segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sl 91 A Fonte da Segurança

Introdução: 

O Sl 91 é usado muitas vezes pelo povo brasileiro como um fetiche de proteção. Já vi a bíblia aberta neste texto tanto em salas de mansões como em casas simples do interior do país, tanto em choupanas como em palácios, para atrair bons fluidos e espantar maus olhados... Certamente este não é o uso correto da Bíblia.

A Bíblia não é um amuleto que nos livra de maus espíritos e mentalidade supersticiosa. O valor da Bíblia não está na sua roupagem, mas no seu conteúdo e mensagem. Ouvi alguém dizendo assim: "O homem, por mais culto que seja, se não ler a Bíblia, não é sábio Quem guarda o que ela recomenda torna-se santo O que crê no Deus vivo que ela anuncia, é salvo".

Este texto nos fala de perigos que rondam a nossa vida. Vivemos com ameaças por todos os lados, felizmente não ficamos concentrados nos riscos, senão não viveríamos. Pessoas obcecadas por bactérias, ou espírito malignos, ou olho gordo, ou medo de acidente e doenças, certamente não consegue viver em paz.

Riobaldo, personagem do clássico “Grande Sertões, Veredas” de Guimarães Rosa afirma: "Viver é perigoso".

Este texto nos fala da quantidade de perigos que nos rondam:

1. Perigos de natureza física -
a. Enfermidades: Peste perniciosa - Febre amarela, bactérias. Nesta semana oramos por duas pessoas que enfermas e hospitalizadas cujas enfermidades nunca me haviam sido mencionadas anteriormente.

b. Forças do Destino - Na verdade não gosto muito da palavra "destino", porque ela sugere casualidade e paganismo, e aponta para algo cego e impessoal, e a Bíblia não me autoriza a falar da vida desta forma, mas o salmista fala de "pragas" e da "seta que se propaga nas trevas". Vs 5 realidades que parecem fortuitas e acidentais.

3. Fatores Psicológicos – O salmista também faz menção a "terrores noturnos". Isto aponta para distúrbios da alma, diretamente relacionados a fatores de ordem emocional, causados por enfermidades psiquiátricas e ações malignas e que nos atingem frontalmente, e nem sequer sabemos muito bem sua a etiologia é puramente neurológica ou se existe um componente maligno entre elas, e é difícil discernir estas coisas.

4. Componentes Sociais – O texto parece fazer menção de elementos humanos que interagem e nos atingem. O vs, 7 parece fazer menção a guerras. Quantas falências e tragédias atingem sociais inteiras, através de conflitos tribais, guerras entre países, luta pelo poder. Surge um louco com disposição para dominar e gerações inteiras são atingidas, sem que qualquer reação possa ser elaborada.

5. Elementos espirituais – Todo Salmo 91 parece trazer esta idéia de forças espirituais interagindo. O diabo, com todas suas hostes, atinge frontalmente o ser humano, famílias são atingidas e sofrem. É o laço do passarinheiro (Sl 91.10,13), são as ciladas do diabo, que envolvem pessoas desprotegidas espiritualmente. No entanto, apesar de todas estas questões que fazem a nossa vida parecer tão perigosa e assustadora, o Salmista não começa este salmo falando destes riscos, mas da segurança que temos em Deus.

Entretanto, o texto condiciona a segurança humana a alguns elementos:

 A. Viver à sombra do Onipotente – Sl 91.1,9 – Esta é a primeira condicional que encontramos. “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente, diz ao Senhor: Meu refugio e meu baluarte”. (Sl 91.1,2). Não são todos que podem descansar, mas apenas aqueles que habitam no esconderijo de Deus e descansam à sombra do Onipotente. Esta foi a proteção dada por Deus ao povo no deserto. Coluna de fogo à noite, para iluminar e aquecer, e nuvem durante o dia, para protegê-los do sol escaldante. Você está vivendo debaixo desta sombra? Onde você procura abrigar-se nos dias maus? Para onde você corre?

B. Usar a verdade de Deus como escudo – Sl 91.4 – Este versículo faz uma declaração lindíssima da proteção de Deus: “Cobrir-te-á com suas penas, e sob suas asas, estarás seguro, a sua verdade é pavês e escudo”. Escudo era uma arma essencial nas batalhas, para proteger o guerreiro contra as flechas que eram lançadas e na luta corpo a corpo para defender-se da espada. Pavês é uma forma de escudo, com características um pouco diferentes, já que era grande e oblongo, geralmente de formato ovalado, utilizado por combatentes . O texto nos afirma que a verdade de Deus é nosso escudo. Jesus deixou claro ao afirmar: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”(Jo 8.31,32).

C. Intimidade com Deus - Vários termos deste salmo falam que somos protegidos por estarmos em intimidade com Deus. O vs 14,15 nos fala disto: “Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei, pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei” (Sl 91.14, 15). 

O nosso grande problema tem sido o fato de que queremos as bênçãos de Deus, mas não queremos o Deus da benção. Queremos riqueza espiritual, sem vida com Deus. Queremos livramento, mas não estamos debaixo de sua sombra.

O Salmista fala que aqueles que experimentam o livramento de Deus são os que possuem intimidade. “Meu Deus”(vs 2). Trata-se de algo intimo e pessoal. Sua confiança está posta em Deus, e sua segurança está em Deus.

Conclusão:

A Bíblia está sempre mostrando as ameaças que temos a enfrentar, e diariamente temos que lidar com elas. Entretanto, nada é mais poderoso para nos livrar que o sangue do Cordeiro de Cristo.

Aprendemos isto em Ex 12, quando os portais das casas onde as pessoas estavam, foram marcadas pelo sangue do cordeiro, que prefigurava o Cordeiro de Deus que morreria na cruz em nosso lugar..

Quando os discípulos são enviados de dois em dois, para a missão de evangelizar, ao retornarem Jesus lhes garantiu que o poder do maligno não lhes causaria dano, e que nada, absolutamente nada, poderia lhes atingir. (Lc 10.19)

A Bíblia afirma que o Senhor é fiel, ele nos livrará e guardará do maligno (2 Ts 3.3)
A Bíblia afirma que “Aquele que é nascido de Deus, Deus o guarda, e o maligno não lhe toca”

Portanto, nada a temer, pois “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente, diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte. Deus meu, em quem confio”. (Sl 91.1,2).

Esta é a fonte da segurança que temos: A presença do próprio Deus.

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