Introdução:
Muitos pensam em dinheiro como algo neutro, alguma coisa
“não espiritual”, mas quando lemos o evangelho, ficamos surpresos ao descobrir
que Jesus falou mais de dinheiro que muitos outros temas como céu e inferno,
apenas o reino de Deus foi objeto de seu discurso mais que dinheiro.
Richard Foster afirma que dinheiro tem o poder de vida e
morte. Por esta razão Jesus se preocupou tanto em falar deste tema, dando ao
dinheiro o nome de Mamon uma
entidade, com vida e força própria.
Diante
disto aprendemos algumas lições:
1.
Deus observa a forma como lidamos com o dinheiro
diante dele – “Estando Jesus observando os ricos lançarem suas
ofertas no gazofilácio” (Lc 21.1).
Neste
texto, vemos Jesus, de forma indiscreta, ficar em frente ao gazofilácio,
observando como as faziam suas doações. Imagine se um pastor fizesse o mesmo no
dia de hoje, ficasse parado em frente da igreja e abrisse os envelopes de cada
pessoa para observar o que estava sendo dado.
É
estranho a atitude de Cristo em observar. Para a maioria da igreja parece pouco
espiritual saber o quanto você dá, para Jesus isto se revestia de uma grande importância.
Quando
Deus exorta o seu povo através do profeta Malaquias, há uma interrogação pesada
de Deus a Israel: “Com tais ofertas de
vossas mãos, aceitaria eu a vossa oferta?” (Ml 1.6). A forma como damos
interessa. Deus rejeitou a oferta de Caim, porque sua atitude diante de Deus
não era positiva. “Ao passo que de Caim e
de sua oferta, não se agradou o Senhor”.
2.
Para Deus não importa o quanto você dá, mas o
como você dá – Muitas pessoas haviam colocado grandes quantidades de
moeda no templo. Jesus observava “os
ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio” (Lc 21.1).
Para
Deus importa como damos. Se o fazemos com regularidade, espontaneidade, proporcionalidade,
com alegria e de coração. Recentemente ouvi uma estatística citada por Paulo
Seabra que afirma que “os mais pobres proporcionalmente dão 3 vezes mais que os
pobres”. É estranho pensar nisto, não acham?
3.
Para Deus não importa o quanto damos, mas quanto retemos. Não importa a quantidade, mas a
proporcionalidade.
Por
isto o princípio do dízimo regula esta ideia. Quem tem mais dá mais. Ao
trazermos nossos dízimos e ofertas não pagamos uma taxa a uma associação,
agremiação ou clube, mas trazemos parte daquilo que Deus nos tem dado.
Por
que a contribuição financeira é tão importante no culto cristão?
1.
Não
há culto bíblico, no Antigo e Novo Testamentos, que não implica em trazer os
bens.
Uma
leitura rápida dos textos bíblicos vai demonstrar isto.
O
povo de Deus trazia ofertas proporcionais, que era o dízimo; trazia ofertas
pelos pecados, sacrifício e holocaustos; trazia as ofertas específicas, que
fazia parte de determinados momentos especiais do povo de Deus; trazia ofertas
pacíficas, de adoração e louvor; trazia ofertas na consagração dos filhos, e
assim por diante.
A
recomendação do Antigo Testamento era clara: “ninguém aparecerá perante o Senhor com as mãos vazias” (Dt 16.16),
e ‘ cada um oferecerá na proporção em que
possa dar, segundo a benção, que o Senhor lhe houver concedido” (Dt 16.17).
No
Novo Testamento veremos a mesma atitude: Os magos trazem suas ofertas para
ofertar a Jesus; Jesus encoraja o povo a trazer seus dízimos, associados à
justiça, misericórdia e o amor (Mt 23.23). O povo de Deus apresentava suas
ofertas no livro de Atos; há recomendações claras nas cartas para que as
pessoas ofertassem de forma regular, proporcional (1 Co 16.1,2), e com alegria.
Não
há culto cristão sem ofertas de adoração, feitas com liberalidade e louvor a
Deus.
2.
Contribuição
expressa nossa confiança no caráter de Deus – Quando ofertamos ao Senhor
afirmamos que confiamos nele para nossa provisão.
Um
dos nomes sagrados dados a Deus na Bíblia é Jeová-Jireh.
Deus da provisão. Quando trago meus bens a Deus e os ofereço no altar,
estou expressando minha confiança em Deus, naquilo que ele é e faz. Estou
dizendo que confio nele para meu sustento e que confio inteiramente na graça
dele, e não na minha capacidade, inteligência, nem nas variações e humores da
bolsa de valores.
Porque
confiamos em sabemos que Deus é “o meu
pastor e nada me faltará”, e que podemos depender dele, pois estamos certos
que “o meu Deus, segundo a sua riqueza em
glória, ha de suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp
4.19).
