domingo, 11 de abril de 2021

III. Desafios da igreja na cidade: Diakonia


 



Introdução


 

A igreja pode se tornar elitista e distanciada dos pobres e nada pode ser mais anti evangélico que o descaso da igreja pelos pobres, principalmente quando consideramos a dramática realidade de um país como o nosso, onde a pobreza tem sido tão agressiva e desumano. Vemos a preocupação de Cristo em seu ministério afirmando que “aos pobres está sendo pregado o Evangelho” (Mt 11.5). Paulo, ao ser enviado como missionário, recebeu a recomendação daqueles que eram colunas da igreja pregasse o evangelho, mas que se lembrasse dos pobres, “o que também me esforcei por fazer” diz Paulo (Gl 2.10).

 

Toda igreja que se considera cristã, inserida numa realidade socialmente tão brutal como a nossa terá que expressar sensibilidade para com a questão do miserável, dos sem-terra, sem emprego, sem teto, sem estudos, etc.

 

Por que a Ação diaconal é importante?

  1. Porque o Evangelho enfatiza isto
    1. A Igreja Primitiva mudou sua forma de governo, de apostólica para diaconal, para resolver o problema dos pobres na comunidade

 

    1. Todos os obreiros deviam estar atento ao cuidado com os pobres. A recomendação foi dada pelos apóstolos e estava relacionada à missão. Gl 2.10

 

    1. A Lei do Antigo Testamento era muito zelosa quanto ao cuidado com os necessitados. Dt 15

 

  1. Porque a ação diaconal minimiza o sofrimento humano. A pobreza rouba a dignidade, e a miséria avilta o ser humano. A ação diaconal é necessária porque se identifica com o coração de Deus que é bom e gracioso com o que sofre.

 

  1. Porque a ação de serviço nos humaniza – A ação diaconal não apenas é mandamento de Deus, e minimiza o sofrimento humano, mas tem o poder de nos tornar humanos. Pessoas distanciadas da pobreza se tornam arrogantes e insensíveis, e isto não se coaduna com a ética bíblica.

 

  1. Porque glorifica a Deus – Tudo aquilo que torna o ser humano inferior e o massacra, fere o coração de Deus. Precisamos louvar a Deus através das boas obras que ele, de antemão preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10), e dentre estas boas obras, podemos pensar no socorro ao necessitado e aflito. Deus é glorificado quando o seu povo defende a causa do órfão e da viúva.

 

No trabalho de evangelização Jesus colocava como tarefas inseparáveis a proclamação e a humanização. Pregação era sempre algo acompanhado de suas obras e sinais:

 

a.     Sua mensagem relacionava pregação e libertação -  (Mt 4.23,24; Lc  4.18,19)

 

b.     Sua orientação aos doze foi voltada para "pregação e cura"-  (Mt 10.7,8)

 

c.     Na orientação aos setenta deu dupla tarefa: "curai e anunciai" -  (Lc 10.9).

 

Podemos afirmar que Jesus evangelizava humanizando e humanizava evangelizando.

J. Dias de Araújo aponta para quatro distorções históricas no discurso da Igreja:

 

a. Pregar aos indivíduos- ênfase à salvação de almas (distorção herética);

 

b. Pregar a sociedade - ênfase no Evangelho social (distorção herética);

 

c. Pregar primeiro, e se der tempo, humanizar;

 

d. Humanizar primeiro, e se der tempo, pregar.

 

Um dos desvios teológicos mais graves é o que reduz o homem a um ser incorpóreo. Fala-se muito em "salvação de alma" como se o ser humano pudesse ser secionado, dividido ao meio. Jesus não salvava almas, sua mensagem era para o homem todo e todo o homem.  Até bem pouco tempo, a mensagem cristã estava muito voltada para a questão do destino final do homem, sobre como se preparar para o morrer, mas hoje também se pergunta muito sobre o viver. A nossa hermenêutica tem que buscar resposta para o mundo atual, ou a Igreja corre o risco de ficar refletindo sobre a vida futura, mas sem nenhuma relevância para os tempos atuais.

