quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Conceituando Missões

O que é Missio Dei » Mais um Discípulo

 

Não é fácil encontrar uma definição de missão.

Como você definiria missão?

 

John Stott: “Missões é tudo aquilo que vai além das quatro paredes da igreja’

 

“Missiólogos e teólogos de meados do séc. XX aos nossos dias passaram a ter uma compreensão bíblica de que a missão da Igreja é a sua participação na missão de Deus (missio Dei). Ela não tem missão própria. Muito menos ela deve ser realizada em buscar de satisfazer os desejos dos missionários ou expansão de uma denominação específica. O autor, realizador e consumador da missão é o Deus Triúno. O centro da missão é o próprio Deus, pois ele é um Deus missionário. A missão não deve ser vista apenas como salvação de pessoas da condenação eterna, nem como um programa de expansão de uma igreja e, muito menos, em termos de dominação cultural, em que a cultura ocidental "cristã" é superior às outras. Assim, a visão que a Igreja deve ter é a visão da missão da Trindade. Ela é a verdadeira protagonista da missão. A Igreja é coadjuvante. Ela não tem missão própria. Por sua graça, Deus a inclui na sua missio.

http://www.institutojetro.com/artigos/5/lideranca-pastoral/413/a-missao-de-deus-e-a-missao-da-igreja

 

Críticas:

- “Se tudo é missão, nada é missão”. (Neill, 1959:81) – John Piper

- “Espectro do pan-missionismo” (Freytag, 1961:94)

- Distinguir Missão Transcultural de Missional (Ed Statzer x John Piper)

 

“Missão não pode ser definido em termos de resultados, mas sim de fidelidade ao Senhor”.Ronaldo Lidório[1]

 

 “Missão é a santidade constrangendo e impulsionando vidas a investirem tudo para cumprir o propósito do coração de Deus: Impactar o mundo com o evangelho da transformação, criando um povo novo na terra, para a glória do Senhor”.[2]

 

DEFINIÇÕES GENERALIZADAS DE MISSÃO – Gildásio Reis

Em sua obra Mission Theology: An Introduction,2 o missiólogo Karl Muller apresenta uma lista com os seguintes de conceitos:

 

1 Dr. Antônio José, op cit.
2 Karl Muller. Mission Theology: An Introduction (Nettetal, Germany: Eteyler Verlag, 1987), 31-34. (citadas por Dr. Antônio José do Nascimento Filho, material utilizado no curso de mestrado em Missiologia no CPPGAJ em 2001)

Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)

ü  Missão é o envio de missionários para um designado território; 


ü  Missão tem a ver com as atividades realizadas por tais missionários; 


ü  Missão é a área geográfica aonde os missionários realizam seus ministérios; 


ü  Missão é a agência missionária responsável pela logística e pelo envio dos missionários 
aos seus respectivos campos; 


ü  Missão é a propagação do evangelho aos povos não alcançados; 


ü  Missão é o centro do qual os missionários irradiam o evangelho; 


ü  Missão é uma série de serviços religiosos com o propósito de despertar vocações 
missionárias; 


ü  Missão é a propagação da fé Cristã; 


ü  Missão é a expansão do reino de Deus; 


ü  Missão é a conversão dos povos pagãos; 


ü  Missão é a plantação de novas igrejas. 


 

Dr. Antônio José nos informa que até o século XVI, o termo “Missão”, foi usado exclusivamente com referência à doutrina trinitária, isto é, ao papel da trindade na história da redenção.3 O envio do filho pelo Pai, e por sua vez, o envio do Espírito Santo pelo Pai e pelo Filho, cuja interpretação missiológica deu origem à doutrina chamada na história de “Filioque”.4 Esta interpretação, contanto que aceita como doutrina básica da Igreja Cristã, foi um dos motivos da cisão do Cristianismo medieval no ano de 1054.

