sábado, 14 de novembro de 2020

11. Deus e a Eficácia da Evangelização


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Se quiser assistir esta palestra, este é o link:

https://www.youtube.com/watch?v=KO3Okop1xEE 

 

 

Introdução 

 

 

Você alguma vez não se sentiu desanimado ao pregar o Evangelho? Olhamos as condições humanas e achamos o desafio tão gigantesco. Por esta razão podemos ficar em dúvidas sobre a efetividade da pregação. Às vezes falamos às pessoas, e parece que elas são incapazes de entender o que falamos. No meio de uma geração secularizada, relativista, moralmente decadente, será que faz algum sentido anunciar ainda o evangelho? A mensagem prosperará? Devemos insistir na evangelização ou a situação espiritualmente caótica do mundo é um caso perdido? Não vale a pena tanto esforço...

 

Apesar da nossa descrença, dúvida e desânimo, podemos estar certos da eficácia da mensagem e da vitória da igreja. A Igreja de Cristo é vitoriosa. De antemão. Em diferentes lugares e em tantas situações ela foi tão perseguida, destroçada, fustigada, mas sempre seguiu vitoriosa. A obra missionária vai avançar dentro do propósito de Deus para a história e não há nenhum poder na terra, seja ele político, filosófico, bélico ou espiritual que pode impedir o avanço da igreja. Jesus afirmou: “Eu edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). A visão de João é assim descrita: “Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e lhe foi dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer” (Ap 6.2). O cavalo branco, referência a Jesus, recebe uma coroa, símbolo de vitória. Ele sai vencendo, sua vitória já está estabelecida, e “para vencer”, numa referência escatológica ao seu pleno domínio, quando todas as coisas estarão a ele sujeitas (Hb 2.8).

 

Jesus é vitorioso. Sua igreja é vitoriosa. Sua mensagem prevalecerá. O Evangelho é eficiente e eficaz. O Evangelho é eficaz, porque Deus está comprometido em abençoar sua mensagem, usando homens impotentes e falhos como nós. 

 

A vitória da igreja se dá pela obra de Cristo, plena, suficiente e cabal. E Jesus empoderou sua igreja, concedendo-lhe o seu Santo Espírito, capacitando-a com dons, para que por meio dela a multiforme sabedoria da igreja seja conhecida de principados e potestades nas regiões celestiais” (Ef 3.10).

 

Os instrumentos de Deus

 

Quando consideramos os meios, ou instrumentos que Deus usa para que a mensagem do evangelho seja eficaz no coração do homem, três aspectos devem ser mencionados:

 

1.     Deus usa ordinariamente sua igreja para anunciar o evangelho.

 

i.               Deus decidiu que a mensagem do evangelho deveria ser proclamada, não de forma direta, pelo Espírito Santo, mas de forma indireta, pela pregação. 

 

“...Como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue?”  (Rm 10. 14). A pregação é o meio ordinário de Deus para trazer salvação aos homens. Deus nos chama para sermos seus instrumentos na comunicação da mensagem.

 

Podemos eventualmente indagar: “Por que Deus não quis comunicar de forma direta o evangelho? Sem mediação humana ou meios de comunicação?” Talvez não saibamos responder esta questão, mas a verdade é que ele o fez, pelo sua soberana vontade e pelos seus planos eternos. Embora saibamos que a eficiência da evangelização depende totalmente de Deus, Deus escolheu vasos frágeis para realizar sua obra.

 

ii.              Deus não deu esta tarefa aos anjos.

 

Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada,investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.” (1 Pe 1.10-12). 

 

No artigo Deus e a eficiência na Evangelização, Kuiper faz a seguinte afirmação: “Desde que ele próprio é um pecador salvo pela graça, deve proclamar o amor de Deus mais eloquentemente do que o poderiam fazer os anjos. Deus abençoa e usa essa comunicação do Evangelho[1].”

 

iii.            A comunicação do evangelho é tarefa da igreja de Cristo. Deus deu o ministério da reconciliação aos homens. “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação.”(2 Co 5.18).

 

iv.            Deus usa meios e instrumentos naturais para revelar sua sobrenaturalidade. A melhor prova que encontramos na Bíblia é de Jesus ordenando àquele que fora endemoninhado, para voltar para Decápolis, sua cidade de origem, e pregar aos seus a mensagem da salvação. 