 

Stott afirma que "pessoas rejeitam o cristianismo não porque o consideram falso, mas porque não é relevante para eles".[1] Schaeffer afirma algo similar ao comentar: "Temos sido absolutamente tolos ao nos concentrar apenas em pedaços e partes, e declaramos nosso fracasso completo em enfrentar a visão total do mundo que está arraigada numa visão falsa da realidade"[2]

 

O Evangélico brasileiro possui uma história de passividade, fundamentado numa teologia pietista e na escatologia pré milenista, desembocando numa atitude ética de escapismo histórico. A Igreja, que com seu ardor missionário, sem perceber, perdeu a dimensão da historicidade do Evangelho. Deus quer preparar-nos para viver e não apenas para morrer. A história mostra a Igreja protestante tomando posições históricas e políticas, muitas vezes sob forte pressão.

 

A perda do conceito mais abrangente do Evangelho, traz atitudes éticas tremendas, mas uma das suas conseqüências mais visíveis num primeiro momento é a perda da cr'tica histórica. Conceitos como pecado, Deus e homem, tornaram-se muito estreitos e restritivos. Pecado era visto apenas como uma expressão individual, nunca de forma coletiva;  Perdeu-se a capacidade de perceber a história carregada de ações demoníacas nas suas manifestações temporais.

 

A Igreja tornou-se ingênua, acreditando que questões como o subdesenvolvimento, a miséria, as favelas não eram temas "espirituais". Não houve percepção de que coisas como estas clamam até os céus. O Congresso de Lausanne, fez uma tentativa profunda de restaurar este elemento perdido:

 

"É alarmante o fato de que cerca de 800 milhões de pessoas,

ou seja, 1/5 da raça humana são desamparadas e não tem as condições

básicas para sobreviver, e que milhares de;as morrem de fome

todos os dias...condenadas a levar uma existência miserável, sem

oportunidade de emprego e educação" [3]

 

Ainda hoje, a Igreja continua a sustentar afirmações a-críticas como: "A pobreza é da vontade de Deus", cita textos que defendem a dor e alienação de milhares de brasileiros como: "Os pobres sempre tendes convosco", sem analisar o contexto e sequer sua inteireza (Dt 15.11) e seu contexto imediato que diz: "Para que não haja pobres no meio de ti". Dt 15.4. Pobreza nunca fez parte do projeto de Deus para a humanidade.

 

Gardner demonstra com muita propriedade, que a responsabilidade do homem por todas as áreas de sua vida pessoal e social está implícita no monoteísmo hebraico-cristão. Deus é um Deus justo que exige justiça de seus seguidores.[4]

 

A igreja precisa ter um olhar de misericórdia para a cidade. Dar sinais da graça e da misericórdia entre os que sofrem. Ver-se como uma agência de misericórdia para os grupos vulneráveis. A igreja precisa produzir frutos de misericórdia, e como consequência, observar aqueles que precisam ser assistidos dentro da comunidade, bem como a comunidade como um todo. Na verdade podemos e devemos plantar ministérios de misericórdia e diakonia através e dos vários projetos da igreja, organizando e motivando grupos missionários, criando programas criativos e ousados para socorrer os que padecem, tendo um olhar de compaixão para a cidade.

 

Uma das principais razões porque as igrejas não desenvolvem ministérios efetivos de diakonia hoje em dia é o individualismo. Nós precisamos ver as dimensões sociais do evangelho e desenvolver ministérios de socorro, transformações sociais e justiça em nossa comunidade e através do mundo. Precisamos expandir a missão. Para construir e manter um projeto social, precisamos aprender a planejar e a coordenar com a ajuda de profissionais. Infelizmente a igreja tem muito material humano disponível para o trabalho, mas utiliza pouco da criatividade e preparo de seus membros em áreas sociais.

 

As cidades possuem graves e sérios desafios sociais. Existe carência de afetos, de comida, de valores. Uma igreja estabelecida na cidade precisa considerar seriamente qual a implicação de ser sal e luz para uma realidade tão dolorida e desafiadora quanto esta.

