sexta-feira, 16 de junho de 2017

Ef 4.25-32 O Padrão do “Novo Homem”

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Introdução:

No texto anterior, a Palavra de Deus demonstra o que Cristo faz na vida de alguém quando se converte e se torna nascido de novo. Dentre estas coisas destaca-se:

i.                     Mudança de cosmovisão – Não andam mais como os pagãos. Novos paradigmas, padrões de comportamento e visão de mundo (Ef 4.17)

ii.                   Mudança da natureza, tornando-nos sensíveis a Deus e ao Espírito Santo – Ef 4.18).

iii.                  Liberdade da corrupção moral, dando novos desejos de santidade e tristeza ao pecado (Ef 4.19).

Isto tudo só é possível através do Novo nascimento, quando o Espírito Santo faz morrer o velho homem e surgir uma nova criatura, criada com o DNA de Cristo.
Dos vs 25-32, a Bíblia passa a demonstrar os efeitos do novo nascimento e do surgimento deste novo homem, e que estilo de vida ele deve adotar.

Primeiro, o novo homem assume compromisso com a verdade – “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef 4.25).

Normalmente as pessoas defendem o princípio da verdade. Não raramente ouvimos pessoas dizendo que detestam pessoas que mentem, e batendo no peito como guardiões da autenticidade e da verdade, mas será mesmo que temos vivido um estilo de vida marcado pela verdade?

Eis algumas questões:

a.       Será que não falamos mentira em nossa casa para evitar desagrados no lar? Muitas vezes não queremos explicar as coisas e achamos melhor suprimir ou dizer meias verdades para que o cônjuge não se sinta ofendido ou magoado.

b.      Será que falamos a verdade mesmo em prejuízo próprio? Mesmo quando a verdade nos denuncia? Mesmo quando o guarda de trânsito está prestes a nos multar, ou a distorcemos para nos justificar?

c.       Será que dizemos sempre a verdade quando estamos fazendo um negócio com boas possibilidades de lucro?

A verdade é que verdadeira autenticidade nem sempre é fácil, entretanto precisamos entender que “toda verdade é verdade de Deus” (Os Guiness). Quando a proferimos, seja a que custo for, estamos nos alinhando a Deus e rejeitando o diabo, que é o pai, o mentor, e o autor da inverdade.

Segundo, o novo homem aprende a lidar com suas emoções, mantendo a ira sob controle – “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26).  É interessante observar que é possível ira, sem pecar. Quando isto é possível?

a.    Quando não ficamos irados por causa da nossa hipersensibilidade, mas por causa da glória de Deus.

O problema é que não nos iramos quando vemos a opressão, a injustiça, a miséria, o abuso e estas coisas que ofendem o ser humano criado à imagem e semelhança de Deus. Também não ficamos perturbados quando a santidade de Deus está sendo ofendida, mas facilmente ficamos ofendidos, quando qualquer um dos meus “direitos” são questionados. Temos muita hipersensibilidade emocional, quando algo pessoal nos aborrecer, pois nos julgamos merecedor de um tratamento especial, mas pouca tristeza para o pecado.

O exemplo claro da Bíblia é do profeta Jonas. Por duas vezes ele mostra excessiva irritabilidade, direcionada à Deus, mas não possui nenhuma sensibilidade para com os perdidos e com uma nação de pessoas que estava morrendo sem discernimento essencial na alma. Sua ira era contra Deus, mas ele se julgava cheio de razão. (Jn 4.4,9).

b.      Quando não deixamos a ira azedar. “Não se ponha o sol sobre a vossa ira”. É fácil deixar a ira incubada no coração e não resolvê-la. Isto facilmente se transforma em desejo de vingança ou amargura. Quando sepultamos a ira, ela permanece viva em nosso coração, e com o passar do tempo vai se tornando cada vez mais forte, trazendo danos para nossa saúde e consequências inevitáveis e graves nos relacionamentos.

c.       Quando deixamos a ira nas mãos de Deus. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira (de Deus, subtendida), porque está escrito: A mim me pertence a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).

Não devemos resolver a ira com nossas mãos. Isto significa transferir meus direitos a Deus. Se alguma ofensa foi praticada, Deus é quem resolverá este problema. Não tente fazer justiça com suas próprias mãos. Deixe este assunto com Deus, já que ele é a sua defesa.

Terceiro, o novo homem fica atento às sutilezas espirituais – “Nem deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). É curioso observar que esta frase vem logo depois da ira. Se há uma área na qual Satanás  obtém vitórias em nossas vidas pela irritabilidade e amargura.

No Antigo Testamento, todas as vezes que o rei Saul ficava dominado por um Espírito maligno, isto tinha a ver com alguma experiência negativa do dia anterior. Satanás  é um ser de penumbra, e age por meio das brechas, portanto, precisamos ficar atentos para não dar passagem, nem permitir que ele encontre uma trilha em nossa vida para trafegar por ela.

Muitas vezes Satanás  encontra porta aberta por meio da promiscuidade: São as brechas da pornografia, há centenas de pessoas sendo dominadas pelos acessos rápidos feitos apenas por um click do computador, isto desautoriza espiritualmente, faz as pessoas se sentirem envergonhadas e as distancia de Deus; são as brechas da promiscuidade, jovens vivendo vida de pecado, tendo intimidades sexuais, namoros permissivos e se afastando da igreja, deixando a leitura da Palavra de Deus, e o coração vai esfriando espiritualmente, a vida de oração acaba, a fé se torna mecânica e fria. Adultério, homens e mulheres vivendo neste estilo de vida, não conseguindo mais equilibrar sua vida devocional, abrindo brechas e portas para o diabo, gerando afastamento, distanciamento, dores, deixando que o diabo tenha controle sobre suas vidas; é a corrupção financeira, outra brecha tremenda que leva a pessoa a viver uma vida dupla, de desonestidade, de favorecimentos ilícitos, perdendo a alegria do Espírito Santo. O mau uso do dinheiro, dívidas não pagas, desonestidade, são verdadeiras portas que se abrem para o inferno.

Quarto, o novo homem aprende a viver de forma honesta – “Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Ef 4.28.

Este texto nos leva a três considerações:

a.       Furtar é algo furtivo, esquivo, não é algo agressivo e violento como roubar. Um dos dez mandamentos diz: “Não furtarás”. Furtar é bem mais sutil que roubar, ou tomar à força. De qualquer forma, furtar é retirar do outro aquilo que lhe pertence, por meio desonestos, falcatruas, deixando de pagar a conta, explorando financeiramente o outro.

b.      Conseguir algo com furto é maldição, conseguir algo com o trabalho, é benção: “Aquele que furtava, não furte mais, antes trabalhe”. No furto ocorre a extorsão, no trabalho há produtividade, fartura, benção e riqueza. Isto deve ser feito “com as próprias mãos”, que pode ser traduzido pelos bens adquiridos com inteligência, talento, esforço, trabalho diligente.

c.       O trabalho não deve ser apenas para gerar lucro, para acumular bens, mas deve ter um aspecto de benevolência. “Para que tenha com que acudir ao necessitado”. Trabalhar e ter como dar a outros, é uma das grandes bençãos do dinheiro. Isto glorifica a Deus, dignifica as pessoas. Não considere o ganho apenas para si mesmo e para enriquecimento pessoal, mas pense em utilizá-lo para a gloria de Deus.

Charles Stanley fala de quatro princípios relacionados ao dinheiro, que toda pessoa nascida de novo e que decide ser discípula de Cristo, deve empregar.
ð  Ganhe honestamente
ð  Aplique sabiamente
ð  Desfrute abundantemente
ð  Doe generosamente.

Se retirarmos qualquer um destes pontos, a relação com o dinheiro sofrerá distorção.

Quinto, o novo homem reorienta sua linguagem – “Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4.29).

Jesus afirmou que “A boca fala daquilo que o coração está cheio”, portanto, sua linguagem diz onde está o seu coração. Uma pessoa nascida de novo, precisa aprender a usar sua linguagem de forma que glorifique a Deus.

a.       Não use linguagem torpe – O termo “torpe”, significa literalmente “podre”. Algumas pessoas ao abrirem seus lábios, destilam podridão, empregam termos baixos, palavrões, e suas piadas são imorais. Se você é discípulo de Cristo, não use sua linguagem desta forma. Cuide de seu vocabulário, santifique sua forma de falar.

b.      Use a palavra apenas para edificação – Muitas vezes o que falamos não é mentira, nem a linguagem é podre, mas ainda assim, é desnecessária. Vigie para não falar de coisas destrutivas, desamorosas, cruéis e devastadoras para outros. É fácil ferir, ofender, machucar e acusar com nossa língua. Devemos usá-la para abençoar.

c.       Use a palavra para transmitir graça – Tiago afirma que a língua é como uma pequena chama, que pode colocar fogo numa floresta inteira. Um comentário nosso pode ser devastador para a vida de uma pessoa, destruir sua autoimagem, sua reputação, ferir. Por isto devemos usá-la para transmitir graça e edificação.

Como temos usado nossa língua?

Conclusão:
Este é o estilo de vida de alguém que se encontrou com Cristo.

Viver desta forma glorifica a Deus. Por isto o vs. 30 afirma: “Não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”.

O novo homem criado em Cristo Jesus, em justiça e retidão procedentes da verdade, lidar de forma madura com a verdade, com a ira, rejeita as propostas do diabo não dando brechas à sua sugestão, usa corretamente o dinheiro e guarda sua língua para não pecar contra o próximo nem contra Deus.
Isto alegra o Espírito Santo de Deus.

1 Co 10.31 afirma: “Portanto, quer comais ou bebais, o façais qualquer coisa, fazei-o para a gloria de Deus”


Nosso alvo é dar glória a Deus. Viver como Cristo viveu. Sua vida foi de adoração ao Pai, ele estava sempre pensando em como exaltar o nome de Deus. Viver desta forma, transforma-se em gesto de adoração ao Deus, que nos deu todas as coisas em Cristo Jesus. 

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