sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

At 2 A Singularidade de Jesus


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Introdução

No capítulo dois de Atos, vamos encontrar o que os comentaristas chamam de o primeiro "kerigma" (pregação) legitimamente cristão. Com toda sua mensagem centrada na figura de cristo.




Esta mensagem possui duas características essenciais:

(a) Centrada na Soberania de Deus – Deus está no centro dos acontecimentos. “O que ocorre é o que foi dito”(At 2.16). 

As profecias antecedem o evento – As coisas não se dão num vácuo histórico, mas possuem uma intencionalidade divina. O texto mostra que Jesus foi entregue pelo desígnio e presciência de Deus (At 2.22). O Evento Jesus e sua humanidade não era uma peça solta na ordem mundial, mas fazia parte de um projeto de Deus para a humanidade. Deus se antecipa ao evento.

Há uma tendência atual de se desconsiderar, negar ou menosprezar a soberania de Deus. No entanto, Apocalipse 4 afirma “... Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e no trono, alguém sentado." (Ap 4.2). Na sua visão, Deus está assentado no seu trono, Deus governa, o  trono não está vago!

(b) Absolutamente Cristocêntrica - Como deve ser a mensagem cristã. Jesus ocupa todo corpo da mensagem e é o tema central da mensagem. Jesus é anunciado.

O que este texto ensina sobre Jesus?

Ed René aponta para 4 aspectos que são mencionados nesta mensagem.

1. Jesus de Nazaré nasceu de um jeito que nenhum outro ser humano nasceu – O texto revela que Jesus nasceu como cumprimento profético (At 2.22). 

Cerca de 600 profecias sobre Jesus foram feitas no AT e se cumpriram no NT. Qual ser humano nasceu cercado com tão claras profecias quanto Jesus?

A Bíblia nos mostra seu nascimento foi marcado ainda por muitos sinais especiais: O nascimento de João Batista, a percepção de Simeão e Ana; os pastores sendo visitados no deserto; os magos recebendo uma compreensão nova sobre um evento especial, fazendo uma viagem de 1500 kms. Deus invade a terra. 

Que outro humano nasceu debaixo de tão grandes eventos?

2. Jesus viveu como nenhum outro ser humano viveu – O texto afirma duas coisas:

          i. Ele era aprovado por Deus (At 2.22). Isto é, livre de rebelião contra o Pai.

Não é muito difícil ser aprovado pelos homens. Numa cultura que ama tanto a imagem, podemos nos transformar em herói mesmo quando somos fracassados espiritualmente. Jesus fala de homens que expeliam demônios em nome de Jesus, e curavam enfermos, mas que não eram reconhecidos pelo Pai.

Pecado é mais que qualquer falta de conformidade com a lei de Deus. É um estado de rebeldia, uma recusa da submissão, uma pretensão de autonomia. Henry Nouwen chama de “teonomia”, ou mania de querer ser Deus. O homem torna-se a sua própria lei.

Pecado é uma indisposição interior, uma tendência para o mal. Jesus foi aprovado por Deus. Ele andou entre nós “fazendo o bem”. Sua agenda se identificava com a de Deus, cumpria o que Deus esperava dele, por esta razão foi “Aprovado por Deus!”.

          ii. Realizou atos extraordinários Milagres, prodígios e sinais” (At 2.22)...

Suas palavras o diferenciavam dos religiosos e lideres religiosos de seu tempo. As pessoas se maravilhavam de sua doutrina (Mt 7.28-29) e de suas obras maravilhosas: os mudos falavam, os coxos andavam, os cegos viam (Mt 15.31). Após a cura de um leproso teve que ficar fora dos limites da cidade, tamanho alvoroço que sua presença gerava (Mc 1.45); depois da cura de um paralítico em Cafarnaum, as pessoas diziam: “Jamais vimos coisa assim”(Mc 2.12).

Jesus viveu de uma forma que nenhum outro ser humano viveu.

“Se houve alguém que transitou naturalmente pela dimensão espiritual e que dedicou sua vida a fazer com que as pessoas encontrassem o caminho, este foi Jesus – o homem completo. Na verdade, Deus encarnado: 100% Deus, 100% homem: mistério divino” (Ed René, vivendo com propósitos, pg 105).

John Wimber afirmou que Jesus foi um homem naturalmente sobrenatural: conseguiu andar no meio da massa sem perder o individuo, “Jesus não apenas montava e desmontava legos mentais, padrões de pensamento, paradigmas e raciocínios (...) mas também conduzi pessoas neste processo extraordinário de transformação pessoal”(idem, Pg 106).

3. Jesus de Nazaré morreu de um jeito que nenhum outro ser humano morreu – Morreu por atos políticos e religiosos mas Lucas, que escreve o livro de Atos, afirma que na verdade, sua morte se deu por causa de um grandioso plano de Deus. Aos olhos humanos, sua morte tinha como causa a intriga e controvérsias: “vós o matastes, crucificado-o por mãos de iníquos” (At 2.23), mas na narrativa bíblica lemos: "Sendo entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus" (At 2.23).

Sua morte não é excepcional por ter sido colocado numa cruz. Muitos homens foram colocados numa cruz pelo Império Romano. Nem foi excepcional por ter razões políticos religiosas: Muitos outros homens morreram por atos políticos na história. 

