segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mc 14.53-65 Por que condenaram Jesus?


 

 
 

Introdução:

 

O tribunal de Cristo é marcado por casuísmos:

(a)- As provas precisaram ser criadas, porque não eram evidentes (Mc 14.55);

(b)- As testemunhas eram tendenciosas, faziam seu depoimento com má fé (Mc 14.56-57)

(c)- as razoes eram enigmáticas – (Mc 14.58) – Jesus havia falado simbolicamente sobre o templo. Falar contra o templo poderia ser considerado blasfêmia, mas Jesus estava se referindo ao seu próprio corpo (Mc 14.58).

(d)- As acusações eram incoerentes e inconsistentes – (Mc 14.59). Não faziam muito sentido.

 

Por que então Jesus foi condenado?

O Sinédrio, constituído de 70 homens nomeados para esta função. Era a suprema corte de Israel. (Mc 14.3,55).

O Sinédrio (Sanhedrim) era a Corte Suprema da lei judia, com a missão de administrar justiça, interpretando e aplicando a Torá (Pentateuco ou Lei de Moisés), tanto oral como escrita. Exercia, simultaneamente, a representação do povo judeu perante a autoridade romana.
De acordo com uma antiga tradição, tinha setenta e um membros, herdeiros, segundo se supunha, das tarefas desempenhadas pelos setenta anciãos que ajudavam a Moisés na administração da justiça, além do proprio Moisés. Desenvolveu-se, integrando representantes da nobreza sacerdotal e das famílias mais notáveis, possivelmente durante o período persa, quer dizer, a partir do século V-IV A.C. È mencionado pela primeira vez, ainda que com o nome de gerousia ( conselho dos anciãos) no tempo do rei Antíoco III da Siria (223 – 187 A . C. ). Com o nome de Sinédrio está comprovado desde o tempo do rei Hircano II ( 63 – 40 A . C.). Nesses tempos, era presididos pelo monarca asmoneo, que era também sumo sacerdote.

 


 

Aliaram-se ao Sinédrio, três outros grupos: Os escribas, amanuenses, copistas. Gente que passava o dia transcrevendo as leis e os profetas para serem lidas nas sinagogas, e adquiridas por pessoas que tinham muito dinheiro e queriam ter uma copia em casa, feitas com papiros (juncos), e pergaminhos (pele de animais). Estavam ali também os anciãos, honoráveis e respeitosos cidadãos na hierarquia judaica; e os sacerdotes, os pastores, responsáveis pelos sacrifícios, oferendas e cerimônias religiosas diárias.

As provas eram incoerentes; as testemunhas falhas e as evidências questionáveis.

Então, como conseguiram julgar a Jesus?

Jesus foi condenado pelas suas palavras, pelo seu testemunho e pelo que proferiu. O sumo sacerdote pergunta: “És tu o Cristo, O Filho do Deus Bendito?” (Mc 14.61), e Jesus responde: “Eu sou!” (Mc 14.62). Portanto, ele é condenado por ter afirmado ser o Cristo, por ter assumido publicamente aquilo que ele cria ser sua identidade.

 

O que ele disse sobre si mesmo?

1.      Ele assumiu sua messianidade – A palavra “Cristo”, em grego, é a tradução do termo “messias”, do hebraico, que significa “ungido”. O povo judeu vivia, e vie ainda hoje, na expectativa do messias que será alguém que libertará politicamente Israel, e a colocará num patamar acima de todas as demais nações.

Apesar do profeta Isaías descrever o Messias como “servo sofredor”, que seria maltratado, e não abriria sua boca (Is 53). Esta versão humilde do messias nunca foi assimilada pelo povo judeu. Mesmos os discípulos, que depois de terem caminhado tanto com Jesus, quando este subia para os céus, perguntaram-lhe: “Será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (At 1.6). E Jesus teve que reafirmar que o chamado para seus seguidores não era para receber glória humana, antes para o sacrificio, sofrimento e martírio, e que o poder do Espírito Santo lhes seria dado para serem capacitados a este mister.

Jesus é condenado por revelar de forma direta, a sua messianidade. “És tu o Cristo, O Filho do Deus Bendito? Eu sou!” (Mc 14.62). 

