domingo, 30 de dezembro de 2012

Jos 24 Resoluções do Ano-Novo


Introdução:

Quais são seus planos para o próximo ano? Muito provavelmente você está pensando em tomar algumas decisões importantes para o ano que vem: Um melhor planejamento financeiro, gastar mais tempo com a família, investir mais na sua formação acadêmica, ter mais tempo com os amigos, assumir maior compromisso com as coisas de Deus e, muito certamente, perder alguns quilos que tanto o incomodam. Um amigo me disse que está com um sério problema de metabolismo: Mais de “bolismo” que de “meta...
Não quero desestimulá-lo, mas todos já tomamos decisões bem-intencionadas que infelizmente não deram em nada. Nossos padrões de comportamento quanto aos hábitos alimentares, uso do dinheiro, vida espiritual e agenda são geralmente muito arraigados e precisamos de uma dose extra de vontade para superar estas deformações. Um antigo ditado afirma que “Velhos hábitos são difíceis de morrer”. Estatísticas apontam para o fato que 97% das resoluções de Ano-Novo nunca são cumpridas. Conspiram contra nós o fracasso de nossas resoluções, a pusilânimidade de nossas vontades e a inconstância de nossos votos.
Mark Twain, sarcástico humorista americano disse que “O Ano-Novo é uma instituição anual inofensiva, de nenhuma utilidade especial a não ser como desculpa para bêbados desenfreados, abraços bem-intencionados e resoluções bobas”.
Deixando o cinismo e pessimismo de lado, Ano-Novo nos sugere um olhar para a frente e ver o futuro sob um novo ângulo, de sonhar com uma visão maior. Afinal, “o medo de perder nos impede de ganhar”. Eu sei quão pusilânime é a minha vontade e que certamente vou me esquecer e me atrapalhar com estas novas resoluções, mas ainda assim quero continuar sonhando.

