terça-feira, 29 de maio de 2018

At 8.9-25 Dentro, mas ainda fora



Resultado de imagem para imagem de engano espiritual

Introdução

Vivemos dias de muita movimentação na igreja evangélica brasileira: Shows gospels, igrejas lotadas e grandes eventos evangélicos. A igreja está na mídia, com pastores high-tech, programáticos e carismáticos, e isto dá ensejo para equivocadamente afirmar que o Brasil passa por um avivamento, mas o que acontece no Brasil, infelizmente, não pode ser definido desta forma, pelas menos por quatro razões:

è Avivamentos se caracterizam por um retorno profundo à Palavra de Deus – A Bíblia passa a ocupar o centro da igreja, as doutrinas essenciais do Evangelho são resgatadas, principalmente a doutrina da Justificação pela fé, um desejo mais profundo de conhecer a Palavra acontece na igreja de Cristo.

è Avivamentos são caracterizados por um grande desejo de santidade – Quando o Espírito Santo se manifesta com poder sobre uma determinada região ou nação, as pessoas anseiam por vida pura, se afastam do pecado e sentem tristeza em ferir o coração de Deus, abandonam pecados e vícios, experimentando um novo vigor espiritual.

è Avivamentos passam de uma para outra geração – Afetam consideravelmente as novas gerações, às vezes por séculos. A Reforma Protestante do Séc XVI, é um exemplo disto. Outros movimentos podem ser lembrados: Em 1734, Deus levantou Jonathan Edwards cuja simplicidade de vida e profunda intimidade com Deus, exerceu grande impacto na sua geração e por isto, na Nova Inglaterra (EUA), numa população de 300 mil habitantes, houve cerca de 40 mil conversões num curto espaço de tempo, fortalecimento moral na sociedade e criação de seminários e grandes obras sociais. O mesmo podemos ver no avivamento dos Morávios que se iniciou em 1727, com um profundo derramar do Espírito sobre a igreja e uma reunião de oração que durou ininterruptamente por 100 anos, com 24 horas de oração diária.

è Avivamentos causam profundos impactos sociais - Todo avivamento espiritual atinge de forma maravilhosa a sociedade não-cristã. A igreja é resgatada na conscientização de sua missão, seja evangelística ou social, e a sociedade pagã volta-se para Deus em resposta ao evangelho. O Dr. Héber de Campos afirma: "O reavivamento começa na igreja e termina na comunidade maior onde ela vive. Os efeitos do reavivamento são muito mais perceptíveis nas mudanças morais que acontecem na região ou num país onde ele acontece. Ele não se limita simplesmente aos membros das igrejas atingidas pela obra de Deus. Ele causa impacto em toda a comunidade onde a igreja de Deus está inserida".
Infelizmente igrejas evangélicas brasileiras não tem experimentado este doce e profundo derramar do Espírito e por isto precisamos orar como Habacuque: “Aviva Senhor a tua obra!” Lamentavelmente as igrejas revelam menos compromisso com Jesus e com o Reino, se contentam com um cristianismo nominal, pessoas são batizadas, mas pouco conhecem de Jesus, e seu compromisso espiritual é raso e superficial. É o discipulado barato no qual se referiu Dietrich Bonhoeffer.
O Pr. José Pereira, num tom sarcástico gosta de afirmar que “igreja grande é covil de malandro”, gente sem compromisso com a comunidade, que quer assistir um bom culto, participar de um bonito louvor, ouvir uma boa palavra, estar com pessoas interessantes, mas que não querem compromisso, não querem pagar o preço de seguir a Cristo.

Nos muitos anos de pastorado tenho chegado a umas conclusões interessantes sobre vir ou não às igrejas.

  1. Vir à igreja não diz muita coisa, mas não vir diz muito. Muitas pessoas freqüentam a igreja de forma religiosa e sistemática, mas será que realmente a Palavra de Deus está moldando suas vidas, caráter e ética? É possível frequentar a igreja por anos e não assumir compromisso algum com a fé – nem mesmo batizar. Por outro lado, se uma pessoa começa a se afastar da igreja, substituir as atividades de sua igreja local, desinteressar-se pela adoração, isto aponta para algo sério. A adoração, o culto ao Senhor, visivelmente não tem muita importância na sua história. Por isto, vir a igreja não diz muita coisa, mas não vir diz muito.

