segunda-feira, 31 de agosto de 2020

A Igreja na Pós Pandemia




Caso voce queira ouvir estas palestras, click nos videos acima

Foram dois dias de palestra para O Presbiterio de Itaperuna-RJ

São duas palestras complementares


 

 

Introdução:

 

Nestes tempos de pandemia, todos ficamos interessados em saber qual será o futuro da igreja. Muitas “lives” e artigos foram produzidos para falar deste assunto. O que acontecerá à igreja depois que acabar este período de isolamento social que obrigou o fechamento dos templos? Que igreja encontraremos? As pessoas ainda irão se reunir? As pessoas retornarão às suas atividades cúlticas presenciais?

 

Este é um tempo de expectativa e incertezas. Afinal, o que está acontecendo? Já que Deus é soberano e nada sai do seu controle, é interessante imaginar o que Deus pretende realizar com tudo isto que nos tem acontecido.

 

No livro de Isaias lemos: “Gritam-me de Seir: Guarda, a que hora estamos da noite? Guarda, a que horas?” (Is 21.11). Séculos depois, Cícero cunharia a famosa frase: “O tempora! O mores!” em seu discurso no Senado, nas célebres Catilinárias, bradando contra os vícios e a corrupção de Roma. “Que tempos os nossos! E que costumes!”. Mais recentemente, uma frase de Bertolt Bretcher se tornaria clássica: “Que tempos são estes em que temos que defender o óbvio?”

 

Afinal, que dias são estes, que tempos são estes, que horas são estas? Assim é a pergunta do profeta: “Guarda, a que hora estamos da noite?”. Estamos vivendo tempo de calamidade e perplexidade. Ouvi recentemente um discurso do governador de Nova York, Andrew Cuomo, dizendo que o estado deveria "começar a reabrir" administrando o isolamento, mas com um plano inteligente". Diante da insistência das pessoas em saberem quando as coisas mudariam e voltariam à normalidade,  sua resposta mais repetida foi “I don’t know".

 

O que acontecerá com a igreja? O que podemos esperar depois que tudo isto acabar. Como será este novo tempo depois de meses sem cultos presenciais? As pessoas voltarão às igrejas? O que sobrará disto tudo?


O isolamento provoca reações psicológicas diferentes em cada um de nós, dependendo da nossa forma individual e peculiar de reagir a pressões e desafios. No afã de tentar uma auto compreensão, escrevi algumas coisas sobre o que tenho aprendido na quarentena.

 

1.     Descobri que é difícil viver apenas comigo mesmo. Como disse J Quest: “quero ficar só, mas sozinho comigo eu não consigo”. Fiquei mais de dois meses vivendo solitariamente, pois minha esposa estava acompanhando o nascimento do neto e os voos foram cancelados. Descobri que a solidão não é brincadeira...

 

2.     Ficou evidente, que preciso de rotinas claras e definidas. A falta de uma agenda, de acordar e sair de casa, de saber o que fazer diariamente, de uma dinâmica pessoal, me deixou ineficaz e angustiado.

 

3.     Aprendi que tempo de sobra não me torna mais produtivo e efetivo. Tinha todo tempo para ler e escrever mas a produtividade se tornou pobre e escassa. O fato de não ter horário para dormir e acordar, pode ter sido uma das justificativas para isto.

 

4.     Conclui que tenho sede de relacionamentos, ainda que superficiais: tomar café com alguém, conversar com pessoas, sorrir, faz parte da minha natureza, vocação e formação. Estas coisas simples me fizeram muita falta.

 

5.     Percebi a fragilidade do ser humano. A grande ameaça não veio de uma bomba atômica, nem cataclisma ou hecatombes, mas num invisível e pequeno vírus que mudou hábitos, estagnou a economia de metade do planeta. Apesar de todo avanço da pesquisa e da ciência, o vírus ironizou a prepotência humana.

 

Minha esposa, também fez suas observações, que julgo importantes:

 

A.   Ter tempo não tem a ver com cronos, mas com propósito. Nunca tive tanto tempo e jamais produzi tão pouco. Quando não temos propósito, o tempo desaparece. Já dizia o velho Salomão. Há tempo pra todo PROPÓSITO.

