Introdução:
Este texto é um dos mais claros sobre a natureza da
batalha espiritual que o povo de Deus enfrenta. Somos aqui convocados a guerra.
O texto fala
do diabo, principados e potestades sob seu comando. São poderes, autoridades, e
governantes deste mundo tenebroso, e todos estes termos são aplicados a
entidades e espíritos malignos. O texto não nos fornece nenhuma biografia do
diabo e nenhuma explicação sobre a origem das forças das trevas. Admite a
realidade delas como fato conhecido de seus leitores. Todo o universo é
descrito aqui como um verdadeiro campo de batalha.
Não
é muito difícil encontrarmos situações nas quais poderíamos dizer: “O maligno
estava lá, e nós o encontramos”. Certa pessoa chegou a afirmar: “Se você acorda
de manhã e não se encontra com o diabo, você está seguindo na direção errada”.
Temos
a tendência de achar que temos dois mundos, distantes e separados, mas a Bíblia
fala de duas realidades presentes na história da humanidade. Uma presente e visível,
outra presente, mas invisível.
O inimigo que enfrentamos:
Temos
aqui uma lista detalhada de nossas armas e doutro lado uma descrição completa e
assustadora das forças organizadas contra nós. Nossa luta não é contra seres
humanos.
Em Lc 11.21,22 vemos que o valente (ischuros: Satanás) encontra-se “bem
armado” Ikathoplismenos: pronto para guerrear) guardando bem a sua
própria casa, mantendo suas posses seguras, até que surge alguém mais valente (ischuteros,
referência a Jesus), Satanás é derrotado e lhe é retirado a armadura (panoplian:
proteção).
Neste
texto de Efésios, Paulo fala que nossa luta não é contra a carne (aima
kai sarka), conjunto de tendências humanas, mas contra as manifestações
espirituais: Principados (archas), tiranos que se autodenominam
príncipes, potestades (exousias), forças de combate, e
“dominadores deste mundo tenebroso (kosmokratoras), estrategistas do
mal. Somos exortados a tomar a armadura de Deus (panoplian:
proteção), para termos vitória contra estes poderes espirituais.
Panoplian não se refere a simples armadura. Soldados
comuns usavam armaduras (elekoi) para proteção, feitas de metal
revestindo o corpo. Panoplian,
entretanto, era usada por
oficiais. Traziam o brasão do imperador para dar proteção e
indicavam a autoridade daqueles homens que representavam os interesses do império.
Sob o panoplian residia
toda a base da autoridade daqueles homens.
Principados e potestades
Refere-se
a inteligências demoníacas. Há uma teoria de que Paulo esteja referindo-se mais
a estruturas de pensamento (tradição, convenção, lei, autoridade, religião). Ap
17.12,13, já que principados podem assumir muitas formas de poder e disfarces.
Existem forças sociológicas e políticas que são demoníacas, verdadeiros
principados e potestades, no entanto, este texto, de forma específica, não
deixa muita margem para este tipo de interpretação.
O
alvo de Deus é que a igreja consiga desmascarar o engano das potestades, sejam
elas de que forma forem.
1. Sua criação original - Ez 28.12-17
2. Sua queda - Ez 28.2-10; 17-19
3. Sua derrota por Cristo - Col 2.15; Rm 8.38;
1 Pe 3.22
4. O confronto e aprendizado com a Igreja -
Ef 3.10
5. Sua hostilidade contínua - Ef 6.12
6. Sua destruição final - 1 Co 15.24; Ap
20.10
Tais forças em ordem de
batalha possuem três características:
1. São poderosas - Não sabemos
se principados e potestades se referem a diferentes categorias na hierarquia do
inferno, mas os dois títulos chamam a atenção ao poder e à autoridade que
exercem. Também são chamados de “os dominadores deste mundo
tenebroso”. A palavra kromoskratores era
usada na astrologia para os planetas que, segundo se pensava, controlavam os
destinos da humanidade. Relembra-nos o título de príncipe deste mundo e
sua oferta de dar todos os reinos do mundo ao Senhor;
2. São malignas - O poder
propriamente dito é neutro, pode ser bem usado ou não. Nossos inimigos
espirituais, porém, empregam seu poder destrutivamente. Odeiam a luz, pertencem
ao mundo tenebroso As trevas são o lugar de sua habitação natural.