  1. Entregar o dízimo não diz muita coisa, mas não entregar, diz muito. Uma pessoa pode trazer seus dízimos, porque aprendeu a fazer isto com os pais, por ter uma motivação de receber benção de Deus, porque acha interessante participar, mas o coração dela pode estar longe, sua alma distante do Senhor. Portanto, entregar, não diz nada. Por outro lado, não entregar, diz tudo. Demonstra como as coisas de Deus são desinteressantes, revela que qualquer sacrifício que Deus exigir, ou reivindicação da Palavra, não é levada a sério. Não dar demonstra que a autoridade da Palavra é irrelevante, que ele não confia nas promessas de provisão de Deus, e não tem qualquer responsabilidade pelo sustento da comunidade que frequenta e da qual faz parte, nem pelo avanço do reino. Não fazer, neste caso – é um fazer altamente revelador e nocivo.

Neste texto de Atos 8, nos deparamos com a história de Simão, o Mago. Um personagem enigmático. Ele anda com a igreja, tem simpatia pela comunidade, se batiza, vê os sinais da graça e do poder de Deus, entretanto, apesar de estar dentro, ainda encontra-se do lado de fora. Ele não é dominado pelas verdades que presencia.
Este texto nos revela algumas coisas:

A. O poder do engano. Toda Samaria, uma vasta região, vivia sob o domínio de uma pessoa, que tinha certo acesso aos poderes espirituais e era temido por todos. Era uma grande região, e todos foram absorvidos pelo temor a este grande vulto espiritualizado. Era um macumbeiro poderoso, feiticeiro com grande poder ilusionista, que mantinha as pessoas impressionadas pelos seus atos extravagantes. As pessoas viviam enganadas por este homem e por seus supostos poderes espirituais.
C.S. Lewis, no seu livro “A cadeira de prata” fala do poder da ilusão da rainha do submundo, que criava a impressão de que as coisas eram diferentes da realidade. Ela invertia os fatos, gerava impressões, criava sensações que enganavam as pessoas. Ainda hoje os poderes das trevas atraem e estão presentes em todas as culturas.

B. O poder do convencimento e da mentira.  Maus produtos podem ser vendidos caros por bons vendedores. Não é esta a ação dos marqueteiros políticos? Naqueles dias as pessoas criam ser verdadeiro o que não era, estavam convencidas e viviam debaixo deste espectro espiritual. Espiritualidade e filosofia falsa tem enorme poder de convencimento, desde que você creia neles. A questão não é se são verdadeiras ou não, mas quanto de poder de convencimento possuem. O apóstolo Paulo fala do mistério da iniqüidade, e que “o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira” (2 Ts 2.9). O mal e a mentira são muitas vezes demasiadamente convincentes.
Todo o povo de Samaria estava rendido a este homem. A mentira e o engano davam a impressão de que Simão era uma pessoa realmente muito poderosa.
Simão começa a participar da comunidade recém surgida em Samaria, se insere nela sem ser dela, e sua participação tornou-se cada vez mais envolvente, ele convenceu os apóstolos de que tinha se convertido e talvez ele mesmo estivesse convencido de que era, de fato, um discípulo de Cristo. Desde então, circulava com desenvoltura na igreja, sem ser, de fato, uma pessoa convertida.

Quando estamos andando pelas praias do Brasil não é difícil encontrar algumas bandeiras vermelhas, trazendo alertas aos desavisados banhistas. Tais bandeiras servem de orientação, é uma forma de alertar sobre os riscos que a pessoa assume caso não considere tais sinais. assim acontece na vida cristã. A vida de Simão serve de alerta. A sua vida mostra sinais que revelam a sua falsa de relação com a fé cristã, e que também se aplicam à nossa vida ainda hoje. Quais são estes sinais?

