sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Ap 6.9-11 O Quinto Selo

 



Introdução

 

Ao ler este texto, surgem várias indagações na nossa mente?

ü  O que representam os quatro selos anteriores?

ü  O que os cavalos brancos tem a ver com a oração dos mártires?

ü  O que significam estas orações dos mártires?

ü   

Precisamos entender que esta narrativa possui uma unidade. Não há interrupção entre os quatro primeiros selos e o quinto selo. Pelo contrário, há sequenciamento, continuidade. Se os quatro selos anteriores falam das forças da história, podemos concordar com Jacques Ellul que “O quinto selo é o quinto componente da História”[1]

 

Não há descontinuidade com o grupo definido de quatro cavalos. O clamor dos mártires não é um elemento solto, desconexo, que se situa noutro plano e noutro nível, antes encontra-se bem concatenado e relacionado. O quinto selo é parte integrante da história. 

 

“A oração dos mártires é um fator decisivo(…) Podemos conceber a história independentemente da ação espiritual provocada pela oração e pelo testemunho?”[2] (Ellul).

 

Você crê no poder da oração?

Isto nos leva a refletir sobre o fato de que Deus usa a oração como parte do seu plano para a ação na história da humanidade. As orações de seu povo são forças indispensáveis para seu agir na história e de forma particular, a oração daqueles que morrem por causa de sua fé e guardam o testemunho da palavra. As orações encontram-se dentro dos decretos de Deus.

 

Você crê que Deus usa suas orações como forma de abençoar sua vida e a história universal?

 

Uma das melhores formas de vencer é secularismo é crendo que Deus intervém por meio das orações. Muitos não crêem na intervenção sobrenatural de Deus. O Pr. Jeremias Pereira certa vez afirmou: “Quando oramos, o diabo os céus se movem, o inferno treme, e na terra, coisas grandiosas acontecem.” Da mesma forma o Dr. Russel Shedd afirmou: “Eu não sei o que acontece, mas quando oro, o poder de Deus se move em minha vida”.

 

Peter Wagner afirma que “algumas pessoas quando oram, crêem que Deus as ouve; outras, quando oram realmente crêem que Deus as ouve”. Isto faz alguma diferença?

 

São palavras da rainha Maria Stuart, da Escócia: “Temo mais as orações de João Knox, do que todos os exércitos da Europa”. Satanás teme quando vê o mais débil dos santos de joelhos.  

 

“A única preocupação de Satanás é impedir os santos de orar. Ele não teme os estudos, trabalho e religião sem oração. Ele ri do nosso trabalho, zomba de nossa sabedoria, mas treme quando nós oramos”.

Sto Ambrózio era Bispo da cidade de Cartago onde morava “Santa” Monica, mãe de Agostinho. Quando soube da conversão de seu filho à fé cristã, muito feliz ela procurou o bispo e compartilhou da obra que Deus fizera. A resposta de Santo Ambrózio foi maravilhosa: “Não era possível que Deus deixasse se perder um filho a favor de quem foram feitas tantas orações”.

 

Afirma-se que Lutero teria feito a seguinte afirmação: “Se eu deixar de empregar duas horas em oração toda manhã, o diabo terá vitória o dia inteiro”.

 

Este texto fala da oração dos mártires. De homens e mulheres que morreram por causa do testemunho do evangelho, de pessoas que não negaram a sua fé. O texto fala destes mártires clamando a Deus.

 

Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Ap 6.9-10).

 

As orações dos mártires, ecoam debaixo do altar. Encontram-se diante de Deus. Jamais foram esquecidas. Por esta razão tornam-se um elemento vital no processo da história, por esta razão, torna-se um dos selos que determinam o rumo da história. Sua ação parece acelerar o curso da história, seus movimentos.

 

A oração é uma das forças que movem a história.

Esta é uma das bases e uma das razões pelas quais a igreja deve orar. Orações dos justos, e especialmente dos mártires, desencadeiam reações nos céus.

