Introdução:
Como responder a ataques malignos? A
questão não é apenas saber o que devemos fazer, mas como devemos agir.
O
vs 9 fala do mal, e o vs 21 termina com a ideia do mal. Isto demonstra que o
mal encontra-se diante de nós, e que devemos saber como lidar com ele.
Billy
Graham afirmou que existem três coisas que nenhum sistema religioso ou
filosófico pode explicar: O Sofrimento, A morte e o Mal.
- Porque as pessoas sofrem?
- Porque as pessoas morrem?
- Como explicar o mal? Com todas as suas variações:
Mal sistêmico, mal pessoal, mal psicológico, os sistemas espirituais com
suas castas?
Não há como fugir desta
pergunta: Sendo Deus Amor, como pode haver o mal, sofrimento, morte, pecado? De
onde provém o mal? O mal provém de Deus?
Sempre
ouço pessoas bem intencionadas tendo que lidar com a dor e o mal. Elas se sentem confusas em
relação ao mal. Quando alguém me faz o mal, como devo reagir?
Não
apenas cristãos imaturos, mas pessoas maduras se pergunta sobre o assunto.
ü O que fazer com meus sentimentos se estou irado ou fui
ferido?
ü Quais são as minhas reações imediatas quando sou
afrontado?
Para
resolver esta questão, uma pessoa leu o texto de Jesus que diz: “Se alguém te
ferir na face esquerda, vira a face direita”, da seguinte forma: “Se alguém lhe
ferir a face esquerda... vira-lhe a direita”, e fazia um gesto com o punho da
mão direita fechado.
Como
criaturas cheias de hábitos, duros de quebrar, padrões de comportamento que
foram exercidos durante a vida inteira (que digam os nossos hábitos alimentares
ou as atitudes de ira, amargura, ressentimento, vingança). As pessoas muitas
vezes tem boas intenções, e desejam honestamente fazer o que é corrreto, mas as
suas praticas são diferentes. São quase sempre derrotadas na batalha das emoções,
que incluem o uso perverso da língua e a maledicência, e a
reação direta, frontal, proporcional (ou acima
das proporções), às provocações recebidas.
A
verdade é que sabemos o que é correto, mas nem sempre somos capazes de fazer o
que é correto.
- Como você reage as provocações da sogra, que
insiste em achar que você não é capaz de fritar um ovo para seu filho?
- Como você reage às provocações e disputas de
colegas de trabalho, num mundo corporativo e competitivo, e muitas vezes
desleal?
- Como você reage à traição e à mentira contra
você?
- Ou diante de um chefe que sempre faz críticas e
nunca reconhece o seu trabalho, apesar do esforço que você tem feito para
fazer as coisas de forma correta?
- Ou com o marido mau humorado?
- Filhos críticos e exigentes?
- Esposa rixosa e intrigante.
Como
descobrir as respostas na palavra, e o poder do Espírito Santo diante das
provocações? Se você se identifica com estas crises, este texto é mais que
apropriado para sua realidade.
Este
texto nos exorta a “vencer o mal”.
Por
isto é importante analisar mais profundamente estas verdades. Ser aberto ás Escrituras
e ás suas aplicações específicas, descobrindo soluções que não havíamos considerado
anteriormente.
O
texto nos mostra que a vitória sobre o mal é uma possibilidade genuina (Rm
12.21).
A
batalha na vida cristã é uma oportunidade (e não apenas um desafio), para avançarmos
na vida. Por isto não basta dizer “faça isto”, mas entender como isto pode ser
feito.
Muitos
ficam se lamentando dizendo: meu marido fez isto, meu chefe, meu filho, as
circunstâncias. Nos não temos dúvida alguma que pessoas fazem o mal contra nós,
de muitas formas. O mal está fortemente presente entre nós. Mas o fato de terem
feito o mal contra nós não e razão para nos sentirmos derrotados.
Crentes
e descrentes pecam. Por isto não há nenhuma razão para culparmos os outros
pelos nossos dilemas (uma atitude comum para justificar nossas derrotas). Deus
nos ordena vencer o mal com o bem.
Por
que devemos vencer o mal?
- Por que Deus sabe que as pessoas muitas vezes
farão o mal contra nós – Esta é
uma realidade que precisamos aprender. Deus não nega que seja assim!
O
mal é uma realidade!
Alguns
afirmam que o mal por si só não é nada mais que a privação de um bem, e que o
mal como tal não existe. Tudo que existe é bom. Logo, o que não é bom isto é: o
mal não existe.