 

UMA DEFINIÇÃO DE MISSÃO – O texto a seguir, é extraído do site:

http://www.monergismo.com/textos/missoes/missoes-perspectiva-cultural_gildasio.pdf

autoria do Rev. Gildásio Reis

 

Em seu sentido mais amplo, a missão é tudo o que a igreja faz a serviço do Reino de Deus (Missões no plural). Em sentido mais restrito, contudo, a missão refere-se à atividade missionária, a pregação do evangelho entre povos e culturas em cujo meio ele não é conhecido (Missão no singular). A seguir, duas definições:

 

J.H. Bavinck define assim:

Missões é aquela atividade da igreja, essencialmente nada mais do que a atividade de Cristo, realizada por meio da igreja, pela qual a igreja, neste período intermediário, chama os povos da terra ao arrependimento e à fé em Cristo, de modo que se tornem seus discípulos e, pelo batismo, sejam incorporados a comunhão daqueles que esperam a vinda do Reino5

 

Carlos Del Pino, em artigo publicado diz que “a missão da igreja não pode ser algo independente de Deus e de Cristo, como se a igreja pudesse realizá-la por si só”.6 É exatamente este o ponto da definição de Bavinck quando ele diz que “Missões é aquela atividade da igreja, essencialmente nada mais do que a atividade de Cristo”7

 

Bosch nos oferece também uma definição de missão:

A missão constitui um ministério multifacetado em termos de testemunho e serviço, justiça, cura, reconciliação, paz, evangelização, comunhão, implantação de igrejas, contextualização, etc..Inlcusive o intento de arrolar algumas dimensões da missão, porèm está repleto de perigo, porque de novo sugere que nos é possível definir o que é infinito. Quem quer que sejamos, espreita-nos a tentação de enclausurar a Missio Dei nos estreitos confins de nossas próprias predileções, voltando, necesariamente, à unilateralidade e ao reducionismo”9

 

Labieno Palmeira dá sua definição de missões:

Fazer missões é procurar estar em sintonia com Deus, empenhando-se ao máximo para ver o que Deus vê, ouvir o que Deus ouve e conhecer como Deus conhece, e não apenas isto, é estar disponível para descer onde Deus quer descer, livrar aqueles que Deus deseja libertar e fazer subir aqueles que Deus deseja levar para a terra que mana leite e mel10

 

O Conceito de Missões na Confissão de Fé de Westminster.

A Confissão de Fé de Westminster, no seu capítulo XXXV, que trata do “DO AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES, assim prescreve:

 

I.                Em seu amor infinito e perfeito - e tendo provido no pacto da graça, pela mediação e sacrifício do Senhor Jesus Cristo, um caminho de vida e salvação suficiente e adaptado a toda a raça humana decaída como está - Deus determinou que a todos os homens esta salvação de graça seja anunciada no Evangelho. (Ref. Jo.3:16; I Tim.4:10; Mc.16:15).-A Universalidade do Evangelho (Inclusivista)

 

II.               No Evangelho Deus proclama o seu amor ao mundo, revela clara e plenamente o único caminho da salvação, assegura vida eterna a todos quantos verdadeiramente se arrependem e crêem em Cristo, e ordena que esta salvação seja anunciada a todos os homens, a fim de que conheçam a misericórdia oferecida e, pela ação do Seu Espírito, a aceitem como dádiva da graça. ( ef. Jo.3:16 e 14:6; At.4:12; I Jo.5:12; Mc.16:15; Ef.2:4,8,9.) - A Necessidade da Fé Consciente, ou seja, há uma posição restritivista quanto ao destino daqueles que nunca ouviram falar de Jesus.

 

III.              As Escrituras nos asseguram que os que ouvem o Evangelho e aceitam imediatamente os seus misericordiosos oferecimentos, gozam os eternos benefícios da salvação: porém, os que continuam impenitentes e incrédulos agravam a sua falta e são os únicos culpados pela sua perdição. ( Ref. Jo.5:24 e 3:18.) - A certeza do Sucesso na Pregação

 

O ponto aqui é o seguinte: Como pode a igreja em geral, e o cristão individual, estar segura de que não está assumindo uma obra que é intrinsecamente impossível de ser realizada? W.G.T. Shedd, D.D. (1820 – 1894) diz que “a pregação do evangelho encontra sua justificação, sua sabedoria, e seu triunfo, somente na atitude e relação com o infinito e todo-poderoso Deus que a sustenta”11

 

A fé salvadora não é dom do evangelista ao seu ouvinte não salvo; "é dom de Deus" (Efésios 2:8). Nenhum evangelista jamais deu fé em Cristo a uma única alma. Ela é produzida nos corações humanos pelo Espírito Santo, pois "ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor" senão pelo Espírito Santo" (1 Coríntios 12:3). Nenhum pecador jamais foi convertido por um evangelista; o autor da conversão é Deus12

 

