quinta-feira, 14 de novembro de 2019

1 Sm 28.3-25 É possível se comunicar com os mortos?









Introdução

Somos uma geração fascinada pelo sobrenatural.
Esta é uma era focada em misticismo.
Veja a quantidade de filmes e séries que exploram este tema.

Muitas pessoas são atraídas ao ocultismo, e aos fenômenos parapsíquicos, por mera curiosidade ou em busca de respostas fáceis a questões difíceis ou para encontrar o propósito de ser e viver.

Muitos chegam a compreensão de que a vida tem que ser mais do que comer, beber, dormir, trabalhar, e percebem que deve existir um propósito maior para o qual o homem deve der sido criado. Nestas horas surge a busca pelo sobrenatural. Outros buscam respostas mágicas, diante da provação, no meio da angústia e do sofrimento.

Este parece ter sido o caso de Saul, que nos é relatado neste episódio de seu encontro com a pitonisa de En-Dor, relatado neste texto.

Por que o espiritismo é tão atraente?
Uma articulista da revista ultimato afirma que, "No Brasil, o espiritismo tem tradição e remonta aos dias coloniais. O catolicismo da península aportou aqui já mesclado com práticas de origem espírita. Segundo Gilberto Freyre, “o primeiro volume de documentos do Santo Ofício no Brasil registra vários casos de bruxas portuguesas” e “a clientela dessas feiticeiras coloniais parece que era quase exclusivamente de amorosos, infelizes ou insaciáveis”. 

Os escravos importados da África, embora cristianizados apressadamente antes de serem embarcados, traziam no coração o culto às divindades da sua tribo de origem. Uma vez aqui, disfarçavam suas práticas religiosas com nomes de santos católicos com que pareciam ter certa semelhança"[1].

O Espiritismo é uma doutrina pagã muito difundida no n Brasil, com 6.8 milhões de adeptos no Brasil, segundo dados da revista veja. Se estes números forem confirmados, o Brasil seria o maior país espírita do mundo, sem considerarmos que boa parte dos católicos é espírita. Diante das crises pessoas não procuram os padres e suas paróquias, mas sim pais de santos, benzedores, gurus e xamãs, o que transforma este número em uma quantidade bem maior que a citada.

Em geral, as pessoas se envolvem com o espiritismo e são atraídos a ele por duas razões:

a)- Uma das formas de atrair seguidores é afirmar que você é um médium e precisa desenvolver o seu "dom". Para que isto aconteça você precisa se abrir mais para as realidades espirituais.

Este argumento é muito usado para pessoas que experimentam fenômenos paranormais, ou apresentam quadros de insônia, perturbação, arrepios, etc. Para a pessoa angustiada isto representa uma possibilidade de expansão do eu, e de libertação de tais fenômenos, sem saber que na verdade estará se enveredando ainda mais pelas trilhas do maligno.

b)- A saudade de uma pessoa querida que já morreu – Para a pessoa que não consegue ser consolada diante da perda de alguém querido e que vive só, tal possibilidade de trazer de volta a pessoa amada ou conversar com ela, torna-se uma razão de muito consolo.

Uma das perguntas mais comuns é esta:
É possível se comunicar com os mortos?

As perguntas subseqüentes são:
-"O que diz a Bíblia sobre este assunto?"
-"Deus aprova esta tentativa?".

Este texto que lemos tem sido muitas vezes citado por pessoas que tem buscado justificar a prática de "consulta aos mortos".

Narração:
Lendo superficialmente o texto, a resposta imediata que encontramos é que realmente Saul teria conversado com Samuel, que já estava morto.

Em 1 Sm 28.16, lemos: “Então, disse Samuel”.
Era realmente Samuel quem estava falando?

Vamos analisar se o texto realmente ensina isto:
Saul foi o primeiro rei em Israel, ungido, com experiências profundas com Deus, mas as suas sombras e sua atitude iracunda e irritadiça com a vida fizeram dele uma pessoa tresloucada. Saul conseguia desagradar a todos, comprou problemas com sua família, expôs sua filha a situações vexatórias, ameaçou Jônatas, seu filho amado, e sua paranóia e sentimento persecutório o levavam a criar uma teoria conspiratória por todos lugares, e isto culminou numa perseguicao insana e sem fundamento a Davi diante do qual ele se sentia ameacado, e sua atitude louca tornou-se extrema, quando matou 80 sacerdotes de Nobe, gente simples e consagrada a Deus, porque acreditava que aqueles pessoas conspiravam contra ele (1 Sm 22).

