“Esses
líderes sabiam o que o povo de Israel devia fazer, e a melhor ocasião para
fazê-lo” (NTLH)
“Dos
filhos de Issacar, conhecedores da época, para saberem o que Israel devia
fazer” (RA)
Introdução:
O mundo precisa de gente que saiba interpretar
o seu tempo. É fácil virar monumento e viver de história, que apenas olha para
o passado e adora museu, ao invés de se tornar um movimento, com perspectiva no
futuro.
Davi estava formando o seu segundo escalão e
descobriu uma turma interessante dentro de Israel. Os “filhos de Issacar”.
Alguém já ouviu falar desta tribo? Quase não há menção das pessoas desta tribo
no Antigo Testamento. O que estes jovens tinham de especial: o texto afirma que
eles eram “conhecedores do seu tempo”. Você
realmente entende o que está acontecendo ao seu redor?
Que geração é esta?
Mística
Experiencialista
Relativista
Pluralista
Subjetivista
Relacionamentos
descartáveis: Amor líquido.
Mundo
virtual
Precisamos de pessoas que saibam traduzir a
igreja no seu contexto histórico. Jovens que amam a Deus, que possuam formação
sólida e compromisso sério, mas que ao mesmo tempo consigam fazer uma leitura
correta da sociedade e dos desafios atuais.
Por que precisamos conhecer a época que
vivemos?
- Conhecendo o
tempo, não corremos o risco de nos perder no passado – Tenho
encontrado muitas pessoas que se perdem na memória de um tempo bom, vivem
agarradas a este passado, e não conseguem mais projetar sua vida em
relação às novas oportunidades que estão surgindo.
Tais pessoas costumam dizer: “Aquele tempo é
que era bom”... ou, “Não é necessario mudar. O tempo bom é hoje!”. Alguns
chegam ao absurdo de querer reviver “movimentos” históricos. Temos acompanhado
dentro de igrejas evangélicas, pessoas que querem reviver experiência dos
homens do passado, sem entender seu contexto e os motivos que levaram Deus a
levantar uma geração que foi tão significativa para seu tempo.
Pessoas tradicionais tendem a confundir
essência com acidente, temporal com eterno, histórico com revelado; sem
considerar que o velho, quando surgiu, também era novo.
Certa vez participei ativamente da programação
de um grupo que queria celebrar uma data histórica. No saudosismo começaram a
dizer como era bom o tempo passado, e perceber que o saudosismo florescia.
Então, cuidadosamente, comecei a dizer que não era importante saber apenas de
onde vínhamos, mas projetar a visão do lugar onde queremos chegar.
- Quem conhece o seu tempo, interpreta a
vida considerando tal realidade – Sabe fazer a hermenêutica certa e investir
seu tempo apropriadamente.
Uma conhecida canção de final de ano diz: “every generation, blames the one before”. Como,
sem precisar culpar a a geração antiga, podemos ter igrejas e pastorados
relevantes? Como ser contemporâneos nesta geração plural, superficial, com
grande mobilidade, individual, subjetivista e experiencialista?
Stott afirma que os liberais tem relevância
sem conteúdo, mas que os conservadores tem conteúdo sem relevância. Será que a
realidade precisa ser esta?
Precisamos pedir a Deus para que nos dê a
graça de ser um homem deste tempo, servindo a própria geração. A palavra de
Deus nos afirma que um dos reis de Israel conseguiu efetivamente fazer isto. “Tendo
Davi servido à sua própria geração conforme o desígnio de Deus, adormeceu” (At
13.36). Esta é a geração que Deus nos colocou para servir. Como vamos respondê-la,
sem comprometer o conteúdo do Evangelho? Como alcançar esta geração virtual que
parece já nascer com um chip na cabeça?
- Quem conhece o tempo,
é capaz de projetar o futuro – O lema de Steve Jobs e da Apple é “Think different!”. Esta capacidade
de pensar com novas estratégias e ver perspectivas com novas lentes, faz
toda diferença na vida. Certa vez, Jobs afirmou que nunca faziam pesquisa
de mercado, porque as pessoas não sabiam o que queriam, até ver o que eles
estavam oferecendo.