São descritos como forças espirituais do mal, que operam nas regiões
celestes, isto é, na
esfera da realidade invisível. São os agentes secretos do mal. Assim, as trevas e
o mal caracterizam suas ações. Não possuem qualquer princípio
moral, nem código de honra, nem sentimentos mais nobres. Não reconhecem a
convenção de Genebra, nem as regras da guerra. São totalmente inescrupulosos.
Usam dardos inflamados. Quando Dante Aleghieri escreveu sua famosa
obra “A Divina Comédia”, colocou na porta do inferno a seguinte epígrafe: “Aqui
acaba toda esperança!”
3. São astutas - Paulo descreve
as ciladas do diabo (Ef 6.11). Estratagema seria
também uma palavra adequada. Quando o diabo se transforma em anjo de luz, somos
apanhados sem nada suspeitar. Às vezes ruge como leão, em outras é sutil como a
serpente. “Sede sóbrios e vigilantes, o diabo vosso adversário, anda em
derredor, procurando alguém para devorar. Resisti-lhe firmes na fé” (1
Pe 5.8). Em Gn 3.1 vemos a artimanha do diabo, aproximando-se de Eva, fazendo
atraentes sugestões, até que ela se convence de seus argumentos. Satanás é um
bom marqueteiro e sabe desenvolver uma política infernal. A força e a fraude
constituem sua ofensiva principal contra incautos e até mesmo contra a igreja
de Cristo.
Como
podemos resistir aos assaltos e sugestões malignas, se somos interiormente tão
ingênuos e fracos? A maioria das derrotas são resultados da insensata
auto-confiança e força de vontade, quando nos esquecemos do poder do inimigo.
Apenas o poder de Deus pode nos livrar da maldade e astúcia do diabo.
Precisamos
nos lembrar do poder de Deus em Cristo Jesus, quando o ressuscitou dentre
os mortos, entronizando-o nas regiões celestes, no mundo espiritual no qual os
podres invisíveis estão operando. Os principados foram derrotados na cruz e
agora estão debaixo dos pés de Cristo (Col 2.15).
Como vencer esta
batalha?
Este
texto não apenas fala das armas do diabo, mas já que se trata de uma batalha
espiritual, detalha cuidadosamente as armas que todo cristão deve
usar.
- A
poderosa arma da verdade – “Estai,
pois, firmes, cingindo-vos com a verdade” (Ef 6.14). Satanás
possui uma “geografia” própria, na qual ele sempre obtém vitória, quando
seu centro é deslocado, e ele se encontra em outro ambiente, seu poder
diminui sensivelmente. A mentira é uma das regiões em que ele habita e
gosta de transitar.
Podemos
falar de outras geografias que o diabo sempre usa:
a.
A geografia do ódio é um lugar propício para sua trajetória,. Ele
não consegue andar pelas estradas da afetividade.
b.
Ele consegue se movimentar facilmente pelas rotas das trevas, mas
é facilmente desmascarado nas estradas permeadas por clareza e luminosidade.
c.
Ele sempre obtém vitórias quando atravessa as trilhas da mentira e
do engano, mas não consegue obter sucesso quando está diante da verdade.
Se
quisermos obter vitória sobre o diabo, a primeira arma é a verdade.
Jesus
assim advertiu alguns dos seus opositores: “Vós sois do diabo, que é o vosso
pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e
jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere
mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo
8.44)
A
Bíblia nos exorta a nos cingirmos da verdade. "Cingir",
significa literalmente amarrar a verdade em nós como cinturão. Quando as
pessoas iam fazer caminhadas longas caminhadas, com suas túnicas, o processo era
complicado, então eles amarravam suas roupas pelo meio, para dar maior
agilidade e mobilidade. A verdade deve estar nos rodeando, precisamos estar
envolvidos com a verdade para termos liberdade de movimentos. A mentira
escraviza. “Porque nada podemos
contra a verdade, senão pela verdade”
(2 Co 13.8).
Se
quisermos obter vitórias contra o diabo, precisamos dizer e viver a verdade,
mesmo com prejuízo pessoal. Satanás não é ser de luz, ele anda nas trevas, no
engano e na mentira, e nesta geografia, certamente, ele obterá vitória. Mas se
viermos para a luz, onde encontra-se a verdade, por mais assustador que a
verdade pareça, obteremos vitória.
- A
maravilhosa arma da justiça – “...vestindo-vos
da couraça da justiça” (Ef 6.14b).
A
segunda arma poderosa contra as trevas é a justiça, por isto somos encorajados
a colocar esta vestimenta, protegendo com ela nosso corpo como uma couraça, que
protegiam os guerreiros de setas e flechas que eram lançadas nas guerras.
