Um dos maiores obstáculos
para o avanço missionário da Igreja de Cristo são as portas fechadas, barreiras
históricas, políticas e culturais que o povo de Deus, ao obedecer ao mandato de
evangelizar e fazer discípulos de todas as nações encontra pela frente. Missionários
no mundo inteiro tem encontrado oposição quando tentam fazer a obra de Deus
avançar. Plantadores de igrejas passam por enormes pressões para estabelecer a
obra do Senhor. Missionários passam por profundas depressões e muitas vezes
sérios problemas familiares surgem durante a realização da obra. Quando
Simonton, o primeiro missionário presbiteriano chegou ao Brasil em 12 de Agosto
de 1859, saindo de Pitisburgh, PA além de encontrar enormes barreiras com a
língua e a cultura, viu sua esposa e sua filha morrerem em menos de 5 anos, e
ele mesmo morreu após 8 anos no Brasil.
Quais são as fontes dos
obstáculos que costumeiramente encontramos na expansão do Evangelho?
Uma das primeiras barreiras
que o evangelho encontra é a própria barreira cultural e espiritual do povo à
mensagem. Muitas portas são fechadas
pela ação dos homens.
Encontramos vários exemplos
na Bíblia: Um dos exemplos clássicos é a tentativa de implantação de uma Igreja
em Icônio. At 14.1-7 Nesta cidade, os apóstolos não puderam continuar a obra e tiveram que se
deslocar para as cidades de Derbe Listra e Licaônia por causa do forte sistema
estrutural com que se depararam. As pessoas se mostraram abertas ao Evangelho,
mas a oposição leva-os a não se estabelecer naquele lugar. Os judeus e as
autoridades fecharam as portas para que a igreja fosse firmada ali naquela
cidade. Poderes políticos e religiosos se associaram, a cidade se dividiu e
para preservar a vida tiveram que se deslocar para as cidades vizinhas.
O livro de Atos está repleto
de relatos que demonstram a oposição humana ao Evangelho. Os missionários
(apóstolos) são fustigados, açoitados e espoliados em quase todas narrativas. Assim
como aconteceu no mundo antigo, tem sido nos dias atuais. O Evangelho continua
sendo rejeitado nos nossos dias. A cruz, com sua mensagem de salvação tem sido
hostilizada mesmo em países considerados cristãos. Apesar desta humana objeção
ao evangelho da graça, assim como em Icônio veio a crer grande multidão, ainda
hoje muitos tem aceitado a velha e grande mensagem de salvação. Evangelização
encontra muita resistência espiritual, e a Igreja precisa orar de forma mais
objetiva pelo avanço do Evangelho.
A Igreja sempre encontra
oposição, e portas continuam fechadas
pela oposição do diabo. A obra missionária da Igreja é fechada por
atitudes satânicas. Na carta a Tessalônica, Paulo afirma “Satanás nos barrou o caminho”. 1 Ts 2.18 O Livro de Apocalipse nos revela que muitos fenômenos
políticos e históricos, aparentemente humanos, são realizados por poderes
malignos. Ap17.12, 13 Neste texto vemos de forma clara que existe um
movimento de interação entre estruturas humanas históricas e ações demoníacas. Os
10 reis recebem autoridade da besta, ou seja, tronos que são conquistadas por
atos demoníacos, e que são colocados em tais postos estratégicos pelo diabo,
para promoverem o avanço do império das trevas e se oporem ao evangelho. Por
esta razão, em contrapartida, estes reis querem usar todos artifícios políticos
para “oferecer à besta, o poder e a
autoridade que possuem”. Ou seja, seus atos políticos são elaborados com o
objetivo de se opor à obra de Deus no mundo e fazer avançar os domínios e o
campo das ações malignas.
Em outros lugares, porém, o
Espírito escancara as portas, O Evangelho cresce e se multiplica com
naturalidade. Neste texto, ao enviar esta carta à igreja de Filadélfia, o
Senhor da igreja, Jesus, afirma que
“tinha posto diante da Igreja uma porta aberta, que ninguém poderia fechar”.