 

Tanto em Ap 5.8 como em Ap 8.3-6, o clamor e as orações do povo de Deus trazem o juízo de Deus, o acerto de contas. Logo após a oração, o Cordeiro revela sua ira contra todos aqueles que se opuseram ao testemunho da verdade.

 

Estas testemunhas são o pivô da história, e elas pedem que o tempo desta história seja acelerado, mas Deus lhes responde que elas continuem em repouso, até que seu número seja completo, isto é, até que o testemunho da Palavra seja totalmente realizado no mundo.

 

“Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.” (Ap 6.11) Esta é a forma de Deus demonstrar que suas orações não caíram no esquecimento, mas que continuam valendo, até que ocorra o desfecho da história.

 

Por que as pessoas foram martirizadas?

tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam”. (Ap 6.9)

 

Duas coisas trazem perseguição:

  1. A Palavra de Deus – As pessoas são perseguidas pelo que creem, declaram e afirmam. Quando a Palavra de Deus é obedecida, você pode estar certo de que isto trará críticas, opressão, zombaria, perseguição e martírio.

 

A obediência à Palavra traz perseguição.

Uma vez perguntaram ao Rev. Francisco Leonardo, reitor do SPN, em Recife: “- A igreja perseguida será mais fiel?” E ele, com seu sotaque holandês respondeu: “-Não, a igreja mais fiel será perseguida”. John Huss e Jeronimo Savanarola foram perseguidos na Pré Reforma, Lutero teve que se esconder num mosteiro por vários meses, William Tyndale, que traduziu a Bíblia para a língua inglesa foi esquartejado, na França, Catarina de Médicis aplicou dura perseguição à igreja, na Inglaterra, Maria Tudor martirizou líderes cristãos em estacas.

 

  1. O testemunho fiel – Curiosamente, pessoas são perseguidas não por serem infiéis, mas por serem fieis. Não há perseguição para crentes infiéis. Satanás não está preocupado com aqueles que vivem uma vida de infidelidade. O texto afirma que foram perseguidos “por causa do testemunho que sustentavam”. Eles morreram porque nunca deixaram de sustentar o que era certo.

 

O lugar da oração no plano de Deus

 

A oração é colocada aqui como algo central, uma espécie de pivô da história. Um ponto sobre o qual circulam as grandes forcas da história. Esta é a razão pela qual a igreja ora, porque oração tem em si mesmo, o germe da mudança e da transformação. Por isso oramos.

 

Recentemente conversei com um velho pastor que me disse: “Eu não oro por milagres! Sei que Deus tem todas as coisas dentro de seu plano...” E eu pensei comigo: “Eu oro por milagre! Ainda que tantas vezes minha oração seja tantas vezes descrente e tão fraca. O que eu tenho aprendido é que Deus não precisa de orações fortes, já que o forte é Deus mas as orações fazem parte do plano de Deus para a história. O mesmo Deus que decreta os fins, decreta os meios, e a oração é um destes meios para intervir na história. Eu não creio na oração em si, mas eu creio no Deus que ouve as orações e se move por causa das  orações.

 

Seria a oração apenas uma estratégia psicológica, processo de auto-sugestão ou pensamento positivo? Não, de forma nenhuma! A oração faz uma grande diferença, e não se trata da prática de jogos mentais. A oração envolve a dinâmica do Universo. Ela não persuade a Deus a ser melhor do que Ele já é e nem leva Deus a fazer aquilo que ele não quer fazer, mas Jesus orava e a Bíblia nos encoraja a orar, com fé, isto seria motivo suficiente para que levássemos nossas orações a sério.

 

Quando oramos, dispomos o nosso coração, nossos bens, nosso tempo e energia à Sua vontade. Ou, como afirma Tim Keller, “alinhamos nossos desejos aos desejos de Deus”. Orar é uma forma de reorientar paixões e desejos. Orar é uma forma de alinhar nosso coração ao coração de Deus. Se Deus não quer mudar a situação, ele mudará nosso coração. Deus tem em suas mãos todos os recursos do universo. Ele é o Deus Todo-Poderoso.

