terça-feira, 28 de novembro de 2017

Ex 20.10 “De tuas portas para dentro”


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Introdução:

Meus colegas de Presbitério afirmam que tenho bons sermões  porque quem os prepara é minha esposa. Bem, embora não seja de todo verdade, tenho de admitir que boas ideias que muitas vezes usei, vieram de suas reflexões, das leituras e conversas sobre temas teológicos que tivemos. Mas hoje, este sermão, devo admitir de forma ainda mais enfática, é, na sua essência, resultado da reflexão dela, que sugeriu o tema de nosso encontro de casais em 2017. “De tuas portas para dentro”.
Este texto é extraído dos dez mandamentos, quando Deus diz ao povo: “Seis dias trabalharas e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro. (Ex 20.9,10).

Implicações sociais e espirituais

Deus está dizendo: O que acontece do lado de fora da sua casa, não é seu problema, mas o que acontece dentro, você tem que prestar contas. Dentro da casa as coisas precisam andar de acordo com aquilo que cremos.

Neste texto vemos que isto tinha grandes implicações, pois incluía até mesmo o animal doméstico. O tratamento dado aos bichos de estimação ou de produção, deveriam estar alinhados com a visão de Deus. Havia um propósito “ecológico”, neste mandamento. Outro aspecto ainda precisa ser considerado: as posses do povo de Deus precisavam estar alinhadas, já que ele fala dos servos e servas. Os escravos daquele tempo, e os funcionários nos dias de hoje, da porta de nossa casa para dentro precisam andar de acordo com aquilo que cremos. O sábado tinha portanto, um propósito “social”, que visava defender os trabalhadores dos abusos e ganância dos patrões. Da porta para dentro, eles deveriam andar alinhados com a visão de Deus para os seres humanos. Eles precisavam descansar e usar o dia de sábado para outras atividades não produtivas, como o descanso e o culto a Deus.

O texto fala ainda dos forasteiros, ou estrangeiros. Pessoas de outras culturas e convicções religiosas que eventualmente frequentavam a casa do povo de Deus. Eles deveriam também andar “das portas para dentro”, alinhados com a visão que Deus tinha para o ambiente doméstico do seu povo.

A verdade é que não temos condições de determinar o que cada um fará no ambiente externo, numa sociedade tão plural e relativista, mas podemos sim, estabelecer as regras, normas, princípios e valores que serão adotados em nossa casa, “das portas para dentro”.
Portas são o caminho de acesso para os lares. O que estamos permitindo que entre em nossas casas? Quais são as influências e costumes que estão penetrando e fazendo morada e não deveriam estar presentes? Este é um grande desafio quando precisamos lidar com a mídia, que entra sem pedir licença, conceitos opostos aos que cremos que invadem nosso lar através dos filmes e programas da TV e da influência da internet que abre um portal para o mundo inteiro.

Porta tem a ver com receptividade, abertura. 
Devemos estar conscientes de que abriremos o hall de passagem para nossa casa, para o que queremos, quando quisermos, para quem desejamos e se queremos. Nem todas as coisas serão bem vindas. Precisamos de um filtro e uma censura para não deixarmos entrar quem não queremos que entre.

Certa vez trouxe para dentro de minha casa uma pessoa que tinha um agudo quadro de esquizofrenia. No afã de ajudar um jovem que chegou em Anápolis e não falava inglês, a Polícia Federal me pediu para ajudar a traduzir, e não tendo para onde levá-lo, disponibilizei minha casa, enquanto conversaríamos com a embaixada de seu país sobre os procedimentos que deveriam ser tomados (Nova Zelândia), e o levei para casa. Depois de tomar um banho ele entrou num surto psicótico e nos fez reféns, ameaçando e se comportando de uma forma que eu, minha esposa, meu sogro e minha sogra, ficamos ameaçados e debaixo de sua alucinação e surtos psiquiátricos esdrúxulos, sem saber qual seria o seu próximo lance e se isto colocaria em risco nossa integridade física. Durante quase três horas ficamos praticamente assentados à mesa, debaixo de sua ira e doença, neutralizados e ameaçados. Felizmente dois amigos chegaram em casa, e isto permitiu que eles vissem e entendessem a situação e chamassem a polícia, que finalmente, depois de um longo diálogo, com a rua de minha casa já cheia de curiosos e pessoas procurando ajudar, a saga enfim terminou. Depois que ele saiu de casa, lembro-me que nos assentamos exaustos e perplexos sobre o fato acontecido. Nosso hóspede se tornou nossa ameaça. Ele entrou pela porta da frente, com nossa permissão e nos transformou em refém de sua insanidade e loucura.
Como isto tem a ver com o que falamos...