 

B.    O fim dos cultos públicos e reuniões semanais demonstrou que muitos precisam ter um encontro real com Deus.

 

C.    Acredito também que Deus colocou os seres humanos em quarentena, para a natureza se recuperar um pouco de nós e aguentar até sua redenção. Tem até golfinhos nos antes fétidos canais de Veneza!

 

D.   Muitos descobriram o que todos já sabiam sobre seus filhos, mas ninguém podia ou tinha coragem de dizer...rsrsrs

 

A frase do profeta Isaías: “Guarda, a que hora estamos da noite?” revela a inquietude do momento em que viviam. Assim como nós, as pessoas estavam desorientadas e não conseguiam julgar corretamente o que viviam. Não sabiam discernir sua época, Não saber a hora é típico do fuso horário, no efeito jet lag, sensação de cansaço extremo ocasionado pela diferença de horário entre a origem e o destino. Isto acontece porque o  relógio biológico perde a sincronização com o horário cronológico do novo ambiente, pois o ritmo dia/noite em que a pessoa estava acostumada a viver sofre uma mudança súbita.

 

Para muitos, esta pandemia é uma forma de juízo de Deus. Certamente não podemos deixar de ver tudo o que acontece como juízo de Deus, mas é bem complexo tentar estabelecer relação de causa/efeito, entre coronavirus e o pecado do Brasil. Os amigos de Jó tentaram explicar as coisas desta forma e estavam redondamente enganados.  Para outros, esta pandemia seria uma espécie de Alinhamento Divino.  Com a suspensão das atividades industriais e do comércio, o resultado é que, a natureza estava podendo se recompor, com menos poluição e menos atividade industrial. Reportagens foram feitas para mostrar como os canais de Veneza, que são tão poluídos pela ação do turismo, estavam ficando limpos novamente, assim como a camada de ozônio estava demonstrando visível recuperação por causa da diminuição da poluição nas regiões mais industrializadas do planeta.

 

Podemos ainda pensar nesta pandemia como um tempo de avivamento e despertamento do povo de Deus. Historicamente, a igreja de Cristo sempre evidenciou muito compaixão em tempos de calamidades e desta forma o evangelho cresceu e se fortaleceu. Rodney Stark descreve o que aconteceu no ano 260 d.C., quando muitos cristãos entregaram suas vidas para socorrer os enfermos que ficavam abandonados por estarem infectados pela segunda grande epidemia, que matou quase um terço da população mundial. De acordo com Dionisio, durante esta epidemia em cada casa havia mais de uma morte. Os cristãos se mobilizaram para cuidar das pessoas e protegê-las nesta calamidade.

 

Assim se deu em outros períodos calamitosos: A peste negra, a gripe espanhola, épocas de guerra. Sempre a graça de Deus prevaleceu e se manifestou por meio da sua igreja operosa.

 

Ainda podemos ver nesta pergunta uma dimensão escatológica: Precisamos entender no tempo de Deus, qual é o seu calendário e que agenda ele tem para nossos dias. Jesus advertiu que a volta do Filho do Homem se daria quando não estivéssemos apercebidos, seria como a vinda do ladrão da noite, na hora em que não estaríamos prevenidos. Precisamos, pois, vigiar, estar atento! Que hora é esta no plano de Deus, em que hora da noite estamos?

 

Pós pandemia ou “durante” a pandemia?

 

Apesar de tudo isto, colocar os olhos no futuro, pode ser problemático se não considerarmos a realidade do presente. As pessoas ficam perguntando como estará a igreja na pós-pandemia, mas a verdade é que o grande desafio que temos é dar respostas ao momento atual que temos vivido. Igrejas estarão fortes no futuro, se se conduzirem bem no tempo atual. Portanto, embora precisemos refletir sobre as necessidades que surgirão, devemos estar ainda mais atentos ao que está acontecendo agora.  Durante a pandemia precisamos preparar, cuidar e planejar, como diz um ditado: “em tempos de paz, prepara-te para a guerra”. O grande desafio não é o futuro, mas o presente. Como estamos agora? Como a igreja está respondendo ao presente momento? Quando o futuro chegar, ele deverá apenas refletir tudo o que estamos fazendo e construindo no tempo presente.

 

A hora é agora! Durante a pandemia e não na pós-pandemia. Antes de que venha a pós-pandemia, precisamos considerar o que deve ser feita na pandemia. Podemos correr o risco de ficarmos tão centrados no “pós”, que nos esqueçamos do enfrentamento que temos hoje.