“outra parte essencial do equipamento do soldado romano era a “couraça”. Sem a
couraça, o tórax do guerreiro ficava vulnerável a cada golpe do inimigo. Paulo
diz que a justiça é a couraça do cristão” (Vaughan, Curtis, Efésios, Ed. Vida,
Miami-FL, 1986, pg. 149).
Vivemos
numa sociedade naturalmente desigual e injusta. É fácil vermos injustiça contra
os trabalhadores, contra os pobres, contra os fracos. Infelizmente muito do
sistema jurídico que deveria ser colocado a serviço da justiça, se presta a
conchavos e acordos. Viver na injustiça é fortalecer o inferno.
Por
isto os cristãos são desafiados a assumir comportamentos públicos de justiça.
Jesus afirma: “Bem aventurados os que tem fome e sede da justiça, porque
serão fartos” (Mt 5.6). Nossa roupagem ética implica na bandeira da justiça,
na luta por direitos humanos.
Felizmente
a igreja de Cristo tem lutado em todos os continentes por justiça, são
verdadeiros arautos que se levantam, alguns isoladamente, clamando por justiça
social. Temos ai grandes e belos exemplos como de Laslos Tokles em
Timisoara (Romênia); Martin Luther King Jr (conflito racial nos Estados
Unidos), William Wilbeforce na Inglaterra, lutando pela libertação dos escravos
no mundo ocidental. Desmond Tutu e Nelson Mandela, bispos anglicanos na África
do Sul, lutando pelos direitos dos negros e das minorias.
Toda
vez que uma sociedade levanta a bandeira da justiça, ela está obtendo vitórias
sobre as trevas. Toda vez que “homens de bem”, se calam e omitem diante da
injustiça, estarão empoderando o inferno. Em tempos de corrupção, desigualdade,
perseguição, precisamos vestir ousadamente a "couraça da justiça".
Não se trata apenas de uma luta contra sistemas sociais e políticos, mas contra
os poderes deste mundo tenebroso.
Deus
precisa de pessoas comprometidas com a justiça em órgãos públicos e em
movimentos sociais defendendo causas justas, direitos humanos,
liberdade de expressão, para declarar e promulgar o que é justo. Isto
enfraquece o inferno.
3. Fundamentar os pés no Evangelho – “calçando os pés com a preparação do evangelho da paz” (Ef 6.15).
Tenho
considerado que é mais fácil entender o que é o evangelho pensando no que não
é.
O Evangelho não é o relato histórico que Mateus, Marcos,
Lucas e João fizeram. Eles falam do Evangelho, mas não são, por definição, o
Evangelho. Evangelho é essencialmente o conteúdo das “boas novas” de que Deus enviou seu Filho por meio do qual se
cumpriu toda esperança e promessa do AT. O Evangelho tem seu centro em Jesus, na
sua pessoa e obra. O
Evangelho consiste no fato de que Deus providenciou o seu próprio filho como propiciação pelos nossos pecados. (Rm
3.25). Deus, enviou seu Filho para assumir o nosso lugar na
cruz. O ponto central dos Evangelhos não é a vinda de Cristo, nem seus
milagres, mas sua morte. O centro da mensagem cristã é a remissão de nossos
pecados. Não há salvação possível, a não ser que Jesus tenha morrido na cruz do
calvário.
Calçar os pés no Evangelho é
pisar em terreno sólido.
O problema que os fundamentos de nossas crenças estão
quase sempre equivocados. Esquecemos quem Cristo é e pensamos em quem somos. Insistimos
inconscientemente que podemos nos resgatar da condenação eterna, por meio do
nosso currículo espiritual. O resultado quando pisamos neste solo movediço é
sempre o mesmo: depressão ou orgulho espiritual.
Firmar os pés no evangelho, dá segurança espiritual.
Nossa vida deve estar fundamentada em Cristo e não em nós mesmos, colocamos
nossa admiração no que ele fez e não no que fazemos. Quando calçamos os pés no
evangelho, trocamos as sandálias da justiça própria pela maravilhosa obra de
Cristo realizada no calvário. A obra de Cristo nos livra da escravidão e nos dá
esperança.
Que sapatos teológicos você tem usado? Coloque seus pés
no evangelho da paz. Esta armadura nos livra do perfeccionismo, da culpa, das
acusações do diabo e nos enche de louvor e alegria.
