quarta-feira, 27 de março de 2013

Mc 16.6 “Ele não está mais aqui”





Introdução:

No dia da ressurreição, precisamos lembrar deste que é um dos mais memoráveis eventos da história, e que autentica nossa fé. Paulo chega a afirmar que “se Cristo não ressuscitou é vã a vossa Fe, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais, os que dormiram em Cristo, pereceram” (1 Co 15.17-18).
O texto lido narra a experiência de algumas mulheres, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, indo ao túmulo de Jesus, levando especiarias aromáticas para embalsamá-lo, e seu encontro com um jovem assentado ao lado direito, vestido de branco, que faz esta afirmação: “Ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto” (Mc 16.6). Apesar da incredulidade inicial com o evento, tendo Dídimo (Tomé), como o paradigma de tudo isto, a verdade é que os cristãos não apenas passaram a proclamar estas verdades, mas morreram por ela.
A pergunta inicial que podemos fazer é se alguém morreria por uma mentira. A resposta inicial, apesar de parecer estranha é sim. Muitas pessoas morreram na história por mentiras, pensando que tais mentiras eram verdades. É possível ser sincero, e estar errado, por isto não basta a sinceridade. Agora, podemos afirmar em contrapartida, que ninguém morre por uma mentira, sabendo que é uma mentira. Os apóstolos foram testemunhas da ressurreição de Cristo e morreram por esta convicção – isto valida este evento histórico.
O texto afirma “Ele ressuscitou, não está mais aqui”. Jesus não podia continuar naquele local, porque a morte não era o seu local definitivo e final. Pedro no Pentecoste afirma que Jesus seu corpo “não foi deixado na morte, nem experimentou corrupção” (At 3.31), porque era impossível que pudessem matar o autor da vida. Era impossível que ele fosse retido pela morte, apesar de ser necessário que ele passasse por ela.

O que Jesus fez durante este tempo entre sua morte e ressurreição, é o que queremos considerar:

  1. Na sua morte, ele pagou o preço do resgate pelos nossos pecados

Seu sangue foi a moeda de troca. Quando ele afirmou: “Tudo está consumado!”, a idéia original é de que “tudo está pago”. Não há mais nada que seja necessário fazer. Ele consumou a obra requerida pelo Pai. Era exatamente esta idéia que tinha na mente. Ele satisfez a justiça divina, que requeria que o sacrifício fosse ao mesmo tempo puro e completo. Jesus pagou cabalmente pelos nossos pecados.
Por isto Paulo afirma:
“Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”. (Rm 8.33,34). Por causa da obra de Cristo, podemos afirmar confiantemente: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
Em outro texto bíblico podemos ainda ler:
“Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus”. (2 Co 5.21).

2. Na sua morte, Jesus destruiu a força opressiva do diabo

O pecado subjuga o homem, controla sua mente e vontade e o impossibilita de um querer voltado para as coisas de Deus. Sua natureza é decaída e moralmente incapaz. Na cruz, Jesus não apenas pagou pelos nossos pecados, mas tirou o jugo opressivo de uma vontade rebelde e subordinada ao diabo. 
Em Colossenses 2.15 lemos:
Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz” (Col 2.13-15).
Na cruz, Jesus despojou principados e potestades. Despojar significa tirar as armas da guerra do inimigo. Tirar seu poder de fogo, seus recursos e seus bens. Jesus esvaziou o inferno de seu poder. Por esta razão, John Piper afirma que ao incitar os judeus e romanos a levarem Jesus para cruz, o diabo cometeu suicídio, deu um tiro no pé, porque foi na cruz que Jesus esmagou a cabeça da serpente, e tirou do diabo o poder destrutivo.
O apóstolo João afirma: “Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo”. 
(1 Jo 3.8).

  1. Na sua morte, desmistificou o poder da morte

Esta foi outra obra realizada por Cristo durante estes dias em que Satanás acreditou que estava tendo o controle das coisas. Ao vencer a morte, Jesus enfraqueceu seu poder sobre nossas vidas. Paulo ironiza a morte:
"Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?" (1 Co 15.55). Aguilhão é o ferrão usado para espetar o boi e feri-lo. Esta capacidade da morte em roubar a alegria, e assustar as pessoas foi minimizada pela eficácia e vitória de Cristo sobre a morte.
O autor aos hebreus afirma:
“Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte” (Hb 2.14-15)
Sua ressurreição é a garantia de nossa vitória sobre a morte, sendo ele as primícias dos que dormem. Quando esta vida se desfizer, sabemos que na casa do pai há muitas moradas, preparadas por Jesus para aqueles a quem ele ama.

  1. Na sua ressurreição, demonstrou sua autoridade

Em vários relatos do Evangelho, vemos associada a idéia de que Jesus demonstrou sua autoridade através de sua morte e ressurreição.
Deus ressuscitou este Jesus, e todos nós somos testemunhas desse fato. 
Exaltado à direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vocês agora vêem e ouvem (At 2.32,33).
Embora saibamos que Cristo é o Alfa e o Ômega, Princípio e fim de todas as coisas, o texto parece colocar sua autoridade como causativa, ou como conseqüência de sua ressurreição. A mesma idéia ocorre ainda no vs. 36: "Portanto, que todo Israel fique certo disto: Este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo".
Em Pe3.18 a Palavra nos ensina:
“Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, 
no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão” (1 P 3.18-19). Este texto é realmente enigmático. Qual o significado de Jesus “pregar aos espíritos em prisão?”. O Credo apostólico ainda acrescenta outro aspecto enigmático ao declarar que Jesus “desceu ao hades”.
Em apocalipse vemos outra afirmação contundente e maravilhosa de Jesus: “Sou aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades” (Ap 1.18).
Todos estes textos apontam para a autoridade daquele que esteve morto, mas vive!
Os louvores ao Cordeiro entoados no Apocalipse estão sempre associados à sua obra redentiva e sua ressurreição. “E eles cantavam um cântico novo: "Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação. e cantavam em alta voz: "Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!" (Ap 5.9).

Conclusão:

Jesus não podia ficar retido pela morte. Ele que é o Senhor da Vida!
A mensagem do ano que afirmou: “Ele não está aqui, mas ressuscitou”, revela que a morte não era o local destinado a Cristo. A morte foi o meio que Deus utilizou para evidenciar toda sua maravilhosa graça e o triunfo de seu filho sobre o pecado, sobre o diabo, e para revelar sua autoridade.
Jesus jamais poderia continuar no túmulo. Seu lugar não é a tumba, mas o trono!

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