 

O ponto central é que só vai lidar bem com a pós-pandemia, aqueles que conseguirem lidar bem com a realidade atual. Prognósticos, planejamentos, perspectivas, tudo isto é importante, mas enquanto o futuro não vem, o que devemos fazer hoje? As atitudes de hoje serão responsáveis pelas consequências do amanhã. Afinal, a vida é uma mudança, e devemos tomar apenas um caminho cada vez.

 

Da mesma forma perguntar “o que será dos relacionamentos familiares amanhã?” Pode se tornar uma armadilha. Podemos nos preocupar com o que virá quando deveríamos estar observando o que está presente. O mesmo se aplica ao mundo dos negócios e finanças. Ficar perguntando o que acontecerá com minha empresa ou meu emprego amanhã, pode ser fatal. O que interessa é o que devo fazer hoje. Como me preparar melhor, servir melhor, oferecer o melhor produto, ser melhor funcionário. Desta forma também devemos considerar o futuro da igreja. Ela refletirá a forma como lidamos hoje com os desafios que encaramos. A pós-pandemia trará novos desafios, e quem pavimenta melhor seus caminhos hoje, caminhará por melhores estradas amanhã.

 

Tim Keller, numa live sobre a pandemia afirmou que as igrejas deverão ser, não apenas revitalizadas no futuro, mas deverão ser “replantadas”. Como será o retorno? Certamente gradual. Muitos não retornarão... outros virão. A igreja de hoje se torna a plataforma que estruturará a igreja de amanhã.

 

Como lidar com a Pandemia?

 

Tentando dar algumas pistas para este enfrentamento, gostaria de pensar em duas direções essenciais: No nível pessoal, e no nível eclesiástico.

 

a.     No nível pessoal

 

i.  Descubra novas dinâmicas.

 

Logo após a quarentena, me senti completamente fora do eixo. A forma como fazia as coisas simplesmente não me orientava mais. Como deveria ficar em casa, pensei que assim teria muito mais tempo para ler e escrever, entretanto, descobri que liberdade de tempo não me torna mais produtivo. Eu precisava criar uma nova dinâmica pessoal.

 

Então comecei a acordar num determinado horário, trocar de roupa como se fosse trabalhar, tomar meu café, fazer minha devocional e começar a pastorear de casa. Comecei a ligar para todos os aniversariante da igreja, e fiz uma lista de pessoas para diariamente estar ligando, entrava no meu escritório em casa e tentava estabelecer uma rotina de atividades. Era uma de organizar o meu caos, criando novas rotinas e estabelecendo novos alvos e metas.

 

ii. Cuide de si mesmo.

 

Assim como na igreja, o problema não é o que virá, mas como estou lidando com o presente. É necessário preservar a saúde física e mental. O isolamento social e o lockdown, geram efeitos psíquicos ainda não completamente diagnosticados. Mudanças de rotinas e hábitos mudam o humor. É necessário equilibrar estresse com descanso. Se quisermos revitalizar o emprego, as atividades, é necessário ter serenidade e dar equilíbrio ao corpo e à mente.

 

iii. Preserve sua família.

 

As alterações no campo familiar também foram sensivelmente percebidas. A forma de ser família, filhos estudando em casa, pais trabalhando em casa, realizar tudo pelo computador, alterou a dinâmica doméstica. Não é sem razão que até o dia 15 de julho o aumento de divórcio foi de quase 900% em Sorocaba-SP (fonte Globo1), e a procura por advogados em consultoria de família aumentou 177% no Brasil, e em Março de 2020, a procura na google para “como dar entrada no divórcio”, já havia aumentado 82%, mas em Abril, o interesse de busca que mostra as tendências para a pergunta “divórcio online gratuito”, saltou 9.900%.

 

Minha esposa afirma que a pandemia não foi culpada por isto, mas ela revelou o fato de que um grande número de pessoas não consegue mais compartilhar sua história e viver sob o mesmo teto. Os relacionamentos são superficiais e se tornam evidentes quando as pessoas são obrigadas a viver o tempo todo juntas, compartilhando o mesmo espaço.

 

i.      No nível eclesial: Oportunidade de mudanças.

 

Perceber as oportunidades

 

A Igreja de Cristo por estar vivendo nestes dias tão atípicos, poderá ampliar sua percepção e enxergar novos caminhos.