 

Uma das coisas que me tem desafiado é a necessidade de termos uma metodologia e uma sociologia mais elaborada como sugere Ray Bakke. Quando olha para a ação diaconal da igreja percebo que nem os pastores, nem a comunidade como um todo, possui uma visão clara e eficaz quanto aos métodos. Basta observar que na maioria das vezes nossas ações são assistencialistas. Procuramos socorrer imediatamente as necessidades emergenciais que surgem. Não temos estratégia nem um plano elaborado que leve em conta os maiores desafios que a questão da urbanização exige de nós. Então, quando alguém precisa de uma cesta básica, de uma passagem, de um remédio, a igreja assiste e socorre, mas não há uma estratégia mais ampla e profunda.

 

Pensando nisto, elabora o que entendo ser Os Grandes Desafios diaconais para o Século XXI - Buscando uma metodologia para um mundo em transformação:

 

  1. Desafio do ser sobre o fazer
    1. Presbíteros: Quando Paulo escreve aos líderes da igreja em 1 Tm 3, ele fala de 16 características sobre o ser  e apenas duas sobre o fazer: (Apto para ensinar e hospitaleiro. Alguns ainda acham que a educação dos filhos deve ser encaixado também nas ações que se espera do presbítero).

 

    1. Diáconos: No caso dos diáconos, a Bíblia fala de 12 ações sobre o ser e apenas uma sobre o fazer.

 

    1. Isto demonstra que Deus está mais interessado em quem somos do que no que fazemos. Para Deus não interessa muito o que você faz, mas porque e como você faz. Conta o caráter e não apenas a ação. É a vitória do ser sobre o fazer.

 

  1. Desafio da ênfase meramente institucional para um olhar mais amplo para a sociedade, desenvolvendo uma visão mais ampla de serviço.
    1. Não apenas ser para a igreja, mas ser para o mundo. Quando colocamos juntos os textos bíblicos sobre o cuidado diaconal da igreja, parece que há claramente uma hierarquia.

                                               i.     Cuidado com sua casa – “Se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé”(1 Tm 5.18). Discípulos de Cristo devem cuidar de sua casa. Isto inclui atenção aos pais idosos, aos filhos e aos irmãos de sangue.

 

                                             ii.     Cuidado com os domésticos da fé Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.” (Gl 6.10). A proteção e cuidado com os membros da igreja deve ocupar a agenda da igreja. É importante que nenhum membro da comunidade passe necessidades ou não tenha aquilo que é essencial para sua sobrevivência.

 

                                            iii.     Cuidado com todos, incluindo os de fora da igreja (Gl 2.10; 6.10). A ordem dada no primeiro versículo de cuidar dos pobres, não se limita à igreja, mas a todos. Onde houver aflição, pessoas em processo de vulnerabilidade, precisando de cuidado e proteção, a igreja deve sempre que possível participar. Portanto, não apenas aos domésticos da fé, mas a sociedade. Não apenas aos departamentos da igreja, mas à cidade.

 

Das atribuições dos diáconos:

A Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil, coloca, entre outras atribuições, as seguintes tarefas:

    1. arrecadação de ofertas para fins piedosos

 

    1. cuidado dos pobres, doentes e inválidos

 

    1. manutenção da ordem do culto

 

    1. exercer fiscalização para boa ordem na casa de Deus e suas dependências. 

 

  1. Desafio do assistencialismo ao empoderamento

 

O grande desafio quando lidamos com as classes sociais menos favorecidas é o fato de que a estrutura social tende a retirar dos pobres, a capacidade de serem agentes da história, pessoas que participam da construção social e não meramente pessoas que precisam socorro, como se fossem incapacitados.

 

O problema do assistencialismo é que ele gera nas pessoas uma relação de dependência, como se não fossem capazes de produzir e ter sua própria independência. Luiz Gonzaga, conhecido músico nordestino, percebeu isto de forma clara ao declarar poeticamente: “Uma esmola a um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.

 

É certo que não devemos dar o peixe, mas ensinar a pescar. Mas esta frase em si é também perigosa. Muitas vezes a pessoa não tem condições de pescar, porque está doente, ou subnutrida, ou porque não tem as ferramentas certas: Não tem anzol nem linha, não sabe arremessar o anzol, não tem barco para pescar e não tem acesso ao rio. Nestes casos, não basta ensinar a pescar, é preciso dar acesso a esta pessoa a este lugar no qual ela será capaz de pegar o peixe.

