Introdução:
O tema de 2020 para a
nossa igreja será: Eu e minha casa,
baseado no texto de Jos. 24.15, tendo os seguintes subtópicos:
- “Vos parece mal servir
ao senhor?” Abordagem sobre o
mundo hostil ao evangelho, como a tecnologia tem sido colocada em oposição
ao reino de Deus, como o ceticismo tem influenciado o pensamento cristão
gerando distanciamento espiritual nos nossos filhos.
- “Escolhei, hoje, a quem
sirvais!”: O tempo é hoje.
Precisamos deixar evidente que somos de Cristo. Não podemos adiar nosso
compromisso com a vida cristã.
- “Eu e a minha casa”: Para ser forte, a fé precisa
ser exercitada em família, na vida de adoração no lar, pais lutando pela
alma dos filhos e pela unidade do casamento.
- “Serviremos ao senhor”: Devemos expressar nossa fé numa vida de ação e serviço. A partir da vida familiar, o evangelho precisa
ser visto e sentido numa igreja que faz e em famílias que fazem.
Pensando em
juntar o Natal e o lançamento da nossa campanha, resolvi estudar a vida de José
e seu compromisso espiritual com sua família.
Apesar de sua relevância, José é um personagem
escondido da Bíblia. Quantos sermões existem
sobre José? É bem possível que nunca tenhamos ouvido deste personagem bíblico
tão esquecido? Pouco se fala sobre sua paternidade e obediência, no entanto, no
entanto, o texto bíblico é notório em descrevê-las.
Natal não possui apenas
uma dimensão romântica, a Bíblia o descreve como um evento cercado de tensão,
oposição e luta.
Þ Existem forças cósmicas
(AP 12). O dragão querendo devorar o filho.
Þ Existem forças políticas
(Herodes) – Matança dos primogênitos (MT 2.16-18); São forças que agem na
história. José tem que fugir para o Egito. Este texto me atrai pelo fato de que
Deus resolve usar uma família para acolher o seu Filho amado.
Assim deve ser nossa percepção quando
consideramos Eu e minha casa, na perspectiva do Natal. Quando Deus resolve
assumir a forma humana através de Jesus, ele surge como um bebê, que depende inteiramente
de uma família, precisa ser cuidado, protegido, amamentado. Já viram como é
frágil um bebê recém-nascido? Não é sem razão que muitos pais e mães tremem
quando darão o primeiro banho nos seus filhos. Não é uma tarefa simples. Como é
frágil um bebê. Mas Deus escolhe uma família, para viver dentro dela.
- José assume um
filho que não é seu, mesmo num contexto de forte suspeita social quanto à
integridade de Maria, para que pudesse cuidar dele.
Lições:
ü Deus nos deu filhos para
cuidarmos e protegê-los. É na família que Deus deseja dar proteção, nutrição,
afeto, espiritualidade. Deus sabia da necessidade de termos uma família, e nos colocou
dentro de uma família. Certa mãe dizia a sua filha: “Você não precisa ter medo,
Deus está aqui com você”. E a garota respondeu: “eu sei mamãe, mas eu preciso
de um Deus que tenha pele”.
ü Filhos são heranças -
não peso, nem maldição, mas benção – (Sl 127.3). Herança é benção, deve ser
cuidada, não dilapidada.
ü Filhos precisam de rumo
– (Sl 127.4). “Flechas nas mãos do
guerreiro”. O guerreiro dá direção às flechas, não as joga ao acaso. Devem
ser direcionadas.
ü Filhos são bênçãos para
os pais no dia da angústia – “Não será
humilhado quando pleitear com os inimigos à porta”. Isto descreve uma
situação de tensão.
Infelizmente muitas famílias estão desprotegidas,
diante de ameaças e até mesmo ações malignas.
Certa vez fui visitar um casal que resolvera
morar em Newark, uma das cidades mais feias e mal cuidadas dos Estados Unidos,
que possui o pior High School da América em termos de violência, e é a 3ª
cidade americana onde se roubam mais carros. Nesta casa havia uma filho adolescente,
que por 3 vezes havia fugido de gangs até que, finalmente, lhe fizeram uma
emboscada e o filho foi espancado. Perguntei aos pais porque ainda moravam
naquele lugar, se havia tanto local bom para se viver nos Estados Unidos e eles
responderam que era por causa do preço do aluguel do seu apartamento.
Pais precisam aprender a proteger seus filhos, a
ler sinais que emitem: ansiedade, insônias, rações psicossomáticas, choros
desnecessários. isto se aplica desde a bulimia até pressões sociais, gangs, drogas
e relacionamentos. Muitas vezes o preço a pagar é a completa desarticulação de
sua vida.
Pensem em José:
ü Tinha sua carpintaria –
podia ser uma lojinha, micro empresário, prestador de serviços, profissional
liberal, tinha contatos, carteira de clientes, era estabelecido no mercado,
agora tinha que largar tudo...
ü Possuía vínculos
históricos e familiares, teria que romper com sua família, se manter distante,
para proteger uma criança que ele havia adotado, não era sua.
