"Dirigiram-se,
pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus?
Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele
foi enviado" (Jo
6.28-29).
Introdução:
A Sola Fide foi um dos principios norteadores da Reforma Religiosa do
Sec. XVI, ao lado da Sola Scriptura, Sola Christus, Sola Gratia e Sola Deo
Glori. A mensagem fundamental das Escrituras é que tudo o que graciosamente nos
acontece, provém de Deus, e nos chega pela sua obra de misericórdia e amor.
Graça é uma iniciativa livre, soberana e unilateral de Deus que se move em
direção ao pecador rebelde e desobediente. Toda esta graça é recebida nas
Escrituras pela mediação da fé. "Pela graça sois salvos mediante a
fé, e isto não vem de vós, mas de Deus" (Ef 2.8-9).
A Teologia cristã
sempre sofre o risco de contaminação. Acrescentar qualquer coisa aos principios
fundamentais da sã doutrina é o que chamamos de heresia, que essencialmente não
se trata da negação da fé, mas de acrescentar, retirar, minimizar ou
superestimar qualquer ponto da fé bíblica. O princípio da Sola Fide sempre tem sofrido seus acréscimos. Vejamos alguns deles:
1.
Fé
+ Batismo – Muitos grupos religiosos cristãos afirmam que precisamos crer em
Cristo, mas se não batizarmos não seremos salvos. Na Igreja Católica, o batismo
é chamado de ex opere operato, isto
é, “por força do ato”. Na sua essência possui um poder místico de salvação. A
justificação seria aplicada através dos sacramentos. Assim, pelo batismo, a
justificação seria infundida ao pecador.
2.
Fé
+ Caridade – É o fundamento teológico do espiritismo. Neste caso, é quase
desnecessária a fé, e pouco importa a fé em Cristo para a salvação, desde que
se faça caridade, você tem o passaporte para salvação. Este é o pressuposto
humanista de todas as grandes religiões que colocam a salvação como mérito
humano.
3.
Fé
+ Boas obras – É a base do catolicismo, por entenderem erroneamente a expressão
de Tiago 2.14-16: “Meus irmãos, qual é o
proveito, se alguem disser que tem fé, mas não tiver boas obras? Pode, acaso,
semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e
necessitados de alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: ide em
paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o
corpo, qual é o proveito disso?”. Tiago estaria divergindo do princípio do Sola Fide? Naturalmente não! Ele não
está respondendo à pergunta: “como posso ser salvo?”, e sim, “como posso saber
que minha fé é autêntica?” A fé já existe, mas ela deve ser evidenciada pela
minha vida. Mostre-me sua fé, por (através) de suas obras.
4.
Fé
+ obras espirituais – Este princípio é
subliminarmente defendido pelo ariminianismo. São obras espirituais. Afirmam
que a fé depende do homem, apesar da Bíblia ensinar que a fé é dom de Deus (Ef
2.8). Lutero combateu ainda outra atitude religiosa pregada em seus dias que
era o da prática das indulgências. A pessoa colocava dinheiro no cofre da
igreja e era perdoada por Deus. Determinadas práticas religiosas trariam perdão
de pecados.
A Reforma
religiosa,contra tudo isto afirma: Sola
Fide. Fé não é justiça nem obra meritória, nem mesmo substituto da justiça.
Entao, precisamos
corrigir determinadas distorções presentes ainda em nossos dias, mesmo nas
igrejas que historicamente se dizem Reformadas.
Se perguntarmos à
maioria dos cristãos "o que é necessário para que crescer como
cristão?" A resposta invariavelmente será que precisamos ser mais
dedicados, dar melhor testemunho, ler mais a Bíblia, orar mais – em geral, fazer
mais coisas. Neste texto Jesus é indagado sobre as mesmas coisas: "Que
faremos para realizar as obras de Deus?". Eram pessoas sinceras,
querendo agradar a Deus, e não sabiam mais o que fazer. E Jesus afirma que "A
obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado (Jo
6.28-29)". Em outras palavras, a grande obra nossa é crer em Jesus, e
aceitar aquilo que ele fez por nós naquela cruz.
Isto
não parece estranho? Não seria melhor se nos fôsse dado uma lista de coisas
para fazer e voltássemos para casa tentando fazer tais coisas? Quem sabe
algumas fórmulas de "como fazer"? Como ser cheio do Espírito Santo.
Como ser crente mais produtivo. Como ser mais fiel, etc...
Foi exatamente esta
questão que trouxeram a Jesus. Seria possível ter uma "lista de atividades
espirituais" que pudesse agradar a Deus? E Jesus certamente os frustra ao
dizer: " A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi
enviado (Jo 6.28-29).
