Introdução
O texto de João 11 apresenta-nos três irmãos que viviam numa aldeia chamada Betânia, a 12 Km de Jerusalém. Todos eram amados por Jesus e amavam a Jesus, contudo, cada um deles se tornam figuras de seguidores de Cristo, com suas características pessoais e espirituais. Lázaro é visto aqui como um crente com problemas de saúde, doente que eventualmente morre. Marta nos revela, um discípulo de Cristo, com tendência para a autoconfiança, justiça própria, displicência espiritual e escolhas erradas quando se pensa nas prioridades, e Maria revela-se uma cristã devota e pura, cujo maior prazer encontra-se em colocar-se aos pés de Jesus e deliciar-se com suas palavras.
Muitas vezes, oscilamos entre os três perfis. Entretanto, na maioria das vezes, estes três irmãos, representam a realidade de uma igreja local. Os três modelos se revelam em nós, não ao mesmo tempo, mas de tempo em tempo, e precisamos tomar cuidar e retornar ao amor de Deus para com nossas vidas.
Lázaro, o crente enfermo e morto
Lázaro representa aqueles que são espiritualmente doentes. Lazaro descreve um pouco do que somos, e parte daquilo que vemos na comunidade. Quando falamos de igreja, falamos de nós mesmos. Nossa igreja será da forma que somos. Se formos pessoas de oração, esta igreja será uma igreja que ora, se damos bom testemunho, esta igreja dará bom testemunho, se formos pessoas envolvidas na obra, esta igreja também será envolvida; se formos generosos, esta igreja também será generosa. Uma igreja é a soma dos seus membros.
Uma das igrejas de Apocalipse é descrita por Jesus como uma igreja fria, apática, indiferente, doente. Esta é a igreja de Laodicéia, e Jesus está a ponto para vomitá-la de sua boca. (Ap 3.15-16). A Igreja de Pérgamo, abrigava heresias abomináveis ao Senhor, os nicolaítas, e Jesus a reprende dizendo que se eles não mudassem as atitudes, o próprio Senhor Jesus, o dono da igreja, viria e “pelejaria contra eles”. Ap 3.16 Sardes é descrita como uma igreja que tem “nome de que vive, mas está morta.” (Ap 3.1)
Existe muita gente doente espiritualmente na igreja, lamentavelmente nem todo enfermo percebe que está doente e busca ajuda para sua enfermidade. Muitos sabem que estão doentes, mas não se deixam tratar. Quando a pessoa está enferma, corre risco de vida, precisa de socorro, intervenção e tratamento.
Lázaro representa o crente enfermo e um crente morto.
Crente doente causa preocupação
- Familiar - Vemos Marta e Maria enviando pessoas para procurar Jesus para socorrê-lo. “Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: está enfermo aquele a quem amas.” (Jo 11.3) A família está preocupada e angustiada com seu estado de saúde. Assim acontece com muitas pessoas dentro de nossas igrejas.
- Aos irmãos e amigos - Os discípulos de Jesus colocam em risco suas próprias vidas para visitarem Lázaro, num contexto preocupante, com ameaças sobre eles e Jesus. O vs 8 diz: “Mestre, ainda agora os judeus procuraram apedrejar-te, e voltas para lá?” o Vs. 16 afirma: “Então, Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele.” O crente morto, gera desconforto e traz riscos para a comunidade cristã.
- Ao Senhor – “...mas vamos ter com ele.” (Jo 11.15) Jesus volta para a Judéia, mesmo estando sob ameaça. Por que Jesus decide ir para a casa daquela família, se ele corria risco de vida? A resposta está em João 11.5. “Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.”
Crente morto gera outros efeitos ainda mais graves
- Profunda tristeza aos irmãos - Os judeus vêm consolar as irmãs. “Muitos dentre os judeus tinham vindo ter com Marta e Maria, para as consolar a respeito de seu irmão.” (Jo 11.19) Quanta tristeza sentimos por pessoas que se afastaram da fé cristã, se apostataram? Quem ainda não se sentiu "dor" por causa de um irmão enfermo ou morto espiritualmente?