 

Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.” (Mc 5.19). 

 

2.     Deus usa meios extraordinários para alcançar o coração humano. 

 

Apesar da tarefa da pregação ser dada aos homens, e que este é o meio ordinário de Deus em salvar a raça humana, Paulo se converteu num encontro direto com Jesus quando se dirigia para Damasco. Ele não ouviu o evangelho sendo pregado por qualquer homem, mas recebeu a mensagem diretamente de Deus. 

 

Da mesma forma Deus ainda pode usar meios extraordinários para executar sua obra missionária, apesar de não prescindir dos seus servos na bendita tarefa da proclamação. Veja este relato descrito por Kuiper:

 

“Deus vê as coisas de amanhã como se tivessem ocorrido ontem. Daí o Filho de Deus podia dizer: "Um é o semeador, e outro é o ceifeiro" (João 4:37). Quando, pela direção da divina providência, alguém deixou um folheto numa certa casa da Inglaterra, Deus tinha planejado que Richard Baxter (1615-1691), convertido por meio da leitura daquele folheto, escrevesse The Saints' Everlasting Rest (O Repouso Eterno dos Santos); que Phillip Doddridge (1702-1751), movido pela leitura daquele tratado, escrevesse The Rise and Progress of Religion in the Soul (Nascimento e Progresso da Religião na Alma); que William Wilberforce (1759-1833), fascinado por aquela obra, escrevesse Practical Christianity (Cristianismo Prático); e que Thomas Chalmers (1780-1847), fundador da Igreja Livre da Escócia, profundamente influenciado por aquele livro, viesse a tornar-se um dos maiores pregadores de todos os tempos, cujos sermões seriam publicados em vinte cinco volumes, dois anos depois da sua morte.[2]” 

 

Num artigo publicado pela Revista Ultimato em 24 de março de 2017[3], Cristina Oliveira (nome fictício de uma missionária com experiência em países muçulmanos, cujo nome e cidade não podem ser divulgados por questões de segurança). Relata algumas experiências de Muçulmanos "encontram Jesus" em sonhos e visões, uma das maneiras que Deus tem escolhido para chamá-los para si. Eis  algumas histórias ouvidas diretamente de cristãos, ex-muçulmanos, cujos nomes foram trocados por motivo de segurança.

 

Adilson ensinava árabe a um amigo cristão estrangeiro. Ele costumava ser atormentado por pesadelos. Espíritos lhe apareciam em seus sonhos em forma de serpentes para atormentá-lo e ele lutava contra eles. Numa noite teve um desses sonhos. No sonho viu que seu amigo vinha ajudá-lo. Ele tinha um livro aberto em suas mãos e com insistência tentava lhe mostrar algo escrito nele. Adilson contou o sonho a seu amigo e perguntou que livro era aquele que ele insistentemente queria mostrar-lhe. Seu amigo lhe disse que era a Bíblia e que ele vinha a muito tempo orando por ele. Também lhe contou do poder de Jesus contra todas as forças das trevas. Adilson creu e recebeu ao Senhor Jesus. Nunca mais ele foi atormentado com nenhum desses pesadelos.

 

Amélia conheceu o evangelho através de uma amiga a quem ensinava árabe. Depois de longo tempo juntas estudando a Bíblia, Amélia chegou a um ponto onde sentiu que tinha que tomar uma decisão. Uma noite orou muito a Deus pedindo que lhe confirmasse que caminho devia seguir e depois adormeceu. No dia seguinte, de maneira misteriosa, amanheceu com o sinal de uma cruz, feito com henna, em suas mãos, no lugar onde Jesus tinha os cravos. A henna é uma planta de onde se obtém uma tintura que é muito usada por mulheres árabes para tingir as mãos com desenhos especiais em ocasiões festivas. Imediatamente Amélia se decidiu e hoje é uma missionária para seu povo.

 

3.     Métodos e técnicas de comunicação são ineficazes sem a ação efetiva de Deus 

 

Paulo reconhece claramente sua impotência em comunicar a mensagem do evangelho sem o auxilio do Espírito Santo“...não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus,” (2 Co 3.5), por isto declara posteriormente: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” (2 Co 5.18). Não há lugar nem pretensão em realizar eficazmente o grande desafio da obra evangelística sem a dependência de Deus. 

