Introdução:
Meus colegas de Presbitério afirmam
que tenho bons sermões porque quem os prepara é minha esposa. Bem, embora
não seja de todo verdade, tenho de admitir que boas ideias que muitas vezes
usei, vieram de suas reflexões, das leituras e conversas sobre temas teológicos
que tivemos. Mas hoje, este sermão, devo admitir de forma ainda mais enfática,
é, na sua essência, resultado da reflexão dela, que sugeriu o tema de nosso
encontro de casais em 2017. “De tuas
portas para dentro”.
Este texto é extraído dos dez
mandamentos, quando Deus diz ao povo: “Seis dias trabalharas e farás toda a
tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum
trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua
serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro”.
(Ex 20.9,10).
Implicações sociais e espirituais
Deus está dizendo: O que acontece do
lado de fora da sua casa, não é seu problema, mas o que acontece dentro, você
tem que prestar contas. Dentro da casa as coisas precisam andar de acordo com
aquilo que cremos.
Neste texto vemos que isto tinha
grandes implicações, pois incluía até mesmo o animal doméstico. O tratamento dado
aos bichos de estimação ou de produção, deveriam estar alinhados com a visão de
Deus. Havia um propósito “ecológico”, neste mandamento. Outro aspecto ainda
precisa ser considerado: as posses do povo de Deus precisavam estar alinhadas,
já que ele fala dos servos e servas. Os escravos daquele tempo, e os
funcionários nos dias de hoje, da porta de nossa casa para dentro precisam
andar de acordo com aquilo que cremos. O sábado tinha portanto, um propósito
“social”, que visava defender os trabalhadores dos abusos e ganância dos
patrões. Da porta para dentro, eles deveriam andar alinhados com a visão de Deus
para os seres humanos. Eles precisavam descansar e usar o dia de sábado para
outras atividades não produtivas, como o descanso e o culto a Deus.
O texto fala ainda dos forasteiros,
ou estrangeiros. Pessoas de outras culturas e convicções religiosas que
eventualmente frequentavam a casa do povo de Deus. Eles deveriam também andar
“das portas para dentro”, alinhados com a visão que Deus tinha para o
ambiente doméstico do seu povo.
A verdade é que não temos condições
de determinar o que cada um fará no ambiente externo, numa sociedade tão plural
e relativista, mas podemos sim, estabelecer as regras, normas, princípios e
valores que serão adotados em nossa casa, “das portas para dentro”.
Portas são o caminho de acesso para
os lares. O que estamos permitindo que entre em nossas casas? Quais são as
influências e costumes que estão penetrando e fazendo morada e não deveriam
estar presentes? Este é um grande desafio quando precisamos lidar com a mídia,
que entra sem pedir licença, conceitos opostos aos que cremos que invadem nosso
lar através dos filmes e programas da TV e da influência da internet que abre
um portal para o mundo inteiro.
Porta tem a ver com receptividade,
abertura.
Devemos estar conscientes de que abriremos o hall de passagem para nossa casa, para o que queremos, quando quisermos, para quem desejamos e se queremos. Nem todas as coisas serão bem vindas. Precisamos de um filtro e uma censura para não deixarmos entrar quem não queremos que entre.
Devemos estar conscientes de que abriremos o hall de passagem para nossa casa, para o que queremos, quando quisermos, para quem desejamos e se queremos. Nem todas as coisas serão bem vindas. Precisamos de um filtro e uma censura para não deixarmos entrar quem não queremos que entre.
Certa vez trouxe para dentro de minha
casa uma pessoa que tinha um agudo quadro de esquizofrenia. No afã de ajudar um
jovem que chegou em Anápolis e não falava inglês, a Polícia Federal me pediu para ajudar a
traduzir, e não tendo para onde levá-lo, disponibilizei minha casa, enquanto conversaríamos
com a embaixada de seu país sobre os procedimentos que deveriam ser tomados (Nova
Zelândia), e o levei para casa. Depois de tomar um banho ele entrou num surto
psicótico e nos fez reféns, ameaçando e se comportando de uma forma que eu,
minha esposa, meu sogro e minha sogra, ficamos ameaçados e debaixo de sua alucinação
e surtos psiquiátricos esdrúxulos, sem saber qual seria o seu próximo lance e
se isto colocaria em risco nossa integridade física. Durante quase três horas
ficamos praticamente assentados à mesa, debaixo de sua ira e doença,
neutralizados e ameaçados. Felizmente dois amigos chegaram em casa, e isto
permitiu que eles vissem e entendessem a situação e chamassem a polícia, que
finalmente, depois de um longo diálogo, com a rua de minha casa já cheia de
curiosos e pessoas procurando ajudar, a saga enfim terminou. Depois que ele
saiu de casa, lembro-me que nos assentamos exaustos e perplexos sobre o fato
acontecido. Nosso hóspede se tornou nossa ameaça. Ele entrou pela porta da
frente, com nossa permissão e nos transformou em refém de sua insanidade e
loucura.