Jesus não titubeou, nem procurou dar explicação para se explicar, antes responde de forma direta. Ele não oculta sua identidade, nem nega sua missão, mas assume as promessas milenares dadas por Deus através dos seus profetas. Ele é o cumprimento profético do Antigo Testamento. Ele é julgado por sua declaração.

 

2.      Ele se identifica com o ser de Deus – E vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14.62). Jesus é julgado por assumir seu lugar de glória.

“O vocábulo ganha um significado especial, tornando-se um título, a partir de Daniel 7, texto chegado até nós em aramaico, na visão do Ancião e do Filho do Homem. Está escrito: Eu continuava contemplando, nas minhas visões noturnas, quando notei, vindo sobre as nuvens do céu, um como Filho do Homem. Ele adiantou-se até ao Ancião e foi introduzido à sua presença. A ele foi outorgado o império, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é império eterno que jamais passará, e seu reino jamais será destruído (Daniel 7,13-14). Portanto, Daniel conta como um homem é conduzido à presença do Ancião, de Deus. Esse homem ganha autoridade, um reino eterno. Ele ultrapassa a condição humana”.


 

A Bíblia diz que Jesus, “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.6-8). Jesus não reclamou os seus direitos de divindade.

Agora, diante do interrogatório, ele revela toda sua identidade e glória: “E vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14.62). Isto só poderia gerar duas reações: Provocar temor e espanto ou gerar o sentimento de que ele blasfemara. Sabemos que o Sinédrio teve a segunda reação. 

Josh MacDowell, no livro, Mais que um carpinteiro, um bom livro para ser dado para amigos que possuem um sofisticado discurso, afirma que as declarações de Jesus só podiam ser visto de três formas: Ele era um louco, um mistificador, ou era Deus.

 

A.     Jesus não era louco – Não era lunático e incoerente. Do tipo ridículo de Henry Christi. Não era bipolar, nem esquizofrênico. A sua vida era de coerência em todas as coisas certa vez os judeus disseram: “Ele tem demônio e enlouqueceu; por que o ouvis?” E as pessoas disseram: “Esse modo de falar não é de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?” (Jo 10.19-21).

Quando os soldados foram prendê-lo pela primeira vez, voltaram à presença dos principais sacerdotes dizendo que não conseguiram prendê-lo porque “jamais alguém falou com este homem”(Jo 7.46). Na 2ª vez, Jesus se adiantou aos guardas, e eles recuaram e caíram por terra diante da autoridade moral que ele impunha (Jo 18.5-6). Portanto, não era do tipo louco e alucinado. Esta hipótese, portanto, devemos excluir. Qualquer pessoa que ler os evangelhos não verá um Jesus com uma utopia maluca, mas alguém que impressiona pelo seu estilo de vida.

 

B.      Jesus não era mistificador – Alguém que tem uma predisposição para enganar. Esta semana um homem, sabendo que eu era pastor, me abordou para conversar. Ele foi líder de uma grande denominação no país, e se escandalizou ao perceber que muitos dos milagres alardeados nunca aconteceram, e que os pastores manipulavam pessoas. Este homem está tentando encontrar uma comunidade, e felizmente não perdeu sua fé. Muitas vezes a fé em Cristo desaparece quando há uma decepção com a igreja.

Jesus não era um enganador, trapaceiro. Suas palavras são verdadeiras e sábias. Trazem vida, e cura. Não fazia milagre para aparecer; recusou propostas baratas, espetáculos para impressionar os outros. Recusou fazer milagres para um grupo de turistas gregos; quando Herodes quis que ele fizesse milagres, se recusou a dizer qualquer palavra.

Recusou a mentira, o engano, a hipocrisia. Qualquer pessoa sensata ao ler o Evangelho não terá a sensação de um engodo, mas de alguém puro e de personalidade fascinante.

 

C.     Então, só nos resta a 3ª opção: Ele era Deus! É exatamente isto que ele fala de si mesmo. “Vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso”. Esta afirmação de Jesus o identifica com Deus de uma forma tão profunda, que o sacerdote entende que ele blasfemava. Então, num gesto dramático, rasga suas roupas em publico dizendo: “Que mais necessidade temos de testemunho? Ouvistes a sua blasfêmia: que vos parece?” (Mc 14.63-64). O Sumo sacerdote entendeu corretamente o que Jesus havia dito. Ele se declarou igual a Deus. Ele se declarou Deus.