Mas a verdade é que o mal
parece ter vida própria, e a maldade tantas vezes nos atinge de forma direta.
Há maldade nos sistemas humanos, nas atitudes pessoais.
Hanna
Arendt, filósofa alemã, ficou famosa por um tratado que fez sobre a maldade
social. Analisando o genocídio do nazismo, ela afirmou que entendia o fato de
um grupo de homens, sedentos pelo poder, se alinhassem para fazer o mal e
praticar um massacre de tão grande envergadura, criando campos de concentração
com tanta frieza e maldade, mas que sua grande questão transcendia o nazismo,
como partido politico. Sua pergunta era: Como o povo alemão, gente simples,
pais de família, religiosos, pastores, padres, professores, se alinharam para
apoiar gestos tão malignos e cruéis?
Deus
sabe que muitas vezes sofreremos o mal. As pessoas certamente farão mal contra
vocês. Infelizmente muitas vezes faremos o mal, de forma espontânea, gratuita,
maligna. Isto é assustador...
- Porque Deus nos capacita a responder de forma
positiva aos ataques recebidos.
O
grande general nesta batalha é Cristo.
Deus
nunca ordena a sua tropa que faça alguma coisa que não é possível fazer.
Os
mandamentos de Deus nos foram dados, porque é possível responder positivamente
às suas ordens. O Deus que nos ordena a fazer, nos capacita a fazer. Não é uma
tarefa impossível.
Ele
sabe de nossas dificuldades e limitações, mas ele sabe que é possível “vencer o
mal com o bem”. Por isto nos ordena.
- Porque ele afirma que é possivel vencer o mal – Não
podemos dizer que não podemos
fazer nada diante da afronta recebida.
Cristãos
derrotados pensam que não existe esperança. Mas quando os cristãos reconhecem
que para cada ordem de Cristo existe uma possibilidade genuína de cumprir, então
surge a grande benção da vitória.
O
vs 9 e 21 falam do mal.
No
vs. 9 vemos a necessidade de “detestarmos
o mal”, no vs. 21 fala da necessidade de vencermos o mal com o bem.
Que
tipo de inimigo é este? Sabemos que tipo de batalha é esta?
O
mal na Biblia não é algo genérico e abstrato, mas possui personalidade, é
personificado. Este mal, se opõe a Deus e é direcionado contra nós, por isso
precisamos derrotá-lo. Ele quer atacar-nos, enfraquecer-nos e derrotar-nos.
Quando o mal nos derrota é mais que uma tragédia pessoal. O nome do Evangelho,
da igreja e de Cristo é envergonhado. Precisamos vencer o mal por causa da glória
de Deus e da promoção do Evangelho.
Jay
Adams afirma:
“A
essência do mal, então, está, não no fato de que ele tem poder para lhe causar
sofrimento (que é o seu efeito), nem no fato de quele foi provocado (O que o
torna hediondo), mas no fato de que ele é contra Deus... é mal contra um cristão
porque ele é um cristão”[1].
Este
ataque envolve você e exige uma resposta cristã baseada em Deus. A luz sempre
vence as trevas. Trevas e sombras não podem superar a luz. Quando surge o sol a
noite desaparece. Quando se acende uma vela, a penumbra desaparece, quando
acendemos uma lâmpada, o quarto se ilumina. Jesus é a luz do mundo, e ele afirma
que somos sal e luz da terra. Nossa luz deve resplandecer diante dos homens
para que eles, vendo a nossa luz, glorifiquem a nosso Pai que está nos céus.
Temos
vencido o mal em nossa vida ou temos uma vida de derrota?
O
texto descreve nossa vida como uma batalha.
O
cristão é chamado para esta guerra.
A
cruz não foi uma atitude passiva de cristo. Ele veio destruir as obras do diabo
(Hb 2.14) e triunfou dos principados e potestades na cruz. Ele deu sua vida, ninguém
a tomou, mas ele a deu voluntariamente. A cruz é uma ação ativa contra o
inferno. O cristão não é hinduísta (que prega a não violência), mas é o ser
mais violento na face da terra. Sua violência consiste em ser contracultural,
em amar o perdido, em lutar pela paz, em acender luz no meio da escuridão. A
vida do cristão deve ser uma violência contra o mal. Ele recebeu ordens de Deus
para lutar e derrotar o mal. É um exército do bem, mobilizado para vencer o
mal.
Quais
são nossas armas?
Paulo diz que elas não são carnais, mas poderosas em Deus.