1.     Simão interessa-se pouco por Deus e muito por prestígio pessoal: Suas motivações não eram corretas.

Havia um poder real naquela comunidade, não artificial, não fruto de ilusionismo, que o atraia, este era o poder do Espírito Santo, mas ele ainda estava preso por laços de iniqüidade e não conseguia romper com as estruturas do pecado que o mantinham escravizado. Ele saiu das trevas, mas as trevas não saíram dele. Ele estava altamente motivado por uma das coisas mais perigosas que existe: O poder. Seja ele de que natureza for: politico, financeiro, ou espiritual. Este ultimo, de longe, é o mais perigoso.

Certa vez um grupo saiu da igreja que pastoreava em Boston, liderado por uma mulher extremamente mística da comunidade. Ela me procurou para explicar porque estava saindo: “Eu amo esta igreja, nunca encontrei uma comunidade tão amorosa na minha vida cristã, mas estou procurando uma igreja de poder”. Naquela ocasião eu tentei argumentar, em vão, que o amor era o caminho sobremodo excelente (1 Co 13.1), mas ela estava interessada no poder. Adverti que o poder é a coisa mais corruptível da alma humana. Em vão, ela queria poder. Nos dias em que estive em Boston, aquela comunidade para a qual ela se dirigiu, se dividiu três vezes. Duas delas por adultério dos pastores, entre os quais, um dos pastores, já divorciado, tentou seduzir sua própria enteada, já que sua esposa tinha uma filha adolescente de um casamento anterior.

Para avaliar a legitimidade de nossa espiritualidade devemos sempre indagar, numa corajosa auto análise, sobre os motivos da fé. Pergunte a si mesmo: “Tenho interesse pelas coisas de Deus? As coisas de Deus atraem meu coração?” Precisamos orar como Davi: “Cria em mim oh Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espirito inabalável

2.     Simão tem interesse pelo poder de Deus mas não pelo Deus do poder - Não existe nada mais perigoso e inescrupuloso que “poder” nas mãos de quem não sabe lidar com ele.

A raça humana é “power-centered”. Por isto o pecado sempre nos atrai para as propostas de Lúcifer. “Tudo isto te darei se prostrado me adorares”. A Bíblia afirma que Satanás se levantará nos últimos dias com muitos sinais de poder (Ap 13.13-15). O poder de Deus restaura, mas o de Satanás destrói. Devemos nos preocupar com a obsessão pelo status, reconhecimento e poder, que existem em nosso coração, sem indagarmos qual é a fonte de tal poder. Simão era chamado de “grande poder”. Sua relação com a feitiçaria o levava a impressionar as pessoas. João de Deus (Abadiânia), é também respeitado pelos seus sinais, e muitos deles autênticos. Isto não significa que sua fonte seja de Deus.

Quando Simão aderiu aos discípulos, ele viu que o que estava acontecendo era um poder maior  que o seu, e ele queria agora esta nova fonte de poder, mas seus motivos não eram puros. Ele ainda estava fascinado pelo poder. Ele queria um poder maior. Ele ansiava o poder pelo poder, ou para ser ainda mais admirado.
Seu interesse não era por Deus, mas pelo poder, assim como muitos estão sendo atraídos às coisas de Deus não por causa de Deus, mas pelas bençãos de Deus. Podemos desejar o poder de Deus sem nos interessarmos pelo Deus de poder. Podemos ansiar pelas bençãos de Deus sem desejarmos o Deus da benção.

3.     Simão estava tão acostumado a iludir, que tornou-se incapaz de perceber o Sagrado nos milagres que via:  Tudo para ele era business, técnica, método. A isto a Bíblia dá o nome de feitiçaria, uma das obras da carne (Gl 5.20). São pessoas que buscam meios de instrumentalizar e dominar o mundo espiritual através de rituais e artes mágicas.

Ricardo Barbosa fala de um homem que começou a freqüentar sua comunidade em Brasília, e que tinha muito prestigio financeiro, mas era autoritário, arrogante e insensível. Certo dia ele disse que estava buscando poder, e o Ricardo lhe perguntou para que ele queria este poder. Para continuar sendo autoritário e transformar Deus em seu aliado para mandar e dominar ainda mais? Não é muito difícil encontrar poder maligno travestido de espiritualidade cristã.