 

Se as orações são uma das forças transformadoras da história, como observamos neste texto, imagine se 2.5 bilhões de pessoas que se declaram cristãs na terra, orassem com paixão para que Deus estabelecesse o seu reino, como Jesus ensinou que fizéssemos: “Seja feita tua vontade, assim na terra assim como nos céus”. Que impacto a oração unânime do povo de Deus geraria sobre a história humana? As forças do mal certamente teriam de recuar. O mundo mudaria.

 

O que representam estes mártires que dão testemunho?

 

A testemunha, que é a tradução da palavra “martirion” do grego, é sempre quem é chamado a depor. Ela vem de fora dos tribunais, para relatar o que ouviu ou presenciou. A testemunha é o fiador de alguma coisa. A testemunha de um crime é alguém que viu algo, ouviu algo, ou sabe de algo relacionado a este fato e pode relatar isto. A testemunha revela fatos, traz a tona aspectos desconhecidos, mostra lados não percebidos, introduz uma pista inesperada e modifica o processo.

 

Em Apocalipse 6 encontramos a descrição dos quatro cavalos que são as forças da história. O quinto selo vai falar das testemunhas que aparecem orando debaixo do altar, clamando a Deus para estabelecer a justiça. As testemunhas apesar de não serem um elemento de dentro das forças, servem de ligação para o inexplicável, desconhecido, novo, já que elas se encontram acima de todas as forças, sendo uma força sobrenatural pairando sobre tudo.

 

A testemunha é alguém que denuncia a força dos poderosos, a força dos cavalos implacáveis. A testemunha não entra em nenhum jogo político ou econômico, mas exprime o que está no exterior, atualizando o fato, tornando-o real e presente. O quinto selo é aquele que rompe o autoritarismo e dá lugar a verdade e a liberdade de se manifestarem. Aqueles que foram injustiçados e massacrados, pisoteados pela violência da força agressiva dos impiedosos cavalos, e que nunca foram ouvidos, agora podem falar com quem ouve e tem o poder de agir.

 

O quinto selo é a liberdade do homem, de ser aquilo que Deus quis que ele fosse, e que mesmo em meio a ameaças e à própria morte, não deixa de se revelar, de dizer o que aconteceu, de mostrar as verdades. Por isto os mártires clamam a Deus.

 

Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Ap 6.11)

 

As orações dos mártires são poderosas forças da história. O conteúdo de sua oração revela a profunda inquietação que muitas vezes a igreja de Cristo tem ao ver seu povo massacrado por sua fé, perseguidos e humilhados, igrejas sendo queimadas, igrejas fechadas. O clamor do mártires nos lembra que ainda que Deus não tenha impedido o martírio o clamor de tais pessoas torturadas, não foram esquecidas. As suas orações têm um efeito profundo diante do trono de Deus. E o clamor de seu sangue chega ao altar do Senhor, que está sentado no trono, do qual procedem todas as decisões. O clamor dos mártires chega a Deus, que tem o poder da história, que é o Senhor da história. Por isto o conhecido missiólogo Patrick Johnstone afirma: “Quando o homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus trabalha”

 

O que pedem os mártires?

  1. Que Deus apresse a história

 

Naturalmente uma pergunta vem à nossa mente: Se a história segue um plano divino e um calendário divino, como é possível apressar a história?

Esta ideia não é muito clara na Bíblia. Contudo, ela aparece também na 2 carta de Pedro: “Esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão.” (2 Pe 3.12)


A pergunta que faz parte do conteúdo da oração dos mártires pergunta: “Até quando?” (Ap 6.10). Isto aponta para uma certa “impaciência” face ao grande anseio para que a justiça de Deus se manifestasse na história. E este é o segundo aspecto contido nas orações dos mártires.

 

  1. Que a justiça de Deus seja estabelecida

 

Todos nós, de certa forma, ansiamos por Justiça. Muitos se esquecem que quando o Senhor estabelecê-la isto nos atingirá também. A justiça de Deus será estabelecida em nossa vida.

 

Vivemos em época de relativismo filosófico e moral. As pessoas dizem que não há absolutos, entretanto, o próprio anseio pela justiça revela a presença de algo que seja absoluto, caso contrário, como se estabelece a justiça.