O lado de dentro e o lado de fora

Não podemos ter controle sobre o que acontece do lado de fora, mas precisamos saber o que fazer com aquilo que acontece de “nossas portas para dentro”. Ficamos muito preocupados com o que acontece lá fora, a violência social, bullying, competitividade, situações sobre as quais nada podemos fazer, mas será que temos sido prudentes em relação àquilo que acontece no quintal de nossa casa, nos nossos quartos e no ambiente familiar?
O que temos deixado entrar através da cultura, mídia, comentários, cultura, amizades, que podemos nos distanciar de Deus e de seu propósito? O que tem adentrado nossas portas?
Tive um forte impacto ao ouvir uma música do Gilberto Gil, que trata deste assunto. Meu choque se deu porque sei que ele é um artista que já defendeu muitas causas estranhas e eventualmente faz comentários sobre os quais eu não concordo, seja a nível de sua compreensão espiritual ou a ética, mas essa música, de forma muito estranha, parece discurso moralista de pastor. Ele a cantou no programa do Faustão, e não faço a mínima ideia sobre qual foi a reação do público, ou se a plateia entendeu seu conteúdo. Sua letra possui uma relevância impressionante para nossos dias. Creio que era sobre isto que Jesus se referia ao afirmar que “até pedras clamarão”. Leia com atenção:

Os Pais
Compositor: Gilberto Gil / Jorge Mautner

Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!

Por isso não acham nada demais
Na semi-nudez de todos os carnavais
E na beleza estonteante e tão natural
Da moça que expressa no andar provocante
A força ondulante da sua moral
Amor flutuante acima do bem e do mal

Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!

Por isso não podem fugir do problema
Maior liberdade ou maior repressão
Dilema central dessa tal de civilização
Aqui no Brasil sob o sol de Ipanema
Na tela do cinema transcendental
Mantem-se a moral por um fio
Um fio dental!

A grande ameaça vem de dentro

Certa vez o Rev. Júlio Andrade Ferreira afirmou: “Nada pode destruir a igreja exceto ela mesma. Nem cultura, nem poder, nem mesmo o diabo. Mas sua infidelidade pode levá-la à ruina”.

Esta tem sido a estratégia do inferno.
Enfraquecer as igrejas, atingir os corações, destruir os lares.

Em Números 23-25 temos o relato do rei Balaque, que contratou um famoso macumbeiro da região, cujo nome era Balaão, para amaldiçoar o povo de Deus. Como a quantia em dinheiro era alta, isto encheu o coração do feiticeiro que porém, nada pode fazer. O que ele afirmou foi extremamente interessante: “Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar... Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que coisas tem feito Deus!” (Nm 23.23).
Apesar de nada poder fazer espiritualmente, Balaão deu uma sugestão que se tornou altamente eficaz contra o povo de Deus. Ele aproximou prostitutas moabitas no arraial, e os jovens de Israel começaram a se envolver sexualmente e foram convidadas por elas para participarem dos sacrifícios de seus deuses, e isto trouxe a ira do Senhor contra o povo, no que ficou conhecido como a maldição de Baal-Peor. Vinte e quatro mil pessoas morreram de praga. Alguns comentaristas acreditam que eles pegaram doença venérea avassaladora que não tinha remédio e morreram por causa da promiscuidade. O diabo não destruiu o povo, a feitiçaria nada pode fazer, mas a infidelidade trouxe danos profundos sobre o arraial do povo de Deus. 
A estratégia das trevas é a infiltração. Como aconteceu no famoso relato grego “Cavalo de Troia”.

“O Cavalo de Troia foi um grande cavalo de madeira usado pelos gregos durante a Guerra de Troia, como um estratagema decisivo para a conquista da cidade fortificada de Troia, cujas ruínas estão em terras hoje turcas. Tomado pelos troianos como um símbolo de sua vitória, foi carregado para dentro das muralhas, sem saberem que em seu interior se ocultava o inimigo. À noite, guerreiros saem do cavalo, dominam as sentinelas e possibilitam a entrada do exército grego, levando a cidade à ruína. A história da guerra foi contada primeiro na Ilíada de Homero, mas ali o cavalo não é mencionado, só aparecendo brevemente na sua Odisseia, que narra a acidentada viagem de Odisseu de volta para casa. Outros escritores depois dele ampliaram e detalharam o episódio” (Wikipedia).

Muitas catedrais milenares na Europa tem conseguido se manter de pé apesar de eventos sísmicos e grandes terremotos, entretanto, algumas delas estão sendo ameaçadas por pequenos fungos que lentamente enfraquecem as estruturas e corroem seus fundamentos. Não são as ameaças internas que comprometem, mas as internas, quase invisíveis, que dilapidam o prédio e ameaçam sua estrutura.

Quais são as ameaças que podem destruir nossa casa “portas a dentro”?

1.      Perda da afetividade – quando os lares perdem a capacidade de refletir o caráter de Cristo e os relacionamentos se tornam secos, distantes, ameaçadores, correm sério risco de perder o respeito, a consideração, o cuidado de um para o outro. Cônjuges que se distanciam comprometem a alegria e a espontaneidade dentro de casa. Lares sem afeto, ternura, correm risco serio de desabar.

A Bíblia afirma que no cerne do ministério de Jesus, uma das coisas mais maravilhosas que nos aconteceria seria a conversão de pais aos filhos e filhos aos pais (Mal 4.5-6). Não apenas conversões verticalizadas, mas também horizontalizadas. Não apenas para Deus, mas de um para com o outro. Precisamos de conversões dos corações. Deus nos deu promessa que tiraria o coração de pedra e colocaria um coração de carne em nós. “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espirito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36.26)

2.      Afrouxamento de princípios – Somos diariamente bombardeados por uma moral relativa, que consegue inverter até os termos. Já consideraram que para esta geração “ficar”, que dá uma ideia de solidez e permanência, traz a ideia de transitoriedade? “Ficar” significa “não ficar”. Esta linguagem é muito sutil. Já viram adolescentes conversando? Quando convidam para um programa e o outro responde imediatamente que vai, eles dirão: “demorou!”.
Vivemos numa época de fluidez moral, ninguém parece saber o que é certo e o que é errado. Alguns anos atrás, um conselheiro de adolescentes ligou apavorado para minha esposa dizendo: “Sara, me ajuda, a discussão do grupo agora é se ficar é errado ou certo e eu não sei responder”, e Sara respondeu: “Você como conselheira, deveria ter opinião clara, firme e bíblica sobre o assunto, não deveria estar em dúvida sobre algo tão sério”. É isto que tem acontecido repetitivamente com os pais. Eles não sabem o que é certo e o que é errado, qual o limite para permissão ou repressão. Educam com muita relutância e ambiguidade, querem ser modernos demais, e se tornando dúbios nos valores que precisam ser vigorosamente estabelecidos.
Famílias cristas precisam ter princípios claros. Precisam orientar seus filhos, dar norte e direção, dizer sim e não, com amor e com firmeza. “No temor do Senhor, tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos” (Pv 14.26).

