Segundo Mandamento:
“Não farás para ti imagens de escultura”.
A
iconoclastia, ou o ato de criar objetos e adorar seres representados em formas
humanas ou animais, sempre atraiu a humanidade, tanto nos tempos antigos quanto
modernos. Por isto, em geral, os templos que são descobertos pelos arqueólogos
nas suas escavações, normalmente trazem figuras de divindades que eram
adoradas. No entanto, quando um artífice, oleiro, ou ferreiro dá forma ao pau,
pedra e barro e depois se ajoelha diante de sua própria obra, isto se torna
abominação aos olhos de Deus: é a quebra do segundo mandamento.
O
segundo mandamento nos adverte a que não nos ajoelhemos diante de nenhum objeto
artisticamente trabalhado, ou imagens representadas em desenhos ou fotografias
e lhe dirijamos orações, oferendas ou cultos. Muitos têm sido enganados com
superstições e imagens, mas os ídolos apenas servem para tirar nossos olhos de
Deus.
No
Salmo 115 Deus adverte contra a idolatria nestes termos: “prata e ouro são os
ídolos deles. Obra das mãos dos homens. Tem boca e não falam, tem olhos e não
vêem; tem ouvidos e não ouvem; tem nariz e não cheiram. Suas mãos não apalpam,
seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta. Tornem-se semelhantes a
eles os que os fazem e quantos neles confiam. Israel, porém, confia no Senhor”
(Sl 115.4-9).
O
profeta Isaias também adverte sobre “a loucura da idolatria” (Is 44.9-20). Diz
que o artífice estende as mãos na madeira e esboça uma imagem, com parte da
madeira se aquenta e coze o pão, e também faz um Deus se prostra diante dele.
Metade queima no fogo e com a outra metade faz um Deus e o adora. Por isto
afirma que só uma pessoa sem senso lógico poderia fazer isto. No entanto, no
mundo inteiro, pessoas fazem exatamente assim.
Isto
me obriga a indagar:
Questões:
1.
Se a idolatria
é algo assim tão grotesco, porque tantos ainda se inclinam, adoram e dirigem
suas orações para obras de arte, pedaços de madeira e gesso, fazendo preces aos
ídolos mudos?
2.
Qual é a
lógica e a atração da idolatria? Por que o coração do homem é tão propenso aos
ídolos?
Arriscando algumas propostas:
1. Mais uma vez o problema está em meu coração. Com a
idolatria penso que posso “manipular o sagrado”.
a.
Faço uma
representação de Deus, e o concebo à minha imagem e semelhança. Deus é
construído a partir de minha imaginação. Assim como os deuses gregos tinham as
paixões dos seres humanos, meus ídolos são construídos conforme aspirações
pessoais.
b.
Procuro fazer
um Deus parecido comigo. Eu não sou mais “imagem de Deus”, a quem tenho que prestar
contas e que me diz o que devo fazer, antes construo um Deus que fará “como e o
que eu acho” que ele deve fazer. Edifico assim um Deus que fica disponível às
minhas paixões, crio um Deus parecido comigo. Um Deus do meu tamanho.
c.
Penso assim
poder manipular o sagrado a meu favor, de colocá-lo à minha disposição,
movendo, dispondo e deslocando as forças sobrenaturais e ocultos como quero que
as coisas se dêem.
d.
É a
onipotência humana disfarçada em atitudes sagradas. No entanto, Deus é Deus, e
não se deixa manipular por artifícios que engenhosamente engendramos.
Por
isto o segundo mandamento nos ensina: “Não
farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima dos
céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás,
nem lhe darás culto, porque eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso” (Ex
20.4-5).
Por que não devemos ter ídolos?
1.
Ídolos são
substitutos de Deus. Geram em nós a disposição em colocar nossa confiança em
outras coisas além de Deus. Tiram o nosso foco da obra expiatória de Cristo.
2.
Ídolos
conspiram contra o bom senso – Por isto Isaias fala da loucura da idolatria. É
grotesco, aberrante ver como as pessoas se comportam diante dos ídolos. No
Brasil vemos cenas absolutamente demoníacas, se refletimos sobre o que
acontece.
3.
Idolatria traz
maldição e atraso sobre uma nação – “tornem-se
semelhantes a eles todos os que o praticam” e, “visito a iniqüidade dos pais nos filhos” (Ex 20.5). Maldição
hereditária é posta aqui no contexto da idolatria. Idolatria traz maldição
espiritual que deve ser quebrada com a chegada de Cristo e o poder da cruz.
“Aquele que está em Cristo é nova criatura” e “éramos por natureza filhos da
ira” (Ef 2.2)
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