- O crente morto faz o Senhor chorar - O menor versículo da Bíblia se encontra em Jo 11.35, exatamente no texto que estamos estudando, mas ele tem um impacto imenso. Ele diz apenas: “Jesus chorou.” Este é o único texto que nos mostra Jesus chorando. Revela o amor de Jesus e a empatia com a dor e o luto, e este é o sentimento de Deus pelo pecador. O profeta Isaias afirma: “Portanto, digo: desviai de mim a vista e chorarei amargamente.” (Is 22.4). Um Deus que chora pelo pecador. A Bíblia nos ensina que podemos “entristecer o Espírito Santo.” (Ef 4.30). A Bíblia fala não de um Deus indiferente e distante, mas de um Deus amoroso, apaixonado e compassivo
- Crente morto está enclausurado, acorrentado, inativo. Uma enorme "pedra" o isola dos outros, a não ser que novamente ouça a voz de autoridade e liberdade do mestre que o chama dos mortos para experimentar uma vida de liberdade esta será sua condição eterna. “Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.” (Jo 11.39) "pedra" e "atadura" são símbolos de inatividade. Crentes mortos estão confinados. pode estar vivo para a atividade social, mas "amarrado" por hábitos e pecados. Ele não tem a vida a vida que flui do Espírito Santo.
- Crente morto não recebe nem transmite emoções. Não comunica nada, não chora, não ri, não ama. É frio, sem calor, sem vibração. Não tem percepção dos fatos à sua volta, está isolado, afastado do convívio, não se relaciona. Não contribui efetivamente em nada. O crente morto perdeu a capacidade de afetividade. Por mais que amemos alguém, quando ele morre, nós o sepultamos. Ele não poderá retribuir o nosso abraço, ele não tem sensibilidade, ele se isola. O morto pode ser a pessoa mais organizada da vida, se há um lugar onde as coisas estão em ordem, em que os vizinhos não incomodam uns aos outros, é o cemitério, mas organização sem organismo é uma tragédia.
Uma das definições de morte na Bíblia é que ela gera separação:
Morte física: do corpo com o espírito.
Morte espiritual: do homem com Deus.
Morte eterna: De Deus com o homem que rejeitou a sua salvação e sua graça oferecida em Cristo.
- Crente morto cheira mal, gera odor spiritual ruim. Marta afirmou: “Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias.” (Jo 11.39) Um corpo morto, entra em estado de decomposição, e causa mal cheiro. Por mais que amemos, quando alguém morre, somos forçados a separação.
O que Deus faz por um morto?
- Ele se aproxima do seu universo - Jesus sai de Jerusalém para Betânia “Ora, Betânia estava cerca de quinze estádios perto de Jerusalém.” (Jo 11.18), mesmo sabendo que ele estava morto.
- Ele ordena vida! Paulo afirma que sem a graça de Deus, estávamos mortos em nossos delitos e pecados, e éramos, por natureza, filhos da ira. Como também os demais. (Ef 2.2). Só voltamos a vida, quando o Espírito de Deus sopra sua vida em nós, sem Deus estamos mortos, insensíveis, distantes.
- Ele ordena que a pedra seja tirada – “Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra.” (Jo 11.39). Ele precisa sair do estado de alienação e distanciamento. Jesus dá vida e o chama para fora. “E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!” (Jo 11.43) Ele não nos deixa no túmulo.
- Ele pede aos homens que o ajudem para que possa andar – (Jo 11.44). Esta ordem de Jesus traz a ideia do discipulado. A igreja participando na cura e na restauração daqueles que estavam mortos em seus pecados, foram alcançados pela graça de Cristo e tornam a viver.
Marta, o crente fraco e cheio de dúvidas
Nas duas vezes em que Marta aparece na Bíblia, ela sempre parece estar na contramão do pensamento de Jesus. Em Lc 10.38-42, quando Jesus a censura porque, apesar de ter um coração de serva, ela não conseguia sossegar a alma, e andava inquieta e agitada por todos os lados, incapaz de descansar e parar, de se assentar aos pés de Cristo e aprender a ter uma vida intimidade espiritual com ele. Marta chegou até mesmo a censurar Jesus por achar que sua forma de agir não era correto. Crente desatento está sempre censurando a Deus e chamando a atenção de Deus. Afinal, ele julgar merecer mais consideração de Deus.
Este texto revela algumas as características de Marta, seu lado pragmático, e muitas vezes incrédulo. Marta tem dificuldades em entender as verdades que Jesus quer ensinar.
Primeiro, ela demonstra dificuldades em entender que Jesus era a ressurreição e a vida. No texto de Jo 11, encontramos algumas questões relevantes.
A. A sensação que temos ao ler este texto é que Marta se acha “teologicamente muito esperta e bem-informada.” Mas algumas coisas parecem não ir muito bem.
B. Marta encontra dificuldade em traduzir as promessas de Deus para seu dia a dia. O diálogo é muito interessante. Ao encontrar Marta, “Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (Jo 11.23-26)
Marta concorda em parte com Jesus, ela tem alguns pressupostos sobre a fé, que são verdadeiros, mas que não servem naquele exato momento. Ela não consegue entender a mensagem de Cristo. Jesus, afirma que Lázaro iria ressurgir, porque ele é a ressurreição e a vida, e Marta responde com sua fundamentação intelectual e teológica: "Eu sei que ele há de ressurgir no último dia"(Jo 11.24).
Jesus queria que Marta entendesse as implicações da ressurreição para aquela hora. Queria trazer uma teologia para seu viver diário, para as lutas que ela estava enfrentando, mas ela não consegue entender o que Jesus tenta ensinar. Marta possui uma teologia correta na ressurreição (Jo 11.24), mas não consegue traduzir a teologia para enfrentar os problemas da vida (Jo 11.39). Há muitos cristãos que possuem uma correta compreensão das doutrinas reveladas sobre a vida futura, mas não entendem as mensagens de Deus para hoje? Não somos assim tantas vezes? A Bíblia quer nos ensinar não apenas como morrer, mas como viver. Deus tem respostas não apenas para a vida depois da morte, mas tem resposta para hoje. Ele quer comunicar suas verdades, atualizadas, mas a teologia de Marta não consegue ser vivenciada porque é uma compreensão distante de Deus.
C. Marta cria obstáculos a ação de Jesus por não entender a dimensão de seu poder – Marta diz: "Já cheira mal" (Jo 11.39). O que ela está dizendo é verdade. Marta é prática, direta, mas sua expressão revela a dificuldade em crer que algo maravilhoso pudesse acontecer diante de seus olhos. Quando Jesus fala em abrir o túmulo, Marta se descontrola, acha ilógico e irracional e tenta impedi-lo.
Não é assim que fazemos com as coisas de Deus. Parece que nossa fé pode chegar até determinado limite, e depois disto ela estaciona. Quando temos uma fé agitada, não conseguimos compreender aquilo que Deus está querendo fazer hoje. Não conseguimos confiar e descansar na direção que ele trará. Ao ver Jesus ordenar que a pedra fosse removida da tumba de Lázaro, Marta expressou preocupação com o mau cheiro, demonstrando que não tinha certeza do que aconteceria em seguida (Jo 11.39). Sua dúvida revela a dificuldade de compreender o sobrenatural e os mistérios da fé.
D. Marta interpretou a resposta de Jesus sobre a ressurreição como algo futuro. Isto demonstra sua compreensão limitada da natureza divina de Jesus e do seu poder sobre a morte. Apesar de reconhecer Jesus como o Cristo, Marta questionou se ele realmente poderia fazer algo a respeito da morte de Lázaro, já que ele estava morto há quatro dias (Jo 11.39). Essa dúvida revela a fragilidade da sua fé, mesmo diante de alguém que já havia realizado outros milagres.
