Introdução:
Já
ouviram o ditado: “São tempos de vacas gordas?”. Esta é uma referência a uma
situação na qual as coisas estão dando certas, os negócios estão melhorando e a
situação financeira está melhor. Tempos de “vacas magras”, refere-se aos dias
em que as coisas não andam nada bem, e que os esforços não estão sendo
recompensados.
Todos
passam por dias bons e maus. Paulo afirma. Psicólogos reunidos elegeram Paulo
como o homem mais feliz da terra, por causa da declaração feita em Fp 4.11: “Aprendi a viver contente e em toda e
qualquer situação. Tanto sei estar em situações de escassez como de abundância,
de fartura ou de necessidade”. Muitos não sabem viver com prosperidade,
outros não sabem viver com carência, mas a vida exige de todos uma certa
adaptabilidade. Precisamos aprender a viver em dias bons e dias maus, de chuva
e seca.
O
autor de Eclesiastes afirma que existe tempo de ganhar e de perder, tempo de amontoar
e tempo de dividir (Ec 3).
Muitas
vezes o problema não é apenas individual, mas atinge uma coletividade. Não apenas
pessoas passam por problemas, mas regiões inteiras, atingidas por uma hecatombe,
grandes períodos de seca, depressões econômicas, tragédias. Épocas de guerras e
cataclismas levam pessoas a perderem tudo que construíram de uma hora para outra.
A
vida de José e sua estratégia nos ensinam como se preparar para os dias maus? O
Egito passaria por uma enorme tragédia, que atingiria toda região, e alguns princípios
administrativos ajudaram em muito aquela comunidade.
- Antecipe-se!
José
se torna uma pessoa diferenciada, pela capacidade de fazer provisão. A Bíblia exalta
até mesmo a atitude de insetos que são capazes de se preparar para dias difíceis.
“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não
tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na
sega ajunta o seu mantimento” (Pv 6.6-8).
Fui
procurado certa vez por um rapaz que morava sozinho numa grande cidade. Ele
estava angustiado, porque sempre tivera suas finanças em ordem e agora estava
desordenado. Ele me afirmou que conseguia pagar seu aluguel (já que morava
sozinho, suas despesas pessoais e seus estudos), mas desde que a moto dele
quebrou, ele entrou em dívidas e não se organizou mais. Na conversa ficou claro
que ele nunca havia se preparado para uma eventualidade, e agora, com um
pequeno problema, ele estava passando por dificuldades. Falta de planejamento!
Muitas
pessoas não fazem provisões para dias maus.
Especialistas
americanos afirmam que o ideal é que tenhamos, pelo menos seis meses de
economia, em caso de uma demissão ou enfermidade.
Em
administração pessoal, o elemento da previsão e da provisão se torna crucial. É
exatamente o que vemos na atitude de José. Ele afirma para Faraó que, porque
dias de vacas magras virão, seria necessário fazer uma antecipação de recursos,
e sugere que 20% de toda produção fosse colocada à parte para sustentar os
duros e magros dias que viriam. Sua estratégia e planejamento deram certo salvando
suas vidas e de muitas pessoas da região.
- Organize-se!
José
sugere a Faraó: “Ponha administradores
sobre a terra” (Gn 41.34). José tinha em mente o conceito de ganhar/perder.
É
errado um cristão fazer previsão?
Num
perturbador livro de Jacques Ellul, O
homem e o dinheiro, ele chega muito perto desta conclusão, falando da dependência
de Deus como elemento fundamental para nossa vida. Mas quando olhamos para a Bíblia,
não vemos muita base para não fazermos provisão.
Ter
celeiros cheios e lagares transbordantes de vinho era sinal de benção de Deus (Pv
3.9-10). Muitos outros textos podem ser enumerados quando fazemos uma leitura
adequada e ciosa do livro de Provérbios, que trata das questões práticas da
vida.
Charles
Stanley fez uma colocação que considero muito precisa quando pensamos na relação
dinheiro/reino de Deus:
- Ganhe
honestamente
- Aplique
sabiamente
- Desfrute
abundantemente
- Doe
generosamente.
Quando
Jesus multiplicação os pães e os peixes, ele deu uma aula de prática de administração:
Em
primeiro lugar, ele ensinou sobre a necessidade de avaliar, organizar e planejar.
Jesus organiza a situação: “fazei o povo
assentar” (Jo 6.10). Isto tem a ver com organizar a vida, a casa.
Gastar
mais do que se ganha é o caminho de se tornar deficitário. Esta é a questão
básica da economia financeira. Temos que descobrir para onde estão indo nossos
recursos.
Precisamos
assentar e planejar.
Em
segundo lugar, Jesus toma o pão e dá graças (Jo 6.11). O pão era mínimo, o povo
era muito, mas quando apresentamos o pouco que temos a Deus isto se multiplica.
Agradeça o pão recebido? Grandes milagres
de multiplicação acontecem quando se dá graças.
A
questão não é se você come coisas caras ou comprar roupas caras: A questão é se
você está conseguindo agradecer a Deus, e já aprendeu viver contente com o que
tem? Em terceiro lugar, Jesus manda repartir. Deus multiplica recursos quando não
se come a semente (1 Co 9.10). Precisamos aprender a ser generosos. Quando
queremos abundância de sementes, devemos plantar. Plantar é um projeto insano,
projeto de fé: Jogar no chão a semente que você tem na mão. Às vezes compramos roupas
caras, mas não somos capazes de dar. Um dos nossos problemas é o de gastar, por
mero hedonismo.
Em
quarto lugar. Jesus manda recolher o que sobra (Jo 6.12), para que “nada se
perca”. Há muito desperdício, e isto traz pobreza. Jesus tenta ensinar aos seus
discípulos que não se pode desperdiçar. O nosso Deus é o Deus da fartura, pois
a Bíblia diz que lhe deu o “quanto queriam”,
mas não do desperdício.
Esta
foi a mesma atitude em
José. Planejamento , administração, cuidado, diligência. Estas
coisas enriquecem a vida.
3.
Use sua capacidade não apenas para
amontoar mas para proteger os desprotegidos
A
capacidade administrativa de José em se antecipar e planejar os dias de vacas
magras que viriam, se tornou a salvação de milhares de famílias daquela região.
A Bíblia afirma que “o povo clamou a Faraó
por pão” (Gn 41.55); que “José abriu
os celeiros” (Gn 41.56) e que “todas
as terras vinham ao Egito” (Gn 41.57).
Quando
homens bem sucedidos tem sensibilidade, passam a usar sua capacidade de
planejamento e administração para proteger vidas. A atitude de José teve
impacto internacional, já que a noticia chegou até Canaã (Gn 42.1).
José
tem uma percepção clara de que Deus o usou como um instrumento. “Deus me enviou adiante de vós, para vos
preservar a vida” (Gn 45.7).
Conclusão:
Apesar
de todos estes princípios serem tão práticos e relevantes, precisamos entender
que a maior provisão que podemos fazer para nossa vida não é material. Jesus advertiu
seus discípulos para trabalhar, não pela comida que perece, mas pela comida que
subsiste para a vida eterna.
Ele
já fez provisão especial para cada um de seus discípulos.
“Na casa de meu pai há muitas moradas, se
assim não fora, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu
for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que,
onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14.2-3)
Ninguém
pode deixar de ter a provisão para a vida eterna, porque elas são espirituais e
tem implicações para toda a vida.
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