IV.           A Comissão por Jesus Cristo: Visto não haver outro caminho de salvação a não ser o revelado no Evangelho e visto que, conforme o usual método de graça divinamente estabelecido, a fé vem pelo ouvido que atende à Palavra de Deus, Cristo comissionou a sua Igreja para ir por todo o mundo e ensinar a todas as nações. Todos os crentes, portanto, têm por obrigação sustentar as ordenanças religiosas onde já estiverem estabelecidas e contribuir, por meio de suas orações e ofertas e por seus esforços, para a dilatação do Reino de Cristo por todo o mundo. ( Ref. Jo.14:6; At.4:12; Rom.10:17; Mt.28:19,20; I Cor.4:2; II Cor.9:6,7,10. )

 

O CONCEITO DE MISSÕES EM JOÃO CALVINO. Gildásio Reis

“Deus não pode ser invocado por ninguém, exceto por aqueles que conheceram sua misericórdia por meio do Evangelho” João Calvino

 

Veja o que Gustav Warneck escreveu:

Nós perdemos com os Reformadores não apenas a ação missionária, mas mesmo a idéia de missões... [em parte] porque perspectivas teológicas fundamentais deles evitaram que dessem a suas atividades, e mesmo a seus pensamentos, uma direção missionária13

Missiólogos mais recentes, como Ralph D. Winter, perpetuam o erro de Warneck. Ele afirma:

A despeito do fato de que os protestantes ganharam no fronte político, e, em grande medida, alcançaram a capacidade de reformular sua própria tradição cristã, eles nem mesmo falaram sobre missões, e aquele período terminou com a expansão católica européia nos sete mares, tanto política como religiosa.

 

Mas o que realmente querem estes críticos dizer quando afirmam desinteresse dos reformadores por missões? Qual conceito tinham eles de missões e por qual padrão estavam julgado os reformadores?

 

É certo que Calvino não escreveu, entre suas muitas obras teológicas, nenhum tratado sobre missões, mas é certo também que ninguém pode afirmar que ele tenha escrito algo contra a idéia de missões. O ponto que precisa ser ressaltado aqui é que se Calvino não escreveu especificamente um tratado sobre missões, isso não significa dizer que ele não possuía visão missionária.

 

Entre os Reformadores, nenhum tem falado com mais clareza do que João Calvino a respeito de toda a questão do alcance da mensagem da fé cristã. Calvino apela repetidas vezes aos crentes a mostrarem interesse por seu próximo descrente. No contexto da época (século XVI), descrentes eram as pessoas simples do rebanho católico ou aquele que se livrara da dominação romana, mas não aderira à Reforma. As admoestações de Calvino são aplicáveis a todas as situações em que o crente se torna vizinho de um descrente. Em um sermão sobre 1 Timóteo 2.5,6, Segundo comenta Forbes, Calvino declara: “Quando vemos homens destruindo-se, não tendo Deus sido tão gracioso para juntá-los a nós pela fé do evangelho, devemos apiedar-nos deles e esforçar- nos para trazê-los ao caminho reto.”15

 

Veja ainda a visão missionária de Calvino em suas palavras lembradas por Forbes:

Nosso Senhor Jesus Cristo foi feito um como nós, e sofreu a morte para que pudesse tornar-se um advogado e mediador entre Deus e nós, e abrir um caminho pelo qual possamos chegar a Deus. Aqueles que não se empenham em trazer seu próximo e descrentes ao caminho da salvação mostram abertamente que não têm em conta a honra de Deus, e que tentam diminuir o imenso poder de seu império, e estabelecem limites para que Ele não possa governar todo o mundo, de igual modo obscurecem a virtude e morte de nosso Senhor Jesus Cristo e diminuem a dignidade dada a Ele pelo Pai.16

 

Em um sermão baseado em I Timóteo 2.3-5, Calvino demonstra a preocupação que os cristãos precisam ter com os descrentes. Conforme Forbes, Calvino assim afirma:

 

Portanto, podemos estar cada vez mais certos de que Deus nos aceita e fortalece dentre seus filhos, se nos empenharmos em trazer aqueles que estão afastados dele. Confortemo-nos e tenhamos coragem neste chamado: embora haja nestes tempos um grande desamparo, e embora pareçamos ser miseráveis criaturas completamente arraigadas e condenadas, ainda assim devemos labutar tanto quanto possível para atrair aqueles que estão afastados da salvação. E, acima de todas as coisas, oremos a Deus por eles, esperando pacientemente que Ele se digne mostrar boa vontade para com eles, assim como tem mostrado para conosco.17