Como isto tem a ver com o que
falamos...
O lado de dentro e o lado de fora
Não podemos ter controle sobre o que
acontece do lado de fora, mas precisamos saber o que fazer com aquilo que
acontece de “nossas portas para dentro”.
Ficamos muito preocupados com o que acontece lá fora, a violência social,
bullying, competitividade, situações sobre as quais nada podemos fazer, mas
será que temos sido prudentes em relação àquilo que acontece no quintal de
nossa casa, nos nossos quartos e no ambiente familiar?
O que temos deixado entrar através da
cultura, mídia, comentários, cultura, amizades, que podemos nos distanciar de Deus
e de seu propósito? O que tem adentrado nossas portas?
Tive um forte impacto ao ouvir uma
música do Gilberto Gil, que trata deste assunto. Meu choque se deu porque sei
que ele é um artista que já defendeu muitas causas estranhas e eventualmente
faz comentários sobre os quais eu não concordo, seja a nível de sua compreensão
espiritual ou a ética, mas essa música, de forma muito estranha, parece
discurso moralista de pastor. Ele a cantou no programa do Faustão, e não faço a
mínima ideia sobre qual foi a reação do público, ou se a plateia entendeu seu
conteúdo. Sua letra possui uma relevância impressionante para nossos dias. Creio
que era sobre isto que Jesus se referia ao afirmar que “até pedras clamarão”. Leia
com atenção:
Os Pais
Compositor: Gilberto Gil / Jorge Mautner
Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!
Por isso não acham nada demais
Na semi-nudez de todos os carnavais
E na beleza estonteante e tão natural
Da moça que expressa no andar provocante
A força ondulante da sua moral
Amor flutuante acima do bem e do mal
Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!
Por isso não podem fugir do problema
Maior liberdade ou maior repressão
Dilema central dessa tal de civilização
Aqui no Brasil sob o sol de Ipanema
Na tela do cinema transcendental
Mantem-se a moral por um fio
Um fio dental!
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!
Por isso não acham nada demais
Na semi-nudez de todos os carnavais
E na beleza estonteante e tão natural
Da moça que expressa no andar provocante
A força ondulante da sua moral
Amor flutuante acima do bem e do mal
Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!
Por isso não podem fugir do problema
Maior liberdade ou maior repressão
Dilema central dessa tal de civilização
Aqui no Brasil sob o sol de Ipanema
Na tela do cinema transcendental
Mantem-se a moral por um fio
Um fio dental!
A grande ameaça vem de dentro
Certa vez o Rev. Júlio Andrade
Ferreira afirmou: “Nada pode destruir a igreja exceto ela mesma. Nem cultura,
nem poder, nem mesmo o diabo. Mas sua infidelidade pode levá-la à ruina”.
Esta tem sido a estratégia do
inferno.
Enfraquecer as igrejas, atingir os
corações, destruir os lares.
Em Números 23-25 temos o relato do rei
Balaque, que contratou um famoso macumbeiro da região, cujo nome era Balaão,
para amaldiçoar o povo de Deus. Como a quantia em dinheiro era alta, isto
encheu o coração do feiticeiro que porém, nada pode fazer. O que ele afirmou
foi extremamente interessante: “Eis que para abençoar recebi ordem; ele
abençoou, não o posso revogar... Pois contra Jacó não vale encantamento, nem
adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que
coisas tem feito Deus!” (Nm 23.23).
Apesar de nada poder fazer
espiritualmente, Balaão deu uma sugestão que se tornou altamente eficaz contra
o povo de Deus. Ele aproximou prostitutas moabitas no arraial, e os jovens de
Israel começaram a se envolver sexualmente e foram convidadas por elas para
participarem dos sacrifícios de seus deuses, e isto trouxe a ira do Senhor
contra o povo, no que ficou conhecido como a maldição de Baal-Peor. Vinte e
quatro mil pessoas morreram de praga. Alguns comentaristas acreditam que eles
pegaram doença venérea avassaladora que não tinha remédio e morreram por causa
da promiscuidade. O diabo não destruiu o povo, a feitiçaria nada pode fazer,
mas a infidelidade trouxe danos profundos sobre o arraial do povo de Deus.
A estratégia das trevas é a
infiltração. Como aconteceu no famoso relato grego “Cavalo de Troia”.
“O Cavalo de Troia foi um grande cavalo de madeira usado pelos gregos durante a Guerra de Troia, como um estratagema decisivo para a conquista da cidade fortificada de Troia, cujas ruínas estão em terras hoje turcas. Tomado pelos troianos como um símbolo de sua vitória, foi carregado para dentro das muralhas, sem saberem que em seu interior se ocultava o inimigo. À noite, guerreiros saem do cavalo, dominam as sentinelas e possibilitam a entrada do exército grego, levando a cidade à ruína. A história da guerra foi contada primeiro na Ilíada de Homero, mas ali o cavalo não é mencionado, só aparecendo brevemente na sua Odisseia, que narra a acidentada viagem de Odisseu de volta para casa. Outros escritores depois dele ampliaram e detalharam o episódio” (Wikipedia).
Muitas catedrais milenares na Europa tem conseguido se manter de pé apesar de eventos sísmicos e grandes terremotos, entretanto, algumas delas estão sendo ameaçadas por pequenos fungos que lentamente enfraquecem as estruturas e corroem seus fundamentos. Não são as ameaças internas que comprometem, mas as internas, quase invisíveis, que dilapidam o prédio e ameaçam sua estrutura.
Quais são as ameaças que podem
destruir nossa casa “portas a dentro”?
1.
Perda da afetividade –
quando os lares perdem a capacidade de refletir o caráter de Cristo e os
relacionamentos se tornam secos, distantes, ameaçadores, correm sério risco de perder
o respeito, a consideração, o cuidado de um para o outro. Cônjuges que se
distanciam comprometem a alegria e a espontaneidade dentro de casa. Lares sem
afeto, ternura, correm risco serio de desabar.
A Bíblia afirma que no cerne do
ministério de Jesus, uma das coisas mais maravilhosas que nos aconteceria seria
a conversão de pais aos filhos e filhos aos pais (Mal 4.5-6). Não apenas
conversões verticalizadas, mas também horizontalizadas. Não apenas para Deus,
mas de um para com o outro. Precisamos de conversões dos corações. Deus nos deu
promessa que tiraria o coração de pedra e colocaria um coração de carne em nós.
“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espirito novo; tirarei de vós
o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36.26)
2.
Afrouxamento de princípios –
Somos diariamente bombardeados por uma moral relativa, que consegue inverter
até os termos. Já consideraram que para esta geração “ficar”, que dá uma ideia
de solidez e permanência, traz a ideia de transitoriedade? “Ficar” significa “não
ficar”. Esta linguagem é muito sutil. Já viram adolescentes conversando? Quando
convidam para um programa e o outro responde imediatamente que vai, eles dirão:
“demorou!”.
Vivemos numa época de fluidez moral,
ninguém parece saber o que é certo e o que é errado. Alguns anos atrás, um
conselheiro de adolescentes ligou apavorado para minha esposa dizendo: “Sara,
me ajuda, a discussão do grupo agora é se ficar é errado ou certo e eu não sei
responder”, e Sara respondeu: “Você como conselheira, deveria ter opinião
clara, firme e bíblica sobre o assunto, não deveria estar em dúvida sobre algo
tão sério”. É isto que tem acontecido repetitivamente com os pais. Eles não sabem
o que é certo e o que é errado, qual o limite para permissão ou repressão.
Educam com muita relutância e ambiguidade, querem ser modernos demais, e se
tornando dúbios nos valores que precisam ser vigorosamente estabelecidos.
Famílias cristas precisam ter princípios
claros. Precisam orientar seus filhos, dar norte e direção, dizer sim e não,
com amor e com firmeza. “No temor do
Senhor, tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos” (Pv
14.26).
3.
Enfraquecimento da devoção –
Como família cristã e como indivíduos, temos orado pouco, prestado atenção
superficial à palavra e a vida devocional está anêmica. Falta compreensão da Palavra
de Deus, falta oração profunda e intencional. Vida espiritual frágil sempre
fraqueja na hora da tentação e da provação.