Então, para ilustrar, fazia o seguinte
comentário. Se Henry Ford perguntasse às pessoas como elas gostariam que fossem
os veículos do futuro, certamente eles diriam que queriam mais conforto, e
cavalos mais potentes. Eles não conheciam o motor a diesel, então não
conseguiam fazer comparações. Para Jobs, portanto, quando as pessoas viam as
novas invenções, elas então diziam: “Era exatamente isto que nós queríamos
ter”.
Visão é a antecipação do futuro. A capacidade
de ver e colocar os olhos onde ninguém está vendo. No entanto, as projeções
para 2020/2040, surgem agora, Daqui a 10 ou 20 anos, você pode estar no mesmo
lugar, ou construir perspectivas. Basta
fazer uma leitura da história para que a gente perceba isto. Aqueles que
conseguiram dar grandes saltos de qualidade, foram homens com capacidade de ver
onde oportunidades onde pessoas viam problemas.
Gary L. McIntosh & Glen Martin escreveram interessante
livro chamado “The Issachar Factor”,
com o seguinte subtítulo: ”Compreendendo tendências que confrontam sua igreja e
desenham uma estratégia para o sucesso”.
Eles começam o livro falando da revolução que foi a mudança do relógio
antigo, manual, em relação ao relógio de quartzo, digital. Contam a história do
inventor deste relógio e como ele e ofereceu seu produto aos suíços,
tradicionais fabricantes de relógio, mas eles rejeitaram a proposta uma vez que
eram detentores de quase todos os relógios fabricados no mundo. Se eles eram
donos do mercado, por que mudar?
O inventor então, foi procurado pelos japoneses, que
revolucionaram a indústria de relógio no mundo. Qual foi o ponto: Os suíços não
entenderam as mudanças que estavam ocorrendo, não quiseram ver e perderam o
tempo, e ficaram para trás. A história mostra os resultados: atualmente 98% da
população do mundo usa relógios de quartzo.
Tantos nos dias de Davi, como homem,
precisamos de pessoas que saibam retraduzir o contexto histórico em que vivem.
A igreja precisa de gente assim: Que amam a Deus, que possuem formação sólida e
compromisso sério, e que façam uma leitura correta da vida e dos desafios
diante de si.
- Quem conhece o
seu tempo, faz de tudo para viver na dimensão da eternidade – Parece
contraditório isto, mas Brennan Manning afirma que “todos cristãos
deveriam estar sempre conscientes de sua morte”. Ao entender sua
transitoriedade consegue ser relevante, sabe que é mortal e passa. Davi
serviu à sua própria geração e adormeceu.
Os homens são mortais e passam... A vida passa
como vento ligeiro, breve pensamento, flor da erva. O que fazemos agora, ecoa
na eternidade.
Certo homem estava de forma monótona lendo as
genealogias da bíblia, quando observou que todas as pessoas tinham que
encontrar a morte no final, já que a Bíblia diz que as pessoas haviam vivido
tantos anos, gerado filhos... e morrera! Diante disto, refez sua vida nesta dimensão.
Ele compreendeu o seu fim. Sua história vai ser fechada num determinado
momento, e ele precisa construir sua vida em relação à estas verdades.
Conclusão:
A Bíblia nos ensina que Jesus é a chave
hermenêutica da história. “Vindo, porem,
a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4.4).
Jesus vem nos ensinar existe um tempo especifico para nascer, viver, servir e
morrer. Este é o nosso tempo.. Esta é a nossa geração. Não fomos chamados para
servir outro temp. Jesus se identificou com
a cultura, geografia, costumes e realidades de seu tempo, e ministrava a
palavra, “conforme permitia a capacidade
de seus ouvintes” (MC 4.33).
Precisamos aprender a imitar o nosso Mestre,
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