Por esta razão, MacDowell afirma que Jesus, ou era Deus, ou era louco (alguém com disfunção psicológica); ou mistificador (alguém que tem a intenção de enganar). Se outro líder disser em nossa comunidade que é Deus, qual será a nossa atitude? Ou cremos que ele é Deus, ou reconhecemos que ele está pirando... não nos resta opção.

Jesus nunca deixou de se definir como Deus. Numa controvérsia com os judeus, na festa da dedicação, afirma claramente: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Diante disto os judeus pegaram pedras para lhe atirar. Sua declaração de que era um Deus, soava como blasfêmia.

Neste texto de Marcos 14, Jesus não é julgado pelas testemunhas incoerentes, nem pelas acusações apresentadas. Jesus é acusado pelo que ele diz. Por isto vimos a resposta dramática do sumo sacerdote.

 

Conclusão:

Qual é o seu julgamento sobre Jesus?

Qual a leitura que você faz sobre ele?

Você o absolveria ou o condenaria?

 

Quando o condenamos?

Quando a sua entrega e identidade nos parecem atos tolos. Quando o que Jesus faz não nos impacta, e nem nos move internamente. Nós assim o rejeitamos pelo que ele é, e viramos as costas, ridicularizamos e desprezamos sua pessoa, ignoramos a forma que ele interpreta a vida.

O que Jesus é, e gera em mim zombaria?                                                                                                     

Para muitos, saber quem Jesus é escandaliza e revolta, transforma-se numa inquisição.

 

Por que condenaram Jesus?

Mc 14.53-65

 

Introdução:

 

O tribunal de Cristo é marcado por casuísmos:

(a)- As provas precisaram ser criadas, porque não eram evidentes (Mc 14.55);

(b)- As testemunhas eram tendenciosas, faziam seu depoimento com má fé (Mc 14.56-57)

(c)- as razoes eram enigmáticas – (Mc 14.58) – Jesus havia falado simbolicamente sobre o templo. Falar contra o templo poderia ser considerado blasfêmia, mas Jesus estava se referindo ao seu próprio corpo (Mc 14.58).

(d)- As acusações eram incoerentes e inconsistentes – (Mc 14.59). Não faziam muito sentido.

 

Por que então Jesus foi condenado?

O Sinédrio, constituído de 70 homens nomeados para esta função. Era a suprema corte de Israel. (Mc 14.3,55).

O Sinédrio (Sanhedrim) era a Corte Suprema da lei judia, com a missão de administrar justiça, interpretando e aplicando a Torá (Pentateuco ou Lei de Moisés), tanto oral como escrita. Exercia, simultaneamente, a representação do povo judeu perante a autoridade romana.
De acordo com uma antiga tradição, tinha setenta e um membros, herdeiros, segundo se supunha, das tarefas desempenhadas pelos setenta anciãos que ajudavam a Moisés na administração da justiça, além do proprio Moisés. Desenvolveu-se, integrando representantes da nobreza sacerdotal e das famílias mais notáveis, possivelmente durante o período persa, quer dizer, a partir do século V-IV A.C. È mencionado pela primeira vez, ainda que com o nome de gerousia ( conselho dos anciãos) no tempo do rei Antíoco III da Siria (223 – 187 A . C. ). Com o nome de Sinédrio está comprovado desde o tempo do rei Hircano II ( 63 – 40 A . C.). Nesses tempos, era presididos pelo monarca asmoneo, que era também sumo sacerdote.

 


 

Aliaram-se ao Sinédrio, três outros grupos: Os escribas, amanuenses, copistas. Gente que passava o dia transcrevendo as leis e os profetas para serem lidas nas sinagogas, e adquiridas por pessoas que tinham muito dinheiro e queriam ter uma copia em casa, feitas com papiros (juncos), e pergaminhos (pele de animais). Estavam ali também os anciãos, honoráveis e respeitosos cidadãos na hierarquia judaica; e os sacerdotes, os pastores, responsáveis pelos sacrifícios, oferendas e cerimônias religiosas diárias.

As provas eram incoerentes; as testemunhas falhas e as evidências questionáveis.

Então, como conseguiram julgar a Jesus?

Jesus foi condenado pelas suas palavras, pelo seu testemunho e pelo que proferiu. O sumo sacerdote pergunta: “És tu o Cristo, O Filho do Deus Bendito?” (Mc 14.61), e Jesus responde: “Eu sou!” (Mc 14.62). Portanto, ele é condenado por ter afirmado ser o Cristo, por ter assumido publicamente aquilo que ele cria ser sua identidade.

