sábado, 21 de dezembro de 2019

Mt 2.13-21 Relação familiar e o Natal: José e Jesus


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Introdução:

O tema de 2020 para a nossa igreja será: Eu e minha casa, baseado no texto de Jos. 24.15, tendo os seguintes subtópicos:
  1. “Vos parece mal servir ao senhor?” Abordagem sobre o mundo hostil ao evangelho, como a tecnologia tem sido colocada em oposição ao reino de Deus, como o ceticismo tem influenciado o pensamento cristão gerando distanciamento espiritual nos nossos filhos.
  2. “Escolhei, hoje, a quem sirvais!”: O tempo é hoje. Precisamos deixar evidente que somos de Cristo. Não podemos adiar nosso compromisso com a vida cristã.
  3. “Eu e a minha casa”: Para ser forte, a fé precisa ser exercitada em família, na vida de adoração no lar, pais lutando pela alma dos filhos e pela unidade do casamento.
  4. “Serviremos ao senhor”: Devemos expressar nossa fé numa vida de ação e serviço. A partir da vida familiar, o evangelho precisa ser visto e sentido numa igreja que faz  e em famílias que fazem.

Pensando em juntar o Natal e o lançamento da nossa campanha, resolvi estudar a vida de José e seu compromisso espiritual com sua família.
Apesar de sua relevância, José é um personagem escondido da Bíblia. Quantos sermões existem sobre José? É bem possível que nunca tenhamos ouvido deste personagem bíblico tão esquecido? Pouco se fala sobre sua paternidade e obediência, no entanto, no entanto, o texto bíblico é notório em descrevê-las.

Natal não possui apenas uma dimensão romântica, a Bíblia o descreve como um evento cercado de tensão, oposição e luta.
Þ    Existem forças cósmicas (AP 12). O dragão querendo devorar o filho.

Þ    Existem forças políticas (Herodes) – Matança dos primogênitos (MT 2.16-18); São forças que agem na história. José tem que fugir para o Egito. Este texto me atrai pelo fato de que Deus resolve usar uma família para acolher o seu Filho amado.

Assim deve ser nossa percepção quando consideramos Eu e minha casa, na perspectiva do Natal. Quando Deus resolve assumir a forma humana através de Jesus, ele surge como um bebê, que depende inteiramente de uma família, precisa ser cuidado, protegido, amamentado. Já viram como é frágil um bebê recém-nascido? Não é sem razão que muitos pais e mães tremem quando darão o primeiro banho nos seus filhos. Não é uma tarefa simples. Como é frágil um bebê. Mas Deus escolhe uma família, para viver dentro dela.

  1. José assume um filho que não é seu, mesmo num contexto de forte suspeita social quanto à integridade de Maria, para que pudesse cuidar dele.
Lições:
ü  Deus nos deu filhos para cuidarmos e protegê-los. É na família que Deus deseja dar proteção, nutrição, afeto, espiritualidade. Deus sabia da necessidade de termos uma família, e nos colocou dentro de uma família. Certa mãe dizia a sua filha: “Você não precisa ter medo, Deus está aqui com você”. E a garota respondeu: “eu sei mamãe, mas eu preciso de um Deus que tenha pele”.

ü  Filhos são heranças - não peso, nem maldição, mas benção – (Sl 127.3). Herança é benção, deve ser cuidada, não dilapidada.

ü  Filhos precisam de rumo – (Sl 127.4). “Flechas nas mãos do guerreiro”. O guerreiro dá direção às flechas, não as joga ao acaso. Devem ser direcionadas.

ü  Filhos são bênçãos para os pais no dia da angústia – “Não será humilhado quando pleitear com os inimigos à porta”. Isto descreve uma situação de tensão.

Infelizmente muitas famílias estão desprotegidas, diante de ameaças e até mesmo ações malignas.

Certa vez fui visitar um casal que resolvera morar em Newark, uma das cidades mais feias e mal cuidadas dos Estados Unidos, que possui o pior High School da América em termos de violência, e é a 3ª cidade americana onde se roubam mais carros. Nesta casa havia uma filho adolescente, que por 3 vezes havia fugido de gangs até que, finalmente, lhe fizeram uma emboscada e o filho foi espancado. Perguntei aos pais porque ainda moravam naquele lugar, se havia tanto local bom para se viver nos Estados Unidos e eles responderam que era por causa do preço do aluguel do seu apartamento.

Pais precisam aprender a proteger seus filhos, a ler sinais que emitem: ansiedade, insônias, rações psicossomáticas, choros desnecessários. isto se aplica desde a bulimia até pressões sociais, gangs, drogas e relacionamentos. Muitas vezes o preço a pagar é a completa desarticulação de sua vida.

Pensem em José:

ü  Tinha sua carpintaria – podia ser uma lojinha, micro empresário, prestador de serviços, profissional liberal, tinha contatos, carteira de clientes, era estabelecido no mercado, agora tinha que largar tudo...

ü  Possuía vínculos históricos e familiares, teria que romper com sua família, se manter distante, para proteger uma criança que ele havia adotado, não era sua.