Sua excepcionalidade encontra-se no fato de que cumpria um propósito divino. 

Isaias 53, um texto messiânico escrito 600 anos antes diz: “Ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar” (Is 53.10). Afirma ainda: “O Senhor fez cair sobre ele, a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Sua morte foi singular – não por ter morrido ao lado de outros malfeitores. Muitas execuções na historia foram feitas coletivamente; nem por ter sido condenado por um sistema injusto e opressor, muitos outros também o foram. 

A singularidade de sua morte está no fato de que “pelas suas pisaduras fomos sarados”. 
Estava na expiação dos nossos pecados que Ele fazia pelo sangue.

Jamais esteve contido nos limites da matéria em relação ao mundo natural: curou enfermidades, andou sobre as águas, multiplicou pães, exerceu domínio sobre espíritos malignos, conduziu pessoas ä transformação, ressuscitou mortos.

4. Venceu a morte como nenhum outro ser humano venceu– O texto sagrado diz:"Ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo com os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela" (At 2.24).

Sua excepcionalidade pode ser percebida na sua vitória sobre a morte. 

Grandes líderes religiosos: Maomé, Buda, Krishna e Confúcio, morreram e seus túmulos atraem milhões de turistas em romarias. O túmulo de Jesus também é visitado, mas todos os cristãos sabem que ele não se encontra mais ali, mas ressuscitou. A bíblia diz que Deus não deixou que seu Santo visse corrupção (At 2.22).

Jesus é singular na sua vitória contra a morte. Isto o distingue de todos os demais homens da história. Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, pois era impossível que fosse retida por ela.

5. Jesus detém uma autoridade que nenhum outro ser humano detém: "Exaltado, pois, `destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo" (At 2.33-36). Adiante Lucas descreve: "Dessarte, mataste o autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que somos testemunhas" (At 3.15), e ainda: "E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). 

Jesus é singular porque é Senhor de todas as coisas, sua palavra é autoritativa. 

Ele tem poder sobre a obra criada, a natureza, o cosmos, poderes e potestades. 
Ele está assentado ä direita de Deus donde há de vir para julgar vivos e mortos.

A Bíblia afirma que todas as coisas foram colocadas debaixo de seus pés (1 Co 15.27). 
Na visão descrita por Estevão, o 1º mártir cristão, ele viu os céus abertos e o Filho do Homem em pé ä direita de Deus (At 7.56); Ap 19.16 afirma que ele é “Rei dos reis e Senhor dos Senhores”.

Conclusão

Estas evidências acerca de Jesus precisam de uma resposta. Podemos dizer sim ou não a estes fatos, mas não podemos continuar neutros acerca delas. Estas evidências precisam de veredito. Por isto, diante de tais fatos, as pessoas disseram: “Que faremos, irmãos?” (At 2.37).

Nós também precisamos responder a uma enorme questão que é colocada na Bíblia: “Como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb 2.3)

Neste sermão, pregado pelo apóstolo Pedro, somos desafiados a dar três respostas a estas evidências sobre Jesus. O sermão de Pedro acaba no vs 36, mas agora precisamos responder ao que ouvimos:

              A. Arrependimento
            Ao ouvirem o sermão de Pedro, e vendo a manifestação do Espirito no dia do Pentecoste, as pessoas indagaram o que precisava ser feito e Pedro respondeu: "Arrependei-vos". (At 2.38). Arrependimento é dar meia volta, é deixar a vida de pecado, um retorno a Deus. Precisamos entender que temos vivido fora do propósito de Deus, que temos nos rebelado contra ele, e que precisamos mudar a forma de interpretar e viver a vida.

            B. Cada um seja batizado – "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado...". (At 2.38). Batismo é um selo. Sinal externo de uma graça interna. É uma resposta pública ao chamado que Deus faz à minha vida. O batismo não salva, mas naqueles dias, batizar significa assumir um compromisso público com Jesus. É uma forma de sair da invisibilidade, e publicar aquilo que cremos. 

            C. Receba o dom do Espírito Santo – "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado e recebereis o dom do Espírito Santo". (At 2.38). Esta é a conseqüência quando nos rendemos a Jesus e entregamos nossa vida a ele. 

O Espírito santo passa a morar em nós. Por causa de seu caráter, santo, sua santidade se aplica a nós. Assim como espíritos malignos produzem malignidade nos corações humanos e espírito imundos produzem imundície, o Espírito de Deus, Santo, nos impulsiona à uma vida de santidade, desejo de Deus e horror ao pecado.

Você não gostaria de hoje dar uma resposta de fé e compromisso a este Jesus singular? Não gostaria de assumir o compromisso de seguir a este maravilhoso Jesus e responder à sua singularidade? 

Gn 28 A Presença “Escondida” de Deus.

Introdução:

Nem sempre é fácil discernir Deus na história.

Nem sempre estamos certos de que Deus nos ouve, se importa conosco, e algumas vezes, sequer estamos certos de que Deus existe. 
Facilmente nos tornamos crentes incrédulos.