 

O que ele disse sobre si mesmo?

1.      Ele assumiu sua messianidade – A palavra “Cristo”, em grego, é a tradução do termo “messias”, do hebraico, que significa “ungido”. O povo judeu vivia, e vie ainda hoje, na expectativa do messias que será alguém que libertará politicamente Israel, e a colocará num patamar acima de todas as demais nações.

Apesar do profeta Isaías descrever o Messias como “servo sofredor”, que seria maltratado, e não abriria sua boca (Is 53). Esta versão humilde do messias nunca foi assimilada pelo povo judeu. Mesmos os discípulos, que depois de terem caminhado tanto com Jesus, quando este subia para os céus, perguntaram-lhe: “Será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (At 1.6). E Jesus teve que reafirmar que o chamado para seus seguidores não era para receber glória humana, antes para o sacrificio, sofrimento e martírio, e que o poder do Espírito Santo lhes seria dado para serem capacitados a este mister.

Jesus é condenado por revelar de forma direta, a sua messianidade. “És tu o Cristo, O Filho do Deus Bendito? Eu sou!” (Mc 14.62). 

Jesus não titubeou, nem procurou dar explicação para se explicar, antes responde de forma direta. Ele não oculta sua identidade, nem nega sua missão, mas assume as promessas milenares dadas por Deus através dos seus profetas. Ele é o cumprimento profético do Antigo Testamento. Ele é julgado por sua declaração.

 

2.      Ele se identifica com o ser de Deus – E vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14.62). Jesus é julgado por assumir seu lugar de glória.

“O vocábulo ganha um significado especial, tornando-se um título, a partir de Daniel 7, texto chegado até nós em aramaico, na visão do Ancião e do Filho do Homem. Está escrito: Eu continuava contemplando, nas minhas visões noturnas, quando notei, vindo sobre as nuvens do céu, um como Filho do Homem. Ele adiantou-se até ao Ancião e foi introduzido à sua presença. A ele foi outorgado o império, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é império eterno que jamais passará, e seu reino jamais será destruído (Daniel 7,13-14). Portanto, Daniel conta como um homem é conduzido à presença do Ancião, de Deus. Esse homem ganha autoridade, um reino eterno. Ele ultrapassa a condição humana”.


 

A Bíblia diz que Jesus, “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.6-8). Jesus não reclamou os seus direitos de divindade.

Agora, diante do interrogatório, ele revela toda sua identidade e glória: “E vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14.62). Isto só poderia gerar duas reações: Provocar temor e espanto ou gerar o sentimento de que ele blasfemara. Sabemos que o Sinédrio teve a segunda reação. 

Josh MacDowell, no livro, Mais que um carpinteiro, um bom livro para ser dado para amigos que possuem um sofisticado discurso, afirma que as declarações de Jesus só podiam ser visto de três formas: Ele era um louco, um mistificador, ou era Deus.

 

A.     Jesus não era louco – Não era lunático e incoerente. Do tipo ridículo de Henry Christi. Não era bipolar, nem esquizofrênico. A sua vida era de coerência em todas as coisas certa vez os judeus disseram: “Ele tem demônio e enlouqueceu; por que o ouvis?” E as pessoas disseram: “Esse modo de falar não é de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?” (Jo 10.19-21).

Quando os soldados foram prendê-lo pela primeira vez, voltaram à presença dos principais sacerdotes dizendo que não conseguiram prendê-lo porque “jamais alguém falou com este homem”(Jo 7.46). Na 2ª vez, Jesus se adiantou aos guardas, e eles recuaram e caíram por terra diante da autoridade moral que ele impunha (Jo 18.5-6). Portanto, não era do tipo louco e alucinado. Esta hipótese, portanto, devemos excluir. Qualquer pessoa que ler os evangelhos não verá um Jesus com uma utopia maluca, mas alguém que impressiona pelo seu estilo de vida.

 

B.      Jesus não era mistificador – Alguém que tem uma predisposição para enganar. Esta semana um homem, sabendo que eu era pastor, me abordou para conversar. Ele foi líder de uma grande denominação no país, e se escandalizou ao perceber que muitos dos milagres alardeados nunca aconteceram, e que os pastores manipulavam pessoas. Este homem está tentando encontrar uma comunidade, e felizmente não perdeu sua fé. Muitas vezes a fé em Cristo desaparece quando há uma decepção com a igreja.