 

Calvino ensinou com firmeza que a Salvação é dom de Deus somente para os seus eleitos. Não obstante, isto não o impede de insistir para que os membros da igreja procurem trazer um grande número de pessoas a Cristo. Parker, elucidando o pensamento de Calvino sobre a igreja, registra a seguinte declaração de Calvino em um sermão sobre Isaías 53.12:

 

Se desejamos pertencer à igreja e ser reconhecidos como rebanho de Deus, devemos admitir que isto ocorre porque Jesus Cristo é o nosso Redentor. Não receemos ir a Ele em grande número, e cada um de nós traga seu próximo, considerando que Ele é suficiente para salvar a todos.18

 

Calvino entendia que os cristãos têm a grande responsabilidade de espalhar as Boas Novas do Evangelho. Ele escreve: “porque é nossa obrigação proclamar a bondade de Deus para todas as nações... a obra não pode ser escondida em um canto, mas proclamada em todos os lugares”19. Deus poderia ter escolhido outros meios, no entanto, ele escolheu “empregar a ação de homens” para a pregação do Evangelho.20

 

 

“Missão é o sim de Deus ao mundo” (Gunther, 1967:20s)

“Missão é o não de Deus ao mundo” (Gunther 1967:21ss) no sentido de nossa oposição e conflito com o mundo

 

Lidório sugere definir Missões nos seguintes termos:

  1. Em termos de integridade ministerial – O que diferencia a obra de Deus de uma aventura humana é quanta santidade há em nossa vida.
  2. Em termos de autoridade espiritual – At 19.8-20
  3. Em termos de perseverança no sofrimento – At At 4.19; 5.28,29
  4. Em termos de motivação bíblica

 

    1. É ordem de Jesus – Mt 28.19 ainda hoje 2000 povos não ouviram o testemunho de Cristo e 4000 povos em que a igreja existe mas não tem força para completar a tarefa em seu próprio universo cultural.

 

    1. Todos precisam receber a mensagem de Cristo – Rm 10.14 Cerca de 95% de todos os obreiros evangélicos no mundo estão atuando entre povos já alcançados pelo Evangelho. Cerca de 34º povos já se extinguiram deste 1920 até hoje, não existem mais representantes étnicos.

 

    1. A volta de Cristo – Mt 24.14  O alcance de todos os povos é o relógio escatológico de Deus.

 

    1. O amor de Deus para todos os povos – Jo 3.16

 

  1. Em termos de responsabilidade pessoal – 1 Co 9.16-18

 

Missio Dei e Missiones ecclesiae

Temos que distinguir entre missão (singular) e missões (plural).

 

O primeiro designa a missio Dei (missão de Deus), isto é, auto-revelação como aquele que ama o mundo, o envolvimento de Deus no e com o mundo, a natureza e atividade de Deus que compreende tanto a igreja quanto o mundo.

 

Missões: Missiones ecclesiae, refere-se aos empreendimentos missionários da igreja. Designa formas particulares, relacionadas com tempos, lugares ou necessidades especificas da missio dei.[3]

 

“Em suma, cabe a Igreja do Senhor Jesus entender que é o Deus Triúno que tem uma missão. A Igreja tem a incumbência de ser continuadora da missio Dei. O antropocentrismo e eclesiocentrismo devem ser postos de lado. Deus é protagonista da missão. Como apóstola de Cristo, a missão da Igreja deve ser modelada na dele. Todas as nações e etnias precisam ouvir do Evangelho. O mundo deve ser o seu púlpito. As barreiras sociais, culturais e espirituais que Cristo ultrapassou, a Igreja é desafiada a ultrapassar. O mesmo caráter de Cristo, de amor, misericórdia e humildade, devem ser exercitados na pregação. Por fim, como continuadora da missão, a Igreja não está sozinha. Jesus não a deixou órfã. Deus lhe deu outro Ajudador para estar com ela e nela. É a obra do Espírito na vida daqueles que ouvem o Evangelho que garante o sucesso da missio Dei.” (Robson Rosa Santana) http://www.institutojetro.com/artigos/5/lideranca-pastoral/413/a-missao-de-deus-e-a-missao-da-igreja