O Salmista assim descreve sua crise pessoal: "De noite recordo minhas canções. O meu coração medita, e o meu espírito pergunta: "Irá o Senhor rejeitar-nos para sempre? Jamais tornará a mostrar-nos o seu favor? Desapareceu para sempre o seu amor? Acabou-se a sua promessa? Esqueceu-se Deus de ser misericordioso? Em sua ira refreou sua compaixão? " Então pensei: a razão da minha dor é que a mão direita do Altíssimo não age mais"(Sl 77.6-10).

Deus muitas vezes parece se esconder.
Esta é a situação de Jacó. Ele está saindo de casa no meio de uma situação complexa. As coisas não estavam bem. É certo de que tudo isto está acontecendo porque ele decidiu fazer atalhos, tomar o caminho mais curto da mentira e do engano. Mas as coisas para Saul nao andam bem.

-Sua desavença com Esaú, seu irmão, o colocou numa situação muito perigosa, agora ameaçado de morte. Os relacionamentos estão estremecidos. Mesmo com o seu pai que o abençoou, ele nao sabe que reação terá, caso o procure para uma reconciliação. Esaú jura vingança.

- Assim, Jacó se dirige ao Deserto: Fugindo, experimentando a solidão que ele mesmo provocou. Ali, no meio do deserto, precisa descansar, de noite, no frio. Sua opção é dormir tendo uma pedra como travesseiro. Será que é macio? Você já tentou fazer isto?

-No meio da noite, tem um sonho. Lindo, sobrenatural, mágico. Ao acordar descobre: “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia” (Gn 28.16).

Deus estava perto, sua presença era real, mas Jacó ignorava esta realidade.
dimensão espiritual de Jacó não permitia que ele penetrasse neste grande mistério da presença de Deus. 

Este texto me leva a pensar quão facilmente Deus pode estar perto sem que tenhamos consciência de sua realidade. 

- Deus estava perto de Abraão quando ele levantou o cutelo para sacrificar seu filho, e é impedido de fazer: “Não estendas a mão sobre o rapaz, e nada lhe faças” (Gn 22.12). Deus estava tão perto, mas provavelmente Abraão não foi capaz de percebê-lo... 

- Deus estava perto quando Hagar tem de enfrentar o abandono, a rejeição e a exclusão e sai desatinada para o deserto, sem rumo certo, enfrentando a solidão terrível e a ausência de água, quando Deus lhe diz: “Que tens Hagar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino daí onde está” (Gn 21.17) e Hagar percebe que Deus “estava com o rapaz” (Gn 21.20). Quantas vezes ignoramos a presença de Deus entre nós, ou não a percebemos.

Quando Jacó diz: “O Senhor está neste lugar, e eu não o sabia” (Gn 28.16), ele usa no hebraico o termo Iadá, que significa penetrar. Esta frase, então, poderia ser traduzida da seguinte forma: “na verdade o Senhor está neste lugar e eu não o penetrava” (Chouraqui). Não era que Deus estava ausente, mas a percepção falha de Jacó o impedia de se conectar e se aprofundar nos mistérios de Deus ao seu redor.

Esta é a nossa angustiante realidade.
Estamos desconectados do Eterno, e não o “penetramos”, nem o percebemos. Falta-nos a capacidade de aprofundar na sacralidade de um Deus que sempre esteve presente. 

-“Invoca-me e te responderei, anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr 33.3).

Um dos grandes problemas de nossa natureza humana é a dificuldade de perceber Deus na história, no dia a dia.

Você tem percebido Deus em sua história?
O Sl 36.1 afirma: “No coração dos maus o pecado tem sempre a última palavra, eles não tem o menor respeito por Deus” (Biblia Viva). 

O ímpio, na verdade, não é uma pessoa necessariamente má, mas alguém que considera Deus nas opções que faz na sua vida. Deus não faz parte de sua agenda, por isto são pagãs. Não necessariamente más, mas sem Deus 

Conclusão:
No Filme Narnia (III), há um maravilhoso diálogo da pequena Lúcia com o Grande Aslam: Quando estão se despedindo, ela pergunta: "Vou vê-lo novamente?", e Aslam responde: “Eu sempre estarei por perto, basta estarem atentos, vocês me perceberão”.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Hab 3.1-2 AVIVA A TUA OBRA!





Introdução:

O Profeta Habacuque encontra-se diante de uma catástrofe. Era cerca do Ano 605 a.C. (Jr 22.17-19), provavelmente Jeoaquim fosse o rei em Israel, quando a profecia aconteceu. Todo Israel estava debaixo da terrível noticia da iminente invasão dos Caldeus. Como homem de Deus, Habacuque ora e se depara com o silêncio de Deus.

Depois do silêncio, a resposta veio. Não como o profeta esperava, mas oposta à sua oração. Ele ora por libertação dos opressores e Deus lhe informa que ele mesmo tinha suscitado os caldeus para invadir Israel e exercer juízo sobre a nação que tinha se afastado dele.

Então, Habacuque ora e Deus fica em silêncio.
E quando responde, dá uma resposta contrária ao que ele havia pedido.

No capítulo 3, Ele encontra-se deprimido, tentando entender a forma de Deus agir.

Ele se declara alarmado: "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações e me sinto alarmado" (Hac 2.4). Deus pode fazer, mas decidiu não fazer. Diante disto, a única saída do profeta é, orar por avivamento.  "Tenho ouvido, ó senhor, as tuas declarações e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hac 3.2).
Em geral, as boas novas de Deus são para fortalecer. Mas neste caso, deixa o profeta assustado. Algo muito difícil iria acontecer. No vs 16 ele afirma: "Em silêncio aguardo o dia da angústia". Não é fácil esperar o dia da angústia...

Deus precisa fazer algo! Ele clama por uma intervenção sobrenatural de Deus na história. "Aviva a tua obra Senhor!" O profeta ora para que uma nova realidade se instaure no meio dos escombros, que a vida e o calor possam ressurgir.

Este tipo de oração é urgente e necessário, quando nos deparamos com a falta de calor e vitalidade da igreja de Cristo. De todas as orações que fazemos, talvez esta seja a mais urgente.

O profeta Isaias, pede a mesma coisa:
Ah, se rompesses os céus e descesses! Os montes tremeriam diante de ti!
Como quando o fogo acende os gravetos e faz a água ferver, desce, para que os teus inimigos conheçam o teu nome e as nações tremam diante de ti!
Pois, quando fizeste coisas tremendas, coisas que não esperávamos, desceste, e os montes tremeram diante de ti. Desde os tempos antigos ninguém ouviu, nenhum ouvido percebeu, e olho nenhum viu outro Deus, além de ti, que trabalha para aqueles que nele esperam. Vens ajudar aqueles que praticam a justiça com alegria, que se lembram de ti e dos teus caminhos. Mas, prosseguindo nós em nossos pecados, tu te iraste. Como, então, seremos salvos? Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniquidades nos levam para longe. Não há ninguém que clame pelo teu nome, que se anime a apegar-se a ti, pois escondeste de nós o teu rosto e nos deixaste perecer por causa das nossas iniquidades. Contudo, Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; tu és o oleiro. Todos nós somos obra das tuas mãos. Não te ires demais, ó Senhor! Não te lembres constantemente das nossas maldades. Olha para nós! Somos o teu povo! (Is 64.1-9).


O Salmista ora pela mesma coisa:

Oh! Deus dos Exércitos, volta-te, nós te rogamos, atende dos céus, e vê, e visita esta vide;
E a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que fortificaste para ti.
Está queimada pelo fogo, está cortada; pereceu pela repreensão da tua face. (Sl 80.14-16).

Tempos de crise exigem clamor por avivamento.
Nada tem sido mais urgente que orar por avivamento.

Mas, o que é avivamento?

Fala-se muito hoje em avivamento. Aliás, tornou-se moda falar de avivamento. Pessoas vivem atrás de sinais acreditando que sinais são o termômetro de avivamento, enquanto que, historicamente, o que define avivamento não são os sinais, embora eles aconteçam.

Marcas do Avivamento:
Algumas características estão sempre presente nos avivamentos genuínos: 

1. Forte convicção de pecado - O Espírito Santo gera horror ao pecado, as pessoas confessam seus pecados e abandonam suas práticas iniquas. No famoso sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado" de Jonathan Edwards, que desencadeou o Primeiro Grande Avivamento nos EUA, as pessoas ficavam tão apavoradas pelos seus pecados e com tanto medo de irem para o inferno, que elas, literalmente, começaram a se agarrar nos pilares da igreja para não serem levadas a julgamento. Quando um avivamento acontece, as pessoas desenvolvem tristeza e nojo pelo pecado. 

2. Forte desejo de santidade - Uma coisa, está certamente ligada à outra, mas a verdade é que elas desejam viver de forma que agradam a Deus. Aqueles que se encontravam desanimados, agora restauram sua comunhão, e isto atinge a igreja, famílias e a sociedade;

3. Retorno profundo à Palavra de Deus - As pessoas começam a ter sede da Palavra, e a lerem e meditarem nela. As doutrinas fundamentais da fé cristã, entre elas,  a justificação pela fé e pela graça são compreendidas e as pessoas querem estudar à Bíblia, Quase sempre avivamento implica em um retorno aos princípios apostólicos da fé cristã. 

4. Grande impacto social - Todo avivamento possui claras implicações sociais. O índice de criminalidade diminui, os prostíbulos são fechados. No avivamento wesleyano, os bares fechavam porque os clientes diminuíram drasticamente. O impacto atinge a sociedade, os políticos, os negócios. Se não houver impacto social, e os efeitos da ação do Espírito Santo ficarem dentro de uma igreja, podemos falar de uma renovação espiritual, mas isto não caracteriza avivamento.

5. Efeito sobre as gerações - Outra característica é que as gerações são atingidas. Os filhos voltam para o Senhor, aquecidos por uma nova chama espiritual. E isto vai impactando os filhos e netos. Por esta razão, alguns avivamentos duraram cerca de 100 anos, como o Movimento Moraviano, O Avivamento no país de Gales (cuja reuni!ao de oração durou mais de 100 anos, ininterruptamente), o Avivamento da Coreia, que começou em 1907 e durou até meados de 2010.

6. Sua abrangência - Ele nunca fica restrito a apenas um grupo, mas vai atingindo outras comunidades e cidades, e até mesmo países. Neste sentido podemos afirmar que o Brasil nunca experimentou, lamentavelmente, um avivamento. 

7. Efeito Missionário - Avivamentos geram grande repercussão em missões locais e transculturais. Veja o exemplo dos moravianos e wesleyanos. Todos eles enviaram milhares de missionários ao redor do mundo. Avivamento impacta a obra missionária.

Antes de tudo, é necessário lembrar que avivamento é obra de Deus, não humana. É Deus quem reaviva. Estruturas, sistemas, métodos, nada disto pode gerar avivamento. Toda tentativa contrária é carnal e desemboca num misticismo vazio e carnal. Avivamento tem a ver com Deus, por isto redunda num profundo desejo de adorar a Deus, e promover sua glória.

M. L. Jones, no seu livro "Avivamento", define o avivamento da seguinte forma: Um período de benção incomum e atividade na vida da igreja de Cristo"

Algo é avivado quando existe vida, quando a presença de Deus se torna manifesta. Quando a vida começa a murchar, a desvanecer, temos o oposto do avivamento. Avivamento é um despertamento que estimula a vida. É uma visitação especial do Espírito Santo. As pessoas se conscientizam de sua presença e de seu poder, de uma forma nunca antes percebida. O primeiro efeito é uma consciência de realidades espirituais. O Espírito Santo ilumina a mente e o entendimento, e algo inusitado acontece. Um novo calor espiritual, tristeza pelo pecado, a busca pela glória e a santidade de Deus. Avivamento, por definição é a poderosa ação de Deus, um ato soberano que nenhum homem poderá realizar. Homens não controlam avivamento. Seu começo é repentino e o seu fim também repentino.

Em geral temos duas reações errôneas ao avivamento:

A. Atração e centralização em seres humanos: Gurus, xamãs, pessoas carismáticas, profetas, profetisas, curandeiros, manifestações e sinais, queda no espírito, dente de ouro, etc., Estas coisas tem enorme poder de atração, mas na maioria não gera quebrantamento, nem adoração, nem santidade e desaparecem quando o homem ou a mulher em evidência desaparecem ou são surpreendidos num escândalo moral de ordem financeira ou sexual.

B. Desprezo e medo de avivamento – Muitos não oram, não consideram, não desejam, porque associam avivamento a manifestações estáticas e de certa forma, nunca entenderam a bencão que é o derramamento do Espírito numa cultura e numa geração.

O que não é Avivamento?

1. Avivamento não é barulho.

2. Avivamento não é movimento com repercussões apenas dentro da igreja local. Pode ser antecedido pela renovação, mas nunca para na renovação interna da igreja.

3. Avivamento não é apenas uma experiência mística, mas é algo que tem a ver com a ética social, trazendo implicações na família, igreja e sociedade.

4. Avivamento não é iniciativa humana, mas divina.


O que é Avivamento?

1. Avivamento é restauração: sair dos monturos. A vida invadindo a morte. Quando os ossos secos, de uma religiosidade estéril, de uma vida sem compromisso com a obra de Deus é restaurada, como nos é descrito em Ezequiel 37. Os ossos secos, tornam a viver; novos tendões, carne e pele são estendidos, e o sopro do Espírito faz andar os cadáveres. 

2. Avivamento tem a ver com a vida: Quando a obra acontece, a vida floresce. "Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha". As igrejas experimentam um novo tempo, uma nova realidade de vida, nunca antes presenciada, se torna conhecida. 

3. Avivamento é sopro de Deus (Is 64.1-3). Deus, e apenas Deus pode fazer. Por isto o profeta não tenta articular qualquer reação religiosa e espiritual. Ele ora para que aquele que pode fazer, faça! "Aviva a tua obra Senhor".


Por que o profeta ora por avivamento?


O texto bíblico é auto explicativo. Ele começa afirmando: "Tenho ouvido, ó senhor, as tuas declarações e me sinto alarmado" (Hab 3.2). 

O profeta ora porque a situação era calamitosa. Do jeito que estava algo precisava acontecer. Ele afirma que estava alarmado. Alguma coisa tirava a paz, inquietava o seu coração. Percebe que a nação inteira estava sob juízo, e que a condenação era imediata, por isto clama. "Senhor, estou alarmado com tuas declarações". Se as coisas continuarem da forma como estou, eu sei o que vai acontecer, e por isto estou alarmado. Algo precisa acontecer, o Senhor precisa intervir na história.

Quem ora por avivamento, está imbuído de duas convicções:

a)- Ora por avivamento, quem sente a necessidade de mudança. Se não sentirmos necessidade, nunca oraremos. Acho que avivamento nunca aconteceu, porque nunca, de fato, oramos por isto. Honestamente: Você ora por avivamento? Quando muito, oramos por uma renovação pela nossa igreja, porque ela está desanimada, ou porque não cresce, ou porque precisa de novos membros, mas isto nao é oração por avivamento. Não estamos orando pela intervenção de Deus na história, mas pela intervenção de Deus em nossa denominação. Este tipo de oração não parece desproposital para quem realmente deseja avivamento? 

b)- Ora por avivamento, quem tem expectativa da intervenção de Deus na história. Se não acreditamos que algo pode acontecer, por que deveríamos orar? A Bíblia afirma que "Sem fé, é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que dele se aproxima, creia que ele existe, e é galardoador daqueles que o buscam" (Hb 11.6). Se não cremos, por que orar? Bem... talvez para que Deus dê fé e esperança aos nossos corações.