 

A verdade é que “Deus unge homens e não métodos”, como afirmou E. M. Bounds, piedoso metodista do século dezenove. “homens mortos tiram de si sermões mortos e sermões mortos matam.” Podemos facilmente nos concentrar na busca de melhores métodos quando Deus está à procura de melhores homens. Lutero dizia que sermão sem unção endurece o coração. 


Por que podemos esperar que o Evangelho seja eficaz?

 

Não devemos semear sem esperança e expectativa. Paulo afirma: “O que semeia, cumpre fazê-lo com esperança” (1 Co 9.10). Pregar com fé, nos torna ousados. Não estamos falando de algo morto, mas de algo vivo. Esta mensagem é poderosa e transformadora. 

 

Eis algumas razões para esperarmos colheita quando anunciamos a mensagem

 

A.   O Poder da semente. 

 

Assim afirma Jesus: “Disse ainda: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra; depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga.” (Mc 4.26-28). 

 

Gosto de pensar no reino de Deus como semente. Esta é uma alegoria que Jesus usa nesta parábola. O efeito da palavra de Deus é o fruto que ela produz. A palavra evangelizada produz resultados. Que esforço faz a semente para germinar? Apenas ser semente! Existir na sua simplicidade. Este é o milagre da semente. Esta é a conspiração da semente. Por isto acho impressionante a parábola da semente.

 

G. Steiner: “Uma vez que o homem ou a mulher jovens, são expostos ao vírus do absoluto... algo de seu resplendor permanecerá neles, e, para o resto de suas vidas, estarão equipados com uma espécie de salva vidas contra o vazio”.

 

B.    O Poder do Evangelho

 

Uma das afirmações clássicas de Paulo é a seguinte: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.” (Rm 1.16). Ele define a essência do evangelho como poder. Creio que a grande dificuldade nossa em ministrar aos outros é o fato de que ainda não entendemos a natureza do Evangelho. Paulo usa a palavra grega “dinamis” (de onde vem o termo dinamite). Evangelho é  algo impactante, explosivo, revolucionário. Nada é mais transformador na vida que o evangelho aplicado ao coração. 

 

Existem quatro frases comuns entre os cristãos que são profundamente anti-evangélicas.

 

§  As pessoas não mudam” – Se a realidade humana é de que “pau que nasce torto morre torto”, referindo-se a seres humanos, o Evangelho não pode mais ser pregado. O Evangelho fala que Jesus tem poder para transformar “coração de pedra em carne”. Que nada é impossível para Deus. Se as pessoas não mudam, esta esperança que anunciamos é falsa.

 

§  “Você não conhece meu marido” – Certamente você está certa ao dizer que não conheço seu marido, mas será que quando Deus promete que transformaria água em vinho ele não pensou em seu cônjuge? Esta “cláusula de exceção”, por acaso, foi estabelecida por ele ao referir-se ao seu casamento?

 

§  Aquele ali não tem jeito”  Quem é que tem jeito? Segundo as Escrituras todos nós estamos encerrados debaixo da culpa, e, a não ser que Jesus opere em nós pelo seu sangue, não há esperança para a humanidade. Qual é o mais fácil de se converter? O homem perverso ou o fariseu? O fariseu certamente será menos propenso a uma entrega incondicional, porque está confiado na sua justiça própria e não sente necessidade de se arrepender e de depender da graça de Jesus. O filho pródigo que saiu, estava mais aberto ao arrependimento que o filho que ficou.

 

§  Pastor, eu não consigo”. Já tentei e não deu certo. Ótimo! Então deixe Jesus fazer por você. É exatamente esta a grande promessa do Evangelho. Ele é o Poder de Deus! Se você é um projeto falido e está procurando Jesus, certamente você está indo no caminho certo. O Evangelho é Poder de Deus! A Bíblia afirma que em nós existe uma guerra:“ Espírito contra carne, carne contra Espírito”. Apenas o Evangelho nos capacita a “mortificar os feitos da carne” e passarmos a viver nossa vida na dependência do Espírito, não daquilo que achamos que podemos fazer..

