domingo, 25 de junho de 2017

Ef 4.30 Não entristeçais o Espirito

Resultado de imagem para imagens não entristecer o espirito santo

Muitas controvérsias históricas giraram em torno da pessoa do Espírito Santo e da Trindade.  A tradição teológica, tanto católica quanto protestante afirma e sustenta que o Espirito Santo é a terceira pessoa da Trindade, não apenas uma energia impessoal e uma força cega, mas uma personalidade.
A Bíblia fala do Espirito Santo tendo ciúmes por nós (Tg 4.5); afirma que podemos extinguir o Espirito Santo (1 Ts 5.18). o profeta Isaáis afirma: “Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espirito Santo (Is 63.10), e neste texto somos exortados a “não entristecer o Espirito”.
Força e energia não podem ter ciúmes, nem contristar ou se entristecer. Só pessoas podem ter este tipo de sentimento.

Para termos uma boa perspectiva sobre o Espirito, a carta aos Efesios nos dá uma boa trilha:

è Ef 1.13: “Em quem também vós, depois que ouvistes a Palavra da verdade, tendo nele crido, fostes selados com o Espirito Santo da promessa”. Este texto fala da acao do Espirito nos selando, deixando uma marca, sinal de propriedade inviolável, tanto no que se refere ao selo real, quanto ao valor dos selos e postagens em nossos dias.

è Ef 1.14: “O qual é o penhor da nossa herança, em favor de sua propriedade até o resgate do dia do Senhor”. Ele não apenas sela, mas garante o cristão. A segurança espiritual que temos em Deus não é garantida por nos mesmos, mas pelo seu Espirito. Ele é o penhor, a garantia, a segurança.

è Ef 4.30: “Não entristeçais o Espirito de Deus, com o qual fostes selados para o dia da redenção”. Quando vivemos fora de sua vontade, causamos tristeza ao seu coração. O Espirito Santo é uma pessoa, e pode sentir tristeza e alegria, emoções relacionadas a quem possui personalidade.

è Ef 5.18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espirito”.  O Espirito pode habitar em nós, mas sem santidade, com rebeldia e desobediência, rebelamos contra ele e dele nos esvaziamos.

Em Ef. 4.30, o texto que ora estudamos, vemos então a afirmação: “E não entristeçais o Espirito Santo”.
A conjunção aditiva “e” dá ideia de que o que até então havia sido dito no texto, está inteiramente conectado com o vs. 30. Uma vida guiada pelo Espirito Santo, que gerou em nós uma nova natureza (Ef 4.22-24), traz alegria ao Espirito Santo. Do vs. 25-29 observamos a Palavra nos ensinando sobre a verdade, ira, integridade e uso da palavra, para, em seguida dizer: “E não entristeçais o Espirito de Deus”.

O que vem a seguir, é uma continuação do eixo central do vs. 30.

Mentira, ira, furto, linguagem podre
=tristeza ao Espirito Santo,
assim como:
Amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmias e malícia.

Isto nos leva a entender que Nossos atos podem entristecer o Espirito. Algumas atitudes podem fazer com este Espírito que em nós habita se sinta triste.

Considere o que vem a seguir. De Ef 4.31 até 5.2.
A ira desemboca em duas direções, igualmente danosas: Amargura e cólera.

Amargura é a ira introjetada, aquela raiva não resolvida, sepultada viva, que deprime, adoece, entristece a contamina outros,
Estudiosos afirmam que “a ira é um pecado de superfície”, ela apenas aponta para algo mais profundo e não resolvido.
Em Hb 12.15, somos alertados para algo mais sutil em relação a amargura: Sua raiz. “Não haja entre vós, nenhuma raiz de amargura, que, brotando vos contamine, e por meio dela muitos sejam contaminados”.
O problema no coração do homem pode ser mais profundo – sua raiz, que pode brotar a qualquer momento e se tornar eventualmente uma frondosa arvore. O que esta raiz pode fazer: Ela pode nos contaminar e contaminar outros. A radiação da ira é tão devastadora quanto o Césio 137 e a usina atômica de Chernobyl.

Cólera é uma ira manifesta
É a ira que se projeta, saindo da pessoa, atingindo outros. É igualmente devastadora, só que no primeiro caso, ela é voltada contra si mesmo, no segundo, contra os outros. Em geral ela vem acompanhada de gritarias e blasfêmias (xingatórios, acusações pesadas). 
A cólera é uma das manifestações desta ira se manifesta em forma de agressões e violência. Ela é o lado externo da ira.

Nós sabemos os seus efeitos: explosões, violência, assassinatos.
Muitas famílias sofrem severos danos por causa da adrenalina de um pai desequilibrado ou de uma mãe descompensada. São as gritarias

A Malicia surge no texto, como um dos comportamentos que entristecem o Espirito Santo.
Malícia tem a ver com o mal, com as intenções do coração.
a.     Podemos ser maliciosos ao induzir determinadas pessoas ao engano e à mentira;
b.     Podemos ser maliciosos no trato com pessoas de outro sexo, na forma de olhar, insinuar, agir com atitudes carregadas de sensualidade e olhares impuros.
c.      Podemos ser maliciosos na linguagem de duplo sentido, no qual você diz algo, sem dizer. A Pessoa maliciosa quando confrontado pode se defender dizendo que não quis dizer o que o outro entendeu, etc.
d.     Podemos ser maliciosos no julgamento critico ou analise que fazemos de outras pessoas.

Malicia tem a ver com o coração desalinhado, com motivos tendenciosos e fúteis. Podemos fazer coisas aparentemente boas, mas com intenções e motivações deliberadamente malignas.

Novo jeito de ser (Ef 4.32)
No vs 32, alguns princípios são descritos, que trazem alegria e louvor a Deus. São eles:

a.     Benignidade – Bondade em ação. São gestos e atitudes que refletem nosso compromisso com Deus. Num mundo auto-centrado, a benignidade nos convida a olhar para fora de nós mesmos e estendermos as mãos àqueles que precisam de nosso apoio e suporte;
b.     Compassividade – tem a ver com compaixão. Diferente da dó, ou pena, que não necessariamente nos move em direção ao outro, embora nos sintamos “tocados” pela miséria e dor. Compaixão nos tira do conforto e comodismo e nos leva a agir em favor do necessitado e do desemparado.
c.      Perdão – é o ato de liberarmos os outros das falhas cometidas. Gosto da metáfora que alguém fez ao afirmar que quem perdoa, sofre a perda, fica no prejuízo. Perdoar é ficar no prejuízo. Perdão, por sua vez, seria o aumentativo da perda: uma grande perda!
No entanto, para aqueles que não querem perdoar porque sabem que “estão perdendo”, vale a pena a recomendação de Dallas Willard: “Se você não quer perdoar porque não quer perder, pense na perda que você terá em viver sem perdoar”.

Conclusão: Nosso modelo
Nosso modelo é Cristo: “Como também, Deus em Cristo, vos perdoou”.
A Bíblia fala um pouco mais: “Andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo, por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”(Ef 5.2).
O que nos move e nos inspira à compaixão, bondade e perdão é Cristo!
Foi assim que ele nos tratou. Nós o desprezamos, fomos rebeldes, sem mérito algum, mas ele se sacrificou por nós, apesar de tudo isto, e nos amou sacrificialmente.
Certa vez recebi uma pessoa precisando de ajuda em minha casa. Ele andava pela rua, mas ainda assim o levei para tomar banho em casa, dei comida, e depois ele começou a acusar a igreja, falar contra pastores, mesmo sabendo que eu era um pastor, e falar contra Deus.
Em determinado momento da conversa nada amigável, eu lhe disse: “Você sabe porque estou recebendo você em minha casa? Eu não teria nenhum motivo para me expor, expor minha família e acolher alguém que nem sei de onde vem ou para onde vai. Sabe porque estou fazendo isto? Por causa deste Jesus que você acusa e deste Deus contra o qual você blasfema. Não estou recebendo nada em troca. Só Jesus pode inspirar-me a isto.
Depois disto ele ficou mudo e pensativo...

O que nos move?
Retribuição?
            Reciprocidade?
                        Reconhecimento?
                                    Glória pessoal?
                                                Benefícios?
Não!
Jesus não se moveu em direção a nós movido por qualquer um destes interesses.
Ele fez isto por amor.
Ele sacrificialmente se ofereceu por nós.


Como podemos, portanto, entristecer o Espirito Santo que ele nos deu?

Nenhum comentário:

Postar um comentário