“Pois, embora
vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. As armas com as
quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para
destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta
contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo
obediente a Cristo”.
(2 Co 10.3-5).
Este exército deve usar armas apropriadas para vencer o mal. Os métodos e as armas do mundo não trarão vitória. Quando eles fazem o mal, nós fazemos o bem. Esta é a ordem do Senhor da batalha. Não existe outra opção, devemos seguir sua orientação.
O
método de Deus é importante: O único jeito de vencer o mal é com o bem. Você não
vai conseguir vencer o mal usando as armas do mal.
O
que normalmente fazemos quando sofremos ofensas?
- Veja o que ele fez
comigo...
- Estou fazendo apenas
o que eles me fizeram..
- Eles acham que eu
tenho sangue de barata? Eles verão o que sou capaz de fazer.
São
sentimentos que em geral expressam nossa frustração. Não é de se admirar porque
há tanta falta de poder hoje na igreja, você não pode vencer o mal agindo com
maldade.
Esta
é a arma infalível e a única arma para vencer as trevas.
A
divina estratégia pressupõe que o mal não tem o poder que o bem possui. Quando
o cristão se encontra na batalha ele deve usar as armas de Deus, e os métodos
de Deus. Quando desobedecemos as ordens de nosso general, o exército de Deus se
enfraquece grandemente.
O
mal é uma força formidável. Um exército bem armado.
Às
vezes achamos que é impossivel vencê-lo.
Jesus
nos treina para usar determinadas armas, as armas que ele mesmo providenciou,
baseadas na verdade, na justiça, na confiança em Deus. Quando usamos as armas
do mal somos derrotados. O mal é poderoso, mas o bem ainda é maior. Só o bem podera
derrotar o mal. Trevas só podem ser vencidas com luz. É uma lástima quando
homens de Deus resolvem usar armas do diabo, porque acham que só as armas do
diabo funcionam.
O
problema filosófico aqui é sério:
Você
realmente crê que as armas do bem são eficientes?
Imagine
você na guerra, com a bandeira branca levantada, indo contra um exército bem
armado, e as pessoas de lá usando fuzis e metralhadoras. Jesus, o general está
ordenando aos seus soldados: “Vença o mal com o bem”. O que você faz?
Quando
o bem é usado de forma consistente, fiel e vigorosa, o inimigo é derrotado. Você
foi chamado para ser vitorioso. Não lhe parece muito fácil, simplista e
irrealista a proposta da Palavra de Deus?
Como
você tem lutado contra o mal?
Você
tem usado as armas de Deus?
Então
esqueça seus medos e dúvidas. Use as armas corretas e confie nas ordens de seu
general. Pare de tentar lutar usando seus métodos e sua estratégia, para de
tentar fazer por você mesmo. Você é um soldado (obedece ordens), não um
comandante (responsável por dar as armar e as estratégias). Então, pare de ser
insubmisso ao seu chefe, que é Jesus! Obedeça! Vença o mal com o bem.
O Fim da memória
Um
livro muito discutido sobre este assunto, foi escrito por um autor cristão
sérvio, com o seguinte titulo: “O fim da memória”. Ele narra que o problema do
mal é que ele é cíclico. Quando sofremos o mal, agimos com base numa lei da
física que afirma que “toda ação corresponde a uma reação igual e contrária”.
Entretanto, quando se trata de lidar com o mal, poderíamos ainda afirmar: “Toda
ação corresponde a uma reação maior e desproporcional”.
Como
agimos no casamento?
Alguém
prática o mal. Normalmente um divórcio começa assim. Alguém faz o mal (e nem
sempre percebe que está fazendo o mal), e o outro responde ao mal com mal. Lei
da reciprocidade: se me tratam bem, tratarem bem...
Quando
o outro responde com o mal, o que fazemos? Intensificamos a força do mal que
recebemos. Só existe uma forma de vencer o mal: precisamos quebrar o ciclo do
mal. Isto significa que alguém, em algum momento, vai quebrar o mal e decidirá
que não responderá o mal da mesma forma que o recebeu. Se isto é feito, o mal
perde a sua força e seu efeito.
O
problema: Quem quebrará o ciclo do mal?
Somente
a força do perdão, que é inerentemente cristão e encontra-se na essência do
bem, poderá vencer as ameaças, injúrias e perdoar.
O
problema: “Perdão é perda aumentada”. Perdão é “uma grande perda”. Quem quer
perder? A vida ouvimos Silvio Santos: “Quem quer ganhar?” Não fomos feitos para
perder. Como assim, perdoar? Depois de todo mal recebido, como perdoar?
