terça-feira, 27 de março de 2018

Mt 27.46 Deus meu, por que me desamparastes?


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O Coelho da Páscoa

-        Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é...... bem...... é uma festa religiosa!
- Igual Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos ........ Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a, professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- ??????? Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
- Um dia depois.
- Não, três dias.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não, morreu na sexta-feira santa ....... ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai. Se for um tal de Rogério diz que eu saí.
- Alô, quem fala?
- Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está?
- Não, foi comprar ovo de Páscoa. Ligue mais tarde, tchau.
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo

©Copyright   Recebi este texto por e-mail e não sei quem é o autor. Se alguém souber, por favor, me informe.



Introdução:
Esta é a quarta frase de Jesus na cruz. Ela aparece em dois evangelhos: Mateus e Marcos (15.34). por ser uma frase enigmática, suscita várias perguntas:

Questões teológicas:

1. O que significa esta frase? Qual é o seu sentido?
Jesus exclama angustiantemente a Deus dizendo ter sido abandonado por Deus. Marcos usa a palavra grega egkataleípo, o que significa abandonar, ou desertar. No Salmo 22, onde o salmista faz esta afirmação profética, a palavra usada em hebraico é azab, cujo sentido é  deixar, soltar ou abandonar. Jesus está consciente de que Deus o abandonou e que se fez de surdo ao seu clamor. “Este não é um abandono simbólico ou poético. É real! Se houve uma criatura que alguma vez sentiu o abandono de Deus, essa criatura foi o Filho de Deus na cruz do Calvário!” (Paulo Washer).
Ele não exclamou, “Deus meu, Deus meu, por que o povo me tem  desamparado?” Ele sabe que era Deus quem havia feito! A resposta pode ser encontrada em somente uma amarga verdade: a razão dele estar na cruz era o próprio Deus. Então, por que Deus faria isto com o seu filho amado?

2. Como podemos entender a ideia de que “Deus abandonou Deus?” Assumindo que Jesus é Deus, como poderia a primeira pessoa da Trindade se afastar da Segunda pessoa da Trindade?
Paul Washer: “Uma das minhas maiores preocupações é que a Cruz de Cristo é raramente explicada. Não é suficiente dizer que “Ele morreu” - porque todos os homens morrem. Não é suficiente dizer que “Ele teve uma morte nobre” – porque os mártires fazem o mesmo”. 

3. Se Deus abandonou o seu Filho na hora que mais precisava, por que deveríamos crer que na nossa aflição poderemos contar com Deus?
Como vimos acima, a palavra “desamparastes” é mais forte. Literalmente, “por que me abandonastes”. De todas as frases de Jesus esta é a mais difícil de entender. Martinho Lutero passou um dia inteiro meditando nela, e não é sem razão que ela incomoda tantos estudiosos da Bíblia.
Abandono de Deus é o castigo para um criminoso. Abandono é o sofrimento para os piores, para o vil – não para Jesus. Então, porque Jesus declara que Deus o abandonou?

A quarta palavra de Cristo na cruz ensina-nos:

A.           Pecado é coisa séria.

 Muitas vezes consideramos a graça de Deus alguma coisa de somenos importância, mas ao descrever o perigo da graça barata Bonhoeffer afirma que não podemos considerar barato aquilo que para Deus custou tanto. Jesus se tornou vil e detestável aos olhos de Deus – a coisa mais vil e detestável que poderia existir – e Deus derramou a extensão de Sua ira sobre Ele.
O pecado separa o homem de Deus. “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus…” (Is 59.2).

B.         Pecado exige reparação plena

Jesus satisfez toda necessidade da justiça de Deus. Nenhum homem poderia apresentar uma obra perfeita que satisfizesse a justiça divina. Este é um dos aspectos mais esquecidos na doutrina da redenção. Cristo morreu na cruz não apenas para pagar o preço do nosso pecado, mas ele assumiu aquele lugar maldito para satisfazer a justiça divina.
Stott afirma: “Jesus não pagou para o diabo nos libertar. Jesus pagou para Deus. O sacrifício de Jesus satisfez a exigência de justiça de Deus. E por causa disso é que somos perdoados e podemos  conhecer o amor de Deus por nós. Deus tratou Jesus como culpado em nosso lugar e separou-se Dele quando estava na cruz, e Jesus exclamou: “Deus meu, porque me desamparaste?” (Mc.15:34). Jesus teve que ficar separado do Pai por nossa causa, para nos reconciliar com Ele ao morrer (Rm 8:32).
Deus mostrou Sua justiça trazendo a morte, mas mostrou Seu amor no fato que não fomos nós que morremos, e sim Jesus. Então, não podemos desvalorizar nem menosprezar o amor e a justiça de Deus.

C.           A cruz de Jesus Cristo diz respeito à santidade de Deus.

Pode parecer estranho que um lugar de sangue, sofrimento e tormento diga respeito à santidade, mas a cruz responde esta questão: Como um santo Deus pode reconciliar-se com pessoas impuras? Essa questão demanda outra: como o relacionamento entre um santo Deus e pessoas impuras pode ser restaurado sem algum ato grosseiro de injustiça?
Deus derramou sua ira sobre Cristo até todo aspecto da justiça demandada por um Deus santo fosse satisfeito.
Na cruz vemos o quanto Deus valoriza Sua santidade. Vemos que Deus não violará sua própria santidade mesmo que seja para salvar aqueles a quem Ele ama. Aqui na cruz vemos ira e misericórdia encontrando-se. Vemos ambas em sua gloriosa plenitude – a exposição final da ira de Deus e a exposição final da misericórdia de Deus.
A ira de Deus foi colocada sobre Cristo. O profeta Isaias afirma: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará em suas mãos” (Is 53.10).
Cristo pagou a sentença completa da justa ira que eu merecia. o inculpável pagando a sentença do pecador.

Se isto não é verdade, como responder a questão: Cristo nunca pecou, então, por que um homem sem pecado sofreria a ira de Deus?

Ele entrou naquele tribunal, e ficou entre o juiz e a pessoa culpada e disse “eu pagarei a sentença dela”. Ele tomou o pecado de outras pessoas sobre si mesmo. Ele tomou sobre si uma dimensão tão grande de pecado que Ele se fez pecado.
Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.17).

Quando olhamos para a cruz, vemos Jesus Cristo pagando a justa sentença de um pecador. Ali na cruz Jesus experimenta a morte física. “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5), mas seu maior sofrimento, ainda que fosse tão indescritível, não era físico, ele também encara a morte espiritual, a consequência que o pecado traz ao ser humano, afastando-o de Deus. Ele é punido encarando a fúria da ira de Deus. Ele é punido pelo pecado cometido em consciente rebelião contra Deus. Ele encara a eterna extensão da ira de Deus pelos pecados. Ali na cruz Jesus encara a justiça e o tormento do inferno.
Pouco antes de ser preso, Jesus ficou muito angustiado a ponto de suar sangue, mas não por medo do sofrimento que os homens iam lhe causar, e sim porque a ira justa de Deus cairia sobre Ele. A ira pelos pecados de toda a humanidade.
No jardim, ele orou três vezes para que “o cálice” fosse removido, mas todas as vezes a sua vontade entregava-se a vontade do Pai. Que cálice era este pelo qual Jesus pedia fervorosamente que se possível não tivesse que beber? Não se tratava da cruel cruz romana e a tortura física que lhe esperava.  Se você ficar impressionado pela apavorante imagem retratada na paixão de Cristo de Mel Gibson  pode correr o risco de não enxergar o que ocorreu na Cruz. A oração de Jesus focava num aspecto mais sinistro que ele teve de enfrentar. Ele assumiu o pecado dos eleitos por Deus.

A justiça de Deus se revela na cruz de Cristo. “A justiça de Deus se revela no Evangelho” (Rm 1.17).
O homem não poderia pagar sua afronta, nada do que o homem fizesse seria capaz de reparar o efeito do pecado.

A proposta de Deus
Paulo afirma que Deus fez uma proposta: “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (Rm 3.25). Você já tinha ouvido falar desta proposta de Deus?

O texto de Rm 3.21-26 constitui-se num bloco compactado, que o professor Cranfield acertadamente chama de "o centro e o cerne" do todo que constitui a parte principal da carta de Paulo aos Romanos. O Dr. Leon Morris diz que eles seriam "possivelmente o parágrafo mais importante que jamais se escreveu". A sua expressão-chave é "a justiça de Deus", Refere-se a uma justiça que provém de Deus, frisando dessa maneira a iniciativa salvadora que ele tomou a fim de conceder aos pecadores a condição de justos aos seus olhos. Em Rm 1.17 e 3.21 lemos que essa justiça foi "revelada" ou "manifestada", isto é, se deu num determinado tempo na história dos homens.
A verdade é que Deus é amor, mas também é justo. A sociedade moderna gosta de afirmar o primeiro ponto, minimizando o pecado e a importância da obra de Cristo e da santidade requerida por Deus, e esta mesma sociedade, quer negar ou minimizar a santidade de Deus. A verdade é que Deus é amor, e ama o pecador; mas ele é justo também, e tem que punir o pecador, ou seu substituto.

A obra de Cristo satisfaz todas as exigências de justiça, santidade e retidão de Deus para que Ele possa livremente agir em favor dos pecadores.
Jesus oferecendo Seu sangue como propiciação a um Deus santo, fez um pagamento total e final de todas as dividas. Somente por meio do sangue de Jesus Cristo, Deus se torna propicio e pode manifestar Sua graça, misericórdia e amor a favor do homem.

Como afirma o apóstolo Pedro: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2:24).
Por ser santo, justo e verdadeiro, Deus precisa condenar o pecador, a menos que não se encontre um meio para satisfazer sua Justiça. E Deus satisfez sua justiça por meio do sacrifício de Seu Filho Jesus Cristo.
Qualquer sacrifício, oferta, penitencia ou sofrimento que é oferecido a Deus, não poderá mudá-Lo. Ninguém poderá ganhar o amor e o perdão de Deus. Ele se torna propicio conosco somente e exclusivamente por causa do sangue derramado na cruz do Calvário da parte de Seu Filho. Deus proveu o Cordeiro para que nos pudéssemos ser reconciliados com Ele….um Deus de amor.
O pecado exige sacrifício, expiação. Cristo, nosso substituto, fez expiação por nós; foi o nosso substituto. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Não é que Deus se tenha sentido prazer no sofrimento de Seu amado Filho, mas através de sua morte, a vontade de Deus se cumpriu. Nenhum outro meio tinha poder de remover o pecado, satisfazer a justiça, e apaziguar a ira de Deus contra nós.

Conclusão:
a.           “Este é o Cordeiro de Deus. . .” Você gosta deste versículo, que é uma afirmação de João Batista apontando para Jesus quando veio para ser batizado por ele? Você se lembra da segunda parte? “Este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Foi isto que o Cordeiro de Deus veio fazer.

b.          O crente não é feito “justiça de Deus” por alguma boa obra ou caráter irrepreensível mas como resultado da imputação pela qual ele é considerado justo ante Deus pela obra de Cristo em seu favor. Da mesma maneira Cristo se “fez pecado por nós”, ainda que tenha sido uma culpa imputada, foi uma culpa real, trazendo uma inquietante culpa para Sua alma. Ele esteve em nosso lugar, e morreu desamparado por Deus.

c.            É comum centrarmos num aspecto da doutrina de Deus. Seu amor, não sua santidade. Esta é a visão romântica de um Deus Santo que exige reverência. Infelizmente a sociedade moderna tem grande atração pelo seu amor mas não quer sua santidade, porque um Deus amoroso, sem santidade, não exige um padrão santo de viver.

d.          É comum sentirmo-nos desamparados ou abandonados por Deus quando sofremos perdas ou reveses: “Deus me abandonou.” Não é verdade. O que gera o abandono de Deus é o pecado. Jesus experimentou isto da forma mais profunda. Se estamos em pecado, não há como evitar o sentimento de desamparo. mas assim, que Jesus fez a expiação, ele orou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.”  E Deus em seguida foi recebido pelos braços do Pai Amado.

e.           Para concluir: Paulo Washer afirma: “O crente com discernimento espiritual clama “Deus, Deus, sei que me amas já que não recusaste nem a teu filho, teu único filho.” Esta declaração é a forma mais radical encontrada por Jesus para revelar a grandeza e majestade da obra de sua redenção. Pelas suas pisaduras fomos sarados.

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