 

Na Igreja Presbiteriana de Anápolis temos 3 coisas dominicais. Uma média de 1000 pessoas participam destes eventos. Com o cancelamento das atividades presenciais, fomos para o mundo digital. Uma coisa impressionante aconteceu: geralmente temos uma assistência em torno de 700 pessoas em cada um dos nossos eventos. Resultado: Aumentamos sensivelmente o nosso público.

 

E não apenas isto: pessoas que estavam longe foram também alcançadas. Curiosamente, logo depois de um sermão dominical, duas pessoas, uma morando no Canadá e outra na Irlanda, entraram em contato comigo para declarar que tinham sido profundamente abençoadas pelo meu sermão. Como conseguiram meu telefone não faço ideia...

 

O “cardápio” oferecido pela igreja aos fieis já não servia mais. As mudanças certamente viriam, mas vieram bem mais rápido que esperamos, historicamente falando, tempos de pandemia apressam mudanças na sociedade como um todo, atinge o comércio, indústrias, e certamente a igreja.

 

Do analógico ao digital.

Temos necessidade de mudanças, e a primeira delas tem a ver com tecnologia. Os nossos cultos já estavam sendo transmitidos, mas agora precisávamos melhorar o visual, ter melhores recursos áudio-visuais, comprar novas câmaras, investir em equipamento. A apresentação do culto, realizada através de um celular não era suficiente. Precisávamos nos equipar para atender as demandas e dois cultos dominicais que seriam transmitidos onlines.

 

Igreja e Pandemia

Como afirmamos anteriormente, a igreja sempre se fortaleceu em tempos de pandemia. As calamidades e catástrofes sempre se transformaram em um tempo no qual a igreja evidenciava de maneira mais visível, seu amor e cuidado pelos da família da fé e para pessoas fora da comunidade. Tempos de sofrimento permitem à igreja dar sinais da misericórdia de Deus ao mundo, através do cuidado, serviço e generosidade. Foi isto que Jesus tentou demonstrar: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”( Mt 5.16).

 

Fazendo uma exegese do tempo

Outro aspecto importante ao considerarmos as oportunidades para a igreja, é que, ao estudarmos o avanço missionário transculturais, uma das atividades mais urgentes na expansão do evangelho é entender as diferenças culturais. É preciso entender qual é o nosso público, como as pessoas recebem e interpretam a mensagem. Neste tempo de pandemia, precisamos indagar como a mensagem pode ser relevante. O que a igreja precisa fazer para alcançar melhor as pessoas e tornar acessível o conteúdo da mensagem.

 

Os missiólogos falam que na comunicação transcultural do evangelho, devem ser consideradas três culturas

 

A cultura da Bíblia.

Em que contexto foi escrita?

Qual o significado original das palavras?

Qual era a intenção original do autor?

 

A cultura do missionário.

Nenhum pregador vai para o campo abandonando completamente sua cultura. Ele leva consigo a bagagem de seu povo, hábitos, crenças, tradições, folclore, etc. Sua grande luta é tornar-se cada vez mais desvencilhado dos seus pressupostos para ser mais efetivo e relevante na comunicação.

 

A cultura do receptor

Como o ouvinte recebe a mensagem e a interpreta?

Quais são os possíveis ruídos?

Qual sua cosmovisão, cultura, símbolos, rituais, costumes?

 

A supra cultura

Podemos falar ainda de uma quarta cultura, que não pode

ser analisada pela antropologia.

Como a cultura nativa é influenciada pelas forças espirituais?

Que tipo de oposição espiritual podemos antecipar?

 

Uma advertência final: Mesmo quando anunciamos o evangelho em nossa cultura, precisamos entender também o tempo que vivemos, o contexto histórico, os fantasmas, os desafios e a realidade entremeada no ambiente que aparentemente reflete apenas as expressões sociológicas. Precisamos igualmente indagar como o evangelho está sendo recebido no trabalho na cidade ou no bairro. Será que a mensagem possui relevância à cultura receptora? Como as pessoas estão recebendo a mensagem da salvação?