Jesus não era um enganador, trapaceiro. Suas palavras são verdadeiras e sábias. Trazem vida, e cura. Não fazia milagre para aparecer; recusou propostas baratas, espetáculos para impressionar os outros. Recusou fazer milagres para um grupo de turistas gregos; quando Herodes quis que ele fizesse milagres, se recusou a dizer qualquer palavra.

Recusou a mentira, o engano, a hipocrisia. Qualquer pessoa sensata ao ler o Evangelho não terá a sensação de um engodo, mas de alguém puro e de personalidade fascinante.

 

C.     Então, só nos resta a 3ª opção: Ele era Deus! É exatamente isto que ele fala de si mesmo. “Vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso”. Esta afirmação de Jesus o identifica com Deus de uma forma tão profunda, que o sacerdote entende que ele blasfemava. Então, num gesto dramático, rasga suas roupas em publico dizendo: “Que mais necessidade temos de testemunho? Ouvistes a sua blasfêmia: que vos parece?” (Mc 14.63-64). O Sumo sacerdote entendeu corretamente o que Jesus havia dito. Ele se declarou igual a Deus. Ele se declarou Deus.

Por esta razão, MacDowell afirma que Jesus, ou era Deus, ou era louco (alguém com disfunção psicológica); ou mistificador (alguém que tem a intenção de enganar). Se outro líder disser em nossa comunidade que é Deus, qual será a nossa atitude? Ou cremos que ele é Deus, ou reconhecemos que ele está pirando... não nos resta opção.

Jesus nunca deixou de se definir como Deus. Numa controvérsia com os judeus, na festa da dedicação, afirma claramente: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Diante disto os judeus pegaram pedras para lhe atirar. Sua declaração de que era um Deus, soava como blasfêmia.

Neste texto de Marcos 14, Jesus não é julgado pelas testemunhas incoerentes, nem pelas acusações apresentadas. Jesus é acusado pelo que ele diz. Por isto vimos a resposta dramática do sumo sacerdote.

 

Conclusão:

Qual é o seu julgamento sobre Jesus?

Qual a leitura que você faz sobre ele?

Você o absolveria ou o condenaria?

 

Quando o condenamos?

Quando a sua entrega e identidade nos parecem atos tolos. Quando o que Jesus faz não nos impacta, e nem nos move internamente. Nós assim o rejeitamos pelo que ele é, e viramos as costas, ridicularizamos e desprezamos sua pessoa, ignoramos a forma que ele interpreta a vida.

O que Jesus é, e gera em mim zombaria?                                                                                                     

Para muitos, saber quem Jesus é escandaliza e revolta, transforma-se numa inquisição.

 

 

Por que condenaram Jesus?

Mc 14.53-65

 

Introdução:

 

O tribunal de Cristo é marcado por casuísmos:

(a)- As provas precisaram ser criadas, porque não eram evidentes (Mc 14.55);

(b)- As testemunhas eram tendenciosas, faziam seu depoimento com má fé (Mc 14.56-57)

(c)- as razoes eram enigmáticas – (Mc 14.58) – Jesus havia falado simbolicamente sobre o templo. Falar contra o templo poderia ser considerado blasfêmia, mas Jesus estava se referindo ao seu próprio corpo (Mc 14.58).

(d)- As acusações eram incoerentes e inconsistentes – (Mc 14.59). Não faziam muito sentido.

 

Por que então Jesus foi condenado?

O Sinédrio, constituído de 70 homens nomeados para esta função. Era a suprema corte de Israel. (Mc 14.3,55).

O Sinédrio (Sanhedrim) era a Corte Suprema da lei judia, com a missão de administrar justiça, interpretando e aplicando a Torá (Pentateuco ou Lei de Moisés), tanto oral como escrita. Exercia, simultaneamente, a representação do povo judeu perante a autoridade romana.
De acordo com uma antiga tradição, tinha setenta e um membros, herdeiros, segundo se supunha, das tarefas desempenhadas pelos setenta anciãos que ajudavam a Moisés na administração da justiça, além do proprio Moisés. Desenvolveu-se, integrando representantes da nobreza sacerdotal e das famílias mais notáveis, possivelmente durante o período persa, quer dizer, a partir do século V-IV A.C. È mencionado pela primeira vez, ainda que com o nome de gerousia ( conselho dos anciãos) no tempo do rei Antíoco III da Siria (223 – 187 A . C. ). Com o nome de Sinédrio está comprovado desde o tempo do rei Hircano II ( 63 – 40 A . C.). Nesses tempos, era presididos pelo monarca asmoneo, que era também sumo sacerdote.