3.7.
O que significam estas “portas abertas?”.
Por que as portas estão abertas num determinado lugar e fechadas em
outras? Por que um determinado campo é mais abundante que outros? Por que
Esmirna e Pérgamo sofrem tanto enquanto Filadélfia encontra as portas
escancaradas?
Certamente nunca poderemos
entender a forma espontânea e natural com que o Espírito trabalha. O vento
sopra onde quer. Nem sempre é fácil descobrir como utilizar este movimento de
Deus na obra da expansão missionária. Warren propõe que, por ser a obra de
crescimento da igreja uma obra espiritual, precisamos entender que “somente
Deus pode criar ondas, sejam elas de avivamento, de crescimento ou de
receptividade espiritual”, e que “não é nossa responsabilidade criar ondas, mas
sim reconhecer como Deus está atuando no mundo e unir-se a Ele nesta jornada”. [1]
Pelo fato da igreja de
Filadélfia encontrar tais portas abertas, é importante detectar elementos que
Deus usa, de acordo com este texto, para que o evangelho penetre numa sociedade
e para que suas portas jamais se fechem. Segundo a descrição do texto, a igreja
de portas abertas tem pelo menos uma característica inegociável:
Ela guarda a Palavra do Senhor e não nega seu nome. (Ap 3.8)
Ela guarda a Palavra do Senhor e não nega seu nome. (Ap 3.8)
Este é um sinal vital que
nos é descrito no texto acerca desta igreja. “Tens pouca força, mas guardaste a minha palavra e não negaste o meu
nome”. 3:8.
Uma das barreiras mais prejudiciais na vida da igreja é a perda da paixão pela palavra. Quando a Palavra de Deus é relativizada, adulterada e negada, este é um dos maiores obstáculos para impedir o avanço da Igreja é o fato dela não guardar a Palavra do Senhor.
O poder político ou
financeiro não mantém as portas abertas de uma igreja aberta, sua fidelidade à
Palavra, sim. Nada pode destruir a igreja: Nem forças políticas, nem ausência de recursos financeiros, e nem mesmo o diabo, mas a igreja pode destruir a sia mesma quando não guarda a Palavra.
A Igreja de Filadélfia é frágil do ponto de vista humano. “Tens pouca força, entretanto…” (Ap 3.8)
Esta Igreja é um bom exemplo de comunidades aparentemente despreparadas e que pensam que pouco podem fazer para o reino de Deus, mas que se tornam extremamente relevantes para o avanço da mensagem. Comunidades aparentemente impotentes aprendem a depender do Senhor e da sua Palavra e a se submeter à dependência do Espírito Santo. Muitas vezes aqueles que tem poder financeiro, técnica, ciência e número se esquecem do poder da fidelidade e do amor à palavra de Deus.
A Igreja de Filadélfia é frágil do ponto de vista humano. “Tens pouca força, entretanto…” (Ap 3.8)
Esta Igreja é um bom exemplo de comunidades aparentemente despreparadas e que pensam que pouco podem fazer para o reino de Deus, mas que se tornam extremamente relevantes para o avanço da mensagem. Comunidades aparentemente impotentes aprendem a depender do Senhor e da sua Palavra e a se submeter à dependência do Espírito Santo. Muitas vezes aqueles que tem poder financeiro, técnica, ciência e número se esquecem do poder da fidelidade e do amor à palavra de Deus.