Se
ninguém perdoar, quebrando o ciclo, o mal perpetuará, indefinidamente,
intensificando a sua força, repetindo-se, trazendo mais feridas. Nestes casos,
o Evangelho não prevaleceu.
Considere
o poder do mal quando ninguém abre mão e luta usando as forças do mal.
O
mal possui uma “geografia” específica. Um ambiente no qual ele circula com
liberdade. Quando trazemos o mal para a geografia do afeto, do perdão, da
ternura, da dimensão e do evangelho, ele não prevalece. O mal não prolifera no
ambiente da graça e da misericórdia, ele precisa de determinados insumos para
se fortalecer. Quando agimos com o bem, neutralizamos e vencemos o mal.
Mas
você acredita realmente na força do bem?
Então,
porque você insiste em usar as armas do mal?
Por
que você não usa as armas dadas por Jesus: “Não te deixes vencer do mal, mas
vence o mal com o bem”.
A
palavra de Deus ainda diz mal: “Não
torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os
homens. Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não
vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira (de Deus); porque está
escrito: a mim me pertence a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. Pelo
contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe
de beber; porque fazendo isto amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não
te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.17-21).
As
armas do bem são muito claras.
- Não sustente o mal, nem lhe energize - “Não torneis a ninguém mal por mal”. Não
dê o troco, use as armas do bem.
- Para se manter a paz, é necessário ter
intencionalidade e foco – “Se
possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.” Muitos
leem este texto da seguinte forma: “Quando
depender de vós”, Usam o advérbio de tempo, Mas o texto diz: se refere
à intensidade. Se refere à intensidade, não à localização. Não importa o
quanto você precisa dispender de energia, é necessário colocar
intensidade.
- É necessário deixar Deus ser Deus. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados,
mas dai lugar à ira (de Deus); porque está escrito: a mim me pertence a
vingança, eu retribuirei, diz o Senhor.” Precisamos entender que Deus
é nossa defesa, ele é nosso advogado. Ele julga a nossa causa.
- Acredite no poder do bem. “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. O bem
é vitorioso.
Conclusao:
Pracette
é uma frágil Tailandesa, com quem minha esposa, Sara Maria, teve o privilégio de conviver durante os dias
de treinamento do pelo Instituto Haggai em 2007. Ela fazia parte da única
família cristã da região onde morava. Certa noite, enquanto oravam um grupo de
pessoas resolveu invadir a sua casa arrombando as portas e janelas e começaram
a jogar todas as suas coisas na rua: móveis, panelas, utensílios domésticos e
roupas. Enquanto eles, de forma aparentemente impassível, continuavam a orar e
a chorar diante de Deus, ainda que temendo por suas vidas.
Quando
as pessoas foram embora, eles começaram a recolher os cacos de suas coisas, sem
dizer uma palavra. Dias depois, aquelas pessoas começaram a se aproximar da
família, tentando pedir desculpas e entender a atitude deles. Aos poucos, o
testemunho do Evangelho começou a penetrar nos seus corações, e cerca de 100
pessoas vieram a aceitar Jesus como seu salvador pessoal. Esta e uma história
que ilustra bem como o bem tem vencido o mal.
O Poder da cruz
A
cruz é o supremo exemplo de como usar o bem para derrotar o mal. Todos os
poderes do inferno lutavam contra Deus. Como Jesus superou?
Transformou
a vergonha da cruz (maldito), em um lugar de glória e salvação. Deus
gloriosamente triunfou sobre a cruz. A morte parecia seu destino final, mas
transformou-se no evento glorioso da ressurreição, e fomos beneficiados com a
vitoria do bem sobre o mal, que se deu na cruz.
“O castigo que nos traz a paz, estava sobre
ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. Jesus zombou do poder das
trevas. Ele quebrou o ciclo do mal.
A
cruz é o exemplo supremo. Naquele lugar de infâmia, Jesus zombou publicamente
das trevas. “...despojando principados e
as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”
(Col 2.15). A cruz era o lugar do mal, da infâmia, da maldade descontrolada. O
que fez Jesus? Ele venceu a morte, o diabo e as trevas. A cruz tornou-se nossa
glória e vitória. Ele venceu o mal com o bem.
Assim
também, cristãos derrotam o mal, fazendo o bem. Esta é a grande estratégia de Deus!
[1] Adams, Jay - How to overcome evil. Phillisburg,
New Jersey, Presbyterian and Reformed Publishing, Co ,1977, pg 11.
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