 

 

C.    Os decretos eternos de Deus 

 

Anunciamos porque cremos que Deus já tem preparado aqueles que eles mesmo determinou para que venham a crer na mensagem maravilhosa da salvação.

 

Três textos podem ser destacados:

 

ü  Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tt 1.1). 

 

Paulo estava certo de que sua tarefa era promover a fé daqueles que seriam chamados por Deus. Deus já estava preparando seus corações. Quando pregamos apenas promovemos a fé dos que são eleitos.

 

ü  “...e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.” (At 13.48). 

 

Quando pregamos, aqueles que são chamados por Deus responderão com fé e submissão ao evangelho. Podemos pregar confiadamente sabendo que Deus está trabalhando no coração dos homens, como anteriormente trabalhou em nosso coração para nos arrependermos e sermos convertidos a ele.

 

ü  Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.” (Is 55.10,11). 

 

A palavra de Deus é viva, poderosa. Ele vai dar frutos. Quando observamos os decretos eternos de Deus concernentes à obra da salvação, nos sentimos ousados e intrépidos para pregar o evangelho. Muitos afirmam que o calvinismo desencoraja o evangelismo. Num interessante artigo de Scott Hill: “Calvinistas não são evangelistas?[4] “, questiona o fato de muitos afirmarem que o Calvinismo promove o fatalismo! Calvinismo joga fora o livre-arbítrio! Calvinistas não são evangelistas! Mas, historicamente falando, diz ele, os maiores evangelistas da história eram calvinistas 

 

John Knox foi ordenado sacerdote católico entre 1530 e 1540. Ele pregou condenação e inferno para a Rainha Maria, da Escócia, e também à Maria Sanguinária, rainha da Inglaterra. E se tornou um dos maiores evangelistas de seu tempo, bem como escreveu uma das maiores obras sobre a doutrina da predestinação que temos impressas até hoje. Jonathan Edwards, o grande pregador puritano foi frequentemente acusado de ser muito duro em sua pregação evangelística para crianças sobre pecado e inferno. William Carey, conhecido como o pai das missões modernas, era calvinista mas foi fenomenal na evangelização, imprimindo e distribuindo a Bíblia inteira ou em parte para 44 línguas e dialetos. Charles Spurgeon, o Príncipe dos Pregadores, pregou para audiências maiores que 10.000 na idade de 22 anos, foi um calvinista radical. Todos estes homens viraram o mundo de cabeça para baixo por Cristo. Todos eles eram calvinistas de 5 pontos. 

 

D.   O Espírito Santo abençoa a Palavra quando pregada fielmente

 

Em Teologia Sistemática chamamos, entendemos que quando uma pessoa ouve a verdade do evangelho ainda hoje, ela tem a Iluminação do Espírito para entender os livros inspirados. As Escrituras estão interconectadas com o poder do Espírito Santo, de tal forma, que quando ouvimos a verdade do evangelho, ele opera profunda transformação  pela Bíblia. E João registra as palavras de Jesus: "A Escritura não pode falhar" (Jo 10.35).

 

O Espírito Santo, através da Bíblia, fala aos nossos corações, comunicando as verdades eternas. 

 

Por isto, ao pregarmos a Palavra, devemos fazê-la fielmente, porque ela pode mudar a história do pecador. A Palavra ilumina  o coração. Ela tem o misterioso poder, porque o Espirito age através de suas verdades. Desta forma pode também transformar frágeis pregadores em poderosos pregadores, quando estão expondo fielmente suas verdades e sob a dependência do Espírito de Deus. 

 

João Calvino, na Institutas da Religião Cristã[5]escreveu: 

 