4. Escudo da fé: Nossa proteção contra o mal - "Embraçando sempre
o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do
maligno" (Ef 6.16).
Todo
este texto ensina que estamos no meio de uma guerra. Os perigos surgem de todos
os lados: Flechas, dardos, lanças, espadas. Curiosamente, a arma que nos
protege contra estas armas letais que são as ideias, pensamentos e conceitos
pagãos, só podem perder seu poder de destruição quando embraçamos a fé. Com ela
podemos nos proteger ao surgirem as acusações e sofismas habilmente engendrados
no inferno. As setas do diabo precisam ser destruídas com uma fé robusta.
Um
padre estrangeiro da Universidade Católica de Goiás, repetia seu jargão:
“muitos rapazes perdem a fé quando vem para a faculdade, porque sua fé é muito
mexerica” (confundindo com a palavra mixuruca). Os dardos inflamados do maligno
devem ser neutralizados com o escudo da fé. A Bíblia afirma: “E esta é a vitória que vence o mundo, a
nossa fé” (1 Jo 5.4).
Tente
enfrentar o mundo e o diabo sem fé, ou tirem este escudo contra os ataques e
flechas que ele manda. O resultado será abatimento e queda no campo de batalha.
A primeira seta vai atingir o seu coração e você cairá sem folego.
Embrace a fé! Ela é poderosa para enfraquecer
e neutralizar as setas do diabo.
Considere a extensão da afirmação deste texto:
“com o
qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno".
Já pensaram na ideia
de dardos?
São flechas que surgem de onde não esperamos e
muitas vezes vem de longe. Na verdade, tais setas surgem de todos os lados.
Pense você enfrentando uma batalha e as flechas descendo de todas as direções.
Como se defender? A única chance é o escudo. Ele te protege.
Considere outro
aspecto: As setas são inflamadas.
Esta era uma das armas mais perigosas da antiguidade,
tais flechas eram untadas com óleo e acesas antes de serem lançadas contra o
adversário. Algumas vezes eram feitas de estopa embebida com substância
combustível. Não só feriam, mas queimavam. Vinham pegando fogo! Onde encontrassem
algo para queimar, seja madeira, feno, palha e lixo, transformavam-se
rapidamente numa grande fogueira. As setas do diabo são verdadeiras chamas que sapecam
e queimam aqueles que estão desprevenidos.
O texto ainda nos diz
que elas vem do maligno.
Satanás joga estas setas nas áreas desprotegidas da
razão e emoção. Elas vem em forma de pensamento, dúvidas, ideias, valores,
conceitos, cosmovisão, sentimentos. Estamos sendo constantemente bombardeados.
Precisamos de valores e convicções claros que mantenham nossa fé bem fundamentada.
A fé é o escudo. Coloque a fé como meio de defesa. Só uma forte fé pode
enfrentar uma batalha no campo de ideias e conceitos como temos enfrentado.
A única arma para apagar todos os dardos inflamados
do maligno é uma fé robusta e sólida. Ela é escudo contra as setas inflamadas
do maligno. A leitura variante preferida por muitos especialistas na leitura do
texto original, usa a palavra “em todas as circunstâncias”, ao invés de
“sempre”. O escudo deve ser usado em todos os momentos do conflito.
5. Uma mente protegida espiritualmente – “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra
de Deus” (Ef 6.17). A ordem agora era bem específica: Proteja a mente!
O
soldado romano também usava um capacete para proteger-se na batalha. Indica o
cuidado necessário com a cabeça (mente). Paulo afirma que nossas armas não são
carnais, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas, anulando sofismas (2
Co 10.4-5). É interessante pensar que as armas espirituais podem “anular
sofismas”, um termo claramente ligado à filosofia e a maiêutica de Sócrates. Nossa
luta espiritual é, antes de tudo, apologética. Se não nos convencermos que a fé
cristã é intelectualmente razoável e coerente, nunca nos tornaremos bons
cristãos.
“Para
o crente, salvação é parte da armadura defensiva que é essencial à sua
segurança na luta...sem a confiança de resgate do cativeiro passado, o cristão
pode ser facilmente ferido mortalmente no conflito”. (Foulkes, Francis-
Efésios, São Paulo, Ed Mundo Cristão, 1963, pg 146).
A
mente precisa estar protegida e isto envolve a salvação. Quando sabemos que
somos de Deus, e que esta salvação nos foi dada graciosamente por Cristo, as
tentações, lutas, embates e conflitos poderão ser vencidos. Se você ficar
hesitante sobre a vida eterna, e o amor incondicional de Jesus, você estará
sempre susceptível ao diabo.
