Introdução:
No dia da ressurreição, precisamos lembrar
deste que é um dos mais memoráveis eventos da história, e que autentica nossa
fé. Paulo chega a afirmar que “se Cristo não ressuscitou é vã a vossa Fe, e
ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais, os que dormiram em Cristo,
pereceram” (1 Co 15.17-18).
O texto lido narra a experiência de algumas
mulheres, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, indo ao túmulo de
Jesus, levando especiarias aromáticas para embalsamá-lo, e seu encontro com um
jovem assentado ao lado direito, vestido de branco, que faz esta afirmação: “Ele
ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto” (Mc 16.6).
Apesar da incredulidade inicial com o evento, tendo Dídimo (Tomé), como o
paradigma de tudo isto, a verdade é que os cristãos não apenas passaram a
proclamar estas verdades, mas morreram por ela.
A pergunta inicial que podemos fazer é se
alguém morreria por uma mentira. A resposta inicial, apesar de parecer estranha
é sim. Muitas pessoas morreram na história por mentiras, pensando que tais
mentiras eram verdades. É possível ser sincero, e estar errado, por isto não
basta a sinceridade. Agora, podemos afirmar em contrapartida, que ninguém morre
por uma mentira, sabendo que é uma mentira. Os apóstolos foram testemunhas da
ressurreição de Cristo e morreram por esta convicção – isto valida este evento
histórico.
O texto afirma “Ele ressuscitou, não está mais
aqui”. Jesus não podia continuar naquele local, porque a morte não era o seu
local definitivo e final. Pedro no Pentecoste afirma que Jesus seu corpo “não
foi deixado na morte, nem experimentou corrupção” (At 3.31), porque era
impossível que pudessem matar o autor da vida. Era impossível que ele fosse retido
pela morte, apesar de ser necessário que ele passasse por ela.
O que Jesus fez durante este tempo entre sua
morte e ressurreição, é o que queremos considerar:
- Na sua morte, ele
pagou o preço do resgate pelos nossos pecados
Seu sangue foi a moeda de troca. Quando ele
afirmou: “Tudo está consumado!”, a
idéia original é de que “tudo está pago”. Não há mais nada que seja necessário
fazer. Ele consumou a obra requerida pelo Pai. Era exatamente esta idéia que
tinha na mente. Ele satisfez a justiça divina, que requeria que o sacrifício
fosse ao mesmo tempo puro e completo. Jesus pagou cabalmente pelos nossos
pecados.
Por isto Paulo afirma:
“Aquele que não poupou a seu
próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com
ele, e de graça, todas as coisas? Quem
fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”. (Rm 8.33,34). Por causa da obra de Cristo,
podemos afirmar confiantemente: “Portanto, agora já não há condenação
para os que estão em Cristo
Jesus ” (Rm 8.1).
Em outro texto bíblico podemos ainda ler:
“Deus tornou pecado por nós
aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus”. (2 Co 5.21).
2. Na
sua morte, Jesus destruiu a força opressiva do diabo
O pecado subjuga o homem, controla sua mente e
vontade e o impossibilita de um querer voltado para as coisas de Deus. Sua
natureza é decaída e moralmente incapaz. Na cruz, Jesus não apenas pagou pelos
nossos pecados, mas tirou o jugo opressivo de uma vontade rebelde e subordinada
ao diabo.
Em Colossenses 2.15 lemos:
“Quando vocês
estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou
juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que
consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na
cruz, e, tendo despojado os
poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre
eles na cruz” (Col 2.13-15).
Na cruz, Jesus despojou
principados e potestades. Despojar significa tirar as armas da guerra do
inimigo. Tirar seu poder de fogo, seus recursos e seus bens. Jesus esvaziou o
inferno de seu poder. Por esta razão, John Piper afirma que ao incitar os
judeus e romanos a levarem Jesus para cruz, o diabo cometeu suicídio, deu um
tiro no pé, porque foi na cruz que Jesus esmagou a cabeça da serpente, e tirou
do diabo o poder destrutivo.
O apóstolo João afirma:
“Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o
princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do
diabo”.
(1 Jo 3.8).
(1 Jo 3.8).
- Na sua morte, desmistificou
o poder da morte
Esta foi outra obra realizada por Cristo
durante estes dias em que
Satanás acreditou que estava tendo o controle das coisas. Ao
vencer a morte, Jesus enfraqueceu seu poder sobre nossas vidas. Paulo ironiza a
morte:
"Onde está, ó morte, a
sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?" (1 Co 15.55).
Aguilhão é o ferrão usado para espetar o boi e feri-lo. Esta capacidade da
morte em roubar a alegria, e assustar as pessoas foi minimizada pela eficácia e
vitória de Cristo sobre a morte.
O autor aos hebreus afirma:
“Portanto, visto que os
filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição
humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte,
isto é, o diabo, e libertasse
aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte” (Hb
2.14-15)
Sua ressurreição é a garantia de nossa vitória
sobre a morte, sendo ele as primícias dos que dormem. Quando esta vida se
desfizer, sabemos que na casa do pai há muitas moradas, preparadas por Jesus
para aqueles a quem ele ama.
- Na sua ressurreição,
demonstrou sua autoridade
Em vários relatos do Evangelho, vemos associada
a idéia de que Jesus demonstrou sua autoridade através de sua morte e ressurreição.
Deus ressuscitou este Jesus,
e todos nós somos testemunhas desse fato.
Exaltado à direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vocês agora vêem e ouvem (At 2.32,33).
Exaltado à direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vocês agora vêem e ouvem (At 2.32,33).
Embora saibamos que Cristo é o
Alfa e o Ômega, Princípio e fim de todas as coisas, o texto parece colocar sua autoridade
como causativa, ou como conseqüência de sua ressurreição. A mesma idéia ocorre ainda
no vs. 36: "Portanto, que todo Israel fique certo disto: Este Jesus, a
quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo".
Em Pe3.18 a Palavra nos ensina:
“Pois também Cristo sofreu
pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a
Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito,
no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão” (1 P 3.18-19). Este texto é realmente enigmático. Qual o significado de Jesus “pregar aos espíritos em prisão?”. O Credo apostólico ainda acrescenta outro aspecto enigmático ao declarar que Jesus “desceu ao hades”.
no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão” (1 P 3.18-19). Este texto é realmente enigmático. Qual o significado de Jesus “pregar aos espíritos em prisão?”. O Credo apostólico ainda acrescenta outro aspecto enigmático ao declarar que Jesus “desceu ao hades”.
Em apocalipse vemos outra afirmação
contundente e maravilhosa de Jesus: “Sou aquele que vive. Estive morto, mas
agora estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades” (Ap
1.18).
Todos estes textos apontam
para a autoridade daquele que esteve morto, mas vive!
Os louvores ao Cordeiro
entoados no Apocalipse estão sempre associados à sua obra redentiva e sua
ressurreição. “E eles cantavam um cântico novo: "Tu és digno de receber o
livro e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com teu sangue compraste
para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação. e cantavam em alta voz:
"Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria,
força, honra, glória e louvor!" (Ap 5.9).
Conclusão:
Jesus não podia ficar retido pela morte. Ele
que é o Senhor da Vida!
A mensagem do ano que afirmou: “Ele não está
aqui, mas ressuscitou”, revela que a morte não era o local destinado a Cristo. A
morte foi o meio que Deus utilizou para evidenciar toda sua maravilhosa graça e
o triunfo de seu filho sobre o pecado, sobre o diabo, e para revelar sua
autoridade.
Jesus jamais poderia continuar no túmulo. Seu lugar
não é a tumba, mas o trono!