Ora,
o que Jesus diz é absolutamente contrário ao princípio essencial de todo homem
e mulher religiosos. Instintivamente não damos uma resposta baseada na fé, pelo
contrário, procuramos fazer uma lista de coisas que são boas do ponto de vista
da religião, para agradar a Deus. Esquecemo-nos que não somos salvos pelo amor
que exercitamos, mas pelo amor que nos acolheu.
Paulo parece ter
entendido claramente isto, e este princípio era pregado pela igreja primitiva.
Leia Gálatas 3.1-5, 14. Ele faz aqui uma interessante pergunta: "recebestes
o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?" (Gl 3.2). O
nosso encontro com Deus se dá porque fazemos uma porção de coisas, ou porque
cremos naquilo que Cristo fez por nós?
Esta pergunta é
retórica, isto é, exige de nós uma resposta concordante. Nós não recebemos o
Espírito Santo porque somos cheios de nós mesmos, ou temos credenciais humanas
para tanto, ou porque fazemos muitas coisas para Deus. O Espírito nos é dado
quando nos esvaziamos de nós mesmos, e olhamos para a obra de Cristo, e
entendemos o que ele fez por nós. A partir deste momento começamos um grande
exercício espiritual, de confiar não mais nas nossas obras para salvação, mas
crer naquilo que Cristo fez por nós. E esta é a obra que Deus deseja de nós se
quisermos agradá-lo: Que creiamos em Jesus, que foi enviado para nos salvar.
O Evangelho denuncia
todo esforço humano, relativizando-o, e mostrando que para agradar a Deus é
necessário colocar a confiança em Jesus, não nos nossos esforços.
O Dr. Gerstner,
descreve a situação do homem, por natureza orgulhoso, assim: "Cristo fez
tudo quanto é necessário para a nossa salvação. Coisa alguma se posta agora no
caminho, entre o pecador e o Senhor Deus, exceto as 'boas obras' do pecador.
Coisa alguma pode impedi-lo de vir a Cristo, exceto a sua ilusão de que não
precisa dEle(...) Se ao menos os homens pudessem ser convencidos de que não tem
justiça própria (...) e que todos estão sujeitos ao pecado – então, nada
poderia obstaculizar-lhes a salvação eterna. Tudo o de que necessitam é do
senso de sua necessidade. Tudo quanto devem ter é o nada. Tudo quanto se requer
deles é que reconheçam a sua culpa. Infelizmente, porém, os pecados não sabem
separar-se de suas virtudes. Tais virtudes são todas imaginárias, mas lhe
parecem extremamente reais. Por outra parte, a graça divina lhes parece irreal.
Desprezam a autêntica graça de Deus a fim de se apegarem às suas próprias
ilusórias virtudes. Com os olhos fixos em uma miragem, negam-se a beber a
verdadeira água. E sucumbem de sede em meio ao oceano da graça divina".
Paulo pergunta: "recebestes
o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?" (Gl 3.2). Como
é que o Espírito Santo vem para nossa vida, senão quando reconhecemos nosso
pecado, nossa incapacidade e olhamos confiantemente para Jesus.
"Que faremos
para realizar as obras de Deus?" (Jo 6.28-29).
C. Spurgeon relata
que, quando era jovem em Londres, com o coração carregado de pecado, anelava
por Deus, mas tudo o que ouvia não lhe infundia segurança. Afirmou que se algum
pregador lhe dissesse que deveria levar uma surra de chicotes para ganhar o
céu, isto ele faria, se tivessem dito que deveria andar 100 kms, descalço e a
pé, isto também ele faria, contanto que soubesse que isto agradava a Deus. Um
dia, com 16 ½ anos, entra em um pequeno
templo evangélico, e um pregador leigo estava pregando. Era um culto no meio de
semana e não havia mais que oito pessoas no templo, e o pregador leu o texto: "Olhai
para mim, e sede salvos, vós, todos os termos da terra" (Is 45.22). O
leigo começou a explicar o texto da forma mais simples possível: "não é
preciso levantar a mão, e nem mexer o pé, coisa alguma precisa ser feita. Basta
olhar para o Cristo crucificado. No caso de muitos, o problema é que olham para
si mesmos. Enquanto você olhar para seu interior e suas virtudes, nunca encontrará
o segredo da salvação. Olhai para Jesus, este é o convite da Palavra".
Anos mais tarde ele disse: "naquela hora, minha alma foi invadida pela
realidade da graça de Deus. Olhei para a cruz de Cristo, onde ele foi
traspassado pelos meus pecados e o vi carregando o peso de minhas culpas sobre
si e percebi que tudo estava consumado".
