-vos do Espírito. Como? “falando entre vós com salmos, hinos e cânticos
espirituais”.
Quando
falamos com hinos, Deus é glorificado entre nós. Afinal, “crente é que nem
carro velho, onde para, prega!”
Conhece-se
alguém cheio do Espírito, pela maneira como usa sua boca, como fala das
verdades espirituais.
Uma
semana antes da morte do Pr. Clói Marques, que foi meu colega no seminário, e
que estava padecendo de um agressivo câncer, fui visitá-lo. Ele estava
fisicamente abatido. Quando eu estava saindo de lá, ao invés de orar por ele,
pedi para que ele orasse por minha vida e meu ministério. Apesar de estar com
dificuldade de falar, naquele dia ele estava excepcionalmente bem de saúde. Ele ministrou a palavra ao meu coração e de
minha esposa, e depois fez uma longa e abençoada oração. Uma semana depois,
partiu para estar com Cristo.
b)
Louvando de coração – (Ef 5:19) O
texto diz qual é a forma que agrada a Deus: Louvor de e coração. É possível
cantar a Deus, mas sem que o coração acompanhe o louvor. O coração indica a
forma como deveremos cantar. Não são apenas repetições rítmicas, mas atitudes
de quem tem seu coração inclinada para as verdades de Deus.
O
salmista diz: “em todo tempo louvarei ao Senhor”. Precisamos desenvolver em
nossa vida a capacidade de cantar a Deus, de coração, espontaneamente. Cantar
louvores a Deus.
c)
Dando sempre graças – (Ef 5.20). Trata-se da Gratidão constante. Isto contrasta com
gente carregada de amargura e ressentimentos. A murmuração, principal pecado
dos israelitas, e não teria dificuldade em pensar que também é da igreja atual,
é um sintoma de incredulidade. Quem vive se queixando e lamuriando dá provas de
que não está cheio do Espírito.
Certa
vez o povo de Deus começou a reclamar no deserto, e Moisés se sentiu magoado
pela forma desamorosa que o povo o tratava. Quando Moises levou o problema a
Deus, este lhe disse: “Moisés, este povo não está reclamando contra você. A reclamação
e murmuração dele é contra mim”. Muitas vezes pensamos estar reclamando da
vida, das condições que estamos enfrentando, quando na verdade, deveríamos
considerar que nossa murmuração e intransigência é contra Deus.
d)
Mútua sujeição – (Ef 5.21) Gente que aprende a se submeter ao outro, por causa de Cristo,
que aprende a viver como discípulo, numa atitude de servo, em obediência.
Muitas
pessoas gostam de citar o vs 22: “Mulheres, sejam submissas aos seus maridos”,
isolando-o do vs 21. “Sujeitando-vos uns
aos outros em amor”. No entanto, o texto segue na sua fluidez. Submissão
das mulheres deve ser percebido num contexto de submissão mútua, de amor e
respeito. Isto afetará os relacionamentos.
Logo
em seguida, Paulo fala dos vários relacionamentos:
Homem com
mulher
Pais com filhos
Patrões e empregados
Empregados e patrões
Todo
isto tem a ver com relacionamentos.
Conclusão:
Como
ter vida espiritual vitoriosa?
O
segredo não é ler mais livros. Mas submissão a Deus. Permitir que seu Espírito nos
visite de forma especial e nos encha com sua graça.
Por
isto a exortação bíblica continua na sua forma imperativa, plural e constante: “Enchei-vos do Espírito”.
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