O profeta tem as duas percepções.
Sabe que as coisas estavam angustiantes, tem percepção clara da trágica situação do seu povo, e por isto clama. Ele se afirma alarmado! Ele vê que as coisas não podem continuar assim, por o resultado será catastrófico.

Mas ele também crê que Deus pode intervir. Mesmo depois de ter orado pelo livramento e Deus não responder positivamente. Muitas ainda oram assim  hoje: são pessoas que percebem a realidade das igrejas do Senhor Jesus, e clamam por uma transformação histórica. São pessoas que vêem as famílias longe de Deus, e intercedem por estas famílias; são pessoas que vêem os jovens se afastando de Deus, perdendo suas vidas no ocultismo, satanismo, drogas, fornicação, e choram por isto. Pessoas que possuem sensibilidades pelas coisas que tocam também o coração de Deus. Pessoas assim estão orando.

Tais pessoas também oram porque sabem que apenas Deus pode transformar. Quando Habacuque diz "Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hab 3.2), ele o faz por saber que Deus age de forma soberana, poderosa e miraculosa na história, e por isto clama.

Por que precisamos de avivamento?

Poucas pessoas têm orado por isto. Normalmente nossas orações estão focalizadas em problemas emergenciais, e não consideramos a urgência de pedirmos a Deus para que ele avive a sua obra.

1. Porque não temos outra forma de viver a vida de Deus

No cerne do termo avivar, encontra-se vida. Quando clamamos para que avive sua obra estamos desejosos de ver sua vida se manifestando entre nós. Avivar é um termo que é oposto de dormência, inconsciência, apatia. Muitos encontram-se adormecidos, e estarão despreparados quando Cristo vier buscar sua igreja, precisam acordar, precisam voltar à consciência, tornar a viver.

Qualquer outro esquema é carnal (parte da carne). João Batista apontava para esta necessidade: “Eu vos batizo com água, mas ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo” . Jesus chamou atenção sobre isto: "Ficai em Jerusalém até que, do Alto, sejais revestidos de poder" (Lc 24.49), e da mesma forma orientou seus discipulos: "Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espirito Santo e sereis minha testemunha tanto em Jerusalém, como na Judeia, Samaria, e até os confins do mundo" (At 1.8)

Algo precisa acontecer na vida do povo de Deus para que possamos viver a vida que Deus planejou para nós.

Podemos pode ter um comportamento justo, mas ainda assim termos uma vida auto centrada, buscando reconhecimento e aprovação popular, e esta não é a vida de Deus opera em nós. Só a obra de Deus nos capacita a viver para Deus. O Espírito nos impulsiona a viver para Deus.

Aviva a tua obra Senhor!

2. Por causa da nossa debilidade interior

Vivemos a fé cristã de forma pobre, com a alma seca, ossos secos, apatia, desinteresse, indiferença, perda da motivação, paixão, fogo, vigor espiritual, alegria da salvação, poder na oração, desejo de Deus, ausência de encantamento com a cruz, esfriamento.

Você já se perguntou porque não tem desejo de vida interior profunda?

O avivamento nos tira de uma condição, e nos leva para outra. “Ele vos batizará com fogo!”. A obra do Espírito faz toda diferença. É o fogo de Deus queimando nossos pecados e nos levando a uma vida santa e profunda. Não adianta correr atrás de lenço ungido, óleo ungido, pastor ungido, se não formos atrás da verdadeira unção que surge com um coração quebrantado.

É possível levar as coisas, por certo período de tempo, na base da tradição, costume ou hábito, mas  chega a hora que não teremos mais reservas e compreenderemos que estamos enfrentando algo absolutamente básico e fundamental. É a necessidade da vida de Deus em nós, deste poder e vigor essencial. Gloriosos períodos de secura podem ser seguidos de um tempo de riqueza espiritual, quando a obra de Deus nos aviva. Precisamos da obra de Deus para vivermos vida em abundância. 

3. Porque nossos lares precisam de avivamento

Fico pensando naquele brado da mulher Siro-Fenícia. “Senhor, tem misericórdia de mim. Minha filha está horrivelmente endemoninhada” (Mt 15). São lares dominados pela ação do diabo, cujos contextos se tornaram ninhos do maligno. São lares desamorosos, desrespeitosos, competitivos, onde Mamon é entronizado. Famílias que não oram e o diabo vai ruindo e enfraquecendo a fé cristã, lares dominados por fantasias, pensamentos de divórcio, amarguras, tentações, pecados. 

Lares assim precisam de avivamento.
Precisam entrar em casa e fechar a porta com a cobertura do sangue do Cordeiro, para que o destruidor não cause dano. 

Esta é a única forma de fazer com que filhos desagregados, afastados da igreja, perdendo o evangelho, sintam sede de Deus e de uma vida santa. Nós nos esquecemos da fonte, de onde brota a vida, e por isto não clamamos pela obra de Deus em nossos lares.