Aprendemos
ainda na palavra de Deus que ele “pode
fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla
suficiência, superabundeis em toda boa obra” (2 Co 9.8).
3.
Contribuição
abençoa vidas – “Porque o serviço desta
assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas
graças a Deus” (1 Co 9.12).
Temos
plena convicção de que o dinheiro tem sido um instrumento do diabo para ceifar
vidas, dividir famílias, gerar guerras e conflitos, mas será que estamos também
conscientes do seu poder para abençoar vidas?
Quantas
melhorias sociais, projetos escolares, construções de hospitais, universidades,
projetos agrícolas já foram construídos mundo afora com pessoas que
generosamente davam parte de seus recursos para que a reino de Deus avançasse e
vidas fossem tocadas.
Você
pensou no seu dinheiro como um caminho para salvar vidas? Para a edificação da
igreja de Cristo? Para o envio de missionários? Para projetos sociais? Você
entende o poder do seu dinheiro? Certa vez uma pessoa que entregava uma boa
quantidade de recursos regularmente para a igreja que eu pastoreava,
subitamente deixou de trazer seus recursos. Pensando em quanto aquele dinheiro
era importante para a dinâmica da igreja, cheguei à conclusão que, sem o
recurso dele, deixaríamos de plantar uma nova igreja no ano seguinte...
Dinheiro
tem o poder de vida e morte. Não seja ingênuo em achar que ele é neutro nos
seus efeitos.
4.
Contribuição
traz glória ao nome de Deus – “Porque
o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus”
(1 Co 9.12).
Esta
é a razão pela qual trazemos nossos dízimos e o entregamos à igreja como ato de
culto. Dízimo é uma forma de engrandecer o nome do Senhor.
Muitas
vezes lemos no Antigo Testamento que as ofertas subiram a Deus como aroma de
sacrifício suave. Já pensaram nesta figura de linguagem? Os profetas viam Deus
como alguém que aspirava um cheiro agradável de algo que lhe era ofertado. Deus
se deleita nas ofertas e sacrifícios de coração que lhe prestamos. Ele é
glorificado nisto.
Na
liturgia reformada, as ofertas são parte integrantes do culto público. Trazer
nossas ofertas e dízimos é uma forma de glorificarmos o nome do Senhor.
Conclusão:
Qual
deve ser nossa resposta a estas verdades das Escrituras Sagradas? Como devemos reagir
a estes princípios que aprendemos? Colocamos em prática ou os esquecemos?
Diante
disto gostaria de fazer duas recomendações em relação ao uso do seu dinheiro:
A.
Você precisa tomar uma decisão em relação ao
uso do seu dinheiro no seu culto à Deus. “E nisto dou minha opinião pois a vós outros, que desde o ano passado,
principiastes não só a prática, mas também o querer” (2 Co 8.10). É preciso
querer.
Isto
tem a ver com a vontade. Uma decisão volitiva. Precisamos “decidir” que devemos
colocar nossos recursos à serviço do reino de Deus. Não podemos adiar. O reino
de Deus vai acontecer sem suas doações, mas é muito bom saber que podemos ser
cooperadores no avanço do evangelho.
“Deus não precisa de nada vindo
de você. Então quando ele te chama para vir e servi-lo, não é para preencher
uma necessidade. Ele está te oferecendo um privilégio” (Paul Washer).
B.
Você precisa praticar – “Completai, agora, a obra começada, para que,
assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as
vossas posses” (2 Co 8.11).
Viram
que o texto está falando de praticar a aplicação dos recursos? “assim a leveis a termo, segundo as vossas posses”. Paulo estava preocupado em ver os
irmãos daqueles dias, aprendendo a servir a Deus com suas posses e seus bens.
Muitos
deixam de contribuir porque dizem que o dinheiro nunca dá. Há um princípio
inerente nas Escrituras que é o seguinte: 90% do que você ganha é suficiente
para suas necessidades, mas 100% não é”. Quando exercito minha fé doando parte
dos meus recursos a Deus, experimento a graça de sua provisão e cuidado.
Muitas
vezes tenho desafiado pessoas publicamente acerca deste assunto. Algumas vezes
individualmente. Às vezes converso com pessoas que estão enfrentando grandes
lutas financeiras e as desafio a serem fieis, a deixarem Deus ser responsável pela
suas finanças. Nem sempre as pessoas se deixam orientar pela recomendação que
dou, mas por outro lado já vi um grande número tendo vitória financeira a
partir do momento que entendem o princípio da palavra de Deus que diz: “Como está escrito: Distribuiu, deu aos
pobres, a sua justiça permanece para sempre” (2 Co 9.9)
Deus
nos ajude!
Nenhum comentário:
Postar um comentário