Saul foi se isolando no seu reinado. Tornou-se um homem estranho, visitado por possessões malignas. Sua ira abriria brechas para reações espirituais estranhas. De vez em quando era possuído por espíritos malignos, e, normalmente, tais reações eram resultantes de inveja não resolvida, ira represada e de um ódio mortal contra Davi (1 Sm 18.10; 19.9).

No final de sua vida Saul já não respeitava nada mais: Resolveu realizar sacrifícios por si mesmo, atribuição esta dada por Deus aos sacerdotes locais e ainda tentou matar Davi pelo menos duas vezes.

Se os problemas internos eram graves, as pressões externas também não eram menores. Os inimigos mortais de Israel naqueles dias eram os filisteus, e estes estavam ameaçando a segurança do país. Por causa de sua atitude impaciente, intempestiva e irrefletida, Deus se afastou dele. Seu coração era arrogante e não reconheceu seu mal, sua atitude religiosa era meramente ritualística e ele se afastou de Deus de tal forma que ao invés de contar em Deus como um aliado, tornou-se inimigo de Deus.

Neste contexto, depois de ter tentado transformar Deus num instrumento para ter respostas mágicas, e Deus ter recusado atendê-lo, ele vai atrás dos médiuns, pessoas estas que ele mesmo, quando tinha uma relação de temor a Deus, havia enxotado de Israel por serem pessoas que feriam a santidade e a glória de Deus (1 Sm 28.9).

A Lei de Moisés, tinha ordens claras quanto à prática da mediunidade:

è"O homem ou mulher que sejam necromantes (médiuns) ou sejam feiticeiros serão mortos; serão apedrejados; o seu sangue cairá sobre eles" (Lv 20.27);

è"Não se achará entre ti, quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem quem consulte os mortos" (Dt 18.10-12).

èA Bíblia afirma que a ira de Deus se acendeu contra o rei Manassés, porque ele “queimou seus filhos como oferta no vale de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que er mau perante o Senhor, para o provocar a ira” (2 Cr 33.6).

Obviamente, antes que eu seja mal entendido, quero afirmar que o caminho de Jesus não é que façamos uma cruzada contra médiuns e feiticeiros, nem que os odiemos. Um dos graves problemas da igreja é não aprender amar pessoas que, embora sejam honestas e tenham desejo de agradar a Deus, estejam sendo enganados por doutrinas do demônio, e sendo arrastados para as trevas. Não vamos desenvolver uma cruzada contra pessoas que pensam de forma diferente. A época da Cruzadas Religiosas já acabou!  Ou deveria ter acabado. Quero desafiar vocês a amarem seus vizinhos espíritas, seus colegas de trabalho que são macumbeiros, a orar por eles, para que Deus lhes abra o entendimento e sejam libertos desta prática pagã.

Este texto, que ora lemos, está o relato do encontro de Saul com a Pitonisa de En-dor.
"Sucedeu, naqueles dias, que, juntando os filisteus os seus exércitos para a peleja...Consultou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas" (1 Sm 28.1,6).

Urim e Tumim era uma forma de adivinhação sacerdotal. As roupas que Deus havia ordenado que se confeccionasse para o sumo sacerdote (Ex 28.30; Lv 8.8), estavam ligados os dois objetos chamados de Urim e Tumim (presume-se que eram duas pedras, embora alguns acreditem que fosse um único objeto).

Uma opinião corrente é a de que Urim e Tumim signifiquem luzes e perfeições. No hebraico, ambas as palavras estão no plural, pois geralmente “im” é um sufixo em hebraico para formar plural (como em “Elohim”, plural de El – Deus). Quase sempre em todas as referências bíblicas, as palavras Urim e Tumim ocorrem juntas, mas em Nm 27.21 e em 1Sm 28.6, se menciona apenas o Urim, razão porque alguns deduzem tratar-se na verdade de um único objeto com dois nomes.

O Propósito do Urim e Tumim era, através da sorte, se decidisse questões difíceis. Ninguém sabe com certeza como eram usados e de que modo o Urim e o Tumim davam resposta ao sumo-sacerdote sobre a questão proposta.

