terça-feira, 3 de abril de 2012
Mc 9.14-29 ELES NÃO PUDERAM…
Introducao:
Dr. Francis Schaeffer, no último livro que escreveu "The evangelical diseaster" faz uma análise pessimista da Igreja. Para ele, a não ser que haja uma nova mentalidade que impulsione a um compromisso radical com o Evangelho, o cristianismo tornar-se-á obsoleto e sem sentido.
O Texto que ora lemos, é um texto também pessimista. Vemos uma igreja perplexa e desorientada já no primeiro século. Com poder, mas paradoxalmente, vivendo uma realidade de fracasso. O que levou igreja a esta incapacidade. Receberam poder, mas onde está este poder ? Onde está a autoridade do povo de Deus? O que levou esta igreja ao fracasso? Quais são as realidades deste texto que apontam para o fracasso da igreja?
1. Uma Igreja que vive discutindo idéias, mas que não consegue demonstrar poder (v.14,16) Estes versículos nos mostram a Igreja discutindo com os escribas. E uma comunidade que vive acusando e defendendo-se, tratando de forma secundária questões essenciais. Uma Igreja que vive em torno de concílios que não conciliam nada, com comissões que não objetivam nada, sem uma perspectiva certa do que deseja e onde quer chegar. Despendendo tempo e energia em questões que são absolutamente tolas ou desnecessárias.
Uma Igreja sem poder vive em torno da retórica. Jamais supera o discurso. E o que vemos nestes discípulos. Discutindo sem dar respostas. Vive-se o dilema dos "pontagrossistas" e os "pontafinistas" nas viagens de Gulliver, que viviam em guerra em torno da discussão quanto a maneira de se quebrar os ovos.
2. Uma Igreja impotente deixa triste o coração de Deus -(vs. 19)"Até quando vos sofrerei?" Esta pergunta de Jesus é dura e inquietante. Jesus está afirmando que esta dificuldade de exercer o poder e confiar no poder e na autoridade do seu nome, o entristece.
3. A Igreja se torna impotente por causa da sua incredulidade – (v. 9:19) Na carta aos hebreus somos advertidos em relação à incredulidade: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo”. (Hb.3:12). O que nos surpreende neste texto é que a exortação é feita para a igreja. “Oh geração incrédula”. A Igreja pode se tornar incrédula, sem perceber. O que levou estas igrejas da Nova Inglaterra nos Estados Unidos a se tornarem em túmulos senão o fato de que a palavra de Deus foi cada vez mais sendo esquecida?
4. Uma igreja impotente gera dúvidas com relação ao poder de Deus – “Se podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos” (Vs 22). Neste caso, torna-se claro que o homem começa a questionar a possibilidade de Deus intervir. Ele entrou numa crise de fé, porque sua fé foi frustrada. "Se podes, ajuda-nos". vs. 22 A incapacidade da igreja gera dúvidas sobre Deus. A crise na Igreja não é externa, é interna. O maior problema da igreja não é o ataque de Satanás, mas sua incapacidade de crer. O maior problema da igreja é a falta de fé no poder de Deus.
Uma igreja sem autoridade gera dúvidas no coração do povo se deve crer ou não : "Eu creio Senhor, ajuda-me na minha falta de fé". (9:23). Este é um homem que crê, sem saber se deve ou não crer. Este homem vive a dialética de crer sem crer. De querer crer, mas enfrentar algumas dificuldades práticas para que tal fé se autentique.
5. A Igreja impotente, não consegue quebrar as castas espirituais –(vs. 18) Vivemos num mundo no qual as forças das trevas operam de forma profunda. Neste texto, Jesus fala de uma casta específica: "esta casta"-(vs.18). As castas tem manifestações diferentes na história e na geografia. Uma realidade opressora para um povo, pode não ser a forma de ação noutra região. Por exemplo: A força Vudú e forte no Haiti (Um dos países mais pobres do mundo). Nos Estados Unidos, a ação maligna se dá noutra direção: Consumismo e secularismo., satanismo, New-Age, todas sao demoníacas. Por isto, a igreja deve estar atenta para quebrar tais ações históricas:
Como Jesus lida quando sua igreja encontra-se impotente?
i. Jesus demonstra que para exercer autoridade espiritual precisamos de comunhão com o Pai. Onde estava Jesus antes deste confronto? No monte! Buscando sabedoria e poder do alto. Onde estavam o discípulos? Discutindo e usando todo seu poder de argumentação e apologética no debate teológico. Aqui surge uma regra simples: Antes de enfrentar o diabo, precisamos encarar e estar com Deus.O seu poder está disponível. Tudo é possível ao que crê!” (v.23).
Rev. José João relatou a experiência que ele teve com um babalorixá, dentro de um restaurante em Manaus. Quando ele entendeu que havia uma força espiritual sobre a vida daquele homem e repreendeu, o homem ironizou. As palavras de Jesus vieram á sua mente: “Esta casta não pode sair senão por meio de oração e Jejum”. Convocou sua igreja para orar com ele, e obtiveram vitória sobre o maligno.
ii. Jesus não deixou Satanás dar show – Isto está muito claro em Mc 9.25: “Vendo que a multidão concorria” (Mc 9.25). Existem pessoas que amam o bizarro, o mágico, o excêntrico e a tragédia. Jesus confronta o diabo e não ficou fazendo entrevista com ele. Não temos que fazer teologia ouvindo espíritos de demônios e a seres do engano.
iii. Jesus usa esta trágica experiência de fracasso, para ensinar seus discípulos –
a. O mal não se vence com discussões
b. O mal não se vence com shows e pirotecnia do diabo
c. O mal se vence com confrontação
d. O mal se vence, acima de tudo, com profundo relacionamento com Deus.
Qualquer cristão, por mais fraco que se considere, pode enfrentar ações demoníacas em nome de Jesus, porque o Espírito de Deus habita em sua vida.
Aplicações e conclusão:
A. Não tenha medo do maligno – Tema a Deus!
Existem vários textos bíblicos que nos ajudam a ficar firme diante de oposição maligna:
“Aquele que habita, no esconderijo do Altíssimo... Diz ao Senhor, meu refugio!” (Sl 91.1,2);
“Aquele que é nascido de Deus, Deus o guarda, e o maligno não lhe toca!” (1 Jo 5.18)
“Eis ai, vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano” (Lc 10.19);
“Todavia, o Senhor é fiel, ele vos confirmará e vos guardará do maligno” (2 Ts 3.3).
B. Não fuja do diabo, mas confronte –
Confronte com oração e jejum (vs. 29) - A igreja precisa desenvolver uma vida devocional profunda. Somos uma igreja que ora pouco, gasta pouco tempo com Deus. Onde jejum é uma terminologia proibida. Os místicos não cristãos gastam mais tempo em reflexão do que cristãos em vida de oração.
Confronte com a autoridade que há no nome de Jesus. O poder é dEle, não nosso!
o Resisti-lhe firmes na fé.
o Resisti ao diabo e ele fugirá de vós. (1 Pe 5.9).
C. Nunca esqueca que o sangue do Cordeiro salpicou suas vestes – Você tem a cobertura do Cordeiro sobre sua vida.
“Contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel” (Nm 23.23)
“Aquele que é nascido de Deus, Deus o guarda, e o maligno não lhe toca” (1 Jo 5.8).
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