De 1996-2003 vivi numa das áreas mais secularizadas do mundo, apesar dos EUA serem considerado um país cristão. Estatísticas revelam não mais que 1% de nascidos de novo em Cambridge,
MA. Muitas igrejas ainda não estão fechadas, mas se fecharem suas portas, não farão a
mínima diferença na sua cidade. Uma das igrejas vizinhas a nossa, tem um templo
com capacidade para acolher 1200 pessoas, uma verdadeira catedral, atualmente
consta no seu rol de membros apenas 23 idosos. Cerca de um quilômetro de nosso
templo, existe uma comunidade cuja pastora é declaradamente lésbica. Outro
templo transformou-se num condomínio luxuoso, que é o retrato de muitas igrejas
da Nova Inglaterra: O Departamento histórico da cidade impediu que o templo
fosse demolido, mas permitiu que fosse transformado em condomínio, isto é,
manteve-se a fachada, mas no seu interior tudo é secularizado.
Um dos fatores visíveis, que
levou tais igrejas a perderem sua relevância e a terem suas portas se fechando
foi a perda da ortodoxia. Perderam a paixão pela Palavra de Deus. A Bíblia
passou a ser vista como um livro carregado de símbolos e mitos, e que precisava
ser re-interpretado.
A Igreja de Filadélfia tinha
pouca força, mas “guardou a Palavra”de Jesus. Este é um dos fatores cruciais e
marcantes em igrejas de portas abertas: elas não abrem mão da autoridade da
palavra e não negociam as verdades do evangelho.
O que acontece a Igreja quando a igreja tem as portas abertas?
1. Ela
é vitoriosa. Ninguém pode barrar seu caminho (Ap 3.89 A Igreja de
portas abertas, vê as possibilidades do evangelho e crê que, no poder do
Espírito, a palavra de Deus vai avançar.
Ela obedece ao mandato evangelístico dado por Jesus aos seus discípulos, “Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15), e avança segundo suas ordens. Ela crê que a mensagem é para todas as criaturas, sabe do alcance e poder do evangelho e vive na perspectiva de sua missão. Avança pela fé, e quando o faz descobre na sua prática ministerial, que “os campos já branquejam para a ceifa”. As portas estão abertas, este é tempo de oportunidade e de salvação para o mundo. A Igreja só para quando perde a consciência de sua missão, de sua vocação, de sua chamada, e de seu ardor missionário.
Ela obedece ao mandato evangelístico dado por Jesus aos seus discípulos, “Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15), e avança segundo suas ordens. Ela crê que a mensagem é para todas as criaturas, sabe do alcance e poder do evangelho e vive na perspectiva de sua missão. Avança pela fé, e quando o faz descobre na sua prática ministerial, que “os campos já branquejam para a ceifa”. As portas estão abertas, este é tempo de oportunidade e de salvação para o mundo. A Igreja só para quando perde a consciência de sua missão, de sua vocação, de sua chamada, e de seu ardor missionário.
Num antigo clássico devocional sobre o Pentecostes, escrito por E. Stanley Jones ele afirma que os discípulos estavam, em Jo 20.19, “com as portas trancadas, com medo dos judeus”. A igreja estava tentado proteger a mensagem, ao invés de proclamá-la, por medo de que ela pudesse ser destruída, entretanto: “Há um só refúgio na vida, e este encontra-se na verdade e na realidade. Se nossa fé pode ser destruída, quanto mais cedo isto acontecer, melhor será”[2] A Igreja de portas abertas, conclui ele, é aquela que contagia espiritualidade, e que transmitem aos outros, pelo contágio, o seu Deus.
Um dos hinos clássicos da
hinologia protestante é Castelo Forte, escrito pelo reformador Martinho Lutero:
“Se nos quisessem devorar, demônios não
contados,
Não poderiam dominar, nem ver-nos assustados,
O príncipe do mal, com seu plano infernal,
Já condenado está, vencido cairá, Por uma só palavra”.
O que faz a igreja avançar é
o reconhecimento de que as portas estão abertas pelo seu Deus, pois o seu Filho
tem a chave de Davi nas mãos, que abre e ninguém fecha e fecha e ninguém abre. Esta
igreja avança e cumpre sua missão. Jesus afirma que ele tem as chaves da morte
e do inferno. Normalmente pensamos que quem tem o poder da morte é o diabo, e
que quem guarda o inferno é o diabo, mas Jesus afirma que é ele quem tem as
chaves do inferno em suas mãos, e ao comissionar sua igreja afirmou que “As portas do inferno não prevalecerão contra
ela”.
"Desde
que isso aconteceu, eu tenho lido as escrituras sob uma nova luz e a minha fé
tem elastecido tremendamente. Tenho aprendido que Deus necessariamente não tem que
nos
dizer que ele irá nos livrar de certas situações, mas ele será a nossa força
em tempos como esses."
2. As
portas da igreja são sempre e invariavelmente, abertas por Jesus. Aquele que
tem a chave de Davi, que fecha e ninguém abre e que abre e ninguém fecha (Ap 3.7) - Aqui mais uma vez, retomamos uma das mensagens centrais de Apocalipse que é a
autoridade do Filho de Deus, e o seu domínio sobre todas as coisas, visíveis e
invisíveis. Ele é o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores. Ele tem as chaves da
morte e do inferno. Somente ele pode abrir e fechar. Ninguém mais.
No capítulo 5, temos a visão
do livro selado, escrito por dentro e por fora, ninguém pode abrir este livro,
nem mesmo olhar para ele, e João afirma que ele chorou muito ao ver a situação
de absoluta impotência da raça humana. Ninguém: Nenhum poderoso, nenhum
militar, nenhum místico, nenhum religioso, nenhum intelectual, nenhum
milionário, ninguém podia abrir o livro. Todavia, um dos anciãos lhe diz: “Não chores; eis que o Leão da Tribo de Judá,
a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”. Ap 5.1-5 Toda
esperança da humanidade, da raça humana, da igreja, de todos os povos, está
sobre Jesus.
É Jesus, o Senhor da igreja,
que abre e fecha portas missionárias. Dentro do seu soberano propósito executa
seus planos. Não estamos construindo igrejas para nós mesmos, nem projetos e
impérios para nossa própria glória. A obra é de Jesus. E ele afirma que “as portas do inferno não prevalecerão
contra sua igreja” (Mt 16.18)
O texto conclui, fazendo
algumas advertências finais àquela
igreja. Eis algumas delas:
1. Venho sem demora - (Ap 3.11) Quase sempre a igreja está desatenta. Muitas vezes nos esquecemos da volta
do Senhor Jesus. Nos esquecemos que somos peregrinos e passageiros sobre esta
terra. Mas a promessa do Senhor Jesus é. “Venho sem demora!” Muitos, porém, tem
considerado demorada a vinda do Senhor. Ele, porém diz, “Venho sem demora!”.
2. Conserva o que tens - (Ap 3.11) Temos o nome de Jesus, temos a garantia de que as portas serão abertas por
aquele que abre e ninguém fecha e fecha ninguém abre. Temos a Palavra de Jesus,
temos o nome de Jesus. A atmosfera destas cartas é pratica, pastoral e pessoal.
Conserve isto!
3. Lembra-te das recompensas - (Ap 3.12) Duas promessas são feitas aos que amam a sua palavra.
i.
Tornar-se-ão colunas no santuário de Deus -
3.12 A cidade de Filadélfia já tinha passado por vários terremotos, obras
monumentais foram destruídas. Este texto, contudo assegura, que nenhum
terremoto poderá destruir a aqueles que se tornaram colunas na cidade
celestial. Porque aqueles que foram feitos colunas no santuário de Deus, “daí jamais sairão” Aleluia!
ii.
Verão sobre eles o nome de Deus, da nova
Jerusalém e o nome de Jesus - 3.12 Três nomes serão gravados sobre os que
amam o Senhor e se conservam firmes. O primeiro reflete a identidade (o
sobrenome) que revela a quem você pertence, o Segundo, a nova Jerusalém, revela
a cidade a qual você pertence; o terceiro, o nome de Jesus, revela quem está
por detrás desta grande realidade.
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