quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

1 Jo 1.5-10 Não diga isso!!!


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Introdução:

Não é fácil controlar a língua. A Bíblia afirma que “a língua é fogo; é mundo de iniquidade”  (Tg 3.6). Deixamos de dizer o que precisávamos dizer; falamos o que não deveríamos dizer; afirmamos aquilo que na verdade não cremos, ocultamos a verdade para evitar desavença, falamos meias verdades que são mentiras inteiras, fazemos afirmações que não nos comprometem, e deixamos de nos comprometer com a verdade e a fé.

Talvez por ver todo este cenário de equívocos e contradições, o apóstolo João, um velho pastor, resolveu interpelar sua comunidade sobre algumas coisas que andavam dizendo mas que não traduziam a verdade.

Neste pequeno texto vemos João dizendo: “Se dissermos” três vezes (1 Jo 1.6,8,10) e mais adiante, João ainda dirá outras três vezes: “Aquele que diz” (1 Jo 2.4,6,9; 4.20). Certamente ele estava preocupado com aquilo que as pessoas diziam, mas sinceramente não traduziam a verdade. Talvez não fosse uma mentira intencional, mas ainda assim, não deixava de ser mentira.

O apóstolo João exorta o povo de Deus a “não dizer”, cinco coisas, sem estar realmente imbuído das verdades que deveriam estar associadas às suas declarações:

1.     Não diga: Tenho comunhão com Deus se você anda nas trevas. Muitas pessoas se auto enganam em relação ao seu relacionamento com Deus. Algumas de forma defensiva, outras por causa de sua má compreensão do que significa ter comunhão com Deus. João afirma: “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1 Jo 1.6).

O primeiro critério apostólico para avaliar se temos comunhão com Deus tem a ver com a nossa relação com as trevas. Muitos vivem no pecado, distanciados de Deus, na escuridão de sua ignorância espiritual e de sua vida de pecado, mas equivocadamente acredita estar em paz com Deus.

Deus é luz! Jesus afirmou: “Eu sou a luz do mundo, aquele que me segue não andará em trevas”(Jo 9.5). O critério básico para sabermos se temos comunhão com Deus é a verdade do evangelho brilhando em nós. “Pois todo aquele que prática o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras” (Jo 3.20).

Portanto, não diga, tenho comunhão com Deus se você continua andando nas trevas e fugindo da luz.

2.    Não diga: Não tenho pecado algum.

Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos  e a verdade não está em nós” (1 Jo 1.8).

Esta é a confissão que nos livra da justiça própria, e da equivocada percepção acerca de nós mesmos.

Certa vez eu li este texto para um homem, e ele ficou realmente enfurecido comigo, porque ele afirmava categoricamente que não era pecador. Naquele encontro, eu confesso que fiquei surpreso com sua declaração, porque normalmente as pessoas tem uma ideia, ainda que vaga, de seu estado pecaminoso. Posteriormente, porém, me lembrei que percepção do pecado tem a ver com a obra do Espírito Santo no coração do homem. É o Espírito quem nos convence de nosso pecado (Jo 16.8).

João afirma que quem não reconhece sua natureza pecaminosa, está se enganando e a verdade de Deus não encontra-se nele.

Portanto, não diga: Não tenho pecado nenhum. Se você pensa assim, certamente está vivendo numa situação perigosa de um falso senso de justiça própria. O problema de quem não reconhece seu pecado é que, geralmente encontra dificuldade em pedir desculpas e perdão, e pior ainda, não sente necessidade de salvação porque erroneamente acredita que é bom demais para precisar de quem quer que seja, inclusive Deus. “Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós (1 Jo 1.10).

Portanto, não diga: Não tenho pecado nenhum.

3.    Não diga: Eu conheço a Deus, se você não guarda seus mandamentos.

Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade” (1 Jo 2.4).

Muitos acreditam em Deus, mas desenvolvem uma fé particular e subjetiva. Acreditam que a verdade se encontra nele mesmo, e não na revelação divina. Eles fazem o que acham melhor e mais correto, e procuram viver uma vida reta, mas não se preocupam em saber qual é a vontade de Deus, revelada nas Escrituras Sagradas, para sua vida.

Jesus foi muito claro sobre este assunto: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos” (Jo 8.31). Noutro lugar afirma: “Vós vos sois os meus amigos se fazeis o que vos mando” (Jo 15.14). Só conhece e ama a Deus aquele que guarda os seus mandamentos, que faz aquilo que ele ordena. Discípulo é um seguidor, não é um livre pensador, mas alguém que segue as ordens do mestre.

Portanto, não diga: “conheço a Deus”. Se você não guarda os seus mandamentos.

4.    Não diga: Tenho comunhão com Deus se você não tem comunhão com seus irmãos.

Se alguém disser: Amo a Deus e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê” (1 Jo 4.20).
A indiferença, o descaso, o distanciamento, podem se transformar em graves problemas na nossa vida espiritual. “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de toda injustiça” (1 Jo 1.7), afinal “Aquele que não ama, na conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4.8).

Muitas vezes nos distanciamos de nossos irmãos, ou somos negligentes no cuidado, no amor e no respeito, principalmente se ele não faz parte de nosso grupo preferido, ou da nossa roda de amizade. Não podemos negligenciar as pessoas, precisamos estar atentas às suas necessidades. Precisamos cuidar uns dos outros, afinal Se não amamos àqueles que vemos, como amaremos a Deus, a quem não vemos?.

Então, não diga: Tenho comunhão com Deus se você não tem comunhão com seus irmãos.

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