"Por isso, o mesmo Espírito que falou pela boca dos profetas tem de entrar em nossos corações para nos convencer de que eles disseram fielmente o que lhes fora divinamente ordenado... Se ele não iluminasse as suas mentes, eles estariam vogando entre muitas dúvidas! ... Daí a certeza: Os que o Espírito ensinou interiormente se apoiam firmemente sobre a Escritura, que dá autoridade a si mesma, não sendo portanto direito sujeitá-la a provas e raciocínios. E a autoridade a que ela tem direito lhe é dada pela atuação do Espírito. Porque mesmo se ela granjeia reverência a si por sua própria majestade, só nos afeta seriamente quando selada sobre nosso coração pelo Espírito. Por isso, iluminados por seu poder, cremos que a Escritura vem de Deus, e não por decisão de quem quer que seja; sem que a mente humana o possa compreender, afirmamos com absoluta certeza (como se estivéssemos olhando para a majestade do próprio Deus) que ela fluiu a nós da boca de Deus, através do ministério de homens. Não buscamos provas, nem indicações de autenticidade sobre as quais apoiar nossa decisão; submetemos a ela nossa opinião e nosso raciocínio, como a algo muito além de qualquer suposição! Fazemos isto não  como   pessoas   acostumadas   a   opinar   sobre   alguma   coisa desconhecida   que,   sob   análise   mais   acurada,   lhes   desagrada,   mas plenamente conscientes de que possuímos a verdade incontestável!”

 

 

Conclusão 

 

A Palavra de Deus está repleta de grandes e preciosíssimas promessas dirigidas ao que prega o Evangelho: "Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (Sl 126.6). Precisamos pregar com fé, porque a Palavra de Deus nos exorta: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.” (1 Co 15.58).

 

Dados mais recentes no campo missiológico tem sido promissores. Wagner afirma: “Estamos na primavera das missões cristãs. A expansão do evangelho e o crescimento das igrejas ao redor do mundo ultrapassam de longe qualquer momento anterior de nossa história ...) Mais pessoas foram ganhas para Cristo e mais igrejas foram plantadas nos últimos 200 anos que nos 1.800 anos anteriores. No mundo inteiro são 78 mil novos cristãos todos os dias, e 1.600 novas igrejas a cada semana.[6]

 

Winter & Koch, seguem na mesma direção, apesar de reconhecerem os grandes desafios que ainda temos na obra de evangelização mundial: “Foram necessários 18 séculos para que os cristãos dedicados crescessem de 0% da população mundial para 2.5%; mas foram necessários apenas 70 anos para crescerem de 2.5% para 5%, em 1970, e apenas os últimos 30 anos para crescerem de 5% para 11.2% da população mundial. Agora, pela primeira vez na história, há um crente para cada nove descrentes no mundo[7].


Portanto, ao pregar o evangelho, precisamos fazê-lo com uma vigorosa fé, firme aguardando com esperança os maravilhosos frutos, considerando que esta palavra que anunciamos é a gloriosa mensagem da salvação, poder de Deus para salvação de todo aquele que nele crê.

 

Billy Graham, no seu conhecido livro, “O Poder do Espírito Santo[8], conta a seguinte ilustração: 

"Certa vez um homem trouxe seu Novo Testamento, gasto pelo uso, para uma encadernadora, para que fosse novamente encadernado, com fino couro de Marrocos, onde deveria ser escrito com letras douradas no canto inferior esquerdo: The New Testament (O Novo Testamento). Voltando no dia marcado, ele recebeu seu Novo Testamento com uma linda roupagem nova. Mas tinha um senão: o encadernador não tivera letras minúsculas suficientes pera imprimir todas as palavras no canto do livro, e as tinha abreviado: T.N.T. – Não tem problema? –perguntou. 

      Não, está ótimo assim! Isto aqui é mesmo a dinamite de Deus!

 

Um antigo hino pentecostal diz o seguinte:

Ninguém detém! É obra santa

Ninguém detém! É obra santa

Nem satã nem o mundo todo

Pode apagar esse ardor

Ninguém detém! É obra santa!

Esta causa é do Senhor

 

 

 

 




 

 

 

 

 

 

 

 



[2] . Kuyper, R. B., Op. citado 

[5] John   Calvin   (Trad.   Ford   Lewis   Battles   ed.   John   McNeill, Institute of the Christian Religion

  (Philadelphia: Westminster Press, 1960) Book One, chapter 7, Section 4 & 5, pp. 79, 80. 

 

[6] Wagner, Peter – Estratégia Missionária, in Perspectivas no movimento cristão mundial, São Paulo, Ed. Vida Novas, 2009, pg 567

[7] Winter, Ralph D., Koch, Bruce A., Completando a tarefa, in Perspectivas no movimento cristão mundial, São Paulo, Ed. Vida Novas, 2009, pg 547

[8] Graham, Billy – O Poder do Espírito Santo, Sao Paulo, Ed. Vida Nova, 2a edição, 2018

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