E. Marta apresentou algumas dúvidas sobre a ressurreição de Lázaro: uma de suas dúvidas se relaciona ao tempo: Ela interpretou a resposta de Jesus como algo futuro, no "último dia" (Jo 11.24). Ela cria que se Jesus estivesse por perto, seu irmão não teria morrido. Parece que sua fé conseguia ir até determinado ponto, mas que quando a linha cruzasse um determinado ponto, nada poderia ser feito.
F. Ela revelou dúvidas sobre a capacidade de Jesus de ressuscitar seu irmão. Questionou se ele realmente poderia fazer algo a respeito da morte de Lázaro. “Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. (Jo 11.39,40). Nesta hora, Jesus precisa chamar sua atenção: “Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?”
G. As dúvidas de Marta não indicam falta de fé, mas sim uma fé em desenvolvimento, uma fé imatura, superficial. Ela crê na ressurreição futura, mas ainda não compreende o poder de Jesus sobre a morte imediata.
Maria: O crente com intimidade com Deus
Marta e Maria estão passando pela mesma situação, mas a forma como cada uma delas lida com os eventos e a dor, são completamente diferentes.
- Enquanto Marta sai correndo em direção ao mestre, Maria ficou assentada em casa (Jo 11.20), numa atitude de quietude e serenidade. Ela só tem pressa quando Jesus lhe dirige a Palavra. “Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: O Mestre chegou e te chama. Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele.” (Jo 11.28,29). Estar perto de Cristo era seu desejo. Ela não demonstra desespero na dor.
- Tanto Maria quanto Marta disseram a mesma coisa. “Senhor, se estiveras aqui meu irmão não teria morrido.” (Jo 11.21,32) mas quando Maria fala, ela desperta reações viscerais em Cristo. Jesus chora depois da declaração de Maria. Sua palavra mexeu profundamente com o coração de Jesus.
Todas as vezes que Maria é descrita nos Evangelhos, ela aparece em profunda devoção.
Em Jo 11.2: O texto nos descreve a atitude de Maria, num evento anterior, no qual ela unge o Senhor com balsamo e lhe enxuga os pés com seus cabelos.
Em Lc 10.38, mais uma vez a veremos quedadas aos pés de Cristo, ansiosa por aprender seus ensinamentos.
Em Jo 11, vemos que quando ela se encontra com Jesus, ela se lança aos seus pés. Mais uma vez a vemos prostrada, em devoção.
Esta é a diferença entre a oração de um crente piedoso e um crente agitado. Podemos dizer as mesmas coisas, mas isto terá efeito diferente no coração do Pai. A oração de Maria inquietou Jesus. A mesma coisa foi dita, mas o efeito foi diferente em Jesus.
Marta representa a fé questionadora, buscando respostas e soluções, atropelando e não entendendo nem aceitando aquilo que Cristo está falando. A agitação não permite ouvir atentamente. Maria representa a fé contemplativa e receptiva, abrindo-se ao amor e à misericórdia de Deus, serena, capaz de se quedar e expressar sua dor com fé e confiança.
A mesma declaração de Marta e Maria causa diferentes efeitos no coração de Jesus por causa das diferentes motivações e expectativas por trás das suas palavras.
Marta estava focada na perda do irmão e nas implicações práticas da sua morte, e seu pragmatismo a leva a buscava uma resposta de Jesus sobre o que poderia ser feito para remediar a situação. Ela tinha fé em Jesus, mas limitada. Ela o reconhecia Jesus como Cristo, mas questionava sua capacidade de agir naquele momento.
Maria, por sua vez buscava em Jesus conforto e apoio em meio à sua dor, demonstrando total confiança em Jesus e no seu poder. Jesus se emocionou ao ver a dor de Maria e chorou com ela. A declaração de Maria despertou emoção, amor e misericórdia em Jesus. As diferentes formas de se relacionar com Cristo, resultaram em diferentes efeitos no coração de Jesus.