 

Um fenômeno muito interessante tem acontecido: Quem é que estabelece o que é certo ou errado. As mídias sociais, Google, facebook, internet, possuem códigos morais. Existem coisas que “não podem” ser afirmadas, porque possuem conteúdo preconceituoso e vai contra a liberdade, mas quem está ditando o que é certo, quem se torna o censor e determina o que pode ou não pode ser dito? No Afeganistão, são os Talibãs, eles são senhores da verdade; durante muito tempo foi a igreja, mas e agora? Quem tem poder de veto, de dizer que determinado conteúdo ou ofensivo ou não? Os senhores da moral que controlam as mídias sociais? Esta questão é altamente complexa, e estamos no meio dela.

 

Tudo isto aponta para o fato de que faz parte da natureza humana o senso da justiça, do correto, do certo e do errado, do absoluto, do divino. Quando os mártires clamam por “vingança”- “Até quando não julgas nem vingas o nosso sangue?” podemos pensar na vingança como um anseio emocional dos mártires, entretanto, o que vemos é um anseio pelo estabelecimento da justiça de Deus.

 

Qual a resposta de Deus às orações?

 

E lhes disseram que repousassem até que, se completasse o número de seus conservos e irmãos que iam ser mortos” (Ap 6.11). O martírio ainda não acabou para os cristãos. Ele ainda continua.

 

Deus tem uma certa “medida” para a execução de seus propósitos.

Em Gn 15.16 Deus dá promessa da Terra Prometida a Abraão, mas lhe anuncia que ainda haveria um longo período, até que os amorreus fossem retirados da terra de Canaã. “Porque não se encheu ainda a medida da iniquidade dos amorreus. Se você estudar a história verá que o julgamento deste povo se daria apenas 430 anos depois, quando o povo de Deus os expulsa da terra, conforme a narrativa de Josué 11.3.

 

Deus tem o seu tempo.

A justiça de Deus não é emocional nem reativa. Deus não perde a cabeça por causa da blasfêmia de uma pessoa aqui outra acolá. Todas estas coisas, entretanto, serão julgadas, no tempo e hora de Deus. Quando se cumprir o tempo.

 

Debaixo do altar:

Onde se encontram estes mártires?

O texto afirma que eles estão “debaixo do altar”. Conectados ao lugar onde se assenta aquele que rege a história. Isto quer dizer que o sangue destes homens foi derramado no altar como uma oferta e um sacrifício a Deus. O sofrimento daqueles que deram sua vida por Cristo, morreram pelo testemunho de sua fé foi derramado na base do altar.

 

No tempo dos Macabeus, os judeus sofreram tremendamente por sua fé. Conta-nos a história que uma mulher, mãe de 7 filhos foi ameaçada de morte pela sua inflexibilidade e lealdade aos ensinamentos judaicos. Quando ameaçaram seus filhos ela não retrocedeu, ela lhes disse que Abraão não se recusara em oferecer Isaque e quando seus filhos chegassem ao céu eles poderiam dizer a Abraão que ele tinha construído um altar de sacrifício, mas sua família tinha construído sete.[3] Quando Inácio de Antioquia foi levado a Roma para ser queimado, ele orou para que sua morte fosse para Deus um sacrifício agradável.[4]

 

Conclusão: qual o impacto do martírio na obra do reino?

 

A perseguição ao povo de Deus tem acompanhado a história da igreja. Tertuliano, um dos pais da igreja teve uma compreensão muito profunda sobre o valor do martírio ”O sangue dos mártires é a semente da igreja”. Todas as vezes que há grande perseguição, a igreja de Cristo avança. Tempos de bonança geram crentes fracos, displicentes, e uma igreja descompromissada.

 

Em países onde há liberdade de culto e expressão, como EUA e Europa, a fé cristã está em grande declínio, enquanto em regimes de opressão a igreja tem florescido. Estima-se que na apenas na China existam 120 milhões de seguidores de Cristo, mesmo com o governo destruindo seus templos. A igreja sobreviveu na Rússia e na Romênia debaixo da cortina de ferro mas floresceu com grande força nestes tempos de aflição.