6. A Palavra de Deus: A
arma de ataque ““Tomai também o capacete
da salvação e a espada do Espírito, que
é a Palavra de Deus” (Ef 6.17).
“A
sexta arma é ofensiva, a espada que o Espírito usa... a espada é a Palavra do
Senhor, é a mensagem do Evangelho, quando ela vem aplicada pelo Espírito de
Deus. Quando isto acontece, verifica-se a transformação de Cristo se manifesta”.
(Shedd, Russel – Tão grande salvação, São Paulo, Vida Nova, 1991, pg 83).
Por
isto Paulo afirma que nossas armas não são carnais, mas poderosas em Cristo,
como narramos antes, “para destruir fortalezas”. A Palavra de Deus é
fundamental na luta contra as trevas. Se você se deparar com uma pessoa
possessa e não souber muito o que fazer em tal situação, abra a palavra de Deus
e a leia corajosamente.
Uma
das irmãs de nossa igreja, Oilba Andrade, tinha apenas 14 anos de idade quando
foi convertida a Cristo, recebendo-o como seu salvador pessoal. Ela era na
época, a única evangélica de sua família. Imagine as críticas e objecoes que
sofreu, vivendo assim no interior de Goiás, nos idos de 1960. Um dia, voltando
para casa deparou-se cum uma pessoa possessa de um espirito maligno. As pessoas
estavam apavoradas com a cena, e ela também ficou, mas não se intimidou. Pegou
sua Bíblia, e ousadamente começou a lê-la em voz alta, e o espírito maligno
deixou aquele homem.
Foi
assim que Jesus confrontou todo ataque do maligno. Quando Satanás fazia uma
sugestão provocativa ele respondeu: "Está escrito”. Não há outra forma de
confrontar o diabo e seus anjos, senão usando a poderosa arma que é a espada do
Espírito, a Palavra de Deus.
Como
temos lutado contra o diabo? Que armas usamos? A força da carne? Raciocínio?
Proatividade?
Use
a Palavra de Deus. Ela é viva e eficaz!
Ela
destrói Satanás. Por isto aprendemos que “ou o pecado te afasta da Bíblia ou a
Bíblia te afasta do pecado”. Quando estiver em dúvida, ameaçado, encurralado,
assustado, use a Palavra de Deus!
Conclusão:
Exortações finais
A.
Sede fortalecidos no Senhor e na força de seu
poder
– “Quanto ao mais, sede fortalecidos no
Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). Alguns são tão auto confiantes
que acham que podem defender-se sozinhos. Outros estão tão desconfiados de si
mesmo que imaginam que nada podem contribuir para esta guerra. Sem a força de poder de Deus falharemos
e cairemos, por isso precisamos ser fortalecidos nele e na sua força.
Esta ordem é para todos.
B.
Revesti-vos! Precisamos de toda armadura de Deus: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para
poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Ef 6.11). Não apenas uma
das armas, mas “todas as armas”. Se usarmos o capacete, sem a couraça, ainda somos
susceptíveis; se usarmos a verdade, sem a justiça, estamos fragilizados, e
assim por diante...
C.
As ciladas do diabo assumem roupagens
distintas, mas o seu maior êxito consiste em persuadir as pessoas de que ele
não existe. “Uma das principais causas da má condição espiritual da igreja de
hoje é o fato de que o diabo está sendo esquecido. Tudo é atribuído a nós
mesmos; todos nós temos chegado a ser demasiadamente psicólogos em nossas
atitudes e em nossos pensamentos”. (M. L . Jones). C. S. Lewis.
Lewis
afirma que Satanás fica feliz quando assumimos duas posições: primeiro, negamos
sua existência; Segundo, atribuímos tudo a ele. Não é muito difícil
enveredarmos por uma dessas posições. Podemos satanizar tudo ou não ver o diabo
em nada. A regra é simples: Não devemos ver o diabo em tudo, mas não podemos
deixar de vê-lo onde ele se encontra.
Muitos olham para a vida sem considerar as
forças espirituais que interagem neste mundo tenebroso. São pessoas crentes, de
boa índole, mas ingênuas em relação às forças do mal e as armas que ele
emprega. É necessário criar uma “santa suspeição”, para com temor e santidade,
poder usar todas estas armas que o Espírito Santo de Deus deixou à nossa
disposição.
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