segunda-feira, 4 de março de 2013

1 Cr 12.32 A Igreja do futuro



“Esses líderes sabiam o que o povo de Israel devia fazer, e a melhor ocasião para fazê-lo” (NTLH)
“Dos filhos de Issacar, conhecedores da época, para saberem o que Israel devia fazer” (RA)

Introdução:

O mundo precisa de gente que saiba interpretar o seu tempo. É fácil virar monumento e viver de história, que apenas olha para o passado e adora museu, ao invés de se tornar um movimento, com perspectiva no futuro.
Davi estava formando o seu segundo escalão e descobriu uma turma interessante dentro de Israel. Os “filhos de Issacar”. Alguém já ouviu falar desta tribo? Quase não há menção das pessoas desta tribo no Antigo Testamento. O que estes jovens tinham de especial: o texto afirma que eles eram “conhecedores do seu tempo”. Você realmente entende o que está acontecendo ao seu redor?
Que geração é esta?
                Mística
                Experiencialista
                Relativista
                Pluralista
                Subjetivista
                Relacionamentos descartáveis: Amor líquido.
                Mundo virtual
Precisamos de pessoas que saibam traduzir a igreja no seu contexto histórico. Jovens que amam a Deus, que possuam formação sólida e compromisso sério, mas que ao mesmo tempo consigam fazer uma leitura correta da sociedade e dos desafios atuais.

Por que precisamos conhecer a época que vivemos?

  1. Conhecendo o tempo, não corremos o risco de nos perder no passado – Tenho encontrado muitas pessoas que se perdem na memória de um tempo bom, vivem agarradas a este passado, e não conseguem mais projetar sua vida em relação às novas oportunidades que estão surgindo.
Tais pessoas costumam dizer: “Aquele tempo é que era bom”... ou, “Não é necessario mudar. O tempo bom é hoje!”. Alguns chegam ao absurdo de querer reviver “movimentos” históricos. Temos acompanhado dentro de igrejas evangélicas, pessoas que querem reviver experiência dos homens do passado, sem entender seu contexto e os motivos que levaram Deus a levantar uma geração que foi tão significativa para seu tempo.
Pessoas tradicionais tendem a confundir essência com acidente, temporal com eterno, histórico com revelado; sem considerar que o velho, quando surgiu, também era novo.
Certa vez participei ativamente da programação de um grupo que queria celebrar uma data histórica. No saudosismo começaram a dizer como era bom o tempo passado, e perceber que o saudosismo florescia. Então, cuidadosamente, comecei a dizer que não era importante saber apenas de onde vínhamos, mas projetar a visão do lugar onde queremos chegar.

  1. Quem conhece o seu tempo, interpreta a vida considerando tal realidade – Sabe fazer a hermenêutica certa e investir seu tempo apropriadamente.
Uma conhecida canção de final de ano diz: “every generation, blames the one before”. Como, sem precisar culpar a a geração antiga, podemos ter igrejas e pastorados relevantes? Como ser contemporâneos nesta geração plural, superficial, com grande mobilidade, individual, subjetivista e experiencialista?
Stott afirma que os liberais tem relevância sem conteúdo, mas que os conservadores tem conteúdo sem relevância. Será que a realidade precisa ser esta?
Precisamos pedir a Deus para que nos dê a graça de ser um homem deste tempo, servindo a própria geração. A palavra de Deus nos afirma que um dos reis de Israel conseguiu efetivamente fazer isto. “Tendo Davi servido à sua própria geração conforme o desígnio de Deus, adormeceu” (At 13.36). Esta é a geração que Deus nos colocou para servir. Como vamos respondê-la, sem comprometer o conteúdo do Evangelho? Como alcançar esta geração virtual que parece já nascer com um chip na cabeça?

