Introdução:
Certamente a ressurreição é o
maior evento do cristianismo. Paulo chega a afirmar: "E, se Cristo não
ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas
testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a
Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não
ressuscitam" (1 Co 15.14,15).
Ao falarmos da ressurreição,
gostaria de fazer uma pergunta e duas afirmações:
q Você
morreria por uma mentira? A resposta é, claro que não! Contudo, esta resposta não é correta!
Milhares de pessoas já morreram por mentiras. As pessoas não morrem por
mentira, quando sabem que trata-se de uma mentira. Mas elas morrem por ela
quando acreditam que tal mentira é uma verdade.
q A
ressurreição deve ser considerada algo especial, porque apenas um evento
inteiramente novo poderia transformar a vida de um grupo de homens tímidos,
covardes e medrosos em homens poderosos e ousados, a ponto de entregar suas
vidas diante do que presenciaram.
q A
ressurreição não pode ser desconsiderada, porque apenas um fato sobrenatural
seria capaz de trazer os discípulos que já haviam desistido de continuarem o
ministério de Cristo resolveram retornar sua vocação e chamado. Ninguém daria a
vida por algo dúbio e incerto, mas certamente somos capazes de morrer por uma
convicção clara e inequívoca em nossas mentes.
O texto mostra o anjo fazendo a
seguinte pergunta: "Por que buscais entre os mortos ao que vive?"
(Lc 24.5) Por que os discípulos buscam na fonte errada? Por que batem na porta
de um tumulo frio e tenebroso, para embalsamar alguém que era o Senhor da vida
e não podia ficar preso pela morte?
Esta pergunta é crucial, porque
nos revela onde estavam os corações dos apóstolos antes da compreensão da
ressurreição:
- Buscavam
entre os mortos, porque a ressurreição não fazia parte de sua concepção
teológica- Não cabia na compreensão espiritual deles esta
possibilidade, senão vejamos:
Ø
Jesus várias vezes se referiu a este fato, mas
isto nunca entrou na mente deles. Existem determinadas concepções que parecem
não ser facilmente entendidas por nós;
Ø
Maria Madalena e Maria, além de outras mulheres,
foram preparar aromas e bálsamos para o corpo. Na mente delas, a possibilidade
da ressurreição era ausente;
Ø
Os discípulos a caminho de Emaus foram
repreendidos por Jesus porque eram "néscios e tardios" em crer
(Lc 24.25).
Ø
Os demais discípulos voltam a antigos projetos.
Mesmo depois do anuncio isto lhes parece delírio (Lc 24.11); Pedro, hesitante e
duvidoso, corre adiante para conferir se a informação era correta (Lc 24.12).
- Esta
pergunta era necessária para mudar o foco do coração dos discípulos –
Os anjos queriam que eles colocassem o foco na vida, não na morte.
Ø
Qual a lente que estamos usando na nossa vida
espiritual? Muitas vezes sofremos miopia espiritual e precisamos ser sacudidos
por Deus para que nossos olhos sejam abertos.
Ø
Na perspectiva da morte, não somos capazes de
perceber as promessas de Deus reveladas nas Escrituras, nos vejamos para a
eternidade das coisas e impossibilitamos uma visão mais abrangente da vida.
Ø
No meio dos problemas e da dor, temos
dificuldade de ver a providencia libertadora de Deus. Olhamos apenas as perdas
possíveis. Tudo uma questão de foco. Paulo era prisioneiro mas se via na
perspectiva sagrada. Estava nesta condição por causa de Cristo.
- Esta
pergunta é importante, para que os discípulos se recordassem das promessas.
Ø
"Lembrai-vos como vos preveniu"
(Lc 24.6).
Ø
Diante de dramas e dores, em geral encontramos
algumas dificuldades profundas:
§
Crer na Palavra de Deus e suas promessas, exatamente como está escrito.
§
Crer, além dos fatos convencionais – Normalmente
condicionamos a intervenção de Deus a coisas mais corriqueiras.
Encontramos dificuldade para crer
na Palavra e no poder de Deus.
A pergunta as desperta para a
realidade anunciada. Certa vez Jesus perguntou: "quando o Cristo
voltar, porventura achará fé na terra?" Fé na palavra, nas promessas,
nas Escrituras. Muitas vezes duvidamos da palavra e das promessas.
Conclusão:
Jerusalém é o palco, não para
ser ver os ossos mortais do fundador do cristianismo, mas para presenciarmos o
milagre de sua ressurreição:
"Ele não está aqui, mas
ressuscitou!".
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