Introdução:
Estamos chegando ao final da
exposição de Marcos. Até aqui, vimos a obra de Jesus na descrição inspirada do
texto sagrado, de acordo com a descrição do evangelista Marcos. Cada parábola,
evento e situação revelam a visão de Cristo acerca do mundo, como ele
interpretava a vida, espiritualidade, os mistérios, a divindade e a humanidade.
Agora, após a sua ressurreição, com a missão cumprida, deve voltar ao Pai, mas
antes precisa dar algumas instruções, e é exatamente o que ele agora passa a
fazer. Ele instrui seu povo sobre seu procedimento. As suas últimas palavras
enquanto esteve conosco aqui são pronunciadas, e por serem proferidas num
momento tão específico, devem ser seriamente consideradas. É como se Jesus estivesse
fazendo um pos scriptum.
Ele então estabelece a missão,
seus parâmetros e dá os instrumentos necessários para a execução da sua obra.
1.
A Base: Fazer
missão firmada na identidade do seu Mestre - Em Mc 16.14 ele interpela seus
discípulos, censurando-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não darem
crédito à sua ressurreição. Incredulidade e dureza são os problemas que
sofreram repreensão do mestre.
De fato, estes dois problemas são
os maiores impedimentos para a obra missionária da igreja. O que impulsiona a
igreja é a certeza de quem ele é. Sem esta convicção a obra não avança. Todos
aqueles que se afadigam na obra, precisam estar certos e convencidos de que a mensagem
que pregam é autêntica. Pedro e João, ao serem proibidos pelo Sinédrio de pregar
o Evangelho afirmaram que não podiam deixar de pregar aquela mensagem: “Julgai se é justo diante de Deus, ouvir-vos
antes a vós outros do que a Deus”.
Para se pregar com ousadia,
deve-se crer sem reservas.
Certo homem frequentou a igreja
por três anos, sem assumir um compromisso por Jesus. Incomodado o pregador o
procurou e lhe perguntou: “Por que o senhor não se batizou?” Ele respondeu: “
Porque não creio em nada do que você prega”. Atônito o pregador interpelou: “Quer
dizer que você não crê em nada do que eu prego, e mesmo assim tem frequentado a igreja por mais
de três anos?” E ele respondeu: “eu não creio em nada do que você prega, mas
gosto de ouvir pessoas que crêem naquilo que pregam”.
2.
O instrumento:
Fazer a obra missionária, sustentada pela capacitação e sinais que Cristo dá.
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles
que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em
serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se
impuserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados”. (Mc 16.17).
Jesus fala de sinais que
seguiriam a sua igreja.
Deixe-me falar algumas coisas
sobre estes sinais:
A. Sinais
apontam para algo, são o meio e não o fim. Uma aliança de ouro no dedo
aponta para algo maior, que é o compromisso que duas pessoas fazem de cuidarem
uma da outra ate que a morte os separe. Corremos o risco de perder o fim porque
ficamos encantados com o meio.
B. Muitos
falam que tais sinais não mais ocorrem, que foram dados para a era
apostólica, são os cessacionistas. Na verdade, não há evidências bíblicas nem
históricas de que tais sinais deixaram de existir.
C. Os
sinais são dados segundo a necessidade da igreja. Muitas pessoas
enfatizam alguns destes sinais e desprezam outros. Falam muito do dom de língua
e desprezam a capacidade de beberem venenos mortíferos e ainda assim
continuarem vivos. Indagado sobre a contemporaneidade dos dons, Dr. Russel
Shedd afirmou que Deus dá os dons, de acordo com a necessidade do seu povo e
para responder situações históricas e dar testemunho da evidência de um Deus
verdadeiro no meio de um povo ou de uma determinada cultura ou etnia.
O erro na interpretação destes
sinais pode trazer alguns riscos:
a)- O grupo cujo foco se torna os
sinais. Não colocam os sinais no devido lugar e hipervalorizam fenômenos e
manifestações sobrenaturais;
b)- O grupo que despreza os
sinais e não valoriza os meios. Parecem com soldados que recebem uma arma do
seu comandante, mas não querem recebê-las por acharem que não são necessárias.
c)- O grupo que acham que pode
ter o controle dos sinais. Fenômenos são muito atraentes, mas o povo de Deus
não caminha em torno de sinais.
3.
A mensagem da
igreja: Pregação do Evangelho: “Ide
por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
a.
A mensagem são
as boas novas de salvação, conquistadas por Jesus. Devemos anunciar que o
Cordeiro de Deus veio ao mundo, e morreu numa cruz pelos nossos pecados, e que
não há outro nome dado entre os homens, no céu e na terra, pelo qual importa
que sejamos salvos (At 4.120 e que Jesus ‘e o único mediador entre Deus e os
homens (1 Tm 2.5). a igreja ‘e encorajada ainda a declarar que “quem crer e for
batizado, será salvo, quem não crer ser’a condenado” (Mc 16.16) .
A pregação tem três fundamentos:
i.
Jesus morreu pelos nossos pecados – na
cruz ele estava levando sobre si a iniquidade de toda a humanidade. A obra da
cruz é suficiente para todos, embora não eficiente em todos, porque não é
seguida por fé em
todos. Calvino fala da expiação Limitada: Embora a obra de
Cristo possa salvar todos, apenas aqueles que responderem à verdade do
Evangelho, os eleitos, serão salvos.
ii.
Jesus é Senhor sobre a morte – A
morte não o pode reter. “Ao qual, porém, Deus
ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse
ele retido por ela” (At 2.24).
iii.
Jesus é Senhor sobre todas as coisas
– “ De fato, o Senhor Jesus, depois de
lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus” (Mc
16.19). Ele é o Filho do Homem, que se assenta ao lado do ancião de dias, como
profetizou o profeta Daniel, e cujo governo jamais terá fim (Dn 7.13).
b. O público: Toda criatura. Em Mt 28.19,
Jesus ordena aos discípulos que preguem a todas as nações. A palavra para
nações originalmente é etnia. Jesus
não tinha em vista a pregação apenas a pessoas de nosso país ou região, mas a
todas as etnias. Não apenas a grupos políticos e nações constituídas, mas a
grupos étnicos. No Brasil existem atualmente mais de 200 povos, falando línguas
diferentes, e muitas destas tribos e etnias ainda não foram alcançadas.
O Alvo do
Evangelho é atingir todos os povos. Todos os esforços devem ser envidados para
que o evangelho se torne conhecido em todos os lugares. Temos a
responsabilidade de irmos pessoalmente, orar pelos que vão e os sustentarmos
financeiramente para que alcancem outras nações e povos.
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