segunda-feira, 13 de agosto de 2018

GAL 1.1-6 A Exclusividade do Evangelho




Introdução:

Nada é pior que falharmos em crer no Evangelho da graça, porque não há outra alternativa ou substituto ao Evangelho (Gl 1.6-7). Os cristãos de Gálatas estavam dentro da igreja, mas estavam perdendo o Evangelho. (vs. 6) Eles estavam criando “outro evangelho”.
É assustador pensar isto, porque esta igreja havia sido fundada pelos apóstolos cerca de 20 anos atrás. Como conseguiram se desviar tanto? “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho”(Gl 1.6). As transições foram rápidas demais. Haviam se convertido há pouco tempo atrás e já estavam assumindo posições teológicas completamente opostas àquelas que lhes haviam sido ensinadas.

Vários desvios podem ser assumidos pelos que seguem o evangelho:

A.   Evangelho, menos algumas coisas – Isto acontece quando acreditamos que podemos aceitar determinadas verdades e rejeitar outras, não nos submetendo às exigências do Evangelho. “Creio ao meu modo” ou “faço do meu jeito”. Assim, suprime-se determinadas verdades para não serem incomodados, principalmente àquelas que estabelecem exigências morais, a importância da santidade e de compromisso com o reino;

B.    Evangelho, mais algumas coisas – Isto é muito comum. Paulo enfrenta este problema com esta igreja da Galácia. Alguns judeus, queriam submeter os cristãos a determinadas regras do judaísmo, como “guardar dias, meses, e tempos e anos” (Gl 4.10), e Paulo afirma que isto seria voltar, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, os tornaria escravos (Gl 4.9).
É muito comum encontrarmos acréscimos ao Evangelho

Eis alguns exemplos:
Evangelho +  o sábado;
Evangelho + ritual;
Evangelho + ascetismo;
Evangelho + um profeta.

Desta forma, perde-se o evangelho. Os cristãos da Galácia estavam perdendo o evangelho para “outro evangelho”. O “outro”, é o “anti evangelho”, já que não existe “outro evangelho”, mas apenas pessoas que tentam perturbar e perverter o evangelho (Gl 1.7).
Desta forma surge o evangelho segundo os homens, ou “o evangelho dos santos evangélicos”, como afirmou Juan Carlos Ortiz. Pessoas que tentam “reinventar a mensagem”, dar uma roupagem nova ao conteúdo, sempre alterando sua essência, já que “o novo em teologia é quase sempre a negação do velho”(Robinson Cavalcante).

O que precisamos aprender sobre o Evangelho?

Primeiro, o evangelho é simples

A mensagem de Cristo é objetiva e direta. Ele a deixou claro no inicio de sua pregação logo depois do seu batismo:  “Arrependei-vos, e crede no Evangelho” (Mc 1.15), e quando Marcos está fechando o conteúdo do evangelho que leva seu nome, ele registra a mesma enfase que sempre esteve presente no ministério de Jesus, desde o princípio: “Quem crer e for batizado, será salvo; quem não crê ja está condenado!”(Mc 16.16). Sua mensagem é simples e direta, sem mudança ou variação.

Segundo, o evangelho não tem substituto
Ele é único e pode ser comparado a um vácuo. Se você coloca alguma coisa no vácuo, ele deixa de ser vácuo. “Ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue egangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8). Qualquer abordagem além do Evangelho, conduz-nos à morte e à maldição. A palavra “anátema”, citada duas vezes, significa maldição (Gl 1.8-9). Abandonar o Evangelho é abandonar a Jesus e trazer condenação sobre si mesmo.

Infelizmente, nosso natural desejo é construir um mundo à parte das “boas novas”, e focarmos nas nossas habilidades espirituais e morais, mas a Palavra de Deus é clara: “Sabendo contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também nós temos cridos em Jesus Cristo, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl 2.16-17)
Qualquer outro caminho nos conduz à morte e nos distancia de Deus.