ü  Possuía vínculos com sua pátria. Um verdadeiro judeu sempre crescia com um distanciamento muito grande dos gentios. José se muda para uma cultura diferente, para o Egito que havia dominado e escravizado o seu povo por 400 anos, e ali passa a viver com comidas diferentes, deuses diferentes, hábitos diferentes, para proteger aquela criança. José não tem dúvidas em buscar proteger seu filho.

Será que teríamos a mesma atitude em relação aos nossos filhos? Sacrificaríamos nossa profissão? Nossos negócios e ambições profissionais? Nossos sonhos, por causa deles?

ü  Preço do comodismo – Sair de Israel (sua casa), ir para o Egito (terra estranha e de conflito para judeus).

ü  Preço financeiro – Sacrificar profissão, salário, trabalho.
                                               i.     Exemplo: Mateus (saída dos EUA) e mudança para o Brasil.

                                             ii.     Proteger nossos filhos: segurança (meu pai mudando de Mutum); abusos morais e perigos espirituais. Para que direção seu filho tem sido atirado? Trazer, buscar, proteger.

                                            iii.     Exemplo: Pastor quando criança que foi abusado pelo melhor amigo de seu pai, dentro de sua casa.

  1. José está atento à voz de Deus para saber que direção sua família deveria tomar- Deus diz: “vá para o Egito”, ele vai! “Volte”, ele volta!

Deus dá diretrizes para José (MT 2.13) e ele “tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito”. A única diretriz era a que vinha de Deus, e isto lhe bastava. Deus falou com José por meio de sonhos, dizendo para assumir Maria, e ele o fez (Mt 1.20); um anjo do Senhor aparece a José dizendo para ele se mudar para o Egito, e José se dispôs e foi (Mt 1.13); e novamente veio um anjo, em sonhos, e lhe disse que ele podia retornar para sua terra, e ele retornou (Mt 1.19-21). Ele não tinha crise em mudar sua agenda, embora já estivesse traumatizado com sonhos, porque toda vez que ele sonhava Deus o mandava numa direção diferente. 

Quando assumimos nossos filhos no batismo, fazemos votos e compromissos por sua vida. de orar com eles e por eles, trazê-los à igreja, sermos exemplos de vida cristã.

A Bíblia nos dá o exemplo de Manoá – Jz 13.2-13
ü  Como devemos criar? Jz 13.12
ü  O que ele deverá fazer? Jz 13.12

José não retorna para Judéia (perto da família, do poder, das melhores chances profissionais, dos amigos),mas vai para a Galileia (Nazaré), terra dos abandonados.

José é um homem sensível. Paradigma para pais atentos espiritualmente: Pais são os mais efetivos comunicadores das verdades, valores, conceitos, estilos de vida, porque eles as encarnam nos relacionamentos que são concretos, crianças aprendem a linguagem do amor, muito antes de falarem uma única palavra.

Advertência:
Precisamos passar o bastão da corrida de revezamento para nossos filhos. Nossa fé não pode morrer em nós, precisa chegar às próximas gerações. Seus filhos e netos vão viver sem fé no coração, adorando deuses estranhos que vão encontrar no caminho, vão ser macumbeiros e espiritualistas se não quisermos assumir nosso compromisso de vida cristã e transmitirmos o que cremos para suas vidas.

José assume a vida de Jesus por obediência.
Certo garoto pequeno viu seu pai tirar uma nota de R$ 5,00 e dar para sua igreja. Esta era sua contribuição mensal para o trabalho na comunidade. Na volta para casa, reclamou da liturgia, das músicas chatas, do tempo do culto, do sermão prolongado do pastor, ao que seu filho respondeu: “também, com o tamanho da oferta que você dá, você queria o quê?”

Uma boa forma de avaliar a sua fé é perguntando quando você está disposto a investir por ela. Educar seus filhos no caminho do ser. Investir espiritualmente nas suas vidas. Não podemos descuidar nem negociar a alma dos filhos com o inferno. Pais precisam para o preço para proteger seus filhos, precisam investir na sua vida espiritual, se preocupar com suas almas. Para que isto aconteça, antes de tudo, deve se preocupar também com suas vidas pessoais.  Não podemos deixar nossos filhos à mercê das trevas.  Herodes não pode ter acesso aos nossos filhos, porque senão ele os matará, e Herodes aqui pode assumir o significado que você quiser dar, a menos que você se disponha a pagar o preço de mudar de seu confortável estilo de vida pela alma e segurança espiritual de seu filho.

O inferno quer destruir espiritualmente as crianças e eventualmente vai conseguir isto com pais que não levam a sério a necessidade de cuidar de seus corações e de seus filhos.

José mudou o itinerário de sua vida: da Judéia para a Galileia, para que o crescimento de Jesus lhe fosse seguro. Mais uma vez fica no prejuízo. Quando volta do Egito, dirige-se à Galileia. Que também não era a terra de seus pais. José é um homem que cria uma agenda para protegê-lo o filho que não era seu, mas a quem Deus responsabilidade de cuidar.

Pais precisam estabelecer o que realmente importa em suas vidas. José estabelece.

Neste natal, considere José e seu estilo de vida, e que pela graça de Deus você possa sincera e confiadamente dizer: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor". 

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