 

Colocaria três verbos que jugo ser importantes neste processo de observar as mudanças e oportunidades:

A.   Repensar

B.    Recriar

C.    Cuidar

 

Repensar

 

A pandemia acelerou os processos da história, obrigando-nos a ver a dinâmica das relações, sejam elas eclesiásticas, comerciais ou pessoais, por outro ângulo. De uma forma ou de outra, este processo seria inevitável num futuro breve, a diferença está na velocidade que as coisas andaram. O processo de home-office, e digitalização, pesquisa, informações, tudo isto se tornou rápido demais.

Alguns anos atrás,

 

Em 2005, O economista americano Thomas Friedman, lançou o livro: “O Mundo é Plano—Uma História Breve do Século XX, que foi publicado no Brasil pela Editora Objetiva. O livro analisa o progresso da globalização com particular ênfase no princípio do Secúlo XXI. O que Friedman afirma é que, geograficamente falando a Terra é redonda, porém, os negócios "achataram" essa estrutura criando um mundo quase sem fronteiras, sem diferenças, completamente plano.

 

Ele cita a facilidade de comunicação, transporte, terceirização e união de mercados que parece extinguir as barreiras político-geográficas existentes, e um dos fatores que muito contribuiu para esse “achatamento” do mundo foram as novas tecnologias de comunicação, a internet e sistemas inteligentes que permitem a troca de dados em qualquer parte do mundo. Este achatamento, impactou a política, a economia e o cotidiano das pessoas e influenciaram os costumes

 

Recriar

O resultado é que fomos forçados a olhar a dinâmica da vida com outros olhos. As coisas não podem ser mais como costumavam ser. Em inglês existe hoje uma expressão: “dot.com or die.com”. empresas que não se ajustaram, perderam seu mercado. A forma como as coisas eram feitas não estão funcionando. Há uma nova abordagem na forma de divulgar o produto. Há uma nova forma de educar, e há uma nova forma de ser igreja.

 

Durante muito tempo tivemos dificuldades com a questão da contribuição online. Lembro-me de ter visitado a igreja e não me sentir à vontade com o fato de que eles tinham um totem de cartão de crédito na entrada da igreja para aqueles que quisessem entregar suas ofertas na igreja. Hoje, 95% das ofertas da igreja chegam via online. Eu ainda uso cheque, por pura teimosia, apenas par entregar meus dízimos na igreja. “velhos hábitos demoram a morrer”.

 

A forma de ser igreja precisa ser repensada. Esta transição será mais fácil para alguns e mais difícil para outros, mas ela veio para ficar. Uma nova abordagem, para o bem ou para mau, chegou para ficar. Não há retorno.

 

Cuidar

Apesar de todas as mudanças, a igreja não tem a prerrogativa de cruzar os braços e ser displicente. Ela precisa avançar em direção ao rebanho, cuidar das pessoas. Com o advento do virtual, as pessoas se sentirão mais solitárias, podemos esperar um nível maior de depressão e ansiedade, e esta será a característica neste século. Para vocês terem uma ideia, o Reino Unido criou um “ministério da solidão”, se você procurar na internet vai encontrar muito material sobre o assunto. Eles estao preocupados com a solidão das pessoas e dos velhos, que cada vez mais tem menos filhos e netos. A ideia da casa cheia na velhice, ainda presente em nosso país, tende a se tornar uma realidade cada vez mais diluída.

 

Conclusão:

O Evangelho pregado a todo mundo

 

Jesus afirmou que um eventos fundamentais para seu retorno seria que o evangelho fosse pregado a todas as criaturas (Mt 24.14).

 

A Grande Comissão ainda não foi cumprida. O Evangelho precisa ser pregado a “todas as criaturas” (etnias) Mc 16.15, e deve chegar “até aos confins do mundo”(At 1.8). A tarefa é colossal. Como alcançar a humanidade, considerando que 2/3 das pessoas estão distanciadas da mensagem de Cristo?

 

Será que podemos imaginar que a mídia possa ser um dos meios mais poderosos para cumprirmos esta missão? Será que a pandemia não está cumprindo um propósito de Deus para a história humana e assim, estaríamos sendo impulsionados pelo próprio Deus a “apressar a vinda do dia de Deus”, conforme nos ensina Pedro? (2 Pe 3.12).

 

De qualquer forma, usar com sabedoria e bom senso a mídia, transformá-la em aliada na expansão do Evangelho, é uma das coisas mais desafiadoras para a igreja que sempre utiliza as mesmas metodologias. Será que Deus não está nos dando um novo tempo e uma nova direção?

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