quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mc 16.20 A Estratégia da Missão



Introdução:

No sermão anterior, estivemos considerando quatro elementos fundamentais na missão da Igreja:
A Base: Firmada na identidade do Pai
O Instrumento: Sustentada pela capacitação, dons e sinais dados por Jesus à igreja;
A Mensagem: O Evangelho
O Público: Toda criatura.

Encerrando a exposição do Livro de Marcos, gostaríamos de observar o último versículo deste Evangelho, que fala da estratégia de missão que foi adotada pela igreja. Temos aqui também, quatro elementos que fazer parte esta estratégia:

1. MobilizaçãoEles partiram” (Mc 16.20). Logo após as recomendações e promessas dadas por Jesus, antes de subir aos céus e assentar-se à destra de Deus, os discípulos saíram para realizar o mandato de Jesus. A Igreja estava desalojada.
Tive um professor no Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, que dava a matéria teologia comparadas e Missões. Ele costumava ironizar dizendo que seria melhor se falássemos de teologia com-parada e o-missão. De fato, a igreja primitiva parece ter inicialmente perdido a noção da ordem de Cristo de ir para todo mundo, embora continuassem pregando em Jerusalém. Foi então, que Deus permitiu que violenta perseguição viesse sobre a igreja, e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos (At 8.1). Qual foi o agente missionário? Herodes. Deus permitiu que poderes históricos constituídos, fustigassem a igreja para que assim, os olhos do seu povo voltassem para a direção certa: O mundo. A obra precisa ser realizada, e isto só se torna realidade quando a igreja se desaloja.
Nosso chamado é para “ir”, e neste processo de sair ocorrem rupturas, mas é fundamental sair da zona de conforto. “Ir” para os discípulos era um processo complexo em que levavam basicamente a roupa do corpo, não tinham salários de agências missionárias como garantia, mas estavam convencidos de que Deus os havia ordenado e por isto deviam ir..
A ordem de Jesus é clara: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. Por causa deste mandamento, centenas de pessoas já deixaram seus países, distanciaram-se de parentes e familiares para obedecer o grande mandamento. A Igreja de Cristo sabe que precisa sair dos seus guetos e culturas e alcançar povos não alcançados.
“O Espírito de Cristo é o espírito de missões, e quanto mais perto estivermos dele, mais intensos missionários nos tornamos” (Henry Martin-1781-1917). Oswald Chambers (1874-1917) afirmou: “Quando o Espírito de Deus vem sobre o homem, ele lhe dá uma visão global do mundo”

a.      EmpoderamentoCooperando com eles, o Senhor” (Mc 16.20). Jesus não apenas lhes dá mandamentos, mas fornece os instrumentos necessários para a realização da obra, que são os sinais.
A obra missionária não será realizada à base de talento natural, nem de marketing, poder humano ou método, mas se concretiza pela ação de Cristo no meio de seu povo. A Igreja precisa receber este poder de Deus. Sem ele, a obra não avança. Sem os recursos espirituais dados por Cristo, a obra de Cristo é um verdadeiro fracasso. Jesus disse aos discípulos: “Ide, eis que vos envio como ovelhas para o meio dos lobos” (Lc 10.3). Esta é uma batalha desigual. Eu preferia que ele tivesse dito “como lobo no meio de ovelhas”. Isto me faria sentir bem mais tranqüilo. Não há nenhuma chance de sucesso de ovelha no meio dos lobos, a não ser que o pastor do rebanho esteja protegendo,
Paulo afirma: “Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus”(1 Co 3.6). Podemos usar de todos os meios para persuadir, convencer e realizar a obra, mas se Deus não for conosco, a missão não se realiza. Por isto Jesus afirmou aos seus discípulos que ficassem em Jerusalém até que do Alto fossem revestidos do Espírito Santo (Lc 24.49), e antes de enviar-lhes para a obra afirmou: “Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto na Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins do mundo” (At 1.8). A igreja de Cristo precisa ser empoderada por Deus.
A base de nossa confiança não deve estar em nossas forças, mas na autoridade que nos foi delegada. Fomos declarados seus embaixadores. Isto nos faz compreender que a missão só se torna possível por causa do poder de Jesus que repousa sobre a igreja. Não há missão sem o poder do Alto, sem este revestimento profundo que nos torna ousados.
Jesus considerava fundamental o seu poder sobre a igreja. Por esta razão ele disse aos discípulos: “Ficai em Jerusalém” (Lc 24:49). Ao ser reencontrar novamente com eles, reafirma: “Mas recebereis poder”, e só então, cheios deste Espírito, seriam sua testemunhas...
Sem poder a igreja fracassa.  “O grande problema histórico da Igreja é este: Vivemos entre a páscoa e o Pentecoste” (Stanley Jones).
Este Poder não é organização, intelecto, dinheiro ou prestígio político. Sua procedência é do alto e de Deus. “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4,6)

b.     InfiltraçãoO texto nos ensina que “tendo partido, pregaram em toda parte” (Mc 16.20). O Evangelho tinha o objetivo de alcançar todos os lugares, do mais acessível ao mais remoto.
Este lugar era de casa em casa, nas escolas de pensamento livres como a de Tirano, em Éfeso; nas sinagogas onde se reuniam os judeus, nos palácios, como no caso de Berenice e Agripa, nas ruas, mercados, no centro do pensamento filosófico, como Atenas, no meio dos poderosos como em Roma. Em “todos os lugares” vemos os discípulos anunciando o projeto do reino e falando da obra de Cristo. Lidia se converte na beira de um rio, onde os discípulos encontraram um grupo de mulheres e compartilharam a mensagem.
Assim deve ser ainda hoje: Nas universidades, hospitais, residências, escolas, lares, a mensagem de Cristo deve ser proclamada.

c.      Confirmação – “Cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais que se seguiam” (Mc 16.20). A palavra de Deus precisa de uma confirmação espiritual.
O coração do pregador precisa ser tocado, e a menos que o Espírito Santo faça esta obra, a salvação não vai chegar ao coração do homem distanciado de Deus. A incredulidade precisa ser desmascarada. Nada do que falemos fará sentido, se o Senhor não confirmar sua palavra entre nós.
Esta palavra precisa ser autenticada pelo Espírito de Deus.

Conclusão:
Vemos, portanto, quatro elementos que fazer parte da estratégia missionária: Mobilização, empoderamento, infiltração e confirmação.
É desta forma que o Evangelho vai atingindo a humanidade. Desta forma vemos a graça de Deus agindo entre seu povo.







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