ü Possuía vínculos com sua
pátria. Um verdadeiro judeu sempre crescia com um distanciamento muito grande
dos gentios. José se muda para uma cultura diferente, para o Egito que havia
dominado e escravizado o seu povo por 400 anos, e ali passa a viver com comidas
diferentes, deuses diferentes, hábitos diferentes, para proteger aquela
criança. José não tem dúvidas em buscar proteger seu filho.
Será que teríamos a mesma atitude em relação aos
nossos filhos? Sacrificaríamos nossa profissão? Nossos negócios e ambições
profissionais? Nossos sonhos, por causa deles?
ü Preço do comodismo –
Sair de Israel (sua casa), ir para o Egito (terra estranha e de conflito para
judeus).
ü Preço financeiro – Sacrificar
profissão, salário, trabalho.
i. Exemplo: Mateus (saída
dos EUA) e mudança para o Brasil.
ii. Proteger nossos filhos:
segurança (meu pai mudando de Mutum); abusos morais e perigos espirituais. Para
que direção seu filho tem sido atirado? Trazer, buscar, proteger.
iii. Exemplo: Pastor quando
criança que foi abusado pelo melhor amigo
de seu pai, dentro de sua casa.
- José está atento à
voz de Deus para saber que direção sua família deveria tomar- Deus diz: “vá
para o Egito”, ele vai! “Volte”, ele volta!
Deus dá diretrizes para José (MT 2.13) e ele
“tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito”. A única diretriz
era a que vinha de Deus, e isto lhe bastava. Deus falou com José por meio de sonhos, dizendo para assumir Maria, e ele o fez (Mt 1.20); um anjo do Senhor aparece a José dizendo para ele se mudar para o Egito, e José se dispôs e foi (Mt 1.13); e novamente veio um anjo, em sonhos, e lhe disse que ele podia retornar para sua terra, e ele retornou (Mt 1.19-21). Ele não tinha crise em mudar sua agenda, embora já estivesse traumatizado com sonhos, porque toda vez que ele sonhava Deus o mandava numa direção diferente.
Quando assumimos nossos filhos no batismo,
fazemos votos e compromissos por sua vida. de orar com eles e por eles,
trazê-los à igreja, sermos exemplos de vida cristã.
A Bíblia nos dá o exemplo de Manoá – Jz 13.2-13
ü Como devemos criar? Jz
13.12
ü O que ele deverá fazer?
Jz 13.12
José não retorna para Judéia (perto da família,
do poder, das melhores chances profissionais, dos amigos),mas vai para a
Galileia (Nazaré), terra dos abandonados.
José é um homem sensível. Paradigma para pais
atentos espiritualmente: Pais são os mais efetivos comunicadores das verdades,
valores, conceitos, estilos de vida, porque eles as encarnam nos
relacionamentos que são concretos, crianças aprendem a linguagem do amor, muito
antes de falarem uma única palavra.
Advertência:
Precisamos passar o bastão da corrida de
revezamento para nossos filhos. Nossa fé não pode morrer em nós, precisa chegar
às próximas gerações. Seus filhos e netos vão viver sem fé no coração, adorando
deuses estranhos que vão encontrar no caminho, vão ser macumbeiros e
espiritualistas se não quisermos assumir nosso compromisso de vida cristã e
transmitirmos o que cremos para suas vidas.
José assume a vida de Jesus por obediência.
Certo garoto pequeno viu seu pai tirar uma nota
de R$ 5,00 e dar para sua igreja. Esta era sua contribuição mensal para o
trabalho na comunidade. Na volta para casa, reclamou da liturgia, das músicas
chatas, do tempo do culto, do sermão prolongado do pastor, ao que seu filho respondeu:
“também, com o tamanho da oferta que você dá, você queria o quê?”
Uma boa forma de avaliar a sua fé é perguntando
quando você está disposto a investir por ela. Educar seus filhos no caminho do
ser. Investir espiritualmente nas suas vidas. Não podemos descuidar nem
negociar a alma dos filhos com o inferno. Pais precisam para o preço para
proteger seus filhos, precisam investir na sua vida espiritual, se preocupar
com suas almas. Para que isto aconteça, antes de tudo, deve se preocupar também
com suas vidas pessoais. Não podemos
deixar nossos filhos à mercê das trevas.
Herodes não pode ter acesso aos nossos filhos, porque senão ele os
matará, e Herodes aqui pode assumir o significado que você quiser dar, a menos
que você se disponha a pagar o preço de mudar de seu confortável estilo de vida
pela alma e segurança espiritual de seu filho.
O inferno quer destruir espiritualmente as
crianças e eventualmente vai conseguir isto com pais que não levam a sério a
necessidade de cuidar de seus corações e de seus filhos.
José mudou o itinerário de sua vida: da Judéia
para a Galileia, para que o crescimento de Jesus lhe fosse seguro. Mais uma vez
fica no prejuízo. Quando volta do Egito, dirige-se à Galileia. Que também não
era a terra de seus pais. José é um homem que cria uma agenda para protegê-lo o
filho que não era seu, mas a quem Deus responsabilidade de cuidar.
Pais precisam estabelecer o que realmente
importa em suas vidas. José estabelece.
Neste natal, considere José e seu estilo de
vida, e que pela graça de Deus você possa sincera e confiadamente dizer: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor".
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