A tensão de
realizar
Muitos cristãos ainda
hoje vivem sob constante peso de condenação. Quando a base de nossa atividade
cristã depende de algo que vem de nós mesmos, nossa força de vontade, nossa
determinação, nossa capacidade espiritual, então não há como escapar do senso
de culpa, pois nunca poderemos ter certeza de que fizemos o suficiente. Esta
atividade frenética leva a exaustão e ao cansaço. Se ao menos crêssemos que a "A
obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado" (Jo
6.28-29). Que Deus já nos ama, e nada que fizermos ou deixarmos de fazer vai
modificar o fato do amor de Deus por nós. A base de nossas obras deve ser nossa
gratidão, porque Deus já se agradou, em Jesus de nós, e não para tentar
convencer a Deus de se agradar de nós.
O modo operacional –
Pela fé
ou pelas obras?
Quando preparamos um
texto no computador, existe o "sistema de operação" (windows) e um
processador de texto (Microsoft Word). É impossível preparar um texto com Word,
sem que o sistema operacional que está por detrás dele esteja funcionando
adequadamente. Se o sistema não estiver lá você não pode trabalhar com o
programa. Se o sistema não for capaz de ser identificado, isto significa que
você provavelmente terá um longo dia de frustração pela frente. Se ao tentar
ligar novamente, o mesmo problema aparecer isto significa que você não
conseguirá fazer absolutamente nada. Da mesma forma podemos dizer que o
Evangelho é o nosso sistema operacional, quando nós, pela fé, lançamos mão
dele. Nós precisamos crer em Cristo, e nos arrependermos de nossa
incredulidade. Este é o nosso fundamento. Fora disto, ninguém pode fazer as
obras do pai. Nenhum conselho, lei, programa, sistema, pessoa ou teoria pode
funcionar fora disto. Por esta razão, quando as pessoas perguntaram: "Que
faremos para realizar as obras de Deus?" Jesus Respondeu-lhes: A obra de
Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado" (Jo
6.28-29). Talvez, para nossa destruição, não temos conseguido identificar a
causa porque ainda não conseguimos entender o poder do evangelho e nunca o
acionamos em nossa vida. Tentamos fazer com que nosso carro ande, mas sem
funcionar o motor do mesmo. É que nem sempre somos avisados disto! Conduzimos
carro sem motor, sem energia, e estamos cansados. Somos incrédulos, perdemos a
alegria, vivemos em fofoca e maus pensamentos diante de outras pessoas, ou
tomado por luxúria e avareza, por não cremos no Evangelho, e seu poder
operacional, que é a fé não tem funcionado em nossa vida.
Nesta hora é bom
recordar a frase de um grande puritano: "nossa luta em viver a vida cristã
não é fazer, mas crer" (John Owen). Pense nisto. Qual é o nosso grande
problema? Crer na capacitação do Espírito e confiarmos em nós mesmos. A grande
questão é Onde posso obter o poder para obedecer a Cristo. Não apenas como
obedecer, mas como encontrar poder para obedecer. Onde está aquele
poder para remover montanhas, atravessar mares, perdoar meus inimigos. A única
força capaz de vencer nosso desânimo, e nos capacitar a viver para agradar a
Deus é a fé. A fé possui um princípio ativo.
Albert Einstein
revolucionou o mundo ao afirmar que mesmo uma pequena quantidade de matéria
possui uma enorme quantidade de energia. Jesus afirmou também que, mesmo a fé
do tamanho de um grão de mostarda, poderia nos capacitar a remover uma montanha. Fé significa na mente de Jesus,
poder espiritual.
Jesus demonstra que as
coisas acontecem ou não, por causa da fé. A fé e ou a ausência dela vai
determinar se as coisas acontecem ou não em nossas vidas.
Em Mt 17 diz que não
expulsaram demônios por que não tiveram fé; Em Mt 21 ele explica a seus
discípulos que a figueira se secou rapidamente por causa da fé; Em Lc 17, Jesus
diz que não conseguiam perdoar por não terem f'é. A questão é: "Onde posso
encontrar poder para obedecer a Cristo? Onde está o poder para remover
montanhas na minha vida, ou perdoar meus inimigos? A resposta é "através
da fé!"
Fé é a mais alta forma
de nossa dependência de Deus. Fé é simplesmente um pecador olhando para Cristo.
Esta capacidade de olhar para sua obra redentora é o instrumento de nossa
mudança.