 

 

“A palavra “MISSÃO” vem do verbo latim Mito, que significa ENVIAR. No Novo Testamento, esta palavra vem do grego APOSTELLO, que tem o mesmo significado em sua essência. No entanto, este termo “MISSÃO/MISSÕES” só chamou a atenção da igreja Cristã a partir do século XVI período este quando a reforma protestante começou a investir na obra da evangelização mundial. Quando falamos de MISSÃO e MISSÕES, o conceito que todos têm é que não passam de duas palavras sinônimas, diferentes só porque uma é singular e a outra é plural. Só que pelo raciocínio missiológico estas palavras são distintas e tem conceitos bem distintos, apesar de serem bastante ligadas uma com a outra. Veja agora seus conceitos: MISSÃO – trata-se do desígnio bíblico, completo da Igreja de Jesus Cristo. Este é um termo vasto que inclui o ministério voltado para cima, para dentro e para fora da IGREJA. É A igreja enviada (PEREGRINA, ESTRANGEIRA, TESTEMUNHA, PROFETICA, SERVA, COMO SAL E LUZ E ETC...), neste mundo. Já MISSÕES pode ser definido como um termo específico e especializado. Refere-se ao envio de pessoas autorizadas para áreas além das fronteiras da Igreja do Novo Testamento e sua imediata influência cristã para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo em áreas destituídas deste, com objetivo de levar o Evangelho de Cristo para alcançar aqueles que não têm Cristo, estabelecendo o funcionamento e multiplicação de trabalhos missionários locais que irão cultivar o CRISTIANISMO neste país.”

Pr. Clécio Uchoa

 

https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/o-que-e-missoes

 

 

Um legado de John Newton

John Newton (Londres, 24 de Julho de 1725 — 21 de Dezembro de 1807) foi um clérigo Anglicano, ex traficante de escravos. Foi autor de muitos hinos incluindo Amazing Grace.

 

A missão da igreja não é reformar o mundo, nem erradicar as suas práticas más. Nosso único propósito é pregar o evangelho de Cristo. Se homens e mulheres chegarem a amar o Salvador, não há dúvida de que a conduta exterior deles será transformada. As seguintes palavras foram ditas por John Newton em uma conferência de pastores, em janeiro de 1778. Ele estava falando sobre como a igreja pode realizar transformações morais no mundo. Seus comentários se mostram tão apropriados hoje como o foram na sua época.

“O evangelho de Cristo, o glorioso evangelho do Deus bendito, é o único instrumento eficaz para transformar a humanidade. O homem que possui e sabe como utilizar esta grande e maravilhosa ferramenta, se posso fazer esta comparação, conseguirá facilmente aquilo que, de outro modo, seria impossível. O evangelho remove as dificuldades intransponíveis à capacidade humana: faz o cego ver e o surdo ouvir; amolece o coração de pedra; ressuscita aquele que estava morto em ofensas e pecados para um vida de retidão.

Nenhuma outra força, exceto a do evangelho, é suficiente para remover os imensos fardos de culpa de uma consciência despertada; para aquietar o ardor de paixões incontroláveis; para levantar uma alma mundana atolada no lamaçal da sensualidade e da avareza, para uma vida divina e espiritual, uma vida de comunhão com Deus.

Nenhum sistema, exceto o evangelho, é capaz de transmitir motivos, encorajamentos e perspectivas suficientes para resistir e frustrar todas as armadilhas e tentações com as quais o espírito deste mundo, com suas carrancas ou com seus sorrisos, se esforça para intimidar e afastar-nos do caminho do dever. Mas o evangelho, entendido corretamente e recebido com alegria, trará vigor ao desanimado e coragem ao temeroso. Tornará generoso o mesquinho, moldará a lamúria em bondade, amansará a fúria de nosso íntimo. Em resumo, o evangelho dilata o coração egoísta, enchendo-o com um espírito de amor para com Deus, de obediência alegre e irrestrita para com a vontade dEle, bem como de benevolência para com os homens.”

 

 

 

 



[1] Lidório, Ronaldo – MISSÕES, o desafio continua, Belo Horizonte, Ed, Betânia, 2003, pg 17

[2] Lidorio, 2003, pg 19

[3] Bosch, David J., Missão transformadora, mudanças de paradigma na teologia da missão, Ed. Sinodal, São Leopoldo, 2002, pg 29.

 

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