Filhos precisam ser protegidos pela oração dos pais. Há muita luta espiritual que vão muito além daquilo que supomos ou imaginamos. Vivemos intensa batalha espiritual das trevas contra a luz, os alicerces espirituais tem sido afrontados, e a vida de oração nos dará lucidez e graça para lidar com tais situações.
4.
Ações demoníacas – Não
podemos ignorar a realidade espiritual que nos rodeia. Não precisamos satanizar
todos os processos humanos, nem culpar o diabo por tudo de mal que nos
acontece, mas ao mesmo tempo, precisamos de uma atitude de vigilância, “para
que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”
(2 Co 2.11).
O inimigo de nossa alma é real e
ameaça a graça que vem de um lar abençoado por Deus. Uma santa suspeita precisa
ser desenvolvida se quisermos proteger nossa casa de ações malignas. A
ignorância sobre este assunto pode ser fatal. As Escrituras ensinam: “Sede
sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário anda em derredor, como leão que
ruge, procurando alguém para devorar. Resisti-lhe firmes na fé, certos de que,
sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade, espalhada
pelo mundo” (1 Pe 5.8-9).
5. Perda do
Evangelho – Corremos o risco de perdermos
o evangelho, mesmo sendo evangélicos ou frequentando igrejas consideradas
evangélicas. Paulo repreende a Pedro, que já era líder na igreja primitiva,
porque não estava andando de acordo com o Evangelho. “Quando, porém, vi
que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a
Cefas...” (Gl 2.14). Apesar de ser um líder respeitado, ele estava
agindo de forma contrária ao que o Evangelho ensinava, quando discriminou os irmãos
da Galácia para manter sua reputação diante dos líderes do presbitério que
vieram de Jerusalém. Não é muito difícil perder o evangelho.
Jesus afirmou que o divórcio ocorre,
em última instância, por causa da “dureza do coração” (Mt 19.8), do marido, da
mulher, ou de ambos. Nossos lares podem permitir que conceitos contrários ao
evangelho desviem nosso coração da graça do Evangelho.
Embora o livro de Deuteronômio seja
do Antigo Testamento, ele descreve a consequência da rebeldia aos mandamentos e
ao plano que Deus tem para seu povo. “Todas estas maldições virão sobre ti,
e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído, porquanto não
ouvistes a voz do Senhor, teu Deus, para guardares os mandamentos e estatutos
que te ordenou” (Dt 28.45)
A ruína do Sacerdote Eli
Um dos textos mais duros contra um
servo de Deus na Bíblia encontra-se no 1 livro de Samuel. Os filhos de Eli, que
substituíram seu pai no sacerdócio, eram infiéis em todos os aspectos. Desviavam
recursos da igreja, adulteravam com mulheres no templo e prosseguiam em fazer o
que era mal perante o Senhor. Eli chegou a repreendê-los, mas parece que ele
precisava ser mais incisivo e direto, porque eles continuaram a agir da mesma
forma e Eli, por negligência ou comodismo, não os denunciou nem tomou uma posição
mais firme. O julgamento de Deus foi veemente sobre sua família.
“Naquele dia, suscitarei contra
Eli tudo quanto tenho falado com respeito a sua casa. Começarei e cumprirei,
porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que
ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis e ele não os
repreendeu” (1 Sm 3.10,13).
O problema de Eli, está claro. Ele
não cuidou de sua casa, “portas a dentro”. As coisas precisavam ser arrumadas,
denunciadas e confrontadas. Era o nome de Deus que estava em questão, mas ele
negligenciou, ou quem sabe, tenha se cansado e não continuou fazendo o que era
necessário. Ele permitiu ou aceitou o fato de que seus filhos “eram assim mesmo”
e se esqueceu de promover a glória do Deus de Israel. Eli é julgado não por
aquilo que fez, mas por aquilo que fizeram na sua família e pelo seu silêncio e
omissão.
O efeito do Evangelho “portas a
dentro”
Alguns textos bíblicos nos ajudam a
entender o que acontece quando espiritualmente protegemos nossa família, das
“portas para dentro”.
A. Proteção
espiritual – Na instituição da páscoa
judaica, quando o povo estava saindo do Egito, Deus disse ao povo: “O sangue
vos será por sinal nas casas em que estiverdes, quando eu vir o sangue,
passarei por vós e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a
terra do Egito”. (Ex 12.13).