"Temos empregado
horas e horas procurando ensinar as pessoas a reunirem todos os seus recursos
humanos e se esforçarem ao máximo a fim de realizar a obra de Deus, Mas o que
estamos mobilizando é a carne. Procuramos fortalecer sua confiança no poder dos
números, dos recursos ocultos do espírito humano e nas possibilidades da força
da vontade" [1]
Nossa luta na vida
cristã não é fazer, mas crer. Qual é a critica principal que Jesus faz aos seus
discípulos?
q
"Perguntou-lhes,
então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé?" (Mt 8.26);
q
"Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem
de pequena fé, porque duvidaste?" (Mt 14.31).
q
"Percebendo-o Jesus, disse: Por que discorríeis entre
vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão?" (Mt 16.8).
q
"...Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo? E ele
lhes respondeu: Por causa da pequenez de vossa fé" (Mt 17.19-20).
Jesus dá à fé uma
força poderosíssima, e por isto critica os discípulos a sua incredulidade. Qual
é o nosso maior pecado atualmente? Normalmente enfatizamos a ira, a luxúria, a
desonestidade, nossa língua e outros comportamentos externos. Mas para Jesus, o
maior problema dos seus discípulos é que eles não criam. "Ó geração
incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?" (Mc
9.19). Doutra feita faz a seguinte pergunta: "Contudo, quando vier o
Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?" (Lc 18.8).
A fé deve ser colocada
no foco certo. "A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele
foi enviado" (Jo 6.28-29). Se quisermos agradar a Deus, temos que nos
arrepender de nossa incredulidade, e colocarmos nossa confiança plena na obra
plena e suficiente de Jesus para nossa salvação, e pedir ao Senhor, que nos dê
fé, como aquele homem orava: "Eu creio! ajuda-me na minha falta de
fé!" (Mc 9.24).
A fé é a única forma
de fazer as obras do Pai. De receber as promessas espirituais. “Abraão creu, e isto lhe foi imputado para
justiça” (Rm 4.6). O homem é justificado pela fé independentemente das
obras (Rm 3.28). A fé salvadora é sempre evidencia pelas obras, mas não
determinada pelas obras. A questão pode ser chamada de “preposicional”, isto é,
determinada pelas preposicoes. Somos salvos para
boa obras, e não pelas boas
obras.
Fé salvadora não é uma
experiencia emocional, nem mera concordância intelectual sobre alguns
pressupostos teológicos do cristianismo, mas colocar toda a confiança para
salvação em Cristo Jesus, admitir seu completo fracasso, toda insuficiência
moral e confiar na, e apenas na, obra
de Cristo para salvação. Fé são as mãos vazias de uma alma que se estende
àquele que justifica o pecador com base apenas na graça.
Graça é o meio
Fé é o instrumento –
Eu aceito, eu recebo!
A fé salvadora,
biblicamente, precisa vir só. Qualquer coisa que lhe for acrescentada a
contamina, e a torna algo diferente da fé. Um velho hino americano diz: “Numa
vida que não vivi, Numa morte que não morri, nisto repousa a minha eternidade”.
Nossa oração hoje deve
se voltar neste sentido. "Senhor aumenta-nos a fé. Dá-nos a capacidade de
crer, diante dos obstáculos que temos a enfrentar. Dá-nos esta energia que vem
da fé e o poder para que possamos continuar lhe obedecendo". Amém.
A história romana
narra a história de um rico oficial romano, cujo filho quebrava seu coração, e
um escravo chamado Marcelo, a quem admirava profundamente. Percebendo que
estava doente e idoso resolve fazer seu testamento deixando toda sua herança
para o escravo porque sabia que se deixasse nas mãos do filho, em pouco tempo
ele estaria numa situação de miséria, e se deixasse com o eficiente escravo,
ele administraria sabiamente e por ser bondoso, jamais deixaria faltar qualquer
coisa ao filho. Decidido então, chama o filho para conversar, travando um
interessante diálogo. Ao surpreso filho ele fala da sua decisão, dizendo-lhe
que, de todos seus bens, o filho teria direito a apenas uma de suas
propriedades, esta seria sua única herança. Pela lei romana, o escravo não tinha direito a nada, a menos que
recebesse alforria. Quem fosse dono de Marcelus poderia ser dono de tudo aquilo
que estava debaixo do domínio de Marcelo, e o filho, para sua surpresa afirmou:
“eu fico com Marcelo!”.
Quem
tem Jesus possui tudo (1 Co 3.21). Estar em Cristo é receber tudo que lhe
pertence, incluindo sua justiça. Isto tudo recebemos pela fé, e somente pela fé.
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