Russel N. Champlin em sua Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia levanta quatro hipóteses:
  1. Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, identificou os objetos com os quartzos do ombro do efode do sacerdote. Presumivelmente, essas pedras mudavam de cor ou de brilho, significando, quando brilhavam, “sim” ou “faça”, e, quando ficavam escuras, “não” ou “não faça”.

  1. Nas dobras da veste do sumo sacerdote uma pedra ou placa de ouro era colocada e manipulada em alguma forma de divinização, ou empregada para induzir um transe na qual a mente do sumo sacerdote era inspirada a dar respostas a problemas difíceis.

  1. Há até quem pense que se tratavam de três, não duas, pedras. Numa estaria escrito “sim”, em outra “não” e na terceira nada havia escrito – esta última significaria então um desejo da divindade de não revelar ou dar resposta à questão.

Eram duas pedras, uma branca e outra preta, que quando retiradas da veste do sacerdote indicavam “sim” (branca) e “não” (preta).


Diante deste quadro de abandono espiritual, Saul, ao invés de se quebrantar e se humilhar diante do Senhor tenta lançar mão de uma possibilidade de acessar magicamente o sobrenatural e conseguir uma resposta forçada de Deus diante da sua situação. "Então, disse Saul aos seus servos: Apontai-me uma mulher que seja médium, para que me encontre com ela e a consulte" (1 Sm 28.7).

Este relato aparenta ser uma típica sessão mediúnica. A palavra médium aqui é traduzida do hebraico ob e significa literalmente "espírito familiar", ou espírito adivinhador. A septuaginta traduziu no grego como “engastrimotos” tem a ver com o “gastro”, (“estômago”), isto é, alguém que adivinha pelas vísceras, o termo tem uma relação com a idéia de “ventríloquo”.  Esta médium é uma pessoa que fala pelo ventre.

Vejamos alguns aspectos: 
  1. Princípio Lógico - Todos os meios possíveis de comunicação de Deus com Saul estavam fechados –(1 Sm 28.6,15,16). Os sonhos, o Urim e o Tumim e os profetas eram três meios da revelação divina no AT (Dt 33.8; 1 Rs 3.5). Ainda que seja desconhecida a forma como eram utilizados o Urim e o Tumim, tratava-se de objetos usados para lançar sortes e obter a resposta de Deus sobre decisões que eram tomadas. Ex 28.30; Ed 2.63; Ne 7.65.

Uma pergunta crucial deve ser feita aqui:
O Deus que se recusou a falar a Saul através dos meios admissíveis, por causa da sua rebeldia e desobediencia, responderia agora por um meio que ele mesmo reprovava? Falaria Deus de forma excusa, quando havia recusado falar pelos meios comuns que ele empregava na sua revelação no Antigo Testamento?

  1. Princípio Hermenêutico – Hermenêutica é a ciência da interpretação. Uma regra básica de interpretação da Bíblia nos ensina que você entende um texto complexo à luz de um texto claro e simples, não o contrário. Este texto é denso.

Então vamos procurar nos textos mais claros das Escrituras sobre este assunto:
Pode algum morto retornar para falar a alguém vivo? 
Em Lc 16.27-31 temos o relato da história contada por Jesus sobre o rico e Lázaro. No inferno, o rico clama ao Pai Abraão para que permita que venha alguém da eternidade e converse com seus familiares sobre seu sofrimento. Lembra-se da resposta de Abraão, citada por Jesus? “Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixaram persuadir, ainda que ressuscite alguem dentre os mortos”(Lc16.31).
Jesus afirma que os vivos têm o testemunho das Escrituras e dos Profetas, e que devemos ouvir estas verdades. Jesus não admite a mediunidade ou reencarnação, senão e apenas a ressurreição.

O mesmo afirma o profeta Isaias:
Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os advinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Is 8.19-20).

  1. Coerência – A Palavra de Deus pode conter antinomia, isto é, pode suscitar questões, mas nunca contradição. Sim, sim, não, não. Deus não pode ser sim e não. Ela não pode contradizer-se, porque Deus não pode negar-se a si mesmo.

Deus afirma que estas práticas são abomináveis aos seus olhos. Em Êxodo 20, a recomendação é para que, se alguém se voltasse para os médiuns, deveria ser morto. O texto afirma ainda que isto era prostituição espiritual e que tais pessoas seriam eliminadas do meio do povo de Deus (Ex 20.6). Como é que, o Deus da Bíblia, que é tão contrário a estas idéias e julga tão fortemente estas questões, admitiria que seu servo Samuel, que agora morto, presumivelmente se encontra na glória, voltasse para dar satisfação a Saul?