"Aviva, Senhor, a tua obra!"
Curiosamente, Habacuque ora para que "no decorrer dos anos e no decurso dos anos, faze-a conhecida". É possível que nossa fé não seja levada adiante, o que seria uma tragédia, e que a benção de Deus pare em nós. Precisamos orar para que Deus, no decorrer e no decurso dos anos, torne conhecida suas obras aos nossos filhos e netos.

Nossos lares precisam de avivamento!

4. A Igreja precisa de avivamento

Na Inglaterra, quando aconteceu o movimento wesleyano, bares e e prostíbulos foram fechados, as pessoas corriam para a igreja, buscando resposta para suas vidas.

Quando o avivamento vem, deixamos de fazer coisas que corriqueiramente fazíamos, e gastamos nossos recursos naquilo que realmente precisa ser praticado. Quando o fogo de Deus nos visita, Deus faz coisas extraordinárias na sua igreja. Avivamento é a vida de Deus na igreja, transformando a postura religiosa farisaica e moralista, dando novo vigor e poder, e atraindo os pecadores à salvação. Quando isto acontece a igreja experimenta um novo ciclo na sua história. É a vida de Deus trazida pelo Espírito Santo e se manifestando no meio do povo de Deus. 

A igreja de Cristo precisa ter o fogo de Deus queimando. Estamos secos espiritualmente, falidos moralmente. Escândalos e mais escândalos dominando o cenário das igrejas, pastores desencorajados e deprimidos, falta vida! A religião tem se tornado um esteriótipo daquilo que Deus prometeu a seu povo. Uma vida cheia do Espírito!

Somente avivamento pode renovar nossa psique, restaurar nossa vida e levantar sua igreja. 

Veja o estado dramático que o profeta se encontra: "Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu, à sua voz, tremeram os meus lábios, entrou a podridão nos meus ossos, e meus joelhos me vacilaram" (Hab 3.16). Avivamento nos capacita a termos um testemunho genuíno, autêntico, que nos leva a lutar contra as trevas. É Deus operando nas profundezas do coração, desmascarando as defesas e artifícios fugazes, de uma religiosidade cheia de vícios e artimanhas. Isto tem profundo impacto sobre a dinâmica espiritual de uma igreja. Avivamento é Deus colocando um novo princípio de vida que resulta numa comunidade santa e ousada.

Existe um conhecida frase de Lord Melbourne, primeiro ministro da Rainha Vitória: "Podemos saber que as coisas estão se tornando serias, se a religião começa a se tornar pessoal".

Quando Deus se manifesta, sua igreja se inflama!
Certo pastor convidava e insistia para que um comerciante, vizinho de sua igreja, a visitasse. Apesar da insistência do pastor, aquele homem nunca atendeu um convite. Anos a fio, o pastor convidava, e nada... um dia, a pequena igreja começou a pegar fogo, e todas as pessoas se mobilizaram para apagar o incêndio. Quando o pastor chegou, várias pessoas desconhecidas estavam ali, tentando salvar a propriedade e os móveis. Quando o pastor olhou para o lado, reconheceu o seu vizinho. Entre agradecido e surpreso, disse: "O Senhor nunca veio antes na nossa igreja!..."
E o comerciante respondeu:
-"Mas esta igreja, nunca antes havia pegado fogo!"

5. A sociedade precisa de avivamento
Precisamos do fogo de Deus para atingir o coração de uma sociedade chafurdada no pecado, no misticismo, na corrupção. Você alguma vez já se sentiu assustado com o caos ético e a realidade das nossas universidades, dos políticos, da sociedade, quer ela seja rica ou pobre, a realidade da impureza moral e espiritual do homem decadente, longe de Deus. Uma sociedade que exalta a luxúria, que por causa da ambição e desejo de poder, escraviza e desumaniza, por causa da exploração humana.

Precisamos de avivamento para que a história do nosso povo seja mudada. Precisamos atingir a cosmovisão decadente, que se esforça para tirar Deus da história, o secularismo e materialismo filosófico, a decadência ética. Como podemos ver a graça de Deus sem que um sopro do Espírito atinja esta sociedade sem Deus?

Durante o grande avivamento em Northampton, Estados Unidos, dois séculos atrás, bares, prostíbulos e casernas foram fechados, por falta de clientes e pela conversão dos proprietários.
Só a obra do Espírito é capaz de mudar nosso estado moral e espiritual.

Estudiosos afirmam que poucos avivamentos históricos se deram na história, levando em conta seu impacto na sociedade e nas gerações. Alguns deles são: 
         A. O Pentecostes
         B. A Reforma (Sec XVI)
         C. Movimento Moraviano (Séc XVII)
         D. Movimento Wesleyano (Séc XVII)
         E. Primeiro Grande Avivamento (EUA) 
         F. Segundo Grande Aviamento (EUA)
         G. Avivamento no País de Gales (1859)
         H. Avivamento Coreano (1907)
         I.  Avivamento pentecostal - Azuza Street (1907)

Outros ainda se referem ao Avivamento no Sul da África, acontecido em Kwasizabantu, local de um grande avivamento espiritual em 1966,. Certamente muitos outros avivamentos aconteceram em culturas distintas e que não são catalogados. pode-se falar das "Chuvas serôdias", que desembocou na vinda do Missionário Presbiteriano Ashbel Geeen Simonton ao Brasil, e muitos outros que poderiam, certamente ser descritos. 



Conclusão:

Este texto aponta para o avivamento em quatro direções importantes:

1. Avivamento é feito por Deus, e somente de Deus - Por isto ora: "Aviva a tua obra Senhor". É Deus quem aviva. Não se trata, portanto, de obra humana. Nunca emocionalismo e artificialismo, nem manipulações sentimentais redundaram em avivamento. No máximo, produziram super-crentes e pessoas admiradas e veneradas pela sua super-espiritualidade, mas isto é o oposto do avivamento, pois está centralizado no homem, na sua habilidade de gerar reações humanas. Portanto, trata-se da carnalidade travestida de espiritualidade.

2. Avivamento nos lembra que a obra é de Deus - "Aviva a tua obra". A obra é de Deus, portanto, tem a ver com o próprio Deus. É Jesus quem edifica sua igreja, é Deus quem cuida da sua obra. É dele, e somente dele, sua obra na história. "Quem tem a noiva é o noivo", como bem afirmou João Batista. A obra é de Deus.

3. Ele sabe que o avivamento precisa atingir as próximas gerações - "Aviva a tua obra, Senhor, e no decurso das gerações, torne-a conhecida". O alvo primordial de todo avivamento, tem a ver com o impacto nos nossos filhos e nos filhos dos filhos. Vejo muitas pessoas buscando uma religiosidade para si, despreocupados com o que acontecerá a seus filhos. A doutrina do Pacto da família, vem nos lembrar que Deus está interessado não apenas em nós, mas nos nossos filhos. "Farei uma aliança entre ti e a tua descendência". Precisamos orar por avivamentos que transformem a história das próximas gerações.

4. Ele sabe que avivamento precisa impactar a sociedade. "Aviva a tua obra, Senhor, e no decurso das gerações, torne-a conhecida". A obra de Deus vai atingir as pessoas, vai se tornar conhecida daqueles que ainda não a conhecem. Vai atingir nossos amigos e a sociedade. Vai impactar culturas e povos diferentes. Se você ora por avivamento, precisa ter os olhos focados em evangelismo e missões. Não é apenas um evento que vai nos tornar mais desejosos de Deus e com desejo de santidade, o que já seria maravilhoso, mas vai alcançar pessoas periféricas e distantes do evangelho. Vai atingir a cosmovisão de um povo.

Quem ora por avivamento?

a. Quem sente necessidade – O profeta ora!

b. Quem tem expectativa de que Deus pode agir na história.Existem pessoas que nada esperam, nada recebem, e nada acontece em suas vidas. Muitas pessoas ao virem na igreja aos domingos me dão a impressão que vieram fazer uma visita a Deus. Será que esperamos e desejamos que algo aconteça a nossas vidas?

"Tenho ouvido, ó senhor, as tuas declarações e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hac 3.2).

Precisamos de vida abundante. Temos tido migalhas da graça de Deus, temos vivido uma vida cristã miseravelmente feliz. Onde estão as riquezas da vida de Deus, da obra do Espírito Santo?

Stanley Jones faz uma comparação entre cisterna e poço artesiano. Ele afirma que na cisterna precisamos de uma bomba manual, e vamos tirando um pouco de água que dá para nossa sobrevivência, mas com poço artesiano, a água brota espontaneamente.

Jesus afirma, que se crêssemos nele, como diz as Escrituras, do nosso interior fluiriam rios de água viva (Jo 7.37). Você não sente necessidade desta vida abundante de Jesus jorrando dentro de seu coração?

Precisamos de vida, não da vida artificialmente comprada nas boutiques, nos salões de beleza e na fogueira das vaidades, precisamos de vida que jorra de dentro de nossa alma. Precisamos de vida dentro de nossos lares, revelando-se na igreja de Cristo. Se entendemos isto, precisamos orar como o profeta "aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hab 3.2). Dá-nos vida plena, abundante, plena, estamos fartos de comermos migalhas e dos restos de comida espiritual, o Senhor tem vida e vida em abundância para nos dar (Jo 10.10).

A obra de Cristo
O Evangelho é, na sua essência, gerador de vitalidade e avivamento. Jesus vem para nos dar uma nova vida, uma vida em abundância.
João Batista entendeu tanto isto que afirmou: "Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo". Fala-se muito em batismo do Espírito Santo, mas quem batiza é Jesus. o Espírito Santo é batizado em nós quando cremos no Evangelho (Ef 1.13-14), afinal todos nós fomos batizados em um corpo (1 Co 12.13).
Jesus não apenas nos redime da condenação e morte, mas nos habilita, dando-nos vida através de seu Espírito Santo.
A cruz é a fonte de avivamento. Tudo começa em Cristo.
Quando Jesus nos visita, algo novo e especial acontece.
Não há avivamento fora da cruz!

Para ler outros sermões em Habacuque, recomendo:


https://revsamucasermoes.blogspot.com/2010/12/hab-2deus-faz-sentido-mesmo-quando-ele.html

https://revsamucasermoes.blogspot.com/2010/12/hab-316-19-fe-do-ainda-que.html

https://revsamucasermoes.blogspot.com/2019/06/hac-214-o-justo-vivera-pela-fe.html


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