Quando colocamos divisas entre os portões da nossa casa e aquilo que está do lado de fora, o resultado é proteção. O povo de Deus entrou para dentro, em obediência tomou uma posição clara e até mesmo bizarra, de tingir suas casas com o sangue de um animal abatido, mas isto os protegeu espiritual. A ordem de Deus foi seguida: “Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e sus ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir” (Ex 12.22).
Quando colocamos divisas entre os portões da nossa casa e aquilo que está do lado de fora, o resultado é proteção. O povo de Deus entrou para dentro, em obediência tomou uma posição clara e até mesmo bizarra, de tingir suas casas com o sangue de um animal abatido, mas isto os protegeu espiritual. A ordem de Deus foi seguida: “Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e sus ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir” (Ex 12.22).
B. Salvação e
redenção familiar – A história de Zaqueu nos
mostra o que acontece quando selecionamos quem queremos receber em nossa casa.
Zaqueu convida Jesus para entrar em suas portas. Sua casa recebe o Filho de Deus.
Zaqueu é rico e influente, tem uma vida respeitada nos portões para fora, mas
sua moral é falsa. Agora, diante de Cristo, que ele permitiu que entrasse em sua
casa, ouve uma declaração libertadora: “Então, Jesus lhe disse: Hoje houve
salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão” (Lc 19.9). Faz
toda diferença trazer Jesus para casa. O mesmo aconteceu com o
carcereiro de Filipos Diante do testemunho de Paulo e Silas ele os convida para
sua casa e passa a tratar de suas feridas, ouvindo a resposta angustiante de
sua alma sobre salvação: “Crê no
Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31).
C. Companhia
e celebração – Um dos textos mais conhecidos
na Bíblia encontra-se em Ap 3.20: “Eis que estou à porta e bato, se alguém
ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei, cearei com ele e ele comigo”.
Jesus fala de duas coisas
espontâneas que acontecem em nossa casa quando a abrimos para ele.
Companhia: “entrarei”
Celebração: “Cearei com ele”.
Ele se compromete a repartir o
pão conosco. Existe coisa melhor que comer uma refeição com gente que amamos?
Só convidamos pessoas para comerem em casa se estamos identificadas com elas. Cozinha
é lugar íntimo da família.
Conclusão:
Gostaria de encerrar esta palavra,
falando de três elementos presentes na comunhão de Cristo em nossa casa:
O primeiro encontra-se no relato da
Páscoa: O sangue do Cordeiro.
Deus pede ao povo que entre na sua
casa, feche a porta com sua família (se fosse pequena poderia levar amigos), e a
marcasse com o sangue nas vergas das portas e nos umbrais. Aquele sangue aponta
para o sacrifício perfeito de Cristo, para o sangue do Cordeiro de Deus que
seria derramado na cruz. Aquele sangue é a nossa proteção, ele mantém nossas
casas protegidas das obras do diabo e do poder do destruidor.
O segundo, é o milagre que se dá com
portas fechadas.
Quando Elias se encontrou com a viúva
de um dos seminaristas da casa de profetas, que não tinha o que comer, ele pede
para que ela reúna a quantidade de vasilhas que for possível, e depois instrui:
“Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o teu
azeite em todas aquelas vasilhas; põe à parte a que estiver cheia” (2
Rs 4.4).
Milagres acontecem quando famílias
fecham a porta da casa em obediência à Palavra. Ali, fora da pressão externa,
das ameaças dos cobradores, o milagre é experimentado com devoção, temor e
obediência.
O terceiro, a Palavra
Quando Moisés estava instruindo o
povo em relação aos mandamentos e o amor a Deus, lhes instruiu dizendo: “Estas
palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração...e as escreverás nos
umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Dt 6.6,9). Os judeus levaram
tão a sério este mandamento que muitos deles, ainda hoje, colocam o mezuzah em
suas portas, uma pequena caixa de metal, com uma porção das Escrituras Sagradas
que diz: “Ouve, ó Israel, o Senhor teu Deus, é o único Senhor”. Esta é a
essência do Shemah hebraico.
O que temos feito das “portas a
dentro” de nossas casas?
Mal e bem agem por concessão. O mal
entra porque permitimos. Jesus entra porque permitimos. Quais são as influências
externas que temos deixado entrar em nossa casa? Precisamos decidir se queremos
ser norteados pela cultura pagã, midiática, relativista e pluralista ou a
Palavra de Deus?
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