Isto mostra o perigo da fé de Marta: focada em servir e realizar tarefas, preocupada com a hospitalidade e organização, mas não em aquietar sua alma na presença de Cristo. Maria era focada em ouvir os ensinamentos de Jesus, atenta à sua presença e palavras, e Jesus a elogiou dizendo que “Maria tinha escolhido a boa parte e que esta não lhe seria tirada.”
Qual perfil mais se identifica com o nosso?
Lázaro: O crente enfermo e morto, que causa preocupações à Jesus e aos amigos e irmãos? Que causa tristeza? Que gera mau por causa do péssimo testemunho de vida? Que está enclausurado, atado, preso, sem poder para testemunhar, sem afetividade, sem abraço?
Marta: A crente desatenta, cheia de teologia, mas que não consegue trazer sua fé para o viver diário e para as lutas que ela enfrenta?
Maria: A crente piedosa, atenta, quebrantada, que confia de forma singela e profunda em Cristo e no seu poder?
O impacto da ressurreição?
Antes de encerrar, precisamos ainda analisar alguns objetivos que nos são revelados neste texto sobre o impacto da ressurreição. Qual é a importância da ressurreição, por que ela é uma doutrina tão importante para o cristianismo?
- A ressurreição traz glória a Deus. “Esta enfermidade não é para more, e sim para a glória de Deus.” (Jo 11.4) Jesus não estava interessado apenas em demonstrar seu poder e autoridade, mas em glorificar a Deus. Ele queria demostrar seu relacionamento com o Pai e a centralidade de sua obra, sempre buscando a glória de Deus.
- A ressurreição glorifica a Jesus. A ressurreição de Lázaro autentica sua declaração de Jo 11.25 de que ele era "a ressurreição e a vida". Sinais e intervenções sobrenaturais são formas didáticas de ensinar conteúdos mais absolutos. Ao orar Jesus afirma: “assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste.” (Jo 11.42).
- A ressurreição evidencia a autoridade de Cristo, gera fé em Jesus. “Muitos, pois, dentre os judeus que tinha vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele.” (Jo 11.45). É impossível entender a ressurreição de Lázaro e a ressurreição de Cristo sem que sejamos levados a uma atitude de profunda admiração e devoção. Se Jesus ressuscitou dos mortos, ele é Deus. A ressurreição demonstra sua autoridade, poder e divindade, afinal, quem tem poder sobre a morte?
- A ressurreição gera esperança. Uma esperança firme, segura. “eu sou a ressurreição e a vida, a quele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e cre em mim, não morrerá eternamente, crês isto?” (Jo 11.25,26)
- A ressurreição tem profundas implicações para a vida futura. Por ser ela uma realidade, a morte se relativiza.(1 Co 15.54-55). Não estamos caminhando para o nada e para o vácuo, mas para nos encontrarmos com o Senhor, que também experimentou a morte e a superou (1 Co 15.20-24). Quando nosso corpo se desfizer, e mortal será revestido pela imortalidade (1 Co 15.54), seremos revestidos por uma nova dimensão espiritual (2 Co 5.1-2).
Conclusão
Jesus faz uma pergunta a Marta, e creio que ela é essencial para todos nós. “E todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente, crês isto?” (Jo 11.26) Jesus insiste com Marta, porque percebe que ela não consegue crer. Ela tem uma fé vaga, impessoal e futura. Já é alguma coisa, mas será que a fé em Cristo, é capaz de gerar em nós transformações no dia de hoje?
Crentes, com fé superficial como a da Marta, ainda que tenham concepções teológicas corretas, encontrarão dificuldade em ver a glória de Deus. “Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?” (Jo 11.40)
Nossa fé precisa aprofundar para que vejamos a glória de Deus. Deus quer fazer grandes e surpreendentes coisas em nossa história, ele quer trazer ao nosso coração a compreensão de seu poder, autoridade e graça. Este texto nos desafia, e nos ensina a crer na autoridade de Cristo, a fim de que sejamos capazes de ver a glória de Deus.
Crês isto?