3.      Enfraquecimento da devoção – Como família cristã e como indivíduos, temos orado pouco, prestado atenção superficial à palavra e a vida devocional está anêmica. Falta compreensão da Palavra de Deus, falta oração profunda e intencional. Vida espiritual frágil sempre fraqueja na hora da tentação e da provação.


Filhos precisam ser protegidos pela oração dos pais. Há muita luta espiritual que vão muito além daquilo que supomos ou imaginamos. Vivemos intensa batalha espiritual das trevas contra a luz, os alicerces espirituais tem sido afrontados, e a vida de oração nos dará lucidez e graça para lidar com tais situações.

4.      Ações demoníacas – Não podemos ignorar a realidade espiritual que nos rodeia. Não precisamos satanizar todos os processos humanos, nem culpar o diabo por tudo de mal que nos acontece, mas ao mesmo tempo, precisamos de uma atitude de vigilância, “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios” (2 Co 2.11).

O inimigo de nossa alma é real e ameaça a graça que vem de um lar abençoado por Deus. Uma santa suspeita precisa ser desenvolvida se quisermos proteger nossa casa de ações malignas. A ignorância sobre este assunto pode ser fatal. As Escrituras ensinam: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar. Resisti-lhe firmes na fé, certos de que, sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade, espalhada pelo mundo” (1 Pe 5.8-9).  

5.     Perda do Evangelho – Corremos o risco de perdermos o evangelho, mesmo sendo evangélicos ou frequentando igrejas consideradas evangélicas. Paulo repreende a Pedro, que já era líder na igreja primitiva, porque não estava andando de acordo com o Evangelho. “Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas...” (Gl 2.14). Apesar de ser um líder respeitado, ele estava agindo de forma contrária ao que o Evangelho ensinava, quando discriminou os irmãos da Galácia para manter sua reputação diante dos líderes do presbitério que vieram de Jerusalém. Não é muito difícil perder o evangelho.  

Jesus afirmou que o divórcio ocorre, em última instância, por causa da “dureza do coração” (Mt 19.8), do marido, da mulher, ou de ambos. Nossos lares podem permitir que conceitos contrários ao evangelho desviem nosso coração da graça do Evangelho.

Embora o livro de Deuteronômio seja do Antigo Testamento, ele descreve a consequência da rebeldia aos mandamentos e ao plano que Deus tem para seu povo. “Todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído, porquanto não ouvistes a voz do Senhor, teu Deus, para guardares os mandamentos e estatutos que te ordenou” (Dt 28.45)

A ruína do Sacerdote Eli
Um dos textos mais duros contra um servo de Deus na Bíblia encontra-se no 1 livro de Samuel. Os filhos de Eli, que substituíram seu pai no sacerdócio, eram infiéis em todos os aspectos. Desviavam recursos da igreja, adulteravam com mulheres no templo e prosseguiam em fazer o que era mal perante o Senhor. Eli chegou a repreendê-los, mas parece que ele precisava ser mais incisivo e direto, porque eles continuaram a agir da mesma forma e Eli, por negligência ou comodismo, não os denunciou nem tomou uma posição mais firme. O julgamento de Deus foi veemente sobre sua família.

Naquele dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com respeito a sua casa. Começarei e cumprirei, porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis e ele não os repreendeu” (1 Sm 3.10,13).

O problema de Eli, está claro. Ele não cuidou de sua casa, “portas a dentro”. As coisas precisavam ser arrumadas, denunciadas e confrontadas. Era o nome de Deus que estava em questão, mas ele negligenciou, ou quem sabe, tenha se cansado e não continuou fazendo o que era necessário. Ele permitiu ou aceitou o fato de que seus filhos “eram assim mesmo” e se esqueceu de promover a glória do Deus de Israel. Eli é julgado não por aquilo que fez, mas por aquilo que fizeram na sua família e pelo seu silêncio e omissão.

O efeito do Evangelho “portas a dentro”
Alguns textos bíblicos nos ajudam a entender o que acontece quando espiritualmente protegemos nossa família, das “portas para dentro”.

