sábado, 5 de agosto de 2017

Ef 5.18 Enchei-vos do Espirito



A vida no Espírito é a forma normal de vivermos a vida cristã. Fora disto temos representações da vida cristã, não o real. A Bíblia nos demonstra que pessoas nascidas do Espírito, visitadas pelo Espírito Santo, correm o risco de eventualmente se esvaziarem, e perderem a dimensão do ministério e de sua vocação cristã.

Neste texto, A palavra de Deus está descrevendo a realidade do novo homem criado e Cristo Jesus, para andar em verdade e na justiça procedente da verdade.
Em Ef. 4.25-5.2 ele nos fala do estilo de vida que aqueles que vivem no Espírito deve ter.
Em Ef. 5.1,8 ele descreve duas identidade presentes naqueles que são alcançados pela graça de Cristo.

Eles são filhos amados – Ef 5.1
Eles são filhos da luz – Ef 5.8

Ef 5.18 é um texto central para entendermos toda a obra do Espírito Santo, descrita na carta aos Efésios e em toda palavra de Deus:
  1. Ele nos foi dado como selo e penhor quando recebemos a Cristo – Ef 1.13,14
  2. Corremos o risco de entristece-lo com uma vida de peado – Ef 4.30
  3. Devemos nos encher do Espírito – EF 5.18

Três atitudes negativas
Apesar de sermos o povo de Deus, podemos desenvolver três atitudes negativas sobre o Espírito Santo:
1.     Entristecê-lo – “Não entristeçais o Espírito Santo, no qual fostes selados para o dia da salvação (Ef. 4:30. Roy Hession comentando este texto afirma: “Nossos pecados não irritam o Espírito, antes o entristece”.
2.     Resistência - “Vós sempre resistis ao Espírito de Deus” (At 7.51). Foi o que Estevão, o primeiro mártir do cristianismo, disse aos religiosos de seus dias na hora da morte.
3.     Apagá-lo – “Não extinguais o Espírito Santo” (1 Ts 5.19). Apagamos o fogo do Espírito quando jogamos água fria sobre ele.

Enchei-vos do Espírito
Este texto nos fala qual deve ser a atitude do povo de Deus em relação ao Espírito. Ao invés de entristecê-lo, resisti-lo ou extinguir sua obra em nossa vida, devemos permitir que ele nos enche, até que sejamos tomados de sua plena graça e influência.

Este texto nos revela algumas lições interessantes:
1)     Enchei-vos é Imperativo: Isto não é opção de vida, é ordem de Deus. Deus quer sua Igreja cheia do Espírito;

2)     Não é apenas para um grupo da Igreja: A ordem está no plural : “Enchei-vos”. Não é só para a liderança ou para pessoas especiais. É para todos. A aplicação deve ser comunitária, é igual ao mandato para a sobriedade e para o domínio próprio.

3)     Não é algo esporádico, antes contínuo: O tempo verbal está no presente. Deve ser algo constante. O livro de Atos nos ensina que aqueles que foram impactados com o enchimento do Espírito em Atos 2, passaram por outras experiências semelhantes. Isto não é algo que acontece e não precisa se dar novamente.

4)     Está na voz passiva: Esta é uma observação interessante. Existe no grego algo que não existe na língua portuguesa que é o “imperativo passivo”. O que o texto está dizendo é mais ou menos o seguinte: “Enchei-vos do Espírito, deixando que o Espírito os encha”. Não basta dizer encha-me, é necessário deixar-se encher.

Como ser cheio do Espírito? Sinais da Plenitude do Espírito:

Esta passagem, é a única passagem na qual Paulo descreve os resultados de uma vida plena do Espírito, todas são qualidades morais. O texto fala de dois imperativos: “Não vos embriagueis”, e “enchei-vos do Espírito”. O termo “embriagar” revela a consequência daqueles que se entregam à bebida: dissolução, desequilíbrio, desordem. Há um contraste explicito sobre a consequência de ser cheio do Espírito e de estar sobre o efeito do álcool. O primeiro traz equilibro e estabilidade, o outro traz distúrbio e desequilíbrio.

