Introdução:
A Bíblia é uma unidade, e seu único tema é o Evangelho. Ela não é um conjunto de fábulas morais isoladas, mas cada passagem aponta e revela o propósito de Deus para salvar a humanidade através de Cristo. A promessa de Deus a Abraão (3.15-18) é confirmada por Moisés (3.19-24) e finalmente cumprida em Cristo (3.25-29). Nós somos membros de seu povo redimido, apenas uma parcela entre todas as gerações. (3.26-29 cf. Rm.8.28).
Uma das coisas fascinantes das Escrituras é esta unidade essencial, no qual a cruz encontra-se no centro. Muitas pessoas se assustam quando começam a ler a Bíblia e se deparam com o sacrifício de animais, especialmente no livro de Levítico. Mas quando lemos a carta aos hebreus no Novo Testamento, nos deparamos com a seguinte afirmação: “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão” Hb 9.22). Desta forma entendemos, que todas as coisas da lei apontavam para o sacrifício de Cristo, sendo figuras, ou tipos, de Cristo (Hb 10.1). Esta unidade e coerência entre os mais 40 escritores, que viveram em contextos culturais, geográficos e históricos diferentes, é uma das coisas mais fascinantes da Bíblia.
Abraão e a Promessa apontam para Jesus.
Quando Deus fez sua promessa a Abraão, este pacto foi firmado para sempre. Para todos os efeitos, ainda estamos debaixo do mesmo pacto da promessa que Deus fez a Abraão. Mesmo quando a lei surgiu, 430 anos depois, Deus não desfez sua aliança com Abraão, o pacto está firme (Gl 3.15). Paulo faz uma interpretação curiosa deste texto. Ele não entende que Deus fez pactos com os “descendentes” (plural), mas com o “descendente”(singular). O pacto, na verdade foi feito com Jesus, pacto este realizado desde os tempos eternos no conselho trinitário do Deus Pai, Filho, e Espirito Santo. Por isto, em Apocalipse 13.8 vemos a referência de que o Cordeiro de Deus foi morto, antes da fundação do mundo.
Por que o pacto foi feito com Jesus e não com os homens. Porque o homem não consegue cumprir a sua parte. Quando Deus propôs a Abraão, ainda no Éden, que ele o obedecesse, este primeiro homem, poderia muito bem resistir à tentação, no entanto a sucumbiu.
Agora, então, Deus faz uma nova aliança, com Jesus.
Esta aliança não foi baseada na obediência, mas na promessa.
Mesmo quando a lei chegou, 430 anos depois, ela não pode “ab-rogar”ou desfazer a Promessa. A Lei de Moisés não mudou os propósitos de Deus. A promessa (gratuita) opera de forma distinta da Lei (retribuição). O pacto está firmado na obra de Cristo, e não na competência moral e espiritual do homem. Moisés e a Lei apontam para Cristo. O propósito da Lei não era o de providenciar meios de auto-salvação, mas mostrar nossos pecados e, portanto, nossa necessidade de Jesus. v.19-20.
Enquanto não entendermos que somos incapazes e sem poder de obedecer a lei, nós ainda não entendemos o ponto principal do ensino da lei. v.21-22 Uma visão limitada da lei nos conduz a uma limitada visão da graça. Apenas aqueles que se sentem acuados e prisioneiros da lei podem ser conduzidos a Cristo. v.23-24
Cristo e o Evangelho.
Cristo introduziu um novo capítulo na história da Redenção (Gl 3.25). Ele retira de nós a dependência da Lei, e nos leva à fé. A lei é temporária e jamais poderia resolver nosso problema. v.25-26 e, pelo Evangelho, nos traz maturidade (vs 24) A lei é incapaz, porque fundamenta-se em regras, não princípios. Por isso é necessário o aio.
O aio é um tutor designado pelos homens para conduzir crianças numa fase em que elas não possuem maturidade para tomar decisões pessoais. Este foi o papel da lei, nos tutoriar, nos proteger, criar uma cerca para que o homem não se perdesse.
Cristo, porém, faz algo maior. Ele nos dá sentimento de aceitação e segurança. Ele nos adota. (Gl 3.26). Ele nos reveste de seu poder (vs 27). O relacionamento com Deus é baseado na intimidade, não na performance. Há uma nova forma de poder baseado na comunhão com o Filho. Cristo faz-nos herdeiros irrestritos da herança Abrâmica (Gl 3.29).
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