1.       Escolha Deus, em primeiro lugar - Js 24.14: “Agora, pois, temei ao Senhor”. Josué deixa claro para o povo de Israel que eles precisavam assumir uma postura, imediata, em relação a Deus.  O coração do homem tem uma chave pelo lado de dentro. “Eis que estou à porta e bato, se alguém abrir a porta, entrarei, cearei com ele e ele comigo” (Ap 3.20). Jesus encorajou seus discípulos a buscarem, antes de tudo, o seu reino e sua justiça. Mt 6.33: “Buscai, em primeiro lugar, o reino de Deus e sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”.
Esta escolha para o povo de Israel significava ruptura com outros Deuses que estavam ali no meio do povo. Herança do Egito, influência do povo da terra, os cananitas, com os quais tinham que rejeitar. Da mesma forma temos os Deuses de nossa cultura moderna: Internet, TV, lazer. Geração do entretenimento. Nossas horas vagas não levam em conta Deus.
Portanto, não faça nenhum negócio, projeto ou aliança que o distancie do seu crescimento espiritual, da sua igreja. Muitos não servem a nenhum ministério da igreja, porque seu chamado não leva em conta gastar tempo com as coisas de Deus.
Gordon MacDonald, no seu livro “Ponha em ordem seu mundo interior” faz diferença entre pessoas orientadas por tarefas e aquelas que são orientadas por um senso de chamado. O primeiro grupo, apresenta algumas sérias disfunções:
A.     Primeiro sintoma: Stress. Doença seria em nossos dias. Não tem tempo para descansar, conversar, interagir, lazer.
Dr. Thomas Holmes fez uma escala para avaliar quanta pressão uma pessoa de nossa sociedade sofre por ano, mais de 200 pontos significa que a curva de risco foi ultrapassada, trazendo grandes riscos para um ataque cardíaco, stress emocional, pânico e colapso pessoal. Por exemplo, a morte de um cônjuge tem uma escala de 100 pontos, a demissão de um emprego, a chegada de um novo filho, 39 pontos; natal, 12 e férias, 13. Infelizmene não é muito incomum para o homem moderno, ultrapassar o nível de 200, anualmente.
B.      Segundo sintoma: Gratificado somente com conquistas. Sente que é amado e apreciado apenas quando está fazendo algo produtivo. Ela busca mais e mais conquistas para se sentir respeitada e amada. A vida gira em torno de resultados.
Tendem a se tornar altamente competitivos, vendo cada situação como ganhar/perder.
C.      Terceiro sintoma: Preocupação com os símbolos das conquistas: títulos, status, privilégios especiais. Normalmente possui um incontrolável desejo de ter mais, fazer mais, conquistar mais, possuir mais. Seu significado está em ter, possuir, etc.
Neste caso, integridade deixa de ser essencial e passa a ter valor limitado, já que sua preocupação gira em torno de conquistas.
D.      Quarto sintoma: Forte tendência à explosão e ira reprimida.
Pode ou não ser uma violência física, mas pode ser expressa através do desprezo e insultos aos outros, e isto acontece de forma muito comum no ambiente de trabalho e em casa.
MacDonald sugere que mudemos nosso foco de “pessoas dirigidas” a conquistas pessoais para “pessoas chamadas”. Isto acontece quando nos encontramos com a luz de cristo. Isto certamente vai exigir renuncia de coisas que não são necessariamente ruins, mas que se tornaram importantes por razões erradas. Paulo disse ao Senhor, na estrada de Damasco: “Quem és tu senhor?” e a resposta foi: “Eu seu Jesus, a quem tu persegues, mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer” (At 9.5-6). Nossa esperança encontra-se na compreensão de quem é Jesus e na abertura para entender o que ele quer de nós.
Como age a pessoa que escolhe, antes de mais nada a Jesus, e toma esta resolução na sua vida?
a)- Sua força vem de dentro, e não das suas conquistas exteriores – Maria, na sua simplicidade, ao ser informada pelo anjo que seria engravidada pelo Espírito Santo, não questionou, apenas se dispôs: “Aqui está a tua serva, que se cumpra em mim o teu projeto”.
b)- Possuem um claro senso de seu papel como mordomo – Não se sentem donas de nada. Este é o exemplo de João Batista (Jo 3.28-30). “O que tem a noiva é o noivo”. Precisamos entender que a noiva ainda pertence ao noivo, que é Jesus. Eu amo a igreja, mas não podemos “dar em cima da noiva”. Quando Jesus pergunta a Pedro se ele o ama, logo após a confirmação ele declara: “apascenta os meus cordeiros”. Não cabe a nós determinar o que ele quer para sua igreja. Ela é a noiva de cristo. Nossos somos apenas seus “Best man”, um termo que se usa nos Estados Unidos para aquele que é o melhor amigo do noivo.
No meu senso de mordomia, passo a entender,antes de mais nada, que tudo o que possuo é de Jesus. Nossas propriedades, bens, dons espirituais, saúde. Adquiro a percepção de que elas não são minhas, mas pertencem a Jesus. Pessoas orientadas se acham donas, pessoas chamadas se vêem apenas como mordomos. Administrar as coisas de Deus.
c) Sabem exatamente o que são – tem noção de sua identidade. Joao Batista não tinha ilusões sobre sua personalidade: “Eu não sou o Cristo”. Quando não entendemos isto, encontramos dificuldade de discernir nossa identidade: O que eu faço e o que eu sou.
As pessoas perguntavam a ele se ele era o Messias – Ele poderia dizer: “Bem, ainda não pensei muito sobre isto, mas talvez eu seja”. No entanto, ele é categórico: “Eu não sou o Messias”. E afirmava que aquele que viria após ele, não seria capaz de desatar-lhes as correias das sandálias (Jo 1.27). “Eu sou a voz que clamo no deserto, mas ele vos batizará com o Espirito Santo”.
d)- Possuem grande senso de propósito – João estava comprometido a ser “a voz que clama do deserto”, e nada mais. Pessoas assim se comprometem com o reino. “convém que ele cresça, e eu diminua” (Jo 3.30).
Não é muito difícil encontrar pastores e lideres que tem enorme dificuldade em transferir liderança para novas gerações. Por isto, muitos pastores carismáticos querem manter a igreja nas suas mãos, através de filhos, que muitas vezes não tem chamado para a obra, nem compromisso com o reino, para continuarem, de alguma forma, mantendo seu domínio e influencia.
Certo pastor escreveu uma carta a si mesmo, quando tinha apenas 45 anos, para que fosse lida aos 65 anos: “Hoje você está completando 65 anos, e está na hora de transferir sua liderança para alguém mais jovem que você. Portanto, não diga a si mesmo que não há ninguém que possa assumir seu lugar e não acredite na falsa propaganda de auto-gratificação que outras pessoas lhe darão, ao dizerem que você é insubstituível”.
2.     
            Envolva sua família no projeto divino – “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”Js 24.15.
Não faça projetos sem envolver sua família. “eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Muitos pais transferem a tarefa da espiritualidade de casa, deixando eventualmente que os filhos sejam aqueles que os motivam a vir a igreja, só virão se os filhos pedirem para vir a igreja. Ló, um dos personagens da Bíblia, é um bom exemplo de como pode ser arriscado descuidar-se da família. Ele viu uma grande oportunidade de lucro com sua mudança para Sodoma, mas ao tomar a decisão, não considerou outros aspectos. Esta cidade era conhecida por sua maldade. “Ora, os homens de Sodoma eram maus, e grandes pecadores contra o Senhor”. (Gn 13.13). Ló não considerou o ambiente ameaçador para o qual levaria esposa e filhas. Ele considerou apenas o lucro que teria.
O texto afirma que ele “levantou os olhos e viu toda a campina do Jordão” (Gn 13.10). Ele não percebeu o perigo e riscos por detrás dos pastos que ele encontrou para seu rebanho. Poucos anos depois, perderia sua mulher que se tornou uma estatua de sal, não conseguiu superar o glamour e a opulência da cidade; e suas filhas, que influenciadas por uma ética pernicioso se tornariam posteriormente conhecidas como povo de mulheres de moral baixa e duvidosa, garotas de programas, sem valores e princípios. Saíram de Sodoma, mas nunca mais Sodoma sairia de seus corações.

Conclusão:
Quais são suas resoluções para o Ano-Novo?
Se depois de ter assumindo votos e tomado decisões acertadas, você ainda falhar, precisamos lembrar que existe alguém que sempre cumpre suas resoluções para nossas vidas. “Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo”(1 Tm 2.13). O texto não está afirmando que Deus permanece infiel à nossa infidelidade, mas que ele nunca deixa fiel acerca de si mesmo e de suas promessas.
Deus tem cumprido seus votos e promessas, “de geração em geração”. Ele cumpriu suas resoluções no ano passado e vai cumprir tudo de novo. Mesmo que eu esqueça meus planos e decisões, seu caráter me dá esperança. Eu posso me esquecer do que prometi e falhar, me atrapalhar, me perder e me desesperar, mas Deus vai continuar sendo fiel.
Talvez minhas resoluções me tornem mais santo, aprofundem alguns valores meio esquecidos, ou me tornem mais cuidadoso e gentil com minha família, ou quem sabe me ajudem no meu humor ou mesmo com relação à dieta que preciso fazer, mas se eu fracassar e tiver que voltar para Deus, posso sempre recomeçar, e terei novamente a chance de ser perdoado, revigorar minha alma e aprender outra vez. Deus é capaz de fazer novas todas as coisas, e restaurar, até mesmo um vale cheio de ossos secos. 

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