  1. Exegético – A língua é uma realidade própria, toda tradução quase sempre é uma interpretação. A exegese visa ver o que está no original.

Este texto é marcado por profecias.
Entretanto, a profecia do texto relativo à vida de Saul, supostamente dada por Samuel é a chamada “profecia délfica” (difusa, não específica), tendo possibilidade de duplicidade. Como a da mulher que afirma na igreja a uma senhora grávida: "O que estás gerando no teu ventre é um varão, mas se duvidares, será uma mulher". Este tipo de profecia vai sempre acertar. Muitas supostas profecias que acontecem nos meios evangélicos são délficas. Se eu perguntar aqui que alguns estão passando por dificuldade financeira, certamente vou acertar. E afirmar que alguém vai ter uma notícia positiva esta semana, ou que está sofrendo de cefaléia, de gastrite, de dores na coluna, certamente vou acertar. A profecia délfica parte do princípio das probabilidades. O horóscopo sempre lançou mão destes recursos, por isto nunca erra. Veja a noticia que nos é dada nos rádios e jornais: "Você que é de Áries, tome cuidado no amor", e "você de touro, cuidado ao atravessar a rua". Veja a profecia que aqui foi dada?

O que aconteceu com as profecias supostamente dadas por “Samuel”?
Elas realmente se cumpriram?

                  *         Erra em relação à morte de Saul – Quem mataria Saul? Ela afirma que os filisteus fariam isto. Mas, na verdade, ele mesmo se suicidou (1 Sm 31.4). Ele se matou para não ser morto pelos filisteus.
                 
                  *         Erra em relação à morte dos filhos – A profecia diz: Todos!  Mas a Bíblia mostra que apenas três filhos morreram (2 Sm 2.8-10 e 21.8).
                 
                        *         Erra em relação à data da morte – A médium afirma que no outro dia eles morreriam: "Amanhã, tu e teus filhos estareis comigo" (1 Sm 28.19). A morte de Saul, no entanto ocorre cerca de 12-15 dias depois (1 Sm 31.1e 2 Sm.2.1-4).
                       
                        *         O que a entidade profetiza acerta era de domínio publico (1 Sm 28.15,17). Deus havia abandonado Saul. Isto todos em Israel sabiam, não era novidade.
                       
  1. Escatológico – Temos aqui um problema quanto ao destino de Saul e de Samuel. O texto afirma "tu e teus filhos estareis comigo" (1 Sm 28.19).

Portanto, temos que pressupor uma das possíveis realidades. Ou Saul ia para o céu desfrutar da companhia eterna do Pai, depois de ter recusado toda a aproximação com Deus, ou Samuel, um dos profetas mais amados e relevantes de Israel em todos os tempos, estava no inferno.

Qual a causa determinativa da morte de Saul? A Bíblia afirma que Deus o matou porque consultara uma médium (1 Cr 10.13-14).

Quanto à questão escatológica, ou ao destino final de todos os seres humanos, devemos perguntar qual o local em que Samuel estava? O texto afirma: “vejo um deus que sobe da terra...”
Estaria Samuel debaixo da terra? 

Nem mesmo na concepção espírita a idéia de que o espírito de Samuel estava na sepultura é admissível. Sabe quem ensina isto?

Os adventistas, com o conceito do sono da alma.
No conceito espírita, as pessoas vão para um plano superior, e ficam vagando aguardando uma nova oportunidade de se reencarnarem. O texto diz que o a mulher o teria feito “subir”. O que subiu? O espírito ou o corpo? Se foi o espírito que subiu, neste caso o espírito estava preso a terra? Se foi o corpo, que feições tinha Samuel? Quem disse que é o espírito de Samuel? O texto diz que sobe um “ancião”, uma figura. Era Samuel, ou tomou a forma de Saul?

  1. Outro aspecto a ser mencionado é o estilo de linguagem – Este texto fala da forma de produção do texto. O estilo é narrativo. Normalmente alguém presente o registra. O amanuense escreve o que ouve, aquilo que foi relatado a ele.

Veja como ele descreve a surpresa da médium.
Antes de fazer toda a coreografia de um momento como este, ela identifica quem faz o pedido e se surpreende com Saul. "Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul" (1 Sm 28.12).

Ela era uma pessoa sensitiva.
Como é que ela descobre quem Saul era justamente no momento em que esta manifestação demoníaca acontece? Pessoas que lidam com estas coisas chamadas de fenômenos são pessoas altamente sensitivas. Ela faz um drama da situação.

Outro aspecto a ser mencionado é:
Como sabemos que era Samuel? Ela diz que vê um “deus” (1 Sm 28.13).

Saul que já está propicio a aceitar qualquer veridicto que lhe é dado crê tratar-se de Samuel. “Entendendo Saul” A mulher nunca disse que era Samuel. O que ela disse? "vem subindo um ancião e está envolto numa capa".

Quem viu Samuel? Ninguém.
O relator do texto assim o descreve. Saul não o viu, apenas acreditou e passou a ser para ele, uma afirmação da verdade. O texto nunca disse que aquela figura era Samuel.

As pessoas encontram dificuldade com o vs 15 porque ele afirma: "Samuel disse a Saul". Se Samuel disse, afirmam alguns, então a manifestação mediúnica aconteceu. Na verdade, quem narra o fato o descreve como ele acha que é. Saul "entendeu"que era Samuel. O escriba também entende assim pela circunstância presenciada.

É bom também considerar o estado físico e emocional de Saul (1 Sm 28.20). Ele estava física, psicológica e espiritualmente abatido. Ele está prostrado. Nesta situação as pessoas são presas fáceis de engodo e mentira.

Quem seria este personagem?
*   Samuel? Não! Ninguém nunca voltou, nem o texto afirma que era o profeta. A Bíblia diz que os mortos não voltam (Is 8.19-22). Davi, logo após a morte de seu filho  afirma "Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim?" (2 Sm 12.23).

*   Deus teria vindo? Nunca! Deus não havia respondido a ele pelos meios comuns porque o havia rejeitado, e agora usaria um meio que ele reprova para atender a um clamor de um um homem ímpio. A Bíblia afirma que Saul morrera por ter consultado uma médium.

*   Um espírito enganador?  Certamente esta é a única possibilidade razoável. Estes fenômenos acontecem diariamente ao redor do planeta terra. Milhares têm se assentado supostamente em mesas mediúnicas para conversar com pessoas mortas, e satanás tem usado esta estratégia para nos desviar da necessidade de ouvirmos, como Jesus afirmou, "A Moisés e aos profetas". Enquanto as pessoas vivem se distraindo e consultando "mortos", eles não consultam a Deus. "Acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos?" (Is 8.19). Mediunidade é um grande embuste malignamente usado por satanás. Basta lermos mais cuidadosamente a Bíblia para chegarmos a esta conclusão.O espírito enganador usa estes momentos.

*   Os médiuns chamam isto de "entidades espirituais". Satanás é um enganador, cujo prazer é desviar nossos olhos de Deus. Distrair-nos. Todos que invocam os "mortos", passam a ser orientados pelos guias que são seres espirituais. Estes guias são anjos caídos, que fazem parte do exercito de Lúcifer. São seres enganadores.

Uma palavra final:

Àquelas pessoas honestamente buscam uma resposta de Deus, e muitas destas tem sido atraídos ao espiritismo e a mediunidade, preciso trazer uma palavra final:

            èSaul não encontrou consolo nem direção no espiritismo (21 Sm 28.20), veja sua perturbação interior;

            èA experiência com entidades espirituais gera angústia e maior tribulação no coração de Saul. Não traz paz, nem direção. (1 Sm 28.21).

            èSaul torna-se mais desesperançado e termina seus dias suicidando-se.

O caminho é Jesus:
"Eis que ponho em siao uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado". (1 Pe 2.6). Se você deseja ser aprovado diante do Pai, este é o caminho. Jesus também afirmou: "Eu sou o caminho, a verdade, e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim" (Jo 14.6).

Todas as pessoas atraidas pela “mediunidade”,  deixam de buscar a Deus e passam a buscar sinais, manifestações, entidades, “pessoas mortas”,  e assim por diante. Desta forma. Deixam de buscar a Deus.

Jeremias afirma:
Invoca-me e te responderei. Anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes!”
Nossa solução está em Deus, não em entidades.
Nossa resposta está em Cristo, não em médiuns.
Nossa resposta está na Bíblia, e não no livro dos Espíritos de Allan Kardec.

Que Deus nos abençoe!


[1] Ultimato Maio/Jun 2001- Edição 270, Por que o espiritismo é tão atraente?

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