Terceiro, o Evangelho vem diretamente de Deus
Paulo inicia este texto dizendo: “Paulo, apóstolo, não da parte de homens nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus o Pai, que o ressuscitou dentre os mortos” (Gl 1.1). Deus inicia o processo, tudo vem dele. Isto é chamado em teologia de monergismo.  “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós, pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2 Co 3.5).
Num debate entre diversos líderes religiosos em Londres, perguntaram a C.S.Lewis qual era o diferencial do cristianismo em relação às demais religiões, e ele respondeu: A graça! Ele argumentou que muitas religiões pagãs, falam da ressurreição de seus heróis ou líderes, outras asseveram que eles tiveram um nascimento sobrenatural, algumas declaram sua divindade, mas o específico no cristianismo é o fato de que o homem não salva a si mesmo, mas é salvo por Deus. O diferencial é a graça. Tudo vem de Deus!
Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porqu eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo”.
Isto é o evangelho.

Conclusão:
Vivendo no Evangelho e na graça? (Gl 2.18-21) 
Veja como facilmente nos distraímos:

q  Toda vez que tentamos comprar o favor de Deus estamos perdendo a dimensão da graça. Toda benção chega de Deus chega até nós somente pela graça, através dos méritos de Jesus Cristo. Sempre ficamos com a impressão de que, se não fizermos todas as nossas obrigações cristãs deixaremos de receber as bênçãos de Deus. Na verdade, “nada do eu faça, ou deixe de fazer, fará com que Deus o ame mais ou menos. Ele o ama unicamente pela graça demonstrada através de Jesus”. (Howard Hendricks, professor do Dallas Theol. Seminary).

q  Toda vez que dependo do meu esforço, estou perdendo o Evangelho. Creio que para compreender como estamos em relação ao Evangelho, precisamos checar nossos princípios perguntando: “Eu entendo que Jesus morreu por mim?” (M. Lloyd Jones).

q  Outra questão importante é a seguinte: Você ainda pensa que se não tiver uma boa performance Deus não o amará?

Veja como isto é desafiador. Fui ordenado ao sagrado ministério em Janeiro de 1981, e de lá para cá estou sempre pregando a Bíblia e anunciando as boas novas, entretanto, muitas vezes percebo que somente agora estou começando a entender o que significa a graça na minha própria vida.
Lutero disse alguma coisa semelhante:
“Durante vinte anos eu tenho ensinado e acolhido a doutrina da suficiência de fé nos méritos de Cristo, pelos quais somos aceitos perante o tribunal de Deus: contudo, aquele velho e tenaz engano me assedia de tal forma que ainda descubro uma tendência de aproximar-me de Deus trazendo alguma coisa em minha mão, pela qual possa merecer a sua graça”.

Vivendo o Evangelho da Graça
A.   Toda vez que tento viver confiado em mim mesmo, estou perdendo o Evangelho -

O inimigo número 1 do Evangelho é a justiça própria, confiar em si mesmo para salvação. Vale a pena ver como o apóstolo Paulo percebe isto em Fp 3.9-10. Portanto, precisamos nos arrepender de nossa justiça própria.

B.    Toda vez que tento comprar o favor de Deus, estou me desviando do evangelho, afinal, somos salvos pelos méritos nossos ou pelos méritos de Cristo? Ao vivermos em santidade e louvor, a base deve ser sempre a gratidão e não mérito.

C.    Toda vez que dependo de meu esforço estou esquecendo de Deus – É sempre assim que acontece. Quando você realmente se desespera de você, o evangelho tem uma grande possibilidade de florescer em seu coração, então, corra sempre em direção ao Evangelho.

D.   Como você deseja se apresentar diante do tribunal de Cristo?  Com seu currículo espiritual e moral, ou com os méritos de Cristo. Paulo afirma: “Quero ser encontrado diante de Deus, não tendo justiça própria, mas a de Cristo”. Você entende o que isto significa?

Samuel Vieira. Anápolis.
Chácara da Jussara e Billy Fanstone
12.01.03

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