4.     Simão convive com o povo de Deus, mas nunca penetra na dimensão do Evangelho - Um líder de renomada instituição na América resolveu se aposentar, reuniu seu staff e apontou seu filho como seu sucessor no ministério, pedindo que orassem transferindo sua unção para ele. Um membro do staff ao ser indagado se isto de fato aconteceu, respondeu: “Que a unção saiu é fato, mas para onde ela foi ninguém sabe”.

Reino de Deus não é técnica, alguns se acostumaram a determinados jargões, cacoetes, e palavras mágicas que são bem recebidas no meio da comunidade crédula e impressionável. Paulo fala de pregadores que eram “mais amigos dos prazeres que de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhes, entretanto, o poder. Foge também destes”(2 Tm 3.4,5). Não é interessante a advertência para que Timóteo fugisse de pessoas assim? Por que era importante esta advertência, senão porque tais movimentos são atraentes e geram atração em nossos corações incrédulos ansiosos por sinais e maravilhas? Como podemos ser atraídos às manifestações exteriores de poder e sinais...

5.     Simão participa da Igreja, mas seu coração nunca deixou as velhas motivações para trás - Onde estava sua motivação? “Observando extasiado os sinais” (At 8.13). 

Simão, o mágico ainda estava irresistivelmente atraído ao mágico.
Tinha especial interesse pelas manifestações, os sinais o deixavam impressionado, e diante disto faz uma oferta aos apóstolos para receber tais poderes.
Pedro o corrige severamente:
O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus. Não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois da tua maldade e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração, pois vejo que estás em fel de amargura e laco de iniquidade” (At 8.20-23).

Como se voltar verdadeiramente para Deus?
Este texto é um desafio para todos nós, que andamos no meio do povo de Deus, vemos a graça de Deus se manifestando entre nós, que podemos nos perder naquilo que é essencial. Este texto nos ensina algumas verdades essenciais.

a)     Não simular conversão. Não dá para brincar com coisas espirituais. Precisamos de trazer o  coração diariamente diante de Deus, em sincera oração, com desejo de sermos transformados.

O que assusta nesta história é:
Simão muda externamente suas atitudes.  Anda com gente diferente, frequenta novos ambientes, vai para a igreja, cria hábitos diferentes, caminha com os apóstolos Pedro e João, age de forma diferente, mas não é diferente.
Ele dá impressão de conversão, já que “acompanhava a Filipe de perto” (At 8.13), literalmente ele “atendia constantemente”. Não era desligado das atividades da igreja. “O próprio Simão abraçou a fé, tendo sido batizado”(At 8.13). Torna sua ligação oficial com a igreja. Assume compromissos. A igreja é incapaz de perceber que nada interior tinha acontecido. Seu coração era ainda o mesmo, nenhum toque real de Deus. Filipe, que era o pastor não teve esta percepção, nem João e Pedro quando chegaram a Samaria, talvez estivessem até muito animados por saber que alguém tão influente havia se convertido a Cristo.

b)     Não assumir compromissos irresponsáveis – Simão se batizou, declarou sua fé, sem entender exatamente o que estava acontecendo.

Ele se batizou sem entender o custo e o significado de ser um discípulo de Cristo. Ele batizou sem a compreensão e seriedade necessário aliada ao rito. Batismo é sinal da ruptura com o passado e do ingresso na vida cristã. Batismo é um sacramento, “sinal visível de uma graça invisível”. Aquele que batiza precisa reconhecer seus pecados, saber que em Jesus morreu o antigo modo de viver e foi ressuscitado para uma nova vida, saber que foi perdoado, agraciado, revestido do Espírito Santo. Batismo deve ser algo cheio de temor, deve arrancar lágrimas e emoções na alma.

c)     Não se perder em sinais externos – “Simão acompanhava a Filipe de Perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados” (At 8.13).