 

Por outro lado, a atitude equivocada de dar aos pobres, mantendo-os na condição de dependência, pode evidenciar uma estratégia de manter as pessoas sempre na condição de incapacidade. Estudos tem sido feitos sobre este assunto e a grande pergunta que temos que levantar é como podemos empoderar a classe social desprivilegiada, e não apenas como manter a condição de mendicância e dependência. Este é um grande desafio teológico e eclesial.

 

  1. Desafio do específico para o abrangente

 

O último desafio que percebo para a ação diaconal mais efetiva na cidade é de ampliar a visão diaconal para além das tarefas comezinhas e ordinárias que os diáconos eventualmente cumprem. A atividade diaconal na igreja é fundamental para o bom funcionamento do culto, para o cuidado assistencial com as pessoas, para manter a ordem e os programas comunitárias, mas gostaria de convidar os diáconos a repensarem sua agenda, com uma visão mais ampla da sua vocação. Este é o desafio missionária que se requer da igreja.

 

É fácil perceber como os diáconos do Novo Testamento foram sensíveis a esta questão. Em Atos 6, foi instituída a primeira Junta Diaconal da igreja de Cristo. num processo de eleição e ordenação. Sete homens, todos gregos, já que a reclamação da comunidade era que as viúvas helenistas estavam sendo discriminadas. Para acabar com a suspeição e evitar o atrito, elegeram apenas homens que não eram judeus. Todos eles eram gentios.

 

Qual era a função? Cuidar das mesas. Garantir que ninguém seria excluído da distribuição do pão e todas as pessoas teriam sustento. Mas quando a igreja é dispersa em Atos 8, todos são dispersos, exceto os apóstolos, e Filipe vai para a Samaria. Ele era diácono, mas se observarmos bem notaremos que sua função neste novo contexto não foi diaconal, mas ele se tornou um evangelista. Vemos Filipe exercendo funções que não eram de sua responsabilidade em Jerusalém. A situação mudou, o contexto mudou – e a abordagem de Filipe também mudou.

 

Isto me leva a considerar que os diáconos precisam entender sua função estrita de forma clara. Cuidar dos grupos vulneráveis que circundam a dinâmica da igreja. Mas precisam também perceber seu trabalho não pode se restringir a esta função. Havendo necessidade, precisarão ampliar a compreensão de seus dons e se tornarem disponíveis para o reino de Deus em outras áreas. Desta forma saem do específico, ou restrito (cuidar das mesas), e constroem uma visão mais abrangente de seu chamado (se há necessidade de evangelismo, estarão ai presentes).

 

Há muita dor na cidade, muitas necessidades, muita exploração, violência, desamparo, solidão, dor, carência de habitação, saúde, educação, comida. A ação diaconal da igreja torna-se um canal maravilhoso de Deus para a sociedade. As boas obras são fundamentais para a cidade. Jesus ensinou que boas obras são transformam-se num poderoso testemunho do evangelho aos incrédulos. “Assim brilhe também a vossa luz, para que vendo as vossas boas obras, glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. (Mt 5.16) As boas obras levam os homens a glorificarem a Deus. O cuidado com os necessitados é uma das formas de expressarmos o amor de Deus ao mundo. A igreja é o corpo de Cristo: suas mãos, pés, braços, que devem ser estendidos para alcançar as pessoas.

 

E como o mundo está atento a obra da igreja. Como o mundo olha a igreja. No inicio do curso de Missões Urbanas, uma das perguntas introdutórias que faço é: “como a cidade vê a igreja?” Igrejas zelosas de boas obras, amorosas, acolhedoras e generosas, certamente serão respeitadas pelo mundo.

 

Linthicum relata uma comovente experiência que teve no seu pastorado em Chicago, entre 1969-1975.

“Havia um homem por volta dos quarenta anos que era mentalmente retardado. Jack não era brilhante, mas ele era sincero e diligente. O compromisso de Jack com Cristo sempre me impressionava. Ele não podia entender muito acerca do evangelho, mas o que lhe faltava em compreensão sobrava em diligência.

Todo domingo, quando jack saia do culto, ele e eu passavamospelomesmoritual. Como pastor da igreja, eu estava à porta saudando as essoas. Uando jack se aproximava, ele sempre dizia que não podeira ficar para nossa hora de confraternização. Eu lhe pedia que ficasse, mas sua resposta era sempre a mesma. “não posso querido” (ele chamava a todos de “querido”). “tenho que fazer minhas entregas”.

Essas entregas eram o meio de vida de Jack. Sete dias por semana, cinquentas e duas semanas por ano, jack fazia entrega de remédios e outros artigos para uma farmácia local. Com bom ou mau tempo, com muito trafego ou pouco, pela manha e à noite, Jack podia ser visto pedalando sua bicicleta varagorsa, mas fielmente, fazendo suas entregas. Numa comunidade com a taxa de criminalidade elevando-se, somente Jack tinha acesso à maioria dos prédios de apartamento. Numa vizinhança onde as pessos temiam desesperadamente umas às outras, somente jack eram bem-vindo em cada lar.

Em 1983, oito anos apos eu deixar a  igreja de chicago, e ter ido pastorear em Detroit, recebi uma carta de minha mãe, que ainda morava la. De dentro dela caiu um recorte de jornal. Apanhei-o e comecei a ler. Para minha surpresa era um artigo sobre Jack. Eu não estava preparado para a noticia. Deixe-me compartilhar parte do artigo com você.

 

...

Toda a vez que eu me sentia doente e desanimada”, disse a senhora Vera Wombwell, “Jack trazia o remédio e eu me sentia animada. Ele era um homenzinho maravilhoso. Ele vinha apanhar minha receita e ia à farmácia, na sua bicicleta, e me trazia os remédios mesmo em noites frias e chuvosas.

Ele dizia: “querida, como se sente agora? Você já parece melhor”. Então ele dava meia volta e dizia que já precisava ir. Ele precisava fazer seu trabalho.

Jack era um bom rapaz”, dizia minha mãe, chorando sem seu apartamento. Ele amava seu trabalho. Significava muito para ele. Ele gostava de andar de bicicleta e de estar na rua.

... ele nunca ficou doente e nunca reclamou do frio. Ele andava pelas ruas geladas, no tráfego pesado e em tempestades e nunca se machucou. Por que isto aconteceu agora? Num dia de sol, numa rua sem tráfego?

Talvez o motorista do carro que saiu em alta velocidade da ruela não tivesse visto Jack, vagarosamente pedalando sua bicicleta de entregas. Talvez o motorista não se importasse, porque quando o carro atingiu Jack, e ele caiu na rua, quebrando a sua clavícula e rachando a cabeça, o carro não parou.

O motorista do carro fugiu, deixando Jack caído próximo à sua bicicleta, machucado e confuso. Quando foi levado ao hospital, disse apenas que sua cabeça doía.

Antes do final do dia, Jack entrou em coma e assim permaneceu durante cinco dias. Na segunda feira Jack morreu.

“E todos, ao longo da rua estão falando sore Jack” disse Vera Wombwell. “A seu jeito, Jack fez mais pelas pessoas deste lugar do que qualquer autoridade, ou pregador, ou assistente social.

Você não tem que ser rico, famoso, bonito ou inteligente para que as pessoas se lembrem de você” disse a Sra. Wombwell. “Você pode ser manso, honesto e bom. Você pode ser apenas um simples homenzinho. Do mesmo modo que Jack!”[5]

 

 

 

 

 



[1]. STOTT, John R. W. , The contemporary christian,  Illinois,   Intervasity Press, 1992, pg. 17

[2]. SCHAEFFER., Francis A. Manifesto cristão,  Brasília, ed.Refúgio, 1a. ed. 1985, pg. 121.

[3]. Evangelização e responsabilidade social, série Lausanne,  SPaulo, ABU,  1a. ed. 1983, pg. 15.

[4]. GARDNER., E.C. Fé Bíblica e ética social, Aste, SP, 1965, pg. 445.

[5] . Linthicum, Robert – Cidade de Deus & Cidade de Satanás. Belo Horizonte, Ed. Missão Vida, 1977, pg 189-191


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