quarta-feira, 8 de abril de 2020

Salmo 77 A importância da memória na fé cristã

Renovar sua fé: veja 9 frases que irão te ajudar a alcançar graças


Introdução

A memória é fundamental para o fortalecimento da fé. Lembrar os feitos de Deus, o que Deus nos fez, fortalece a nossa caminhada. Alguém afirmou que “quem vive melhor não é quem sabe mais, mas quem se lembra mais”.

A fé cristã se sustenta nas memórias do povo de Deus em relação aos majestosos feitos de Deus. O que temos na Bíblia é um relato da história de Deus no meio do povo de Deus. O Antigo Testamento, não se preocupa com outra coisa senão com os relatos da ação sobrenatural de um Deus presente no meio da Israel. Frei Carlos Mesters afirma que é “a história de Deus na história dos homens”.

No Novo Testamento, observamos que o propósito dos escritores, de forma particular os evangelistas e o livro de Atos, de narrar os atos de Deus e sua maravilhosa graça na revelação do Filho de Deus no meio da história, manifestando-se na desértica região da Palestina.

O povo de Deus é motivo por lembranças.
Pessoas desmemoriadas possuem uma frágil fé.

Por esta razão Deus sempre ordenou a seu povo que escrevesse os acontecimentos, registrasse os fatos, anotasse as leis, e daí surgiu o livro sagrado, a Torah, que são os cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco). Deus queria registrar suas leis para que o povo não se esquecesse das ordenanças, mandamentos e prescrições, ele sabia que a memória é falha, e se perde facilmente de uma geração para a outra, e as tradições muitas vezes se tornam opostas às verdades reveladas. Por isto, o registro era fundamental para preservar a mensagem de Deus.

“Então Yahweh ordenou a Moisés: “Escreve isto para memorial em livro” (Ex 17.14).
“E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor” (Ex 19.24).

Sabendo que o ser humano tende a se desviar de suas verdades, Deus escolheu pessoas para transmitir oralmente a sua vontade. “Moisés, vou lhe dar as placas de pedras que tem as leis e os mandamentos que escrevi, afim de que você ensine ao povo” (Ex. 24,12). O registro orar era a forma de manter a memória ativa em relação às eternas verdades de Deus.

O Salmo 77 é um livro que fala muito de memória e esquecimento. Veja quantas vezes aparece termos correlatos à memória:
Vs. 5 : “Penso nos dias de outrora”.
Vs 5: “trago à lembrança os anos de passados tempos”
Vs 9: “Esqueceu-se Deus de ser benigno?”
Vs. 11: “Recordo os feitos do Senhor”.
Vs. 11: “Pois me lembro das tuas maravilhas da antiguidade”
Vs 11: “Considero também nas tuas obras todas”
Vs 11: ‘ cogito dos teus prodígios”

Em todos estes texto, a memória, lembranças, recordações, assumem lugar central. Tornam-se importantes na espiritualidade do salmista.

Por que a memória é importante para fé?

1.     Porque a memória dos feitos de Deus realinha nossa visão

A memória nos leva a considerar aquilo que é essencial. Sem memória dos feitos de Deus nossa visão torna-se desfocada e obnubilada.

Dois textos bíblicos nos ajudam a compreender esta verdade:

Logo após a segunda multiplicação dos pães, registrada por Marcos, os discípulos embarcaram para Betsaida, mas eles haviam se esquecido de levar pão. Jesus faz um comentário sobre o fermento, e os discípulos pensaram que Jesus estava se referindo ao fato deles terem esquecido de trazer o alimento para a viagem. “Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido? Tendo olhos não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais?” (Mc 8.17,18)

Jesus atribui a inquietação dos discípulos, em última instância, ao fato deles não se lembrarem das coisas que ele havia feito, em como havia multiplicado os pães. A falta de fé estava diretamente relacionada à incapacidade de se lembrar.

Em outro episódio, logo após sua ressurreição, Jesus se aproxima dos discípulos no caminho de Emaús. Aqueles discípulos haviam perdido toda esperança, e Jesus ministra aos seus corações, lembrando-lhes das profecias relacionadas no Antigo Testamento: “Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24.25). Os discípulos não se lembravam das promessas e seus corações estavam incrédulos.