Os sinais evangélicos não são simulações nem engodo. Os sinais da Bíblia são indicadores, apontam para algo, para a autoridade da mensagem, para o poder de Jesus, mas não são o alvo em si. Nosso foco  é Cristo: “Estes sinais foram feitos para que creiais no Filho de Deus” (Jo 20.30). Há pessoas que se perdem nos sinais. Precisamos entender que eles são importantes, necessários, mas não o alvo último da fé cristã. Falsos profetas, espíritos demoníacos, falsos obreiros e Lúcifer fazem sinais. Aderir aos sinais de Deus não é, necessariamente uma adesão ao Deus dos sinais. Jesus já alertava aqueles que o seguiam, não por causa da Palavra, mas dos sinais: motivação errada.
"E do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.14-15). 

d)     Entender o sentido real da fé cristã: Simão se perdeu nos sinais. Ficou encantado com os milagres, mas não estava entendendo o maior de todos milagres. Que Cristo Jesus morreu pelos seus pecados.

O grande sinal é a obra de Cristo na cruz  (Jo 3.14-15). Simão se perdeu no meio do caminho, extasiado com os sinais, quando deveria estar extasiado com o perdão dos seus pecados. Por isto desejou adquirir o dom de Deus com dinheiro. Ele queria usar o poder como instrumento de auto-promoção.
O sentido real da fé cristã não é encontrado na adesão à igreja, como fez, nem ser batizado ritualisticamente, nem alcançar o poder, como desejou Simão.  Você não é convertido enquanto não recebe o Espírito Santo. Pode estar ligado à Igreja, andar próximo ao pastor, ser batizado, mas se não receber o dom do Espírito, não há vida. Tem que nascer de novo.

ü  Simão concordou intelectualmente com o discipulado - “Abraçou a fé” (At 8.13). Admitiu determinadas realidades cristãs, sem se converter de fato.

ü  Simão cumpriu um programa de discipulado. “Seguia a Filipe de perto” – (At 8.13). Que discipulado fabuloso, aos pés de Filipe, um homem cheio do Espírito Santo!  Não perdia um culto, participava dos programas de evangelização, estava próximo ao pastor.

ü  Simão percebeu fatos espirituais- Observou os sinais, andou perto dos acontecimentos, mas aquilo não foi capaz de torná-lo um homem consciente do que era vida cristã

e)     Desenvolver genuíno temor a Deus – (At 8.22-24). A exortação de Filipe é direta:  “arrepende-te”. Mude sua mente!

Conversão é antes de tudo uma mudança na forma de pensar, na visão das coisas de Deus, nas atitudes e na ética. Conversão é algo de dentro para fora, tem a ver com mudança de nossa mente e de valores.
O temor a Deus é essencial.
Brennan Manning afirma que foi visitar um velho sacerdote que lhe disse: “Nunca pedi riqueza, projeção, status, posição, aplausos, mas sempre orei a Deus para que eu jamais perdesse a capacidade de assombro”.
Em Atos lemos que na comunidade primitiva, em cada alma havia “temor”. Uma tradução mais antiga fala de “espanto”. A NIV (versão inglesa), afirma que em cada alma havia “awé”, uma interjeição que deve ser lida como “oh”. As pessoas percebiam que estavam diante do Sagrado, e esta espiritualidade contagiante os envolvia nos cultos, nos louvores, na celebração diária da vida.

Conclusão:

O tema que dei a este sermão foi: “Dentro, mas ainda do lado de fora”.

O tema de um sermão é certamente, uma das últimas coisas que brotam.

Simão estava dentro da igreja, conhecia o linguajar dos crentes, participava da vida comunitária, viu os sinais, mas ainda estava do lado de fora.

Pedro e João o exortam a se “arrependerem”. Quando estamos nesta condição, só existe uma forma de quebrar este “fel de amargura e laço de iniqüidade”. Precisamos entender que nossa situação é desesperadora, e a não ser que Deus tenha misericórdia de nós, ainda estamos perdidos em nosso engano e pecado. Arrependimento significa que entendemos a necessidade de mudar a trajetória da vida, o jeito com que temos agido e ir na direção de Deus.

Para Simão, o arrependimento era a última e única chance.

E para nós?


Rev. Samuel Vieira- 14.06.97
Refeito. Maio 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário