Introdução:
O
esporte sempre elegeu seus heróis e vilões. Na Copa do mundo deste ano (2018), não
foi diferente. Grandes craques se tornaram vilões, e pessoas desconhecidas e anônimas,
se tornaram heróis. Um lema de um dos canais mais apreciados do brasil, o
SportTV afirma: “somos todos campeões”, mas na verdade, nem todos são campeões.
O
esporte tem ainda outro poder: de gerar paixão. Países nórdicos, conhecidos
pelo seu fleuma como a Croácia, diante do notável posto de segundo colocado na
copa do mundo, simplesmente parou com a chegada das seleções. Lembro-me ainda
da vitória do time de Futebol americano nos EUA, que é de Boston-MA, cidade
onde morei por vários anos, quando foi campeão, eles voltaram para a cidade e
era um dia de muito frio, mas isto não impediu que 1 milhão de pessoas fossem
às ruas saudar seus heróis.
Neste
texto que lemos das Escrituras, Paulo aponta para aquilo que é a grande conquista
da vida e como obter seu prêmio.
1.
Nenhum
atleta vence sem disciplina – (1 Co 9.25) “Todo
atleta em tudo se domina”.
A
palavra discipulado é ligada a disciplina. Dr. Billy Graham afirmou: “A salvação
é de graça, mas o discipulado custa tudo o que temos”. Certo técnico analisando
a performance de seu time disse o seguinte: “ou disciplina ou decadência”.
A
disciplina pode ser voltada ao corpo, à mente, à alma. Todas ela envolvem certo
nível de envolvimento e sacrifício. “No
pain, no gain”. Paulo fala de “esmurrar o seu corpo” (1 Co 9.27), que
demonstra a necessidade de colocar nossos impulsos e desejos sob controle,
trazer o corpo sob sujeição.
2.
A
grande corrida da vida não é temporal – “Uns
para alcançar a coroa corruptível, nós a incorruptível”.
Certo
vez conversei com um jovem ascendendo em sua carreira numa multinacional em São
Paulo e ele me afirmou que nove entre seus 10 diretores eram divorciados. Então
lhe perguntei se era isto que ele queria para sua vida e ele afirmou enfaticamente
que não. Seu maior desafio era a vida espiritual.
É
disto que Paulo fala, seguindo o mesmo pensamento de Cristo; “De que vale ao
homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”
3.
Não
podemos lutar sem metas – “Luto não sem
metas, como alguém desferindo golpes no ar” (1 Co 9.26).
Uma
das cenas mais conhecidas do cinema é a de Forrest Gun correndo sem direção e
as pessoas o seguindo. De repente o número de pessoas aumenta e a imprensa começa
a ser atraída e ele se torna personagem famoso. Entretanto, ele não sabia porque
corria e nem para onde ia, e da mesma forma como iniciou sua louca marcha para o
nada, um dia, sem aviso prévio, parou de correr, frustrando milhares de pessoas
que eram seus seguidores. Gun é o paradigma de milhares de pessoas que não sabem
porque nasceram, nem para que vivem, ou para onde vão.
Imagine
um pugilista entrando num ringue e dando murros para todos os lados, enquanto o
adversário encontra-se do outro lado sem que seja possível ser alcançado por
nenhum daqueles golpes. Esta seria uma cena impensável e ridícula. Não podemos
lutar sem saber porque lutamos e onde queremos chegar.
Sêneca
declara: “Se um navio não sabe em que porto quer chegar, nenhum vento lhe é
favorável”.
Jesus
adverte seus discípulos sobre o risco de ficarem ansiosos, buscando coisas e
preocupado com o amanhã, sem considerar o reino de deus. Por isto afirma: “Buscai o reino de Deus e sua justiça, e as
demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
Paulo
declara sua grande meta: Não ser desqualificado pelo próprio deus. Por isto
declara em outro texto, que gostaria de ser encontrado, não tendo justiça própria
que procede de seus esforços religiosos e morais, mas queria ser encontrado
diante de Deus com a justiça de Cristo. (Fl 3.10).
Este
texto, nos dá alguns princípios:
A.
Defina
seu alvo – Se você não sabe para onde vai, todos os ventos lhe serão contrários.
O que você deseja alcançar? Quais são suas metas? Objetivos? Definir o alvo
potencializa recursos e tempo. Sua vida pessoal, seu lar, sua vida espiritual
faz parte dos alvos de vida que você está construindo?
B.
Faça
compromisso com excelência. Faça o melhor, dê o melhor de si. “A excelência dignifica
o homem e glorifica a Deus”, portanto faça as coisas bem feitas, com esmero e
zelo. José do Egito, se destacou por fazer todas as coisas com excelência. Não seja
medíocre e nem dê o mínimo, dê o máximo de si.
C.
Prepara-se
para alvos maiores, mas compreenda que você precisa de alvos intermediários. Não
se ascende a uma posição de destaque, sem que os processos sejam preenchidos. Por
isto, “pense globalmente, mas aja localmente”. O seu alvo pode ser o mundo, mas
você deve começar no fundo do quintal da sua casa.
D.
Considere
sua família no projeto. Ló viu as campinas do Moabe, e decidiu ir para Sodoma e
Gomorra, sem considerar o risco que traria sobre si mesmo e sobre sua família. O
resultado é que a cultura secularizada daquela cidade penetrou o coração de
suas filhas e deu no que deu, e de sua esposa, que não foi capaz de romper com
toda sua experiência e foi envenenada por isto, tornando-se uma estátua de sal.
E.
Considere
Deus– Nada do que você faz ou fará, é relevante se Deus não estiver incluído. Como
afirmou C.S.Lewis: “Tudo o que não é
eterno é eternamente inútil”. Afinal, “De
que vale ao homem ganhar a vida inteira e perder sua alma?”. Inclua Deus nos
seus negócios, ponha Deus na sua agenda. “Melhor
é o pouco havendo justiça, do que grandes rendimentos com injustiça” (Pv
16.8).
Conclusão
Paulo
afirma que seu grande temor era pregar aos outros e ser, ele mesmo,
desqualificado. A história humana não é uma corrida de cem metros rasos, mas
uma maratona, de longa duração, com barreiras, desvios, distrações, atalhos
tenebrosos e revezamentos. O tempo é o grande carrasco de todo herói, por maior
que seja seu mérito e gloria, todos serão esquecidos e desaparecerão.
O
grande prêmio é a vida eterna com Cristo. A grande conquista é a salvação. Nada
é mais precioso que isto em nossas vidas.
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