A.   Proteção espiritual – Na instituição da páscoa judaica, quando o povo estava saindo do Egito, Deus disse ao povo: “O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes, quando eu vir o sangue, passarei por vós e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”. (Ex 12.13). 

Quando colocamos divisas entre os portões da nossa casa e aquilo que está do lado de fora, o resultado é proteção. O povo de Deus entrou para dentro, em obediência tomou uma posição clara e até mesmo bizarra, de tingir suas casas com o sangue de um animal abatido, mas isto os protegeu espiritual. A ordem de Deus foi seguida: “Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e sus ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir” (Ex 12.22).

B.    Salvação e redenção familiar – A história de Zaqueu nos mostra o que acontece quando selecionamos quem queremos receber em nossa casa. Zaqueu convida Jesus para entrar em suas portas. Sua casa recebe o Filho de Deus. Zaqueu é rico e influente, tem uma vida respeitada nos portões para fora, mas sua moral é falsa. Agora, diante de Cristo, que ele permitiu que entrasse em sua casa, ouve uma declaração libertadora: “Então, Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão” (Lc 19.9). Faz toda diferença trazer Jesus para casa. O mesmo aconteceu com o carcereiro de Filipos Diante do testemunho de Paulo e Silas ele os convida para sua casa e passa a tratar de suas feridas, ouvindo a resposta angustiante de sua alma sobre salvação:  “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31).

C.    Companhia e celebração – Um dos textos mais conhecidos na Bíblia encontra-se em Ap 3.20: “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei, cearei com ele e ele comigo”.

Jesus fala de duas coisas espontâneas que acontecem em nossa casa quando a abrimos para ele.

Companhia: “entrarei
Celebração: “Cearei com ele”.

Ele se compromete a repartir o pão conosco. Existe coisa melhor que comer uma refeição com gente que amamos? Só convidamos pessoas para comerem em casa se estamos identificadas com elas. Cozinha é lugar íntimo da família.

Conclusão:
Gostaria de encerrar esta palavra, falando de três elementos presentes na comunhão de Cristo em nossa casa:

O primeiro encontra-se no relato da Páscoa: O sangue do Cordeiro.
Deus pede ao povo que entre na sua casa, feche a porta com sua família (se fosse pequena poderia levar amigos), e a marcasse com o sangue nas vergas das portas e nos umbrais. Aquele sangue aponta para o sacrifício perfeito de Cristo, para o sangue do Cordeiro de Deus que seria derramado na cruz. Aquele sangue é a nossa proteção, ele mantém nossas casas protegidas das obras do diabo e do poder do destruidor.

O segundo, é o milagre que se dá com portas fechadas.
Quando Elias se encontrou com a viúva de um dos seminaristas da casa de profetas, que não tinha o que comer, ele pede para que ela reúna a quantidade de vasilhas que for possível, e depois instrui: “Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o teu azeite em todas aquelas vasilhas; põe à parte a que estiver cheia” (2 Rs 4.4).
Milagres acontecem quando famílias fecham a porta da casa em obediência à Palavra. Ali, fora da pressão externa, das ameaças dos cobradores, o milagre é experimentado com devoção, temor e obediência.

O terceiro, a Palavra
Quando Moisés estava instruindo o povo em relação aos mandamentos e o amor a Deus, lhes instruiu dizendo: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração...e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Dt 6.6,9). Os judeus levaram tão a sério este mandamento que muitos deles, ainda hoje, colocam o mezuzah em suas portas, uma pequena caixa de metal, com uma porção das Escrituras Sagradas que diz: “Ouve, ó Israel, o Senhor teu Deus, é o único Senhor”. Esta é a essência do Shemah hebraico.

O que temos feito das “portas a dentro” de nossas casas?
Mal e bem agem por concessão. O mal entra porque permitimos. Jesus entra porque permitimos. Quais são as influências externas que temos deixado entrar em nossa casa? Precisamos decidir se queremos ser norteados pela cultura pagã, midiática, relativista e pluralista ou a Palavra de Deus?


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