A estes dois imperativos estão subordinados quatro verbos, que demonstram quatro consequências da Plenitude:

a)     Falando com Salmos – (Ef 5.19) Tem a ver com a linguagem que empregamos. Uma pessoa se enche do Espírito pelos sinais sobrenaturais que recebe, mas na medida em desenvolve doçura na forma de falar, comunica com graça. Problemas malignos são resolvidos não dizendo “Tá amarrado!”, mas com atitudes de uma nova linguagem, uma nova forma de dizer as coisas. Conhece-se alguém cheio do Espírito pela forma como ela emprega sua linguagem. Mas enche-se do Espírito Santo quando se decide falar de forma amorosa.

Os textos anteriores mostram que podemos usar a palavra como forma de trazer graça ou maldição àqueles que nos ouvem (Ef 4.29). A palavra ainda pode ser objeto de louvor a Deus ou de murmuração, de encorajamento ou desencorajamento. Portanto, enchei-vos do Espírito. Como? “falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais”.
Quando falamos com hinos, Deus é glorificado entre nós. Afinal, “crente é que nem carro velho, onde para, prega!”
Conhece-se alguém cheio do Espírito, pela maneira como usa sua boca, como fala das verdades espirituais.
Uma semana antes da morte do Pr. Clói Marques, que foi meu colega no seminário, e que estava padecendo de um agressivo câncer, fui visitá-lo. Ele estava fisicamente abatido. Quando eu estava saindo de lá, ao invés de orar por ele, pedi para que ele orasse por minha vida e meu ministério. Apesar de estar com dificuldade de falar, naquele dia ele estava excepcionalmente bem de saúde.  Ele ministrou a palavra ao meu coração e de minha esposa, e depois fez uma longa e abençoada oração. Uma semana depois, partiu para estar com Cristo.

b)     Louvando de coração – (Ef 5:19)  O texto diz qual é a forma que agrada a Deus: Louvor de e coração. É possível cantar a Deus, mas sem que o coração acompanhe o louvor. O coração indica a forma como deveremos cantar. Não são apenas repetições rítmicas, mas atitudes de quem tem seu coração inclinada para as verdades de Deus.

O salmista diz: “em todo tempo louvarei ao Senhor”. Precisamos desenvolver em nossa vida a capacidade de cantar a Deus, de coração, espontaneamente. Cantar louvores a Deus.

c)      Dando sempre graças – (Ef 5.20). Trata-se da Gratidão constante. Isto contrasta com gente carregada de amargura e ressentimentos. A murmuração, principal pecado dos israelitas, e não teria dificuldade em pensar que também é da igreja atual, é um sintoma de incredulidade. Quem vive se queixando e lamuriando dá provas de que não está cheio do Espírito.

Certa vez o povo de Deus começou a reclamar no deserto, e Moisés se sentiu magoado pela forma desamorosa que o povo o tratava. Quando Moises levou o problema a Deus, este lhe disse: “Moisés, este povo não está reclamando contra você. A reclamação e murmuração dele é contra mim”. Muitas vezes pensamos estar reclamando da vida, das condições que estamos enfrentando, quando na verdade, deveríamos considerar que nossa murmuração e intransigência é contra Deus.

d)     Mútua sujeição – (Ef 5.21) Gente que aprende a se submeter ao outro, por causa de Cristo, que aprende a viver como discípulo, numa atitude de servo, em obediência.

Muitas pessoas gostam de citar o vs 22:  Mulheres, sejam submissas aos seus maridos”, isolando-o do vs 21. “Sujeitando-vos uns aos outros em amor”. No entanto, o texto segue na sua fluidez. Submissão das mulheres deve ser percebido num contexto de submissão mútua, de amor e respeito. Isto afetará os relacionamentos.
Logo em seguida, Paulo fala dos vários relacionamentos:
Homem com  mulher
Pais com filhos
Patrões e empregados
Empregados e patrões

Todo isto tem a ver com relacionamentos.

Conclusão:
Como ter vida espiritual vitoriosa?
O segredo não é ler mais livros. Mas submissão a Deus. Permitir que seu Espírito nos visite de forma especial e nos encha com sua graça.
Por isto a exortação bíblica continua na sua forma imperativa, plural e constante: “Enchei-vos do Espírito”.



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