  1. Quem conhece o tempo, é capaz de projetar o futuro – O lema de Steve Jobs e da Apple é “Think different!”. Esta capacidade de pensar com novas estratégias e ver perspectivas com novas lentes, faz toda diferença na vida. Certa vez, Jobs afirmou que nunca faziam pesquisa de mercado, porque as pessoas não sabiam o que queriam, até ver o que eles estavam oferecendo.
Então, para ilustrar, fazia o seguinte comentário. Se Henry Ford perguntasse às pessoas como elas gostariam que fossem os veículos do futuro, certamente eles diriam que queriam mais conforto, e cavalos mais potentes. Eles não conheciam o motor a diesel, então não conseguiam fazer comparações. Para Jobs, portanto, quando as pessoas viam as novas invenções, elas então diziam: “Era exatamente isto que nós queríamos ter”.
Visão é a antecipação do futuro. A capacidade de ver e colocar os olhos onde ninguém está vendo. No entanto, as projeções para 2020/2040, surgem agora, Daqui a 10 ou 20 anos, você pode estar no mesmo lugar, ou construir perspectivas.  Basta fazer uma leitura da história para que a gente perceba isto. Aqueles que conseguiram dar grandes saltos de qualidade, foram homens com capacidade de ver onde oportunidades onde pessoas viam problemas.
Gary L. McIntosh & Glen Martin escreveram interessante livro chamado “The Issachar Factor”, com o seguinte subtítulo: ”Compreendendo tendências que confrontam sua igreja e desenham uma estratégia para o sucesso”.  Eles começam o livro falando da revolução que foi a mudança do relógio antigo, manual, em relação ao relógio de quartzo, digital. Contam a história do inventor deste relógio e como ele e ofereceu seu produto aos suíços, tradicionais fabricantes de relógio, mas eles rejeitaram a proposta uma vez que eram detentores de quase todos os relógios fabricados no mundo. Se eles eram donos do mercado, por que mudar?
O inventor então, foi procurado pelos japoneses, que revolucionaram a indústria de relógio no mundo. Qual foi o ponto: Os suíços não entenderam as mudanças que estavam ocorrendo, não quiseram ver e perderam o tempo, e ficaram para trás. A história mostra os resultados: atualmente 98% da população do mundo usa relógios de quartzo.
Tantos nos dias de Davi, como homem, precisamos de pessoas que saibam retraduzir o contexto histórico em que vivem. A igreja precisa de gente assim: Que amam a Deus, que possuem formação sólida e compromisso sério, e que façam uma leitura correta da vida e dos desafios diante de si.

  1. Quem conhece o seu tempo, faz de tudo para viver na dimensão da eternidade – Parece contraditório isto, mas Brennan Manning afirma que “todos cristãos deveriam estar sempre conscientes de sua morte”. Ao entender sua transitoriedade consegue ser relevante, sabe que é mortal e passa. Davi serviu à sua própria geração e adormeceu.
Os homens são mortais e passam... A vida passa como vento ligeiro, breve pensamento, flor da erva. O que fazemos agora, ecoa na eternidade.
Certo homem estava de forma monótona lendo as genealogias da bíblia, quando observou que todas as pessoas tinham que encontrar a morte no final, já que a Bíblia diz que as pessoas haviam vivido tantos anos, gerado filhos... e morrera! Diante disto, refez sua vida nesta dimensão. Ele compreendeu o seu fim. Sua história vai ser fechada num determinado momento, e ele precisa construir sua vida em relação à estas verdades.

Conclusão:

A Bíblia nos ensina que Jesus é a chave hermenêutica da história. “Vindo, porem, a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4.4). Jesus vem nos ensinar existe um tempo especifico para nascer, viver, servir e morrer. Este é o nosso tempo.. Esta é a nossa geração. Não fomos chamados para servir outro temp. Jesus  se identificou com a cultura, geografia, costumes e realidades de seu tempo, e ministrava a palavra, “conforme permitia a capacidade de seus ouvintes” (MC 4.33).
Precisamos aprender a imitar o nosso Mestre,

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