 


 

Aliaram-se ao Sinédrio, três outros grupos: Os escribas, amanuenses, copistas. Gente que passava o dia transcrevendo as leis e os profetas para serem lidas nas sinagogas, e adquiridas por pessoas que tinham muito dinheiro e queriam ter uma copia em casa, feitas com papiros (juncos), e pergaminhos (pele de animais). Estavam ali também os anciãos, honoráveis e respeitosos cidadãos na hierarquia judaica; e os sacerdotes, os pastores, responsáveis pelos sacrifícios, oferendas e cerimônias religiosas diárias.

As provas eram incoerentes; as testemunhas falhas e as evidências questionáveis.

Então, como conseguiram julgar a Jesus?

Jesus foi condenado pelas suas palavras, pelo seu testemunho e pelo que proferiu. O sumo sacerdote pergunta: “És tu o Cristo, O Filho do Deus Bendito?” (Mc 14.61), e Jesus responde: “Eu sou!” (Mc 14.62). Portanto, ele é condenado por ter afirmado ser o Cristo, por ter assumido publicamente aquilo que ele cria ser sua identidade.

 

O que ele disse sobre si mesmo?

1.      Ele assumiu sua messianidade – A palavra “Cristo”, em grego, é a tradução do termo “messias”, do hebraico, que significa “ungido”. O povo judeu vivia, e vie ainda hoje, na expectativa do messias que será alguém que libertará politicamente Israel, e a colocará num patamar acima de todas as demais nações.

Apesar do profeta Isaías descrever o Messias como “servo sofredor”, que seria maltratado, e não abriria sua boca (Is 53). Esta versão humilde do messias nunca foi assimilada pelo povo judeu. Mesmos os discípulos, que depois de terem caminhado tanto com Jesus, quando este subia para os céus, perguntaram-lhe: “Será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (At 1.6). E Jesus teve que reafirmar que o chamado para seus seguidores não era para receber glória humana, antes para o sacrificio, sofrimento e martírio, e que o poder do Espírito Santo lhes seria dado para serem capacitados a este mister.

Jesus é condenado por revelar de forma direta, a sua messianidade. “És tu o Cristo, O Filho do Deus Bendito? Eu sou!” (Mc 14.62). 

Jesus não titubeou, nem procurou dar explicação para se explicar, antes responde de forma direta. Ele não oculta sua identidade, nem nega sua missão, mas assume as promessas milenares dadas por Deus através dos seus profetas. Ele é o cumprimento profético do Antigo Testamento. Ele é julgado por sua declaração.

 

2.      Ele se identifica com o ser de Deus – E vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14.62). Jesus é julgado por assumir seu lugar de glória.

“O vocábulo ganha um significado especial, tornando-se um título, a partir de Daniel 7, texto chegado até nós em aramaico, na visão do Ancião e do Filho do Homem. Está escrito: Eu continuava contemplando, nas minhas visões noturnas, quando notei, vindo sobre as nuvens do céu, um como Filho do Homem. Ele adiantou-se até ao Ancião e foi introduzido à sua presença. A ele foi outorgado o império, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é império eterno que jamais passará, e seu reino jamais será destruído (Daniel 7,13-14). Portanto, Daniel conta como um homem é conduzido à presença do Ancião, de Deus. Esse homem ganha autoridade, um reino eterno. Ele ultrapassa a condição humana”.


 

A Bíblia diz que Jesus, “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.6-8). Jesus não reclamou os seus direitos de divindade.

Agora, diante do interrogatório, ele revela toda sua identidade e glória: “E vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14.62). Isto só poderia gerar duas reações: Provocar temor e espanto ou gerar o sentimento de que ele blasfemara. Sabemos que o Sinédrio teve a segunda reação. 

Josh MacDowell, no livro, Mais que um carpinteiro, um bom livro para ser dado para amigos que possuem um sofisticado discurso, afirma que as declarações de Jesus só podiam ser visto de três formas: Ele era um louco, um mistificador, ou era Deus.

 

A.     Jesus não era louco – Não era lunático e incoerente. Do tipo ridículo de Henry Christi. Não era bipolar, nem esquizofrênico. A sua vida era de coerência em todas as coisas certa vez os judeus disseram: “Ele tem demônio e enlouqueceu; por que o ouvis?” E as pessoas disseram: “Esse modo de falar não é de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?” (Jo 10.19-21).

Quando os soldados foram prendê-lo pela primeira vez, voltaram à presença dos principais sacerdotes dizendo que não conseguiram prendê-lo porque “jamais alguém falou com este homem”(Jo 7.46). Na 2ª vez, Jesus se adiantou aos guardas, e eles recuaram e caíram por terra diante da autoridade moral que ele impunha (Jo 18.5-6). Portanto, não era do tipo louco e alucinado. Esta hipótese, portanto, devemos excluir. Qualquer pessoa que ler os evangelhos não verá um Jesus com uma utopia maluca, mas alguém que impressiona pelo seu estilo de vida.

 

B.      Jesus não era mistificador – Alguém que tem uma predisposição para enganar. Esta semana um homem, sabendo que eu era pastor, me abordou para conversar. Ele foi líder de uma grande denominação no país, e se escandalizou ao perceber que muitos dos milagres alardeados nunca aconteceram, e que os pastores manipulavam pessoas. Este homem está tentando encontrar uma comunidade, e felizmente não perdeu sua fé. Muitas vezes a fé em Cristo desaparece quando há uma decepção com a igreja.

Jesus não era um enganador, trapaceiro. Suas palavras são verdadeiras e sábias. Trazem vida, e cura. Não fazia milagre para aparecer; recusou propostas baratas, espetáculos para impressionar os outros. Recusou fazer milagres para um grupo de turistas gregos; quando Herodes quis que ele fizesse milagres, se recusou a dizer qualquer palavra.

Recusou a mentira, o engano, a hipocrisia. Qualquer pessoa sensata ao ler o Evangelho não terá a sensação de um engodo, mas de alguém puro e de personalidade fascinante.

 

C.     Então, só nos resta a 3ª opção: Ele era Deus! É exatamente isto que ele fala de si mesmo. “Vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso”. Esta afirmação de Jesus o identifica com Deus de uma forma tão profunda, que o sacerdote entende que ele blasfemava. Então, num gesto dramático, rasga suas roupas em publico dizendo: “Que mais necessidade temos de testemunho? Ouvistes a sua blasfêmia: que vos parece?” (Mc 14.63-64). O Sumo sacerdote entendeu corretamente o que Jesus havia dito. Ele se declarou igual a Deus. Ele se declarou Deus.

Por esta razão, MacDowell afirma que Jesus, ou era Deus, ou era louco (alguém com disfunção psicológica); ou mistificador (alguém que tem a intenção de enganar). Se outro líder disser em nossa comunidade que é Deus, qual será a nossa atitude? Ou cremos que ele é Deus, ou reconhecemos que ele está pirando... não nos resta opção.

Jesus nunca deixou de se definir como Deus. Numa controvérsia com os judeus, na festa da dedicação, afirma claramente: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Diante disto os judeus pegaram pedras para lhe atirar. Sua declaração de que era um Deus, soava como blasfêmia.

Neste texto de Marcos 14, Jesus não é julgado pelas testemunhas incoerentes, nem pelas acusações apresentadas. Jesus é acusado pelo que ele diz. Por isto vimos a resposta dramática do sumo sacerdote.

 

Conclusão:

Qual é o seu julgamento sobre Jesus?

Qual a leitura que você faz sobre ele?

Você o absolveria ou o condenaria?

 

Quando o condenamos?

Quando a sua entrega e identidade nos parecem atos tolos. Quando o que Jesus faz não nos impacta, e nem nos move internamente. Nós assim o rejeitamos pelo que ele é, e viramos as costas, ridicularizamos e desprezamos sua pessoa, ignoramos a forma que ele interpreta a vida.

O que Jesus é, e gera em mim zombaria?                                                                                                     

Para muitos, saber quem Jesus é escandaliza e revolta, transforma-se numa inquisição.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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