Sua fé será proporcional à sua capacidade de resgatar as memórias dos feitos de Deus. Portanto, considere a graça de Deus na sua história, para que você possa realinhar sua vida às suas misericórdias. A lembrança do amor de Deus, corrige as distorções do seu olhar para o desespero e o cinismo.

2.     A memória dos feitos de Deus reorganiza nossos sentimentos

É exatamente isto que vemos neste texto. O salmista está caoticamente confuso. Suas emoções estão confusas.
Será que Deus esqueceu-se de ser propício?
Será que as promessas de Deus caducaram, perderam o prazo de validade?
Será que a graça de Deus cessou perpetuamente?
Será que Deus esqueceu-se de ser benigno?

Já tiveram esta mesma sensação?
Já conversaram com pessoas que se encontram com este mesmo sentimento?

O que o salmista procura fazer para reorganizar seus sentimentos?
Ele faz uso da memória:
Vs. 11: “Recordo os feitos do Senhor”.
Vs. 11: “Pois me lembro das tuas maravilhas da antiguidade”
Vs 11: “Considero também nas tuas obras todas”
Vs 11: ‘”Cogito dos teus prodígios”.

Recordo. Lembro. Considero. Cogito.
Tudo tem a ver com a memória.

Quando o profeta Jeremias enfrenta o caos na sua história, o que ele faz: “Quero trazer à memória, aquilo que me traz esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não tem fim, renovam-se a cada manhã”.

O que pode reestruturar suas emoções? Uma memória de quem Deus é. Do que Deus faz. Das experiências que ele já teve com o Senhor.

3.    A memória dos feitos de Deus fortalece a fé

O Salmista faz isto, para manter íntegra a sua esperança: “Recordo os feitos do Senhor!”.

Quando o apóstolo Pedro escreveu sua segunda carta, ele tinha o objetivo, não de dar novo conteúdo à fé da igreja naqueles dias, mas de lembrar aos irmãos o que eles já sabiam.

Amados, esta é, agora, a segunda epistola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida. Para que, vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos” (2 Pe 3.1-2).

O que ele estava  dizendo, popularmente seria: “Eu sei que vocês sabem de tudo isto, eu só queria lembrar-vos”.

Será que temos sido capazes de relembrar aquilo que Deus nos tem comunicado pela sua palavra? Será que as verdades de Deus estão acesas e vivas em nossa memória. Um povo desmemoriado encontra dificuldades em ter uma fé fortalecida. Fazemos história não para retornar ao passado, mas para compreender o presente. É nisto que a memória pode nos ajudar. Com ela somos capazes de fazer associações, concatenar as ideias e organizar os fatos. A fé se fortalece quando se alimenta de memórias positivas e verdadeiras.

Conclusão

Quando Davi vai lutar com o gigante Golias, ele faz uso das suas memórias para vencer aquela dura batalha: “Disse mais Davi: o Senhor me livrou das garras do leao e das do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu. Então disse Saul a Davi: Vai-te, o Senhor seja contigo” (1 Sm 17.37).

O que aconteceu? Vitórias anteriores, agora sendo evocadas por sua lembrança, empoderam Davi para obter outra vitória significativa. Uma vitória leva a outra vitória. Uma fé exercitada hoje, se transforma em experiência para o amanhã. Experiências anteriores me ajudam a obter vitória hoje.

Um antigo hino afirma:
“Oh mestre, nunca, cessarão meus lábios.
De bendizer-te, de entoar-te glória,
Pois eu conservo, de teu bem imenso.
Grata memória!”

A bendita memória, enche o coração do poeta levando-o a entoar glórias a Deus!

Que memória pode ser mais bendita que a do sacrifício de Cristo a nosso favor. Quando recordamos o que ele fez por nós. Que memória abençoadora, lembrar que estávamos perdidos, e ele nos achou; éramos cegos e ele nos capacitou a enxergar, pelo poder do seu sangue fomos libertos da condenação eterna e da obra do diabo. Todas as vezes que evocamos a maravilhosa obra de Cristo, somos fortalecidos de gratidão e esperança. De gratidão, por aquilo que ele já fez, e conquistou para nós. De esperança, por saber que uma sacrifício tão profundo, tem efeitos tão maravilhosos de nos tornar herdeiros de filhos de Deus.

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