A grande ameaça não vem de fora: perseguição, prisão, morte. A grande ameaça vem de dentro: frieza, comodismo, superficialidade. O diabo nem os sistemas podem destruir a igreja; a infidelidade, sim.

 

Cerca de 260 milhões de cristãos foram “severamente perseguidos em todo mundo em 2019” (Fonte, Missão Portas Abertas).

 

Dietrich Bonhoeffer, um dos mais conhecidos mártires cristãos do Século XX, que se opôs fortemente ao sistema do III Reich, na Alemanha, na Segunda Guerra Mundial, era pastor e teólogo, e foi executado uma semana antes da queda de Hitler, ainda preso, escreveu o seguinte:

 

O sofrimento mesmo o mais oculto que lhes for causado, tem a promessa de um dia vir à luz para juízo dos perseguidores e para glorificação dos mensageiros. Igualmente o testemunho dos mensageiros não permanecerá na obscuridade, mas virá a público”. [5]

 

Uma das cenas mais marcantes da história da Igreja Cristã é a morte de Ridley, um reformador Inglês, e seu discípulo, Latimer. Na hora da morte, em agonia, o discípulo volta-se para seu mestre, sendo queimado com ele e diz: “Coragem mestre Ridley, acenderemos neste dia uma luz tão grande na Inglaterra, pela graça de Deus, que ninguém poderá apagar”. O historiador Nicholls faz o seguinte comentário. “Isto foi realmente uma profecia. A maioria dos ingleses rejeitou esta forma de religião que oferecia semelhantes espetáculos de selvageria, em nome de Cristo. A Inglaterra tornou-se consideravelmente muito mais protestante, após a morte da rainha Maria”.[6]

 

Se realmente crêssemos na eficácia da oração, certamente oraríamos mais e mais objetivamente por grandes temas. Oraríamos mais pelas nações, pela nossa nação, pelos líderes, pela decadência moral e espiritual da raça humana. Uma das grandes tragédias do cristianismo de hoje é o secularismo, cuja característica básica é que não cremos, de fato, nas possibilidades da oração.

 

Entretanto, este texto chama-nos a atenção para a realidade de que este é o quinto componente da história. “Muito pode, por sua súplica, a oração do justo”. 

 

Conclusão

Jesus, o nosso mestre também foi martirizado. Ele também sofreu o poder do chicote, da humilhação, do desterro, da agonia. Sua vida foi entregue. Uma espécie de oferenda a Deus. Ao olhar para Cristo, é isto que vemos: uma doação ao Pai, sua vida como sacrifício agradável. Seria, da mesma forma, o martírio dos cristãos, uma forma de culto a Deus?

 

Não temos dúvida alguma de que, assim como Deus recebeu a obra de Cristo como forma de entregue, o povo de Deus também, sua fidelidade, a firmeza na Palavra, o inabalável testemunho, sobem a Deus como sacrifício de aroma suave. A vida de Cristo nos inspira. A igreja é chamada para ser triunfante através da mais paradoxal situação, através da entrega e martírio. A vitória de Cristo se deu na sua doação, a vitória da igreja também, através da obediência integral.

 

Por esta razão, a oração se transforma no quinto componente da história.

 

 



[1]  Ellul, Jacques - Apocalipse, arquitetura em movimento, São Paulo, ed. Paulinas, 1979, pg. 172

[2]  Ellul, (1979) op. Cit. Pg. 172,173

[3]  Barclay, William - The Revelation of John, II, Edinburgh, The Saint Andrew Press, 2a. Edição, 1962, pg. 13.

[4] Barclay, (1962), op. Cit. 14

[5] Bonhoeffer, Dietrich - Discipulado . São Leopoldo, Ed. Sinodal, 1980, pg. 132

[6] . Nichols, Roberto Hasting – História da Igreja Cristã, Casa Editora Presbiteriana, S. Paulo, 1978, pg. 177.

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