quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mc 16.14-20 A Missão da Igreja




Introdução:

Estamos chegando ao final da exposição de Marcos. Até aqui, vimos a obra de Jesus na descrição inspirada do texto sagrado, de acordo com a descrição do evangelista Marcos. Cada parábola, evento e situação revelam a visão de Cristo acerca do mundo, como ele interpretava a vida, espiritualidade, os mistérios, a divindade e a humanidade. Agora, após a sua ressurreição, com a missão cumprida, deve voltar ao Pai, mas antes precisa dar algumas instruções, e é exatamente o que ele agora passa a fazer. Ele instrui seu povo sobre seu procedimento. As suas últimas palavras enquanto esteve conosco aqui são pronunciadas, e por serem proferidas num momento tão específico, devem ser seriamente consideradas. É como se Jesus estivesse fazendo um pos scriptum.
Ele então estabelece a missão, seus parâmetros e dá os instrumentos necessários para a execução da sua obra.

1.      A Base: Fazer missão firmada na identidade do seu Mestre - Em Mc 16.14 ele interpela seus discípulos, censurando-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não darem crédito à sua ressurreição. Incredulidade e dureza são os problemas que sofreram repreensão do mestre.
De fato, estes dois problemas são os maiores impedimentos para a obra missionária da igreja. O que impulsiona a igreja é a certeza de quem ele é. Sem esta convicção a obra não avança. Todos aqueles que se afadigam na obra, precisam estar certos e convencidos de que a mensagem que pregam é autêntica. Pedro e João, ao serem proibidos pelo Sinédrio de pregar o Evangelho afirmaram que não podiam deixar de pregar aquela mensagem: “Julgai se é justo diante de Deus, ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus”.
Para se pregar com ousadia, deve-se crer sem reservas.
Certo homem frequentou a igreja por três anos, sem assumir um compromisso por Jesus. Incomodado o pregador o procurou e lhe perguntou: “Por que o senhor não se batizou?” Ele respondeu: “ Porque não creio em nada do que você prega”. Atônito o pregador interpelou: “Quer dizer que você não crê em nada do que eu prego, e  mesmo assim tem frequentado a igreja por mais de três anos?” E ele respondeu: “eu não creio em nada do que você prega, mas gosto de ouvir pessoas que crêem naquilo que pregam”.

2.      O instrumento: Fazer a obra missionária, sustentada pela capacitação e sinais que Cristo dá. “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados”. (Mc 16.17).

Jesus fala de sinais que seguiriam a sua igreja.
Deixe-me falar algumas coisas sobre estes sinais:
A.     Sinais apontam para algo, são o meio e não o fim. Uma aliança de ouro no dedo aponta para algo maior, que é o compromisso que duas pessoas fazem de cuidarem uma da outra ate que a morte os separe. Corremos o risco de perder o fim porque ficamos encantados com o meio.
B.     Muitos falam que tais sinais não mais ocorrem, que foram dados para a era apostólica, são os cessacionistas. Na verdade, não há evidências bíblicas nem históricas de que tais sinais deixaram de existir.

C.     Os sinais são dados segundo a necessidade da igreja. Muitas pessoas enfatizam alguns destes sinais e desprezam outros. Falam muito do dom de língua e desprezam a capacidade de beberem venenos mortíferos e ainda assim continuarem vivos. Indagado sobre a contemporaneidade dos dons, Dr. Russel Shedd afirmou que Deus dá os dons, de acordo com a necessidade do seu povo e para responder situações históricas e dar testemunho da evidência de um Deus verdadeiro no meio de um povo ou de uma determinada cultura ou etnia.

O erro na interpretação destes sinais pode trazer alguns riscos:
a)- O grupo cujo foco se torna os sinais. Não colocam os sinais no devido lugar e hipervalorizam fenômenos e manifestações sobrenaturais;

b)- O grupo que despreza os sinais e não valoriza os meios. Parecem com soldados que recebem uma arma do seu comandante, mas não querem recebê-las por acharem que não são necessárias.

c)- O grupo que acham que pode ter o controle dos sinais. Fenômenos são muito atraentes, mas o povo de Deus não caminha em torno de sinais.

3.      A mensagem da igreja: Pregação do Evangelho: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
a.      A mensagem são as boas novas de salvação, conquistadas por Jesus. Devemos anunciar que o Cordeiro de Deus veio ao mundo, e morreu numa cruz pelos nossos pecados, e que não há outro nome dado entre os homens, no céu e na terra, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.120 e que Jesus ‘e o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5). a igreja ‘e encorajada ainda a declarar que “quem crer e for batizado, será salvo, quem não crer ser’a condenado” (Mc 16.16) .

A pregação tem três fundamentos:
i.         Jesus morreu pelos nossos pecados – na cruz ele estava levando sobre si a iniquidade de toda a humanidade. A obra da cruz é suficiente para todos, embora não eficiente em todos, porque não é seguida por fé em todos. Calvino fala da expiação Limitada: Embora a obra de Cristo possa salvar todos, apenas aqueles que responderem à verdade do Evangelho, os eleitos, serão salvos.

ii.       Jesus é Senhor sobre a morte – A morte não o pode reter. “Ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela” (At 2.24).

iii.      Jesus é Senhor sobre todas as coisas – “ De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus” (Mc 16.19). Ele é o Filho do Homem, que se assenta ao lado do ancião de dias, como profetizou o profeta Daniel, e cujo governo jamais terá fim (Dn 7.13).

b.     O público: Toda criatura. Em Mt 28.19, Jesus ordena aos discípulos que preguem a todas as nações. A palavra para nações originalmente é etnia. Jesus não tinha em vista a pregação apenas a pessoas de nosso país ou região, mas a todas as etnias. Não apenas a grupos políticos e nações constituídas, mas a grupos étnicos. No Brasil existem atualmente mais de 200 povos, falando línguas diferentes, e muitas destas tribos e etnias ainda não foram alcançadas.
O Alvo do Evangelho é atingir todos os povos. Todos os esforços devem ser envidados para que o evangelho se torne conhecido em todos os lugares. Temos a responsabilidade de irmos pessoalmente, orar pelos